Mike Royer foi a principal estrela internacional do Amadora
BD de 2017. Royer é primariamente conhecido pelo público por ter sido o
principal arte-finalista do lendário Jack Kirby nos anos 70, trabalhando também
como letrista para as suas histórias publicadas na DC e na Marvel durante essa
década. O artista americano é considerado um dos arte-finalistas mais fiéis que
Kirby já teve, mantendo o máximo possível do traço original, uma melhoria
comprovada tendo em conta que o seu antecessor era Vince Colletta, famoso por
apagar parte da arte que não lhe apetecia finalizar.
Na Amadora, Royer
participou numa conferência conduzida pelo lojista e editor Mário Freitas, que
também organizou a exposição comemorando o 100.º aniversário de nascimento de
Jack Kirby. Podem ver a montagem com o áudio da conferência, acima.
Mas foi em 1971 que surgiu uma grande oportunidade, e que
contribuiu para tornar o seu nome conhecido entre todos os que seguem a história
da banda desenhada. Royer foi contratado para substituir Colletta nas revistas
do Quarto Mundo de Jack Kirby, como arte finalista e letrista. Começou por
fazer as capas de Forever People e o
seu primeiro trabalho interior foi na revista New Gods n.º 5. Continuou a trabalhar em quase todas as revistas
que Kirby fazia para a DC, não só nos títulos do quarto mundo (New Gods, Forever People e Mr. Miracle),
mas também em Kamandi, the Lost Boy on
Earth (inspirado nos filmes da série Planeta
dos Macacos), OMAC (só no n.º 1),
The Demon (onde foi criado o demónio
Etrigan) e na tira “The Losers” dentro da revista de guerra Our Fighting Forces.
Quando Kirby terminou o seu contrato com a DC, regressou à
Marvel e Royer foi com ele, começando por trabalhar na primeira revista solo de
Pantera Negra, Black Panther, com um
maior ênfase em ficção científica que a série política que foi publicada em Jungle Action. Royer também acabou por
pegar na revista The Eternals, onde
Kirby recuperou alguns conceitos do Quarto Mundo, bem como em Devil Dinosaur, na adaptação do filme 2001: A Space Odyssey e na série lançada
a partir daqui, Machine Man. Quando
Kirby saiu da Marvel, Royer voltou a trabalhar como assistente de Manning nas
tiras de jornal do Tarzan, mas a parceria durou apenas seis meses.
Depois de 1979, os seus créditos em revistas de banda
desenhada diminuiu consideravelmente, embora tenha trabalhado nalgumas novas
propriedades de Kirby publicadas na Pacific Comics, Silver Star e Captain Victory
and the Galactic Rangers. Mas Royer passou a trabalhar noutro ramos de arte
comercial, em design de produto, principalmente para a Disney, onde a sua arte
foi aplicada a produtos do urso de peluche devorador de mel, Winnie the Pooh,
assim como nas adaptações cinematográficas de Dick Tracy e Rocketeer.