Nesta grelha estão de fora alguns incontornáveis do DCU, como Batman, Wonder Woman e Superman mas a estória foi boa e "desenjoou" da habitual formação.
Fiquem com as palavras de Hugo Silva !
JLA Year One
Em 1998 a DC lançou numa maxi-série de 12 edições, mais tarde reunidas num TPB, um novo olhar sobre as origens da sua maior equipa, a Liga da Justiça da América. Os criadores escolhidos foram os escritores Mark Waid e Brian Augustyn, equipa já habituada a trabalhar junta em Flash e que era conhecida pela sua paixão e conhecimento da história da DC. Como artistas nesta série tivemos Barry Kitson no lápis e Michael Bair na arte-final.
Com a origem da equipa a sofrer sempre bastantes alterações com as diferentes maxi-sagas que abalaram o Universo da DC, era necessário criar algo consistente e neste caso mais do que a origem, focou-se na camaradagem e em como se criou uma equipa coesa com 5 indivíduos muito diferentes uns dos outros.
Com a origem da equipa a sofrer sempre bastantes alterações com as diferentes maxi-sagas que abalaram o Universo da DC, era necessário criar algo consistente e neste caso mais do que a origem, focou-se na camaradagem e em como se criou uma equipa coesa com 5 indivíduos muito diferentes uns dos outros.
A constituição original ficou da seguinte forma:
Lanterna Verde (Hal Jordan) era um herói novo, arrogante e com vontade de estar sempre no centro da ribalta.
Flash (Barry Allen) era mais calmo, tímido mas de uma certa forma alguém que transmitia mais confiança e estabilidade.
Canário Negro (Dinah Lance) era uma heroína de segunda geração e por estar habituada a conviver com a primeira geração de heróis não se inibe de estar sempre a fazer comparações entre ambos.
Aquaman era alguém a habituar-se à vida na superfície já que vivia debaixo de água, e nem via porque devia ser considerado um super-herói, já que para ele tudo aquilo era normal.
Caçador de Marte era um alien que não sabia se podia confiar ou não nos seus parceiros.
A série focava nas diferenças entre eles, em especial a dificuldade de Aquaman em falar com todos (o som viaja de forma diferente debaixo de água e por isso ele tinha que “aumentar o volume”) e o facto da Canário ser a única heroína e sofrer com algumas atitudes machistas dos restantes membros da equipa. A falta de medo de Hal, a calma de Barry e a versatilidade de J'onn são outras das coisas abordadas ao longo da série e como isso faz com que eles se tornem a equipa mais respeitada do Universo DC e que todos os restantes heróis e heroínas sigam a sua liderança na batalha final da mini contra uma invasão alien.
A equipa criativa faz um excelente trabalho a mostrar a diferença entre todos os heróis, quer enquanto equipa quer quando estão sozinhos na sua vida pessoal, que é mostrada de igual modo em conjunto com as suas aventuras enquanto super-heróis. A série tem momentos cómicos que nos fazem identificar ainda mais com estes heróis, situações como as que Dinah pede ao Flash apoio para ajeitar as botas enquanto este diz "devias repensar usar saltos altos já que não são nada práticos numa batalha" e ela agarra nas "asas" laterais da sua máscara para tapar os seus olhos, ou ainda o Aquaman a tentar aprender inglês lendo um livro infantil que ensina essa língua, são situações como essas que os tornam mais "humanos" aos nossos olhos.
Para além dessa interacção entre membros da equipa, o plot recorrente é o de um adversário que ataca a equipa desde a formação desta, e que no final vem-se a descobrir que se trata de uma tentativa de invasão alienígena do planeta natal dos extraterrestres que os nossos heróis derrotaram, ainda antes de se unirem como uma equipa. Pelo meio eles utilizam alguns vilões conhecidos, como Vandal Savage e outros, para irem distraindo os heróis enquanto preparam a melhor forma de os derrotar. Uma dessas distracções ia sendo fatal para todos eles, quando o vilão Brain (das histórias da Patrulha do Destino) utiliza a tecnologia dos aliens e consegue retirar aquilo que dá o poder aos nossos heróis, virando uma espécie de monstro Frankestein com o braço que tem o anel do Lanterna Verde, os olhos do Caçador de Marte, a caixa vocal da Canário e as pernas do Flash.
Os heróis precisam de ajuda da Doom Patrol (Patrulha do Destino) e do Aquaman (único não afectado pela arma) para ultrapassar essas adversidades e isso faz com que eles se apercebam da sua força como equipa, não necessitando somente dos seus poderes para conquistar uma vitória e passar por cima dos obstáculos. Basicamente aprendem que nasceram mesmo para ser heróis, é algo já inerente na sua personalidade e parte da sua vida.
Existem cameos de personalidades várias do universo DC que irão ser algo conhecidas no futuro como Ted Kord e Maxwell Lord, algo que dá outro elan à coisa toda e mais um motivo para achar piada a toda esta viagem ao passado. A batalha final é bem elaborada, os desenhos são sempre fluidos e com um ar nostálgico o suficiente para percebermos que não era algo actual, e que todos aqueles heróis estavam ou no seu começo ou no seu auge. Uma das coisas de que gostei mais, foi a forma como a Liga toma as rédeas da situação, dando "ordens" a todos os heróis sejam eles novatos, ou veteranos de primeira e segunda linha e como todos eles as seguem e sentem-se honrados por isso.
Uma leitura obrigatória quer para fãs da equipa, como para quem queira passar um bom bocado a ler uma história bastante divertida, interessante e com uma arte agradável ao olho.
Hugo Silva
Já sabem, quem quiser fazer um texto sobre BD para este blogue basta contactar-me pelo mail nuno.amado@clix.pt!
Obrigado ao Hugo Silva pelo seu dinamismo e ajuda no projecto Leituras de BD. Para o futuro este blogue irá estender-se para outras actividades relacionadas com a BD, e estas entradas d'A Palavra dos Outros e Lugar aos Novos estão a ser um belo tubo de ensaio!
Obrigado a todos.
:)
Boas leituras
Eu realmente queria entender qual é a da DC de reagir quase que violentamente a qualquer crítica ao "uniforme" das super-heroínas, que se vestem mais como coristas do que qualquer outra coisa. Aquele quadrinho do flash é um exemplo leve - já teve um caso de acusarem quem não gosta da roupa da Powergirl de ser "gorda e mal amada".
ResponderEliminarMas no geral, esses "ano um" tendem a ser muito bons...
História interessante e arte bem legal!
ResponderEliminarPedro Leal
ResponderEliminarFala-se sempre das "roupinhas" e uniformes das meninas, mas nunca se fala que os homens também vestem uniformes que mais parecem corpos pintados. Vai dar ao mesmo. Por mim isso não é problema nenhum. O problema passa pela ausência de boas estórias e personagens interessantes... ultimamente têm-se desgastado, sobretudo na Marvel, em estórias que são apenas feijão com massa.
Isso é que me preocupa, se eles(as) andam nus ou vestidos... bem, desde que seja justificado!
:D
E tens razão, os "Year One" tendem a ser bons livros! Está na sua natureza!
LOL
;)
Guy Santos
Tou contigo, acertaste na "mouche"!
:)
Essa é uma minissérie lida e relida por mim diversas vezes. Mark Waid mandou muito bem. Ótima lembrança Hugo, ótima matéria, você falou dos meus personagens mais amados dos quadrinhos.
ResponderEliminarVenerável Victor
ResponderEliminarO Hugo traz-nos sempre algo interessante do passado, diga-mos que é uma das suas especialidades!
:D
Li esta série na altura em que saiu e foi uma óptima leitura na altura, vou ver se tenho tempo para reler! Fiquei com uma certa vontade de o fazer depois deste post!
:)
Sendo esta o year one é sobre a formação da liga, mas a liga originalmente não era composta pelo super, batman, marciano, aquaman, flash, wonder woman e green lantern?
ResponderEliminarTenho essa história em formatinho. Gosto muito dela. Tem um tom interessante e lida com o cômico de forma bastante consistente. Boa menção da voz do Aquaman, lembro dela também até hoje. Chamou minha atenção isso há mais de 10 anos atrás. Abraços Hugo e Nuno!
ResponderEliminarLoot
ResponderEliminarSim, mas os Year One têm a mania de ser diferentes! E bons!
;)
Linck
Também li esta estória em formatinhos, formatinhos esses arranjados pelo meu irmão que conhecia um tipo que às vezes arranjava essas séries do Brasil, e eu na altura não tinha dinheiro para importar nada!
Aquela cena da Canário puxar as "orelhas" ao Flash também ficou na minha memória até hoje.
;)
Atenção que a formação inicial da Liga foi sempre mudando conforme as "crises". Esta do Year One é a oficial pós Crisis on Infinite Earths
ResponderEliminarE obrigado a todos pelos comentários. Esta história é bem divertida e merece mesmo uma leitura ou releitura
ResponderEliminarahh compreendido :)
ResponderEliminarObrigado
E obrigado ao Hugo pela sua 8ª colaboração!
ResponderEliminar:)
Pena que já não vale nada apesar de não gostar da escrita do Waid algumas vezes.
ResponderEliminaruma de minhas hqs favoritas de todos os tempos da DC!!!
ResponderEliminarAInda bem que as reformulações da editora não apagam também nossa memória. Caso assim fosse perderíamos excelentes lembranças de grandes momentos. Essa série tinha uma arte fantástica com um texto muito pra cima. Excelente matéria.
ResponderEliminarOptmus
ResponderEliminarO mundo dos super-heróis está sempre em mudança, e ultimamente nem todas são boas!
Quanto ao Mark Waid... não se consegue durante a vida de um criador manter sempre os seus trabalhos em alta, de vez em quando vêm coisas mais fracas... é natural! O que conta é o computo geral, e aí Waid está muito bem!
:)
Alex D'ates
Não é das minhas preferidas mas gostei bastante!
;)
JJ Marreiro
AInda bem que as reformulações da editora não apagam também nossa memória
Nem mais!! Ainda bem que assim acontece!
As boas coisas ficam na memória, as más (se não forem traumatizantes) vamos esquecendo...
:)
Saudade do antigo UDC.
ResponderEliminarTarcésio Aquino
ResponderEliminarIsso és tu que estás traumatizado com o reboot, e com as mudanças nos Titãs!
:P