domingo, 30 de setembro de 2012

Este Mês na Bedeteca de Beja - Outubro de 2012


A Bedeteca de Beja continua a promover a BD e outras artes. Para além do programa normal relativo à BD no mês de Outubro, haverá exposições relacionadas com fotografia.
Conheçam o programa:


OUTUBRO - MÊS DA FOTOGRAFIA
NA BEDETECA DE BEJA

Entre os próximos dias 6 e 31 de Outubro a Casa da Cultura acolhe trabalhos de cerca de 60 fotógrafos (chamamos a atenção para as exposições coletivas "Prémio de Fotojornalismo 2011 Estação Imagem / Mora", "I Fotógrafos de Beja" e “O PREC já não mora aqui”. Mas há muito mais para ver: conversas, livros, documentários, etc. Várias janelas abertas sobre o Mundo…

A Bedeteca de Beja não quis deixar de se associar a esta Festa da Fotografia e preparou algumas ofertas à volta desta temática.

Regressam também os ateliês permanentes (5 ateliês), o Clube de Manga, e as rubricas mensais sobre a relação entre a Banda Desenhada e o Cinema. Para os mais arrojados, a Maratona 24H MANGA…

Um bom outubro a todos!


EXPOSIÇÕES






De 6 a 31 de outubro
TERRITÓRIOS – ENTRE A BANDA DESENHADA E A FOTOGRAFIA
Exposição de Banda Desenhada de John Bolton.
Local: cafetaria.
Organização: CMB (Bedeteca de Beja).













De 6 de outubro a 31 de dezembro
LOBATO
Exposição / Mostra de Banda Desenhada e Fotografia de Lobato.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda).
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / Lobato.












LIVROS DO MÊS NA BEDETECA







CORAÇÃO DE ARLEQUIM, de John Bolton e Neil Gaiman.
A revisitação da lenda de Arlequim e Columbina, célebres personagens da commedia dell'arte (forma de teatro popular improvisado) transportada até aos nossos dias de uma forma surpreendente…

















O MORRO DA FAVELA, de André Diniz.
A história de Maurício Hora, um fotógrafo do Morro da Providência (a primeira favela brasileira, no Rio de Janeiro), levada à banda desenhada por André Diniz, um dos mais interessantes autores da banda desenhada brasileira contemporânea.
















THE PHOTOGRAPHER, de Didier Lefèvre, Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier.
Uma obra comovente que relata o percurso do fotógrafo Didier Lefèvre com um grupo dos Médicos Sem Fronteiras pelo Afeganistão, em 1986.
Nota: disponível apenas em inglês.










ATELIÊS

De 2 de outubro a 25 de junho
ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
OURIÇO-DE-MAR (dos 8 aos 12 anos)
Com PAULO MONTEIRO
Horário: terças-feiras, das 18h30 às 20h00.
Frequência livre.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda).
Organização: CMB (Bedeteca de Beja).

De 4 de outubro a 27 de junho
ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
TOUPEIRA (a partir dos 13 anos).
Com PAULO MONTEIRO
Horário: quintas-feiras, das 18h30 às 20h00.
Frequência livre.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda).
Organização: CMB (Bedeteca de Beja).

Até 26 de junho
ATELIÊ DE DESENHO E PINTURA
Com ANA LOPES
Horário: segundas e quartas-feiras, das 19h30 às 21h15.
Número limite de inscrições: 10.
Mensalidade: 20 euros.
Inscrição: 5 euros.
Local: Sala de Desenho.
Organização: Associação Pegada no Futuro.
Parceria: CMB (Casa da Cultura).

Até 27 de junho
ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA I E II
Com ANA LOPES
Horário: terças e quintas-feiras, das 19h30 às 21h15.
Número limite de inscrições: 10.
Mensalidade: 20 euros.
Inscrição: 5 euros.
Local: Sala de Desenho.
Organização: Associação Pegada no Futuro.
Parceria: CMB (Casa da Cultura).

Até 26 de junho
ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO (EDITORIAL / INFANTIL)
Com ANA LOPES
Horário: segundas e quartas-feiras, das 21h30 às 23h15.
Número limite de inscrições: 10.
Mensalidade: 20 euros.
Inscrição: 5 euros.
Local: Sala de Desenho.
Organização: Associação Pegada no Futuro.
Parceria: CMB (Casa da Cultura).



CLUBES



LEMON STUDIO – CLUBE DE MANGÁ
Horário: sextas-feiras, das 16h00 às 18h30.
Frequência livre.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: Lemon Studio.
Apoio: CMB (Bedeteca de Beja).

MARATONA DE DESENHO
Das 15h00 de dia 20 de outubro, sábado, às 15h00 de dia 21, domingo
24H MANGA
Beja, Lisboa e Maia - 24 horas / 24 pranchas.
Inscrições livres.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda).
Organização: NCreatures.
Participação: Lemon Studio.
Apoio: CMB (Bedeteca de Beja).
Nota: das 14h00 às 20h00 de sábado a Bedeteca estará aberta ao público, em horário normal.







CINEMA E BANDA DESENHADA




Dia 18, quinta-feira, às 21h30
NOITE DE WESTERN
Conversa acerca do emblemático cowboy TEX, criado em 1948 pelos italianos Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini, e exibição do filme POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964), de Sergio Leone, com Clint Eastwood (um dos expoentes do western spaghetti - e o filme que inaugurou o género - com a vantagem de ser falado… em italiano).
Apresentação de Paulo Monteiro.
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda).
Organização: CMB (Bedeteca de Beja).
Entrada livre.




OUTROS SERVIÇOS

CEDÊNCIA DE ESPAÇO PARA ATIVIDADES
Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos na área da banda desenhada ou da ilustração.

APOIO A ALUNOS E PROFESSORES
Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projectos específicos na área da banda desenhada e ilustração.


CONTATOS E HORÁRIOS

BEDETECA DE BEJA
Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 – 508 Beja
Telefone: 284 313 318
Telemóvel: 969 660 234
E-mail: bedetecadebeja@cm-beja.pt
Horário: de terça a sexta-feira, das 14h00 às 23h00. Sábados das 14h00 às 20h00.


PARCEIROS

APOIOS E PARCEIROS PARA A PROGRAMAÇÃO
Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja / Associação Pegada no Futuro / Lemon Studio / Museu Regional de Beja / NCreatures /

PARCEIROS PARA A DIVULGAÇÃO NA NET
AS LEITURAS DO PEDRO, CENTRAL COMICS, DRMAKETE, KUENTRO, LEITURAS DE BD e NOTAS BEDÉFILAS

Merece uma visita!

Boas leituras

sábado, 29 de setembro de 2012

BD ao Forte (Evento integrado na Desenha '12)

Durante dois meses a BD vai ao Forte!
O Forte é o Forte do Bom Sucesso, em Belém junto à Torre, e conta com bastantes Workshops de desenho e legendagem, para além de outras actividades relacionadas com BD.

Passo a citar:

de 13 de Outubro a 15 de Dezembro

No âmbito da primeira edição da Trienal Movimento Desenho DESENHA’12, um evento partilhado por dezenas de instituições com iniciativas acerca da temática do desenho nas suas mais variadas vertentes e abordagens, ocorrerá BD AO FORTE, o certame que se centrará sobretudo no universo da banda desenhada.

Em parceria com a Liga do Combatente, todas as actividades decorrerão no Forte do Bom Sucesso em Belém, durante os dois meses do festival. No fundo, consistirá num conjunto de propostas para promover e divulgar a BD no nosso país, com workshops, exposições, lançamentos de projectos e apresentações variadas. Além disso, no lançamento e encerramento haverá uma feira de banda desenhada com a presença de alguns autores.

Saúdo André Oliveira pela sua determinação relativamente à divulgação da BD, e por mais esta boa iniciativa. Tem sido uma pessoa inexcedível em promover a BD, seja como autor, como um dos responsáveis pelo projecto Zona, ou como organizador de eventos como este.
Congratz!

Publicito quatro workshops, dois de Mário Freitas e dois de Pedro Moura:
  1. A Legendagem na BD - Um Importante Instrumento Narrativo (Mário Freitas)
  2. Análise Formal de BD (Pedro Moura)
  3. Escrita para Banda Desenhada – Linguagem e Forma (Mário Freitas)
  4. BD Experimental (Pedro Moura)

Todas as dúvidas podem ser tiradas no blogue BD ao Forte:

BD ao Forte


Boas leituras

Redcotton: Banda Desenhada - Arte Sequêncial, Workshop por André Lima Araújo


Nos dias 7, 8, 9 e 14 de Novembro, André Lima Araújo irá fazer um Workshop sobre os passos necessários para fazer uma Banda Desenhada.

André Lima Araújo, para quem não conhece, formou-se como arquitecto na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho em 2009. Em 2011 assumiu a condição de ilustrador e criador de Banda Desenhada a tempo inteiro. O seu trabalho varia entre a BD de autor, quer a solo quer em colaborações, e o trabalho como ilustrador freelancer para diversas entidades e editoras. Entre os livros já publicados encontram-se várias participações em diferentes edições da Zona (Schaffer Inc. – Parasitóide, Nómada), ilustração dos livros infantis Os Vigilantes das Lagoas (vol. I e vol. II), colaborações com Robert LeHeup (God Will Save Me, Odin), Julius Freeman (Revelation) e Ryan Landson (Samson), assim como publicações on-line de criações próprias, como Crux Et Gladius e Man Plus (andrelimaaraujo.blogspot.com). Recentemente, ilustrou para a Marvel os livros FF#22 e X-Treme X-Men #7.1.

Poderão consultar o programa e a ficha de inscrição em:

Redcotton: Banda Desenhada – Arte Sequencial


E poderão aceder ao blogue de André Lima Araújo aqui:

The Art of André Lima Araújo

O programa deste workshop é o seguinte:


7/11– Conceitos gerais

1. O que é a BD
2. A linguagem da BD
3. Tempo – Espaço
4. Processo de criação em 6 passos

8/11– Criar uma BD – parte I

1. Ideias e referências
2. Personagens
3. Estrutura e sequência
4. Design de layout – I

9/11– Criar uma BD – parte II

1. Design de layout – II
2. Outras etapas (balonagem/efeitos de som/cor)
3. Submeter o trabalho a editoras
4. Meios e materiais

14/11– A tua banda desenhada

1. Sessão prática com análise a trabalhos dos formandos
2. Perguntas & Respostas

Apresento também algumas imagens dos seus trabalhos, incluindo o Fantastic Four #22.


























Boas leituras

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

The Walking Dead Vol.3: Segurança na Prisão



A Devir publica o terceiro livro desta famosa série norte-americana em português. É de saudar esta continuação, e esperamos todos que não pare até nos aproximarmos da numeração da Image, a editora que publica no original, mas para isso acontecer pede-se que a Devir publique os seguintes com uma cadência superior ao que tem sido a norma.

A equipa criativa é a mesma do livro anterior, Robert Kirkman (argumento) e Charlie Adlard (desenho). Robert Kirkman continua a apresentar um argumento sólido, jogando com emoções levadas ao extremo numa situação extrema, e mais uma vez coloca os Zombies como personagens absolutamente secundárias.

Joga com monstros, mas os monstros não são Zombies… são pessoas bem vivas! O ambiente confinado da prisão presta-se a uma linha narrativa de terror físico e emocional, e Kirkman é mestre neste jogo de emoções e nervos à flor da pele!
Charlie Adlard tem um traço muito expressivo, mas penso que na representação humana por vezes confunde um pouco os leitores com algumas personagens muito parecidas facialmente. Quanto ao resto está muito bem, nas batalhas com Zombies, na representação gráfica de uma prisão de alta segurança, e sobretudo nos espaços muito confinados do interior da prisão. Muito bom!

O grupo sobrevivente está em movimento na busca de um local seguro e livre de Zombies para tentar viver o mais condignamente possível.
A gigantesca prisão tem quase todas as condições para tal, mas primeiro têm de se livrar de todos os Zombies que se encontram no seu interior!
Começa uma grande operação de investigação de instalações, aprovisionamentos, limpeza e caça aos Zombies que estavam no seu interior. Mas não havia só zombies no interior da prisão, quatro reclusos estavam fechados no refeitório…
Mais uma vez Kirkman joga bem com as emoções dentro de um grupo pequeno de sobreviventes, em que estes têm os nervos em franja depois todos os eventos que se seguiram ao holocausto Zombie!

Os desentendimentos sucedem-se inclusivamente entre Rick, o líder do grupo, e a sua mulher (grávida num mundo Zombie…). As terríveis decisões que ele tem de tomar a toda a hora estão decididamente a desequilibrá-lo, e nota-se que se começa a desprender um pouco da sua humanidade.
Existe uma maior interacção entre personagens secundárias neste livro, o espaço é restrito e estas conseguem ter um papel mais visível para o leitor.
De notar que este grupo não tenta apenas sobreviver, mas sim viver! Querem tornar a prisão a sua casa! Mas alguns crimes e preconceitos vão estragar esta visão…
O livro acaba em pleno “cliffhanger” deixando o leitor completamente pendurado à espera de mais!

E este é um dos problemas que eu já foquei noutros posts. A cadência de publicação da Devir é lenta de mais e leitores mais entusiastas irão ter o dilema de uma espera longa para talvez mais um livro, ou comprar o original que está ali logo à mão… eu prefiro ler em português, adoro a série, mas a Devir tem de encurtar o tempo de espera! Acho que dois ou três livros por ano era bom.
Boa série, e boa edição da Devir! O Leituras de BD recomenda.
:)
Podem ler a crítica aos dois primeiros volumes neste link:

The Walking Dead Vol.1 & Vol.2

Boas leituras

TPB
Criado por: Robert Kirkman e Charlie Adlard
Editado em 2012 pela Devir
Nota: 9 em 10

2as Conferências de Banda Desenhada em Portugal 2012


Este Sábado dia 29 de Setembro vão-se realizar na biblioteca municipal Orlando Ribeiro em Telheiras mais umas jornadas de BD patrocinadas e organizadas por Pedro Moura.
Serão apresentados estudos académicos sobre alguns trabalhos de BD, sendo que estes encontros são mais virados para investigadores desta arte do que para o público normal.

O cartaz está muito bom (pelo menos eu gosto) ao contrário do que é normal em encontros deste género, e mesmo de alguns festivais.
Parabéns ao João Maio Pinto por este cartaz!

Podem consultar o programa no seguinte link:

2as Conferências de Banda Desenhada em Portugal 2012

Boas leituras

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Palavra dos Outros: Nação Chiclete com Banana por Linck Vargas


Alexandre Linck Vargas tem nacionalidade brasileira e é professor de Cinema. Estudou Comunicação Social - Cinema e Video e tem como citação favorita: Blergh!
Apresenta hoje um texto sobre uma revista que fez história no Brasil: Chiclete Com Banana!


Nação Chiclete com Banana

Primeiramente gostaria de agradecer o convite do Nuno para escrever neste espaço. Apesar de ser uma casa do outro lado do atlântico, e mesmo possuindo seus muitos leitores brasileiros, creio que aos leitores portugueses a banda desenhada (história em quadrinho) brasileira ainda é relativamente pouco conhecida. Isso não é nenhuma surpresa, afinal para nós brasileiros as nossas próprias HQs nos são em grande parte desconhecidas.

No entanto chama minha atenção como que os frutos da já lendária revista paulistana Chiclete com Banana têm ganhado espaço no atual mercado brasileiro. Há quem defende que se trata de uma natural revalorização do quadrinho brasileiro, ainda assim desconfio porque uma produção e período específico tem ganhado maior ressonância do que outros. Neste ano saiu uma edição com todas as tiras da Rê Bordosa de Angeli, e em 2007/2008 sairam três volumes luxuosos com as histórias dos Piratas do Tietê de Laerte; tudo isso sem contar as muitas edições de bolso e a antologia da própria revista que a editora Devir não concluiu. No âmbito acadêmico, é preciso dizer, o movimento é parecido – já me deparei com muitos artigos ou monografias sobre a revista ou seus personagens.


Tendo circulado entre 1985 a 1995, Chiclete com Banana contava com quadrinistas como Laerte, Angeli, Glauco e Luiz Gê, num total de 24 edições regulares,10 especiais e derivados. Era uma época de fortes mudanças no Brasil, havia o afrouxamento e fim da ditadura militar brasileira, a tímida retomada democrática, o dragão da inflação, os muitos planos econômicos e moedas nacionais, o movimento punk, a febre new wave, o fantasma da aids, a abertura de mercado, etc.

Penso por que personagens assumidamente penetrados nesse universo hoje ganham as universidades e livrarias. Difícil apresentar uma resposta pontual, no entanto uma hipótese bastante pertinente é a de que a revista e seus personagens ganham os contornos de um momento que persiste no imaginário brasileiro. Ou seja, reler Chiclete com Banana é pensar a trindade “quem somos, de onde viemos, para onde vamos” numa versão nacionalista bem-humorada.

O que há em comum na violência e cinismo dos Piratas do Tietê, no desencanto sessentista de Wood e Stock, no niilismo oitentista de Bob Cuspe, na mulher sem glamour em Rê Bordosa, na piada gratuita nos Skrotinhos ou na sexualidade problemática em Mara Tara? Penso eu, um misto de desânimo por velhas condições e uma desconfiança pelas novas. 

Não que com isso Chiclete com Banana sofra de pessimismo crônico, o otimismo está no humor, no tipo de humor que transita entre a mais absoluta gratuidade até aquele riso nervoso que nos escapa quando estamos envergonhados diante do politicamente incorreto. Graficamente ocorre um diálogo semelhante, que vai do cartunesco fofo ao imundo do traçado. Esse humor de traço impreciso é a boa-nova da Chiclete com Banana para esse período de mudanças no Brasil. As soluções definidoras podem esperar, precisamos primeiro aprender a rir de tudo isso, a chorar de rir acima de tudo, de maneira que limpe o passado com lágrimas e abra o futuro com um sorriso debochado.

Mas eis então os dias de hoje, onde uma geração que era criança ou muito jovem agora reencontra os fantasmas da revista. Talvez esse retorno ao imaginário se dê porque nós brasileiros não aprendemos direito a rir, nosso riso ainda é do tipo vago, um tanto escapista, não é um riso irônico, desconfiado, naturalmente crítico. Como esse humor não se resolveu, deixando assim de garantir um paradoxal, porém necessário, ceticismo otimista, nos resta agora o riso atrofiado que retorna como um trauma e uma terapia de uma época de mudanças que não foram bem assimiladas ainda hoje. A pergunta existencial nacionalista persiste e a Chiclete com Banana retorna ameaçadoramente engraçada para toda uma nova geração de brasileiros. Mas que porra, hein!

Texto: Alexandre Linck Vargas



Espero que vos tenha agradado e visitem o excelente blogue do Linck:

Quadrinhos na Sargeta

Foi o primeiro artigo de um leitor brasileiro, e espero que não seja o último!
:D

Boas leituras!

23º Amadora BD: Regras e Ficha de Inscrição do Concurso de BD e Cartoon


Como é hábito no Amadora BD vai-se realizar mais um concurso de BD e Cartoon.
E como é hábito têm pouco tempo para trabalhar! Mas desta vez o tema é livre, o que facilita!
Seguem as regras!

Para vossa comodidade eu transformei em JPEG a ficha de inscrição, encontra-se no fim para poderem copiar e imprimir.

23º CONCURSO NACIONAL DE BANDA DESENHADA AMADORA 2012

1) ENTIDADE PROMOTORA
a) — Em busca de novos valores, incentivando a produção da Banda Desenhada e proporcionando a sua apresentação pública, a Câmara Municipal da Amadora, (CMA) promove o presente concurso de Banda Desenhada, inserido no 23º Amadora BD – Festival Internacional
de Banda Desenhada ‘2012, a decorrer nesta cidade entre os dias 26 de Outubro e 11 de Novembro.

2) TEMA DO CONCURSO
a) — Na edição de 2012, o tema do concurso é “ Tema Livre”.

3) CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
a) — Podem concorrer todos os autores que tenham mais de 12 anos.
b) — Os concorrentes podem apresentar bandas desenhadas realizadas individualmente ou em equipa, com texto em língua portuguesa.
c) — Cada concorrente, ou equipa, pode participar com uma banda desenhada.
d) — Os concorrentes são divididos em três escalões etários, conforme as idades, consideradas à data marcada como dia limite para receção das bandas desenhadas.
e) — Os escalões são ordenados dentro dos seguintes limites:
Escalão A - dos 17 aos 30 anos
Escalão A+ - a partir dos 31 anos
(sem BDs publicadas em álbum e que nunca tenham sido premiados pelo Amadora BD).
Escalão B - dos 12 aos 16 anos
f) — Caso haja prorrogação de prazo, é considerada a nova data para efeitos de cumprimento dos limites etários estabelecidos.
g) — Em relação às equipas, a colocação no respetivo escalão é feita atendendo à idade do mais velho dos seus elementos.

4) ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
a) — Cada banda desenhada é constituída por 4 pranchas originais inéditas, produzidas nos últimos dois anos, e que podem ser a preto e branco ou a cores.
b) — O formato das pranchas a concurso deve ser A4 (210x297mm) ou A3 (420x297mm).
c) — As quatro pranchas têm de estar numeradas.
d) — A primeira e a última prancha, sendo o princípio e fim da narrativa, deverão apresentar características próprias da linguagem da 9ª arte, nomeadamente: esclarecer graficamente o início da história da primeira página com cabeçalho e título ou outra forma que o autor julgue mais adequada; o final da narrativa na última página deverá ser claro.
e) —Os concorrentes devem ter a noção que, em caso de publicação, as legendas, textos de balões e restante letragem terão de ser legíveis no formato A4, em particular os que originalmente são feitos em A3 que terão de ser reduzidos para metade, pelo que o júri tomará em conta este fator na seleção dos trabalhos;
f) — Os textos, quando os houver, devem ser apresentados, quer pelos concorrentes portugueses quer pelos estrangeiros, em português (exceção para expressões avulso, onomatopeias
ou estrangeirismos). A legendagem tem que ser facilmente legível por todas as pessoas.
g) — Os erros ortográficos e gramaticais pesarão nas decisões do júri, especialmente em caso de empate entre dois ou mais concorrentes.
h) — Os autores devem fazer duas fotocópias de cada prancha, ficando uma em seu poder e enviando a outra juntamente com o original.
i) — As pranchas não podem estar assinadas. Os concorrentes devem deixar um pequeno espaço em branco em cada uma delas a fim de posteriormente as assinarem, para efeitos de exposição ou publicação.
j) — No caso de se tratarem de pranchas feitas anteriormente e já assinadas, a assinatura deve ser coberta por uma tira de papel opaco ou por um guache branco.
k) — Todas as pranchas e respetivas cópias devem estar numeradas legivelmente e identificadas com o pseudónimo e escalão no verso.
l) — O pseudónimo deve ser totalmente original, não podendo ter sido utilizado anteriormente pelo(s) autor(es).

5) CALENDÁRIO
a) — A data limite para entrega dos trabalhos na CMA – CNBDI é o dia 8 de Outubro de 2012 até às 17:00 horas.
b) — No caso das bandas desenhadas serem enviadas pelo correio, independentemente da data constante no carimbo dos correios, os participantes / autores nacionais e do estrangeiro terão de se assegurar que a BD concorrente chegará à organização sedeada no CNBDI da Amadora até 8 de Outubro de 2012, independentemente da data do selo de correio nacional ou internacional.
c) — Os trabalhos que cheguem depois desta data, não serão considerados pelo júri, sendo devolvidos ao(s) concorrente(s).
d) — A CMA - CNBDI não se responsabiliza por qualquer trabalho que chegue após o dia da reunião de Júri, independentemente da data de carimbo dos correios.
e) — Os trabalhos que não forem premiados serão devolvidos pela CMA por correio registado aos concorrentes.
f) — A CMA não se responsabiliza pelos trabalhos que não forem levantados nas respectivas estações dos correios.
g) — A partir do dia 14 de Dezembro a CMA / Amadora BD não se responsabiliza pelo estado de conservação e pela devolução dos trabalhos que não forem levantados nas respetivas estações dos correios.

6) INSCRIÇÃO
a) — Para efeitos de participação, os concorrentes devem recortar ou fotocopiar o cupão publicado nestas normas, preenchê-lo e enviá-lo juntamente com uma fotocópia legível do Cartão de Cidadão [ou Bilhete de Identidade (BI) + cartão de Número de Identificação Fiscal, (NIF, vulgo Cartão de Contribuinte)].
b) — Os concorrentes deverão acompanhar obrigatoriamente os trabalhos de uma biografia e foto do(s) respetivo(s) autor(es).
c) — As inscrições apenas se consideram válidas após a receção da obra concorrente e de todos os documentos solicitados, não sendo suficiente o envio do cupão.
d) — Os trabalhos concorrentes, devem ser enviados ou entregues diretamente até 8 de Outubro de 2012 (dias úteis, entre as 10:00 e as 17:00 horas), a:
23º Concurso de BD
Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada
CMA/CNBDI - Av. do Brasil, 52-A
2700-134 AMADORA/PORTUGAL

7) EXPOSIÇÃO DE OBRAS
a) — Todos os trabalhos inscritos para o concurso estão sujeitos a pré-seleção do júri em função do espaço disponível para exposição.
b) — A montagem e desmontagem da exposição com os trabalhos que participam no concurso e selecionados pelo júri é da exclusiva responsabilidade da CMA.
c) — A exposição estará patente durante o 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada.
d) — A organização faz o seguro de todas as obras presentes. É também da sua responsabilidade instalar no recinto da exposição um sistema de vigilância.

8) JÚRI
a) — O júri deste concurso é constituído pelo diretor do Amadora BD que o preside,
um autor de BD, um autor do Cartoon, um argumentista, um crítico e estudioso de BD, um crítico e estudioso do Cartoon/Caricatura, um representante da imprensa, um criador e investigador de fanzines, o comissário da exposição central do Amadora BD e um professor
de uma escola secundária da Amadora.
b) — Ao júri cabe realizar a pré-seleção para exposição, decidir e ordenar os trabalhos premiados.
c) — Ao júri reserva-se o direito de não atribuir qualquer ou algum dos prémios se o mérito dos trabalhos não o justificar.
d) — O júri reúne em Outubro de 2012.
e) — Das decisões do júri não haverá recurso.

9) PRÉMIOS
a) — Porque a BD é antes de mais uma arte para ser fruída através da sua publicação, a organização, realizará todos os esforços com o objetivo de editar os trabalhos premiados.
b) — Os prémios pecuniários são distribuídos da seguinte forma:
ESCALÃO A ESCALÃO A+ ESCALÃO B
1º Prémio — € 1.000,00 P rémio Único — € 1.000,00 1º Prémio — € 750,00
2º Prémio — € 750,00 2º Prémio — € 600,00
3º Prémio — € 600,00 3º Prémio — € 500,00
c) — Será evitado pelo júri a atribuição de mais que um prémio para o mesmo lugar.
d) — Caso se justifique, o júri poderá distinguir alguns trabalhos com a designação de Menção Honrosa, sem a atribuição de prémios ou troféus.

10) NOTAS FINAIS
a) — Os originais das bandas desenhadas premiadas são propriedade da entidade promotora.
b) — Todos os concorrentes têm direito a catálogo do Festival e entrada livre em todas as iniciativas do Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada, devendo para tal identificar-se e solicitá-lo na recepção do evento.
c) — Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela entidade organizadora, não havendo recurso das decisões do Júri.
d) — A apresentação dos trabalhos representa a aceitação plena das presentes normas
regulamentares por parte dos concorrentes a este concurso.

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21º CONCURSO DE CARTOON AMADORA 2012

1) ENTIDADE PROMOTORA
a) — Em busca de novos valores, incentivando a produção de cartoon e proporcionando a sua apresentação pública, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) promove o presente concurso de Cartoon, inserido no 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada ‘2012, a decorrer nesta cidade entre os dias 26 de Outubro e 11 de Novembro.

2) TEMA DO CONCURSO
a) — Na edição de 2012, o tema do concurso é “ Tema Livre”.

3) CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
a) — Podem concorrer todos os autores que tenham mais de 16 anos de idade considerada à data marcada como o dia limite para a receção dos cartoons.
b) — Os concorrentes podem apresentar trabalhos realizados individualmente ou em equipa.
c) — Os concorrentes são divididos em dois escalões etários, conforme as idades, consideradas à data marcada como dia limite para receção das bandas desenhadas.
d) — Os escalões são ordenados dentro dos seguintes limites:
Escalão C — dos 16 aos 30 anos
Escalão C+ — a partir dos 31 anos (sem Cartoons publicados na imprensa e que nunca tenham sido premiados pelo Amadora BD).
e) — Cada concorrente, ou equipa, pode participar com o máximo de 2 trabalhos utilizando um pseudónimo diferente para cada trabalho.
f) — Caso haja prorrogação de prazo, é considerada a nova data para efeitos de cumprimento dos limites etários estabelecidos.
g) — Em relação às equipas, a colocação no respetivo escalão é feita atendendo à idade do mais velho dos seus elementos.

4) ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
a) — Só são aceites trabalhos originais inéditos, produzidos no ano corrente que podem ser a preto e branco ou a cores.
b) — O formato dos trabalhos admitidos é o A4 (210X297mm).
c) — Os autores devem fazer duas fotocópias de cada trabalho, ficando uma em seu poder e enviando a outra juntamente com o original.
d) — Os trabalhos não podem estar assinados. Os concorrentes devem deixar um pequeno espaço em branco em cada uma delas a fim de posteriormente as assinarem, para efeitos de exposição ou publicação.
e) — No caso de se tratarem de cartoons já assinados, a assinatura deve ser coberta por uma tira de papel opaco ou por um guache branco.
f) — Todos os cartoons e respetivas cópias devem estar legivelmente identificados com o pseudónimo no verso.
g) — O pseudónimo deve ser totalmente original, não podendo ter sido utilizado anteriormente pelo(s) autor(es).
h) — Os textos, quando os houver, devem ser apresentados, quer pelos concorrentes portugueses quer pelos estrangeiros, em português (exceção para expressões avulso ou estrangeirismos). A legendagem tem que ser legível.
i) — Os erros ortográficos pesarão nas decisões do júri, especialmente em caso de empate entre dois ou mais concorrentes.

5) CALENDÁRIO
a) — A data limite para entrega dos trabalhos na CMA - CNBDI é o dia 8 de Outubro de 2012 até às 17:00 horas.
b) — No caso dos Cartoons serem enviados pelo correio, independentemente da data constante no carimbo dos correios, os participantes / autores nacionais e do estrangeiro
terão de se assegurar que o Cartoon concorrente chegará à organização sedeada no CNBDI da Amadora até 8 de Outubro de 2012, independentemente da data do selo de correio nacional ou internacional.
c) — Os trabalhos que cheguem depois desta data, não serão considerados pelo júri, sendo de imediato devolvidos ao(s) concorrente(s).
d) — A CMA - CNBDI não se responsabiliza por qualquer trabalho que chegue após o dia da reunião de Júri, independentemente da data de carimbo dos correios.
e) — Os trabalhos que não forem premiados serão devolvidos pela CMA por correio registado aos concorrentes.
f) — A CMA não se responsabiliza pelos trabalhos que não forem levantados nas respectivas estações dos correios.
g) — A partir do dia 14 de Dezembro a CMA / Amadora BD não se responsabiliza pelo estado de conservação e pela devolução dos trabalhos que não forem levantados nas respetivas estações dos correios.

6) INSCRIÇÃO
a) — Para efeitos de participação, por cada Cartoon enviado, os concorrentes devem recortar ou fotocopiar o cupão publicado nestas normas, preenchê-lo e enviá-lo juntamente com uma fotocópia legível do Cartão de Cidadão [ou Bilhete de Identidade (BI) + cartão de Número de Identificação Fiscal, (NIF, vulgo Cartão de Contribuinte)].
b) — Os concorrentes deverão acompanhar obrigatoriamente os trabalhos de uma biografia e foto do(s) respectivo(s) autor(es).
c) — As inscrições apenas se consideram válidas após a receção da obra concorrente e de todos os documentos solicitados, não sendo suficiente o envio do cupão.
d) — Os trabalhos concorrentes devem ser enviados ou entregues diretamente até 8 de Outubro de 2012 (dias úteis, entre as 10:00 e as 17:00 horas) a:
21º Concurso de Cartoon
Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada
CMA/CNBDI - Av. do Brasil, 52-A
2700-134 AMADORA/PORTUGAL

7) EXPOSIÇÃO DE OBRAS
a) — Todos os trabalhos inscritos para o concurso estão sujeitos a pré-selecção do júri, em função do espaço disponível para exposição.
b) — A montagem e desmontagem dos trabalhos que participam no concurso é da exclusiva responsabilidade da CMA.
c) — A exposição estará patente durante o 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada.
d) — A organização faz o seguro de todas as obras presentes. É também da sua responsabilidade instalar no recinto da exposição um sistema de vigilância.

8) JURI
a) — O júri deste concurso é constituído pelo diretor do Amadora BD que o preside, um autor de BD, um autor do Cartoon, um argumentista, um crítico e estudioso de BD, um crítico e estudioso do Cartoon/Caricatura, um representante da imprensa, um criador e investigador de fanzines, o comissário da exposição central do Amadora BD e um professor
de uma escola secundária da Amadora.
b) — Ao júri cabe realizar a pré-seleção para exposição, decidir e ordenar os trabalhos premiados.
c) — Ao júri reserva-se o direito de não atribuir qualquer ou algum dos prémios se o mérito dos trabalhos não o justificar.
d) — O júri reúne em Outubro de 2012.
e) — Das decisões do júri não haverá recurso.

9) PRÉMIOS
a) — Porque o cartoon é antes de mais uma arte para ser fruída através da sua publicação, a organização realizará todos os esforços com o objectivo de editar os trabalhos premiados.
b) — Os prémios pecuniários são distribuídos da seguinte forma:
ESCALÃO C ESCALÃO C+
1º Prémio — € 600,00 P rémio Único — € 600,00
2º Prémio — € 450,00
3º Prémio — € 350,00
c) — Será evitado pelo júri a atribuição de mais que um prémio para o mesmo lugar.
d) — Caso se justifique, o júri poderá distinguir alguns trabalhos com a designação de Menção Honrosa, sem a atribuição de prémios ou troféus.
e) — No caso de ser uma equipa a vencer um dos prémios, este será entregue ao elemento mais velho da equipa.

10) NOTAS FINAIS
a) — Os originais dos Cartoons premiados são propriedade da entidade promotora.
e) — Todos os concorrentes têm direito a catálogo do Festival e entrada livre em todas as iniciativas do 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada, devendo para tal identificar-se e solicitá-lo na recepção do evento.
b) — Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela entidade organizadora, não havendo recurso das decisões do Júri.
c) — A apresentação dos trabalhos representa a aceitação plena das presentes normas regulamentares por parte dos concorrentes a este concurso.

Publicado a 26/09/2012 / CNBDI


Para aumentar a ficha de inscrição clicam na ficha, e depois clicam novamento, mas desta vez com o botão direito do rato, e escolhem a opção "Ver Imagem". Depois salvam para vocês!

Boa sorte!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

23º Amadora BD: Primeiras Notícias


O Amadora BD deu ontem o primeiro sinal público de vida, com algumas informações inseridas numa newsletter.
Infelizmente no mail de hoje não me chegou o anexo onde deveriam constar as regras para o concurso, e apesar de ter tentado que mo mandassem tal não foi possível. Assim as regras deste concurso, felizmente de TEMA LIVRE (YAY) irão ser colocadas online quando alguém do Amadora BD me enviar esse anexo.
Assim aqui vão as primeiras informações sobre o festival!

A Festa da BD em Portugal
Entre os dias 26 de Outubro e 11 de Novembro, o Fórum Luís de Camões, na Amadora, é o ponto de encontro internacional da Banda Desenhada.

Fórum Luís de Camões
Núcleo Central de Exposições
Rua Luís Vaz de Camões – Brandoa — T (+351) 214 948 642
Coord GPS: LAT 38°45’52.84”N / LONG 9°12’49.60”O
Seg a Qui, Dom e Feriado — 10:00h-20:00
Sex e Sab — 10:00-23:00

Autores Nacionais e Estrangeiros
Sessões de Autógrafos
Exposições
Debates e Colóquios
Feira do Livro
Novidades Editoriais
Espectáculos Musicais
Animação Infantil

Destaques
A Autobiografia na Banda Desenhada
Exposição central dedicada às várias e fantásticas dimensões de cada autor e das suas histórias em banda desenhada. A reflexão individual como reflexão social na BD contemporânea.








Spiderman
O Homem Aranha faz 50 Anos e a capital da Banda Desenhada recebe mais um super-herói
e seus amigos. Uma exposição que não vai querer perder.
Co-produção: Marvel, Fundação Franco Fossati e Museo del Fumetto, dell’illustrazione
e dell’immagine animata, Milão.







Paulo Monteiro, Ricardo Cabral e Ana Afonso
Uma nova geração de autores portugueses, com trabalhos publicados em Portugal
e no Estrangeiro, espera por si no Fórum Luís de Camões. Apareça.


Cyril Pedrosa
O álbum Portugal deste autor com ascendência portuguesa foi prémio FNAC em França.
O lançamento da obra em português, com a chancela das Edições ASA/Leya terá lugar
no AmadoraBD.

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AmadoraBD Júnior Sábados e Domingos de manhã, no Fórum Luís de Camões.


Oficinas





Pinturas Faciais
É só escolher a pintura que mais gostas e o resto fica por nossa conta.
Todos os produtos são adequados e anti-alérgicos.







Modelagem de Balões
De todos os tamanhos e feitios em forma de flores, espadas, cães, chapéus, corações…
para distribuir às crianças.




Cinema de Animação
Vem conhecer e experimentar os jogos ópticos e as técnicas do cinema de animação.
Vais ver como é divertido fazer um filme.

Música Digital Para criar os sons dos filmes de animação.
Com recurso a um computador e aparelhos electrónicos, os mais novos podem compor a música que dará vida aos filmes.






Oficina de Origami
A partir de uma folha de papel podes criar as figuras que quiseres.
Vem conhecer o origami, uma arte ancestral japonesa.

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O Festival pela Cidade




Para além do núcleo central do AmadoraBD, no Fórum Luís de Camões, existem outros espaços expositivos na Amadora e que são de acesso gratuito.
Na Amadora
Maria João Worm
Prémio Nacional de Ilustração 2011





Constelations
Os dez anos da Maison des Auteurs, em Angoulême





Casa Roque Gameiro
Largo 1º de Dezembro 54 — Venteira — T (+351) 214 369 058
Seg a Sab 10:00-12:30 e 14:00-17:30 / Encerrado Dom e Feriados.
A Peregrinação - Fernão Mendes Pinto










Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem
Av. do Brasil 52 A — Falagueira — T (+351) 214 369 057
Seg a Sex — 9:30-12:30 e 14:00-18:00 / Sab e Dom — 14:00-19:00
A Pintura de Vitor Mesquita







Galeria Municipal Artur Bual
Av. MFA – Edifício dos Paços do Concelho — Mina — T (+351) 214 369 059
Ter a Sex — 10:00-12:30 e 14:00-18:00 / Sab, Dom e Feriados 15:00-18:00
Amadora Cartoon

Recreios da Amadora
Av. Santos Matos 2 — Venteira — T (+351) 214 927 315
Ter a Dom — 14:00-17:30 / Encerrado Seg
Em Lisboa
Comic-Transfer
UrbanSketches Till Laßmann e Ricardo Cabral
ORG: Goethe Institute




Campo dos Mártires da Pátria 37 — 1169-016 Lisboa — T (+ 351) 218 824 510
BDs Autobiográficas Francesas
Cyril Pedrosa e Mathieu Sapin
Instituto Francês em Portugal






Avenida Luís Bívar 91 — 1050-143 Lisboa — T (+ 351) 213 111 400
Intervenções de grafiters e artistas de BD Amadora e Lisboa
Galeria de Arte Urbana da C. M. Lisboa
Publicado a 25/09/2012 / CNBDI

Boas leituras

terça-feira, 25 de setembro de 2012

12 - A Doce


Este é o primeiro livro de François Schuiten a “solo”.
E este não é um livro da série “Cidades Obscuras”. O ambiente gráfico é muito parecido, mas logo à partida falta uma “pequenina coisa”: o argumentista Benoît Peeters!

Este livro é directamente inspirado numa locomotiva real, que foi campeã de velocidade no seu tempo. E era linda, como podem ver pelos desenhos fiéis de François Schuiten!
Este livro “acompanha” também o restauro actual desta locomotiva que percorreu os caminhos-de-ferro Belgas nos anos 30 atingindo a velocidade espantosa de 165 Km/hora, sendo que era a vapor. O seu perfil altamente aerodinâmico talhava-a para a velocidade, assim como o seu poderoso motor. A 2ª Grande Guerra acabou com ela…

François Schuiten já foi amplamente apresentado neste blogue, basta clicar no nome dele e terão mais obras e referências a este espantoso desenhador. Mas um espantoso desenhador não quer dizer o mesmo que um espantoso argumentista… nota-se que falta alguma solidez no argumento, com alguns buracos e alguma falta de desenvolvimento em algumas cenas que ganhariam muito com isso. Nota-se perfeitamente o amor que François Schuiten tem por estas locomotivas, amor este amplamente transposto para a personagem principal, Leon Van Bel.

Também é notório como François Schuiten se refugia num ambiente confortável para ele, um ambiente que é um perfeito paradoxo temporal em que temos uma locomotiva dos anos 30, mas o vestuário das personagens não é desta altura, assim como muita da arquitectura. Ou seja, um ambiente típico da série “Cidades Obscuras”! Nem faltam os componentes completamente fora de tempo e de dimensão real, como a enorme linha de teleféricos que substituía os caminhos-de-ferro.

O desenho a preto e branco de Schuiten é irrepreensível, a construção das páginas e os pormenores que este desenhador consegue fazer sobressair em vinhetas de página inteira são extraordinários! O jogo entre a luz e a sombra leva o grafismo deste livro a ganhos de expressividade fora do normal, e sem nunca esquecer os pormenores, levam a arte para patamares bem elevados dentro deste género. Dos grandes planos pode-se dizer que são enormes, os close-ups plenos de expressividade.

Esta é uma história de amor, no fundo e basicamente. O amor de um velho condutor pela sua locomotiva, uma luta contra a extinção de uma forma de estar, que foi o conforto de Leon Van Bel durante toda a sua vida. E no fim da sua vida querem-lhe tirar a “menina dos seus olhos”, pior, substituí-la por um transporte electrico sem história… Leon AMA mesmo a sua locomotiva, “A Doce”, e por ela faz tudo! As estações estão a fechar, os comboios estacionam em gigantescos cemitérios, o país está inundado. O transporte substituto é o teleférico, grandes linhas atravessam aereamente os campos inundados, talvez pelas barragens necessárias para gerar a grande quantidade de eletricidade que este meio de transporte de pessoas e mercadorias absorvia.
Os fogueiros unem-se para salvar a 12, mas esta união em volta do sonho de Leon cai quando este defende uma jovem ladra de ser violada pelos restantes fogueiros e condutores de locomotivas. A 12 desaparece para lugar incerto. Aqui nasce uma relação um pouco estranha entre um velho doente, e uma bela jovem muda: Elya.
Vão até ao fim do mundo para descobrir para onde levaram a Doce!
De notar que esta é uma bela edição da ASA, e que este livro sai em Portugal com duas capas, uma delas pertencente a uma tiragem limitada. A nota que eu vou dar é essencialmente pelo desenho de François Schuiten.

Boas leituras

Hardcover
Criado por: François Schuiten
Editado em 2012 pela ASA
Nota 9 em 10

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ilustração: Final Crisis Revelations - Batwoman (Philip Tan)


Sempre gostei desta capa! O autor é o filipino Philip Tan,e aqui mostra o seu trabalho no spin-off de Final Crisis: Revelations.
Este artista é mais conhecido pelo seu trabalho em Spawn, Uncanny X-Men e Iron Man; mas também já trabalhou em Green Lantern e em Batman and Robin de Grant Morrison.

Um excelente pin-up da Batwoman que deu uma excelente capa!

Boas leituras

domingo, 23 de setembro de 2012

A Palavra dos Outros: Vilões Disney (Parte I) por Hugo Silva


Hugo Silva traz-nos hoje a vertente "negra" da Disney! Ou seja alguns dos seus vilões.
Fiquem com as palavras do Hugo Silva:

Vilões Disney (Parte I)


A Disney tinha o condão de criar vilões para as suas revistas em quadradinhos com os quais podíamos simpatizar e até ter pena deles, completamente o oposto dos seus filmes de animação onde os vilões eram maquiavélicos e nos aterrorizavam. Nas revistas que chegavam a Portugal pelas mãos da editora Abril, podíamos apreciar as aventuras e desventuras de grupos como o dos Irmãos Metralha ou de bruxas como a Maga Patalógika.

O núcleo do Tio Patinhas era o que nos apresentava mais vilões, uns interessados na fortuna do velho avarento, outros apenas numa moeda e outros ainda querendo apenas mostrar que eram superiores a ele. O grupo dos Irmãos Metralha era aquele que mais aterrorizava o velho que dependia da ajuda dos seus sobrinhos para frustrar os planos deles, que tentavam sempre ficar com toda a fortuna do pato e deixá-lo na penúria.

Os Irmãos Metralha (Beagle Boys), um trio de irmãos que tinha números em vez de nomes (176-761, 176-671, 176-176), foram uma criação do mestre Carl Barks e apareceram pela primeira vez com esse nome em 1951 na revista #134 “Walt Disney Comics and Stories”, e que víamos com umas camisolas alaranjadas com uma placa com o número ao peito, apesar de também aparecerem com camisolas vermelhas como na versão original, tentando constantemente assaltar a caixa forte do Patinhas mas que acabavam sempre atrás das grades.



Numa história da década de 80, o velho avarento desiste de lutar contra eles e entrega a sua fortuna e a sua caixa forte a estes vilões e vai viver para a casa do Donald. Estes depois de se divertirem com uns mergulhos na caixa forte, rapidamente ficam fartos do presente quando o têm que defender todos os dias dos ataques de outros criminosos ou então de terem que estar sempre ao telefone a resolver os negócios relacionados com a fortuna. Esta história do autor Giogio Cavazzano, acaba com os irmãos a entregar de novo a caixa forte ao Tio Patinhas e a prometerem não o atacar durante um tempo. Eu gostava muito dos planos que envolviam negócios legítimos dos Irmãos, como o de estarem a escavar algo e aproveitarem para cavar um túnel até à caixa forte.

A dada altura as histórias Disney no Brasil começaram a ser feitas por Brasileiros, e os Irmãos Metralha foram dos que mais beneficiaram com isso, ganharam destaque graças a 2 integrantes que se tornaram famosos, o Vovô Metralha e o Azarado (1313), em especial nas histórias que o Vovô contava sobre os antepassados desses vilões e de como o Azarado os impedia sempre de terem sucesso.



Por norma era só os 3 irmãos a atacar a caixa forte, mas quando o plano assim o exigia chegavam a chamar a família toda, ou então enganavam a simpática Madame Min, uma bruxa do bosque que se perdia de amores por outro vilão da Disney (O Mancha Negra do qual falarei no próximo post) e que se pegava constantemente com o Professor Pardal para provar que a Magia era superior à ciência, para que esta os ajudasse apesar de ela não ter nenhum interesse na fortuna do pato.

Já a sua amiga Maga Patalógika (Magica De Spell) vivia obcecada com a Moeda Número Um do muquirana, e tentava por todos os meios roubar essa moeda de modo a obter através de feitiços a sorte que esta dava ao Tio Patinhas. Maga é mais uma criação do grande Carl Barks, que se inspirou na actriz Italiana Sophia Loren para desenhar uma bruxa que fugia do conceito “feia com verruga” e tinha até alguma beleza e sensualidade no seu aspecto visual.
Foi em 1961 que ela apareceu, e começaram a ser constantes as tentativas de roubo da Moeda ou então as tentativas de a derreter no vulcão Vesúvio nas poucas ocasiões em que conseguiu roubar a moeda ao velho avarento. Ela chegou a viajar no tempo para roubar assim um Patinhas criança no momento em que ele ganhasse a sua primeira moeda, mas saiu mesmo assim frustrada nos seus intentos. Outro grande obstáculo nos seus planos eram sempre os sobrinhos do Patinhas, em especial os escoteiros mirins que conseguiam sempre descobrir e impedir os seus planos maquiavélicos.



















Mas não eram sempre os bandidos que apoquentavam a vida do Tio Patinhas, os seus colegas milionários também não o deixavam em paz e por vezes tinham planos que o deixavam à beira de um ataque de nervos.

Patacôncio (John D. Rockerduck) foi uma criação do genial Carl Barks mas ao qual nunca deu muita importância e foi Don Rosa quem lhe deu uma origem e o tornou um personagem famoso na Europa e no Brasil. Acompanhado do seu secretário Roque, este herdeiro da fortuna do seu pai era um mãos largas que adorava irritar o Patinhas e o tentar ultrapassar no título de Pato mais rico do mundo. Ele até tinha um jornal, O Patranha, para competir com o Patada do Patinhas e uma das minhas histórias preferidas é de quando ambos decidem criar uma estação de TV.




O Patacôncio tinha o condão de fazer o Patinhas gastar dinheiro, já que não queria ficar para trás e tentava (mesmo que de uma forma económica claro) sempre responder à letra aos desafios deste seu rival. A diferença é que Patacôncio chegava ao ponto de não se importar de ir a extremos que chegavam a ferir pessoas ou a destruir propriedades, era isso que o prejudicava e que muitas vezes levava a que perdesse os desafios que acabavam quase sempre com ele a comer o seu chapéu de raiva.

Mas para Barks o verdadeiro rival do Patinhas, e o segundo Pato mais rico do mundo, era o Pão Duro Mac-Mônei (Flinthear Glomgold) um bilionário Sul-Africano/Escocês um pouco mais velho que o Patinhas, e que vivia isolado de tudo e de todos apenas aparecendo quando queria mostrar que era ele realmente o pato mais rico do mundo. Este era um verdadeiro vilão, numa das histórias de Barks chega a atirar bombas para cima dos sobrinhos do Patinhas para ver se vence a disputa com o velho avarento e nas suas aparições era sempre um rival que fazia suar o Tio Patinhas, muito mais do que o Patacôncio por exemplo. Mas Don Rosa não o utilizou muitas vezes, e os leitores gostaram sempre mais de o ver a escrever histórias onde Patacôncio aparecia para disputar o título de Pato mais rico do mundo.


Mas não eram só os patos bilionários que atrapalhavam a vida do nosso herói, Barks criou a personagem Porcolino Leitão (Soapy Slick) um agiota que emprestava dinheiro aos garimpeiros pobres e ao qual o Patinhas teve que recorrer nos seus primeiros dias de garimpagem também deu algum trabalho ao nosso herói ao longo dos anos, mas em muito menor escala.
No próximo post falarei de outros vilões das revistas Disney, mostrando que nestas BD também existiam vilões de impor respeito aos outros vilões e super vilões.

Texto: Hugo Silva

Não se esqueçam de visitar o grande blogue da nostalgia, assinado por Hugo Silva:

Boas leituras

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Opiniões Várias Sobre a Banda Desenhada em Portugal


Já há uns tempos que ando calado mostrando uns livros e umas imagens e o blogue tende a tornar-se monótono.
Assim lá vou hoje arranjar mais uns tipos que vão ficar chateados comigo! É a vida…

Primeiro quero falar de coisas agradáveis.
Existem alguns protagonistas neste meio que têm decididamente o meu aplauso. E porque não tenho medo de falar em nomes posso enumerar dois por razões diferentes. Atenção, outros que primam pelo amor que têm à Banda Desenhada também têm o meu respeito! Nada de confusões…

Primeiro quero salientar o papel editorial da Maria José Pereira que, contra todas as dificuldades que tem dentro da ASA/Leya, tem conseguido trazer-nos livros de qualidade europeia, com capas desenhadas pelos autores apenas para NÓS portugueses (sim, os franceses já ficaram com inveja de nós…).
De notar que apesar do corte editorial da ASA no departamento de BD, esta continuou a publicar séries on-going, iniciar outras e muito importante: estar aberta aos autores portugueses.
Não publica Comics? Não. Outros o façam, não é a especialidade “da casa” portanto outros que se cheguem à frente. Críticas antigas? Séries canceladas, pois, pelos vistos (devagarinho) o departamento de BD da ASA tem andado a continuar, conforme deixam na Leya ou conforme as vendas para o público: Bouncer, Murena, Armazém Central, Thorgal, Escorpião, Gato do Rabino, Águias de Roma para dar alguns exemplos. Reedições com roupagem nova como o Corto Maltese, que esgotam apesar do preço, Asterix de cara lavada para o filme de Outubro, Alix e o Vagabundo dos Limbos para os nostálgicos. Bom… já perceberam, não vou ser exaustivo!
Fora dos livros, esta responsável editorial conseguiu o feito de arranjar um espaço EXCLUSIVO para a BD numa livraria da Leya, a Buchholz, só dedicado a pequenos eventos de Banda Desenhada. Parece fácil? Então tentem fazer o mesmo!

Numa vertente comercial bastante agressiva, mas com qualidade e garra, destaco Mário Freitas o responsável da Kingpin. Chamou a si um dos grandes festivais de BD em Portugal, iniciativa própria, e sem apoios monetários de ninguém, conseguindo a diálise entre a Manga/Anime e os Comics. Isto está impresso no nome. Mas isso foi o início! São apresentados livros, exposições e debates com autores estrangeiros de qualidade, e autógrafos. Mas… e os autores portuguese? Passam por lá também praticamente nos mesmos moldes. Como juntar e colar isto tudo? Muita animação proporcionada por Cosplayers e muita juventude! É uma festa na BD portuguesa!

As lojas de BD estão mal? A Kingpin não se queixa. Grande marketing e agressividade comercial levam a marca a uma posição não de sobrevivência, mas de vivência. A Kingpin está em todos os eventos (ou quase) sempre com boas bancas, e incrivelmente… vende! Porque será? Talvez porque se esteja sempre a reinventar cada vez que é necessário. Edição de livros? Pois, a Kingpin também o faz. Com as limitações de uma pequena empresa, não entra em loucuras e vai pondo o seu símbolo nas lombadas de alguns livros de qualidade (infelizmente com tiragens pequenas), mas estranhamente ignorados no nosso meio bedéfilo. Porquê? Eu até podia dizer, mas ficava-me mal. Mário Freitas pode ser um dínamo em pessoa, mas como é lógico boa parte do seu sucesso é saber rodear-se das pessoas certas nas alturas certas, mas para fazer isso também é preciso saber cativar e motivar os colaboradores!

O meu “prémio resiliência” vai para o Paulo Monteiro!
Um festival organizado por uma Câmara Municipal tem destes problemas… falta o dinheiro no país, e a torneira fecha-se para este tipo de eventos culturais. O Paulo Monteiro conseguiu ao longo dos anos fazer um dos festivais mais agradáveis a que eu já fui. Já falei bastante noutras alturas sobre as características únicas deste festival (basta clicarem na “tag” FIBDB), e fazer um festival internacional de BD numa cidade muito interior de Portugal é obra!
Este ano o Paulo Monteiro viu inicialmente este festival ser praticamente cancelado devido à crise… Baixou os braços? Não. Desistiu? Não! Foi para a frente com os amigos que arranjou ao longo do tempo fazendo um festival com a “prata da casa” e curtíssimos apoios financeiros. Não teve o brilho de outras alturas, mas não deslustrou em nada a BD. Conseguiu um programa diabólico, sem parar, e sempre ao minuto para que tudo o que organizou estivesse no ar a horas e de acordo com o programa. Coragem e empreendedorismo! É o Paulo Monteiro!

Outras editoras para além das que já falei neste texto também merecem referência. A Devir não publicou muitos livros, mas conseguiu pôr à disposição dos portugueses uma grande obra da BD mundial: Blankets! Os meus parabéns por isso, foi uma grande edição em capa dura mas temo que os portugueses na sua generalidade não mereçam obras deste calibre. Espero sinceramente que tenha vendido bem para talvez Habibi ser publicado também. Quanto às restantes publicações desta editora tenho a dizer o seguinte… Publicar o excelente Manga Death Note em português é bom! Muito bom! Mas… uma série que já foi terminada no original e em inglês há muito tempo, e nem sequer tem muitos volumes, tem de ter um ritmo certo de publicação. Isso não acontece. Uma série destas tinha de ter pelo menos três volumes publicados por ano num ritmo constante. Outra grande série que esta editora se propôs a publicar foi Walking Dead. No original vai no Vol.16, e aqui está a ser publicada ao ritmo da série de TV! Ou seja… nunca mais chegamos lá, a não que comecemos a comprar em inglês!
Qual é o aspecto negativo desta irregularidade de publicação, para não falar na míngua que é um livro por ano? O fantasma do cancelamento! Sobretudo no que respeita a Death Note. Nunca mais sai o próximo, e algumas pessoas que não costumam comprar em inglês começam a atrever-se agora! Isto é muito pernicioso para o nosso mercado, e para as outras editoras. As pessoas descobrem que podem comprar facilmente importados e não é assim tão difícil de ler!

A Contraponto surge no mercado com outra grande obra autobiográfica: Persepolis. Num único volume, que pareceu um golpe de mágica, eis que surge esta obra premiada em todo o mundo. Mas a Contraponto depois disso já publicou mais dois livros de BD! Vamos a ver se é para continuar.
Mas não foi só a Contraponto a surpreender, a Saída de Emergência depois da obra de David Soares “É de Noite que Faço as Perguntas”, com que iniciou o seu catálogo de BD (corrijam-me se estiver enganado), publica O Cavaleiro de Westeros! Espero que esta editora também inicie a série principal de George R.R. Martin em BD (não sei se é pedir de mais…)!
A Booksmile dá a ideia que apanhou um susto comercial com o excelente Scott Pilgrim, e penso que abandonou a BD…

Falando de concursos, eventos e festivais.
Tivemos festivais que sobreviveram (Beja) felizmente. Esperemos que para o ano tudo corra ainda melhor a este festival. O Amadora BD não sei se vai continuar na mesma, se se vai modificar, melhorar, piorar, enfim daqui a um mês vamos descobrir! Gostaria que este festival ouvisse mais os diferentes agentes que o tornam mais interessante na medida do possível, como lojas e editores. Aliás, vou cobrar aqui o que o seu director disse em Novembro do ano passado: “Quando o festival acabar, passado um mês vou reunir com os lojistas e editores para delinearmos uma estratégia comum de modo a tornar o festival melhor e mais apelativo”.
Que eu saiba isto nunca aconteceu, o Nelson Dona que me desculpe, mas acho que só disse aquilo para calar o pessoal que estava dentro da sala e depois não pensou mais no assunto! Não é a melhor maneira de lidar com os problemas. Por isso o festival da Amadora pouco tem evoluído desde que me lembro dele…
Anicomics. Exactamente o contrário! Sempre a inovar, a maturar novas ideias, dinamismo, velocidade, horários razoavelmente cumpridos. Um festival cada vez maior, embora eu gostasse que o peso dos comics fosse maior na animação ao redor deste festival de Lisboa!
Faço um repto aos Cosplayers, para o ano em vez de representarem figuras Manga, tragam personagens dos Comics!
O MAB. Por razões já amplamente debatidas não funcionou. Seria um bom festival de BD se tivesse uma organização mais estruturada e experiente, apoiada em pessoas já com algum “know how” de tudo quanto rodeia um festival, um festival de BD não é só autores. Se houver novo MAB, que tenham isso em conta!
Pequenos festivais de BD que vão aparecendo nalgumas cidades mais pequenas. Bom, eu admiro o gosto que estas pessoas têm pela BD e provavelmente fartam-se de trabalhar para que as exposições sejam as mais apelativas possíveis. Eu respeito mesmo o que fazem, porque merece respeito. Mas faço a pergunta, no figurino em que estão a ser apresentados ao público acham que funciona mesmo? As temáticas são ao gosto de quem? Pois. Eu tenho como certeza absoluta que neste momento de crise das Câmaras cada evento de BD TEM de contar! Não é só fazer porque gostamos. Temos de escolher um público-alvo que dê continuidade ao nosso trabalho, ou seja jovens. E os jovens não querem neste momento admirar obras de autores já passados! Foram importantes e devem ser respeitados, mas as temáticas, autores e figurinos de exposição têm de ser adaptados para outras pessoas. Dizem-me… “Áhh… tu és só garganta! Diz-me tu como fazer isso!” Eu digo. Com muita imaginação! E cada caso é um caso, portanto quem se propõe a fazer estes eventos que ponha a imaginação a funcionar, e dinâmica em cima! Não vale a pena fazer mostras de BD apenas com autores que já passaram e com exposições (não estou dizer se são boas ou más) nos moldes tradicionais. Assim só terão uns quantos visitantes com mais de 35 anos de idade, ou 40! E os mais novos vão-se apercebendo dessa situação e deixam de ligar mesmo: “Áhh, aquilo é tipo uma cena póhs cotas…”.
Por isso eu digo, façam contar cada evento, sejam certeiros. Criatividade é a chave! Há que chamar a juventude para a BD e não é com certeza dentro daquele figurino tradicional que se aproximarão de uma dessas mostras de BD. (Estou a ser generalista, claro).
Depois temos outros tipos de eventos que se pretendem como eventos de BD, mas acabam por não o ser. Posso falar do Portusaki nesta categoria. Evento com duas edições este ano, em que a primeira foi praticamente toda orientada para a cultura oriental, e a segunda tentou ser mais abrangente com alguns autores de BD a darem autógrafos e a entrega dos Troféus Central Comics. Pelo que vi das fotos e ouvi de pessoas que lá foram isto não foi conseguido. A parte BD não funcionou! Para aliciar as pessoas que gostam de ir a eventos de BD é necessário ter nomes que chamem e ter uma programação à volta delas que funcione, por exemplo boas exposições, e debates participativos. Não é por dizer aqui estão o Jorge Coelho, o Filipe Melo e o Sama que as pessoas vão a correr para lá. Ou seja a parte BD deste evento ficou completamente escondida pelo resto do cartaz de actividades. Podem dizer “não estiveste lá”… é verdade não estive, mas tenho a informação de pessoas que lá estiveram! Comercialmente parece que não correu muito bem, e ao nível das actividades de cartaz apenas não tenho informação daquelas de cariz oriental e Cosplay, mas pelas reacções nas redes sociais não me pareceu que tivesse aquele entusiasmo pós-evento normal. Para todos os efeitos, o estigma de ser um evento virado para a cultura oriental ficou, e a parte de BD (que é a que interessa para mim) não teve a expressão desejada. Logo, e na minha opinião, é um evento falhado na vertente BD, logo não o considero sequer representativo como festival desta arte.

Em relação a lojas de BD activas no mercado existem poucas, infelizmente. Desapareceram algumas por várias razões, outras pelas razões contrárias continuam no mercado.
Para uma loja especializada em BD subsistir tem de trabalhar muito bem. Tanto na apresentação do seu produto, inovação criativa de modo a chamar a atenção e conseguir colocar as pessoas dentro da loja. Umas não precisam tanto disto devido a uma boa localização e tradição, caso da BD Mania, outras trabalham para “obrigar” as pessoas a entrar, caso da Kingpin e do Mundo Fantasma. Fazem-no com festas, exposições e lançamento de livros. Um livreiro tem de ser muito imaginativo para vender este produto. A Dr. Kartoon de Coimbra penso que também andará a trabalhar bem, visto que nunca ouvi ninguém queixar-se dessa loja. Aqueles que não trabalharam bem com certeza não tiveram o sucesso pretendido, o que acabou por nalguns casos a obrigar ao fecho da loja.
Mais, existe uma situação perniciosa agarrada ao fecho destas lojas: Os seus donos para minimizarem perdas do seu mau negócio fazem uma coisa que agrada a curto prazo aos leitores, ou seja venda ao desbarato! Para além de não terem trabalhado bem enquanto tiveram a loja, estragam o negócio a quem trabalha bem. Ou seja, nestes turbilhões de saldos acabam por de algum modo arrastar o negócio de outros para trás. Isto num negócio a nível nacional (tipo venda de batata frita) não trazia problema nenhum, há muita gente a comprar e o produto é vendido em todo o lado, agora num negócio onde existem poucas lojas, pode ser mortal para aquelas que ainda estão vivas! Áhh… o leitor gosta, claro… mas se as outras lojas começarem a desaparecer se calhar não é assim tão bom!
Pegando neste assunto, e fazendo o arco para as livrarias generalistas. Continua a passar-se a mesma coisa com os restos da Meribérica. Conseguimos encontrar na mesma prateleira de uma livraria o mesmo livro de duas editoras, uma que faliu e o livro custa entre 1 a 3 EUR, e depois temos o livro de uma editora viva, que pagou os direitos desse livro, que teve de pagar gráficas e distribuidores a 12 ou 14 EUR! Isto é pernicioso falando no futuro, as pessoas deviam perceber isso. Gostam muito no presente e (incrível) chamam ladrões, como já ouvi, à editora que tem o livro mais caro!! No futuro… poderão ter mais uma editora fechada por causa do prejuízo que teve com essa edição, e depois o deserto editorial passa a ser maior…
Neste caso aponto o meu dedo às livrarias generalistas que vendem BD: FNAC, Bertrand e Bulhosa.
Para além de maltrataram a BD, não perceberem nada de BD, não quererem perceber nada de BD, escondem-na, juntam-na aos livros infantis de ilustração (e depois vemos uma criancinha de 6 anos a folhear um livro de Manara…), tem os livros de BD em más condições de acondicionamento apertando os livros na prateleira de tal maneira que lhes rebentam com as lombadas, e deixam as pessoas besuntarem completamente os livros ao levá-los para a parte de restauração para lerem enquanto comem o pequeno-almoço. Compro livros em 2ª mão em muito melhor condição que estes “novos” das livrarias generalistas!
A FNAC comete outro “crime”, esconde muita BD em português e mostra os importados de França e EUA. Lembro-me do Scott Pilgrim vol.3 em que a FNAC de Cascais tinha vários em exposição em inglês, e aqueles que estavam em português estavam dentro de uma gaveta. Isto é verdade! Aquelas gavetas que estão por baixo dos expositores estão CHEIAS de livros em português. Outros estão nas prateleiras todos misturados com os importados (em maior número) e como se isto não bastasse colocam muitas vezes os livros em francês em lugar de maior destaque que os mesmos livros traduzidos para português! Isto devia ser proibido!
Infelizmente são a maior cadeia que vende BD em Portugal, mas o trabalho que eles fazem em relação à BD portuguesa não é digno, antes pelo contrário. Nem me venham dizer que se não fossem eles não se venderia BD em português. Se calhar são quem vende mais, é certo, mas poderiam fazer muiiiito melhor o seu serviço. Uma coisa é vender, outra coisa é prestar um bom serviço à BD. A FNAC não o faz. Apenas vende a quem lá passar e por vezes em condições deploráveis de apresentação.

Relacionado com artistas. Temos bons artistas! Uns conseguiram trabalhar para fora, outros vão trabalhando cá dentro, mas infelizmente estes têm de ter outras fontes de rendimento porque a percentagem que lhes cabe da venda dos livros é insuficiente para se manterem com uma vida digna, devido às fracas tiragens e/ou vendas em Portugal.
Não vou destacar nomes porque aí teria de desenvolver um texto bem maior, o que neste momento, e para este post, é inviável. Apenas se pede que trabalhem, não deixem trabalhos a meio e os apresentem a quem possa editar. O NÃO está sempre garantido, tudo o resto é ganho!
De qualquer modo tenho de falar numa coisa que quem está de fora observa com uma certa frequência: Não é gabando trabalhos deficientes que estes se tornam bons, nem é por os amigos gabarem os nossos trabalhos que estes se tornam melhores. Eu por mim já desisti de fazer críticas (construtivas) ou apontando o que não está bem porque só me vou chatear depois, e às vezes com pessoas de quem eu até gosto. O meu repto é:
Não se gabem uns aos outros, mostrem antes o que podia ser melhorado e o que não está correcto. E não me digam que não se gabam uns aos outros, porque o Facebook e os blogues estão cheios disso…
Só vendo o que está mal para correcção futura é que se evolui.

Agora falando de divulgadores, e não vou falar de mim como é lógico (outros o façam se lhes apetecer). Não vou falar de jornalistas de BD por uma razão muito simples, não compro nem leio jornais (nem desportivos) portanto nem faço ideia se são bons artigos ou não. Vou falar do que conheço e tenho contacto diário.
Existem bastantes blogues, e cada administrador é dono do espaço que lhe é fornecido na internet para falar do que lhe apetece. Por isso não posso condenar ninguém por falar mais disto do que daquilo. São os gostos de cada um a imperar e pronto! Não fazemos negócio com os nossos blogues, somos livres de dizer barbaridades e escrever estas parvoíces, como eu neste momento.
Acho que na generalidade todos fazem um bom trabalho à sua maneira, e dentro das suas possibilidades. Os meus parabéns a todos!
Mas vou “criticar” um blogue:
O Kuentro. O seu administrador, o Jorge Machado-Dias tem algumas rubricas, e no meio delas de vez em quando opina. A minha crítica é a seguinte: porquê fazer “Recortes de Imprensa” de jornalistas que também têm blogues e fazem o mesmo neles de vez em quando. Ou seja por vezes o Kuentro tem o mesmo conteúdo do blogue do Pedro Cleto (Leituras do Pedro), e do João Lameiras (Por um Punhado de Imagens), e claro do artigo no jornal para onde estes escrevem… não sei até que ponto esta redundância dos mesmo artigos de opinião sobre algo traga uma real mais-valia. Porquê eu falo disto? Porque o Jorge Machado-Dias sabe escrever, sabe fazer críticas a livros, e tem opiniões (concorde-se com elas ou não) válidas para discussão. Mais, o Jorge Machado-Dias volta e meia diz que não se faz boa crítica a livros e diz que ele próprio vai começar a fazer, mas não faz. Por vezes quando se tocam em determinados assuntos nestes recortes diz que irá fazer um post de opinião sobre isso, mas não faz! Caramba Jorge, tu és um profissional da BD, FAZ homem! Já ninguém quer saber do “Jobat no Louletano”! Aproveita o tempo para falar de livros e escreveres as tuas crónicas de opinião!
Não entendas isto mal, isto é só para te espicaçar. Apenas acho que podias fazer muito mais e mais válido, em vez de transcreveres o que os outros escreveram.
Em relação ao Portal Central Comics. É um Portal bastante antigo sobre BD, já esteve mais activo do que neste momento, e não iria criticar o programa de assuntos e conteúdos que dão corpo ao Portal. Mas…
Mas eu tenho de falar de uma “review” recente feita neste espaço. Porque achei um mau serviço à BD portuguesa. Que praticamente não apareçam críticas a livros portugueses, isso é uma escolha do Portal e eu não tenho nada a ver com isso. Agora quando uma editora portuguesa, neste caso a ASA, fornece tudo a este Portal para eles divulgarem os seus produtos, e poderem fazer crítica se o acharem por bem, acho feio que seja feita uma “review” à edição norte-americana de Blacksad colocando um pequeno link algures a dizer que já tinham falado disto (em português). Não não falaram! Apenas fizeram a divulgação com a nota de imprensa e imagens fornecidas pela ASA, a qual foi fornecida a toda gente que divulga BD. Achei feio. Isto não é defender a BD que se edita em português e em Portugal.


Agora podem pegar nas “shotguns” e fazer fogo em cima de mim à vontade!
Sangrar prova que estamos vivos!
:D

Boas leituras

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