Hagar o Terrível, ou Hagar o Horrível para os nossos amigos do Brasil, faz parte do panteão das personagens de tiras de jornais. Um clássico intemporal que nos acompanha desde 1973 e nos diverte com a sua forma de estar, um Viking bruto mas de coração mole e que por vezes nos faz pensar com algumas das suas tiradas.
Dik Browne criou a personagem Hägar the Horrible em 1973, baseando o nome numa alcunha que os seus filhos haviam lhe colocado, Hägar the Terrible. Curiosamente quem vive em Portugal conheceu as personagens pelos dois nomes, ficou Hagar o Terrível nas tiras de jornais Portugueses e nos livros que saíram por cá, enquanto que as importações Brasileiras que tínhamos acesso nos apresentavam o herói como Hagar, o Horrível. Mais recentemente uma alma brilhante lembrou-se de criar o nome Hagar, o Horrendo e foi assim que uma nova geração conheceu as aventuras deste simpático Viking e de todo o seu elenco de apoio.
Hägar the Horrible é publicado em mais de 1.900 jornais um pouco por todo o mundo, sendo editado em mais de 58 países e 13 idiomas diferentes sendo sem sombra de dúvidas um dos maiores sucessos da King Features Syndicate. Barrigudo e com uma farta barba ruiva, Hagar não passa despercebido a ninguém, sempre vestido com uma túnica e o seu típico capacete Viking, vai vivendo suas aventuras tentando sempre se afastar da sua casa e da sua mulher e tentando pilhar os países que invade (por norma Inglaterra e França).
Maior parte do contacto que tive com esta personagem foi com livros que reproduziam as tiras de jornais, ou nas tiras de jornal que saíram no Correio da Manhã se não me engano, Sempre a preto e branco mas nada que atrapalhasse a leitura, ou estragasse a diversão, curiosamente foram pelas edições provenientes do Brasil que conheci toda as personagens que povoam este universo "medieval". Existem alguns anacronismos na série, mas não é algo comum e por norma segue bem aquela linha de retratar algo da Idade Média, numa vila costeira da Noruega. As tiras seguem o ritmo próprio normal deste formato, com piadas diárias e uma sequência colorida com maior destaque ao Domingo. Como outras tiras de jornal, por vezes existe uma "História" nas piadas diárias que se pode desenrolar por vários dias até a sua conclusão.
Quando está por casa, maior parte das tiras mostram a sua relação com a sua esposa Helga ou o seu filho Hamlet, sendo que a filha Honi aparece em menor destaque. O seu parceiro de aventuras é por norma o Eddie Sortudo (Lucky Eddie), uma espécie de braço direito quando parte em pilhagens no seu navio e que o acompanha também nas visitas à taverna local, onde Hagar gosta de passar muito tempo a beber sem parar.
Aliás é impossível não gostar da personagem por esses traços tão "humanos", ele bebe bastante, não gosta da sua sogra, discute frequentemente com a mulher, tem problemas no trabalho e acontecem-lhe daqueles azares que só nos apoquentam as ideias. Sempre gostei das visitas dele ao Dr. Zook, um druida charlatão que tem sempre as piores notícias para Hagar.
Há piadas que funcionam por atravessar os Séculos, o não querer a visita da sogra, o não querer ir ao dentista, colocar o lixo na rua, etc. Coisas que conhecemos de diversas sitcoms ou tiras cómicas ao longo de várias décadas. A dada altura Hagar teve inclusive um especial para a TV, com os estúdios Hanna Barbera a produzirem o filme que foi transmitido pela CBS. Não teve uma grande aceitação e por isso não seguiu o caminho de outras propriedades da King Features Syndicate e não foram produzidos episódios animados baseados nas tiras de sucesso.
Dik Browne teve desde muito cedo a ajuda dos seus filhos na produção de material, e em 1988 decidiu se aposentar entregando ao seu filho Chris Browne a responsabilidade de seguir em frente com o legado. Algo que ele fez (e com alguma qualidade) até 1995, altura em que decide dedicar-se apenas aos desenhos e deixando o roteiro por conta de outros. Foi publicado por várias editoras no Brasil, que colocaram nas bancas vários "O melhor de.." que puderam ser apreciados por várias gerações de Portugueses e Brasileiros.
Vamos conhecer um pouco melhor o elenco principal destas aventuras
Hagar, o Terrível/Horrível - Apesar de ser considerado um dos Vikings mais perigosos da Escandinávia, na sua vida pessoal não tem o mesmo respeito, o que o leva a estar muitas vezes frustrado e sem muita vontade de ir para casa. É conhecido por gostar de comer muito, beber bem e não ser muito dado à higiene,
Helga - A sua esposa, que discute constantemente com ele para que seja mais asseado e principalmente que ajude com as coisas lá em casa. Tem conversas frequentes com a sua filha Honi para que esta siga os ensinamentos de outros tempos, mas nem sempre isso resulta e ela acaba por desistir.
Hamlet - O filho de Hagar é o seu oposto, calmo, inteligente e bem educado, Hamlet não quer seguir a carreira do pai e quer ser antes um médico ou algo do género.
Honi - A filha mais velha e uma Valquíria linda e moderna, apenas vai namoricando e continua sem marido aos 16 anos, o que para a época é algo inusitado.
Snert e Kvack - Os animais da família, Snert é o cão preguiçoso de Hagar, que percebe sempre o que o seu dono lhe pede mas opta sempre por não fazer isso. Já Kvack é uma pata alemã que funciona como uma espia para Helga, sempre que Hagar se demora mais na taverna e afins, ela corre a "avisar" a sua dona.
Eddie Sortudo - Tem uma espécie de funil na cabeça, ou um coador, e é como se fosse o braço direito de Hagar no Drakkar Viking, isto apesar de Eddie não dever muito à inteligência e ser inclusive um pouco desastrado. É um guerreiro fraco e baixo, o contrário de um viking o que não ajuda muito à coisa.
Acho que todos devem ler os livros de Hagar, existem piadas muito interessantes ao longo de toda a história da personagem e é mesmo um marco nas tiras cómicas de jornais.
Espero que tenham gostado, e já sabem se quiserem mais nostalgia é só dar um salto ao http://aindasoudotempo.blogspot.com/ e ver o que escrevo por lá.
Em Portugal, recentemente houve uma tentativa de publicar cronologicamente as aventuras deste velho e bravo guerreiro. Infelizmente não teve muito sucesso e só saíram dois livros. No entanto, quem lê Inglês pode adquirir os excelente livros, também por ordem cronológica de publicação em jornais , pela Titan Books: "Hagar the Horrible (The Epic Chronicles) - Dailies".
ResponderEliminarInfelizmente, Dik Brown deixou-nos cedo demais, mas conforme escreve o Hugo, deixou o seu legado em mãos competentes, pois as tiras continuam a divertir. Da família Brown com a família Walker saiu uma outra família que também merece visita: Hi&Lois.
Só por curiosidade, o verdadeiro nome do Lucky Eddie é Fortuitous Eddie (Eddie Fortuito!). E como pequeníssima correcção, o navio do Hägar é um Drakkar e não uma Galera.
refemdabd
Opa muito obrigado pela correcção, já foi efectuada. Eu tenho um desses Epic, muito boa qualidade mesmo, tanto o livro em si (capa dura e tal) como o conteúdo.
ResponderEliminarhehe, tenho uma outra pequena correcção, ao meu próprio comentário: o nome verdadeiro do Lucky Eddie é Fortuitous Eduardo, e não Fortuitous Eddie.
ResponderEliminarPedro
ResponderEliminarÉs um chato páh...
:D