sexta-feira, 15 de maio de 2009
Elektra: O Regresso
Uma das maiores criações de Frank Millar para o universo Marvel foi sem dúvida a personagem Elektra Natchios. Aconteceu durante a sua fase no herói DareDevil (Demolidor), em que conseguiu revitalizar este personagem, que andava um bocado "por baixo". Para isto contribuiu de maneira marcante Elektra, amante e inimiga do Demolidor. A tragédia (grega) da morte do pai de Elektra às mãos de Bullseye, lançou esta para um caminho de vingança e crime.
Frank Miller é bem conhecido pelos seus seus livros "Batman: The Dark Knight Returns" (com edição portuguesa pela Devir), "Batman: Year One"(com edição portuguesa pela Devir), "Sin City"(com edição portuguesa pela Devir), "300" e " All Star Batman & Robin, the Boy Wonder ". Passou também por outros heróis da BD norte-americana, como Spiderman, Wolverine e Vampirella. Em relação ao último filme de Miller, "Spirit"... DETESTEI! Elektra também teve direito a filme, que não foi nada de excepcional, um filme "just for fun" que dá para comer umas pipocas :)
O livro na sua edição original, Elektra Lives Again, foi editado em 1990 e reeditado em 2002. A versão portuguesa diz respeito a esta reedição, com um tamanho bem maior que o normal da Marvel e capa dura, ou seja formato europeu.
O que está para trás da estória deste livro é a formação de Elektra como assassina da organização do sub-mundo criminoso, "The Hand". Depois de ter aprendido com essa organização tudo o que podia, abandona-os. "The Hand" não gostou e contratou Bullseye para a assassinar, acabando por morrer nos braços do DareDevil. Depois disto, "The Hand" decide ressuscitar Elektra para ela os servir novamente como assassina de elite, mas esta desaparece imediatamente a seguir ao ritual.
Neste livro Elektra regressa durante os pesadelos de Matt Murdock (DareDevil), levando este quase à loucura. Ao fim ao cabo, este livro conta como Matt Murdock aprende (ou não) a lidar com a morte da sua amada, mas com todos aqueles pesadelos não é tarefa fácil... Daredevil acaba por chegar à conclusão de que Elektra está viva novamente, e de que vários acontecimentos importantes estão para acontecer, envolvendo a organização "The Hand", Elektra e Bullseye.
O desfecho deste livro fica para vocês lerem. A arte de Miller é magnífica, talvez o seu melhor trabalho, e é colorida pela sua companheira, Lynn Varley. Felizmente não está censurado, existem corpos nús, o que é de estranhar na BD norte-americana, talvez porque o livro não foi editado pela Marvel, mas sim pela pela Rutgers Univ@press. Quanto à estória, é mais um conto do herói caído que tenta redimir-se voltando para aquela linha ténue entre o mal e o bem, mas muito bem estruturada, e sobretudo deixa as imagens falar por si, ou seja, só existem os balões estritamente necessários, o resto "lê-se" nas imagens sequênciais.
Boas leituras!
Hardcover
Criado por: Frank Millar e Lynn Varley
Editado em Outubro de 2007 pela BDMania
Comprado na livraria Bulhosa
Nota : 9,5 em 10
A nível gráfico é uma boa obra, mas acho que isso não foi suficiente para eu gostar tanto dela. A história não puxa muito.
ResponderEliminarP.S. A CC já está em baixo outra vez :/ O novo servidor só tem dado chatice..
Celtic
ResponderEliminarEu gostei muito! :)
Pois... se continua assim é uma chatice pegada! O Hugo ainda se passa!
Discordo o filme da elektra não serve nem para ver a base da pipoca,mas eu tenho o Dvd,Rrrrrrraaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiivvvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaaaaaaaaa.
ResponderEliminarQuanto a essa bd ja li não me agradou por ai alem,nem formato,nem historia,não sei se vale a pena comprar essa,vou meditar sobre isso .
Caro Nuno, tenho uma (re?)edição da Marvel de 1996(September, first printing) em formato americano, e com uma faixa (grossa, diga-se de passagem) que diz: for mature readers... mas recordo-me de ter visto uma edição anterior no nosso formato (que concordarás que, a ser pensado como um one-shot, fora da 'normal sequência' favorece as cores da Lynn).
ResponderEliminarA personagem É criação do homem, ele pode-se divertir um pouco de volta dela, não? As cenas de 'sexo' não as tinhamos já todos visto uns bons anos antes no "Ronin"? A disposição dos 'quadradinhos' (ou ausência deles) não nos tinha já ele mostrado no próprio "Dark Knight"? Já reparaste no trabalho do Bill Sienkiewicz DEPOIS de ter trabalhado com ele no "Elektra-Assassin"? (Que eu me tenha apercebido, mais notório no "Voodoo Child", 9(!) anos depois)
Quanto à 'prosmicuidade' entre personagens da BD e filmes... O homem 'esticou a corda' como qualquer criador deve fazer. Se leres a versão original do "The Man Without Fear"(Out93 a Fev94)lês nos 'extras' que o Romita (filho) queria fazer algo 'grande' e 'chateou' o Miller até que este pegou na idéia que tinha para um filme do DD e fez disso um guião para BD, com montes de splash pages que depois não se concretizaram. Daí parecer um produto... mediano. Estava o Miller a fazer o filme do Robocop II, em Hollywood, na altura.
Claro que se seguiram mais filmes(Sin City, onde o Rodriguez teve problemas com a 'ordem dos realizadores', ou algo similar, por pôr o Miller como co-Realizador)e ainda mais filmes (como o Spirit, que ele se esqueceu que era do Eisner e não seu).
Mas Elektra, the Movie não teve a mão dele. E muito menos o DareDevil que vimos no cinema. Como não teve mão dele o 1º filme do Batman, mas sem a abordagem dele em the return of the D.K. não continuaríamos (nós e o Burton)a ver o morcego como outro tótó que veste as cuecas por cima das calças? E teriam existido filmes para 'aproveitar a onda' com o DD e a Elektra?
Ele (o Miller) largou as 'major' e foi para a Dark Horse (como o Jonh Byrne) 'curtir' o não-comercial preto e branco... e olha no que deu (todos os Sin City 'yarns'). Quis expôr o trabalho da companheira e fez um fabuloso "300" num formato mais 'esticado' e com montes de splash pages (em que já andava a magicar há anos).
Passou do 'sádico' ao 'sádico-na-mesma-mas-com-perguntas'(family values, por exemplo); do 'só irónico fatalista'("Big Guy & Rusty") ao 'irónico-com-muitas-questões' (da "Martha Washington") e partilhou-as connosco... como partilhou esta experiência gráfica, sequencial... e de cor (a Lynn Varley já lhe tinha ilustrado algo que não capas? Notaste aquelas igrejas a ocupar tanto espaço? E com vitrais?)-nota: o 300 é posterior a esta peça!-
Panso que temos todos, os que respeitam a BD como forma de arte/sublimação, de olhar para as obras do Miller, como parte de um caminho... nunca como peça acabada. E se encaixarmos esta "Elektra" nesse fío, nesse contexto... acaba por ser uma peça fabulosa!
(ena tanta treta, se calhar devia era montar o meu blog em vez de ler o teu! (; )
Abraço e Bem Hajas
É interessante e inteligente este personagem do Miller. Inspirada (pouco) na história de Electra, irmã de Orestes, e da vingança destes pela morte do Pai deles, Agamenon, e toda a tragédia de desenganos que se segue, escita por Eurípedes e também dissertada por Ésquilo e Sofócles.
ResponderEliminarAssociando esta tragédia a outras lendas do Japão e China e, porque não, a romances já quase Vitorianos, surge um personagem complexo e sofrido. Que abalou os comics não restam dúvidas. É um dos personagens que mais apaixonou os amantes da 9ª arte, em formato Norte-Americano, durante anos. Ainda mais quando todas, ou quase todas, as tramas envolviam um dos mais bem amados personagens de sempre da Marvel: DareDevil.
O Miller conseguiu trazer muito mais dramatismo a este último personagem, criando um mundo de tamanha verosimilitude que arrebatou e catapultou o género para mentes mais adultas, abrindo as portas do género a outros patamares mais maduros.
Este álbum, que foi uma das melhores coisas que foi publicado em Portugal nos últimos anos, dentro do género, foi primeiro editado num formato muito semelhante: Graphic Novel. Era um formato tipo revista, à semelhança da Savage Sword of Conan e outros.
A Abril editou, quase que na mesma altura, a edição Brasileira, em tudo igual à original Norte-americana (salvo a balonagem, claro). Mesmo o acabamento da capa foi o mesmo, conferido como edição de luxo, para leitores maduros.
Como gostos não se discutem, este personagem, Elektra, ou se ama ou se detesta. Há que se respeitar. No entanto, fará sempre parte da cultura dos comics, sendo inalienável a sua leitura e compreensão.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarKittTens de te descontrair mais a ver filmes... eheheheh
ResponderEliminarTens de esquecer aquilo que conheces dos personagens para poderes ter um bom filme de acção!
;)
BastosBem vindo aqui ao Leituras de BD, e logo com um comentário bem extenso!
“Caro Nuno, tenho uma (re?)edição da Marvel de 1996(September, first printing) em formato americano, e com uma faixa (grossa, diga-se de passagem) que diz: for mature readers... mas recordo-me de ter visto uma edição anterior no nosso formato (que concordarás que, a ser pensado como um one-shot, fora da 'normal sequência' favorece as cores da Lynn).”Não sei se houve mais edições originais deste livro sem ser 1990 e 2002. Se tens é porque houve, mas só tinha conhecimento destas duas. E sim, este formato favorece o trabalho da Lynn! Aliás, acho que favorece sempre qualquer autor, por alguma razão a versão “Absolute” da DC tem estas dimensões, as versões de luxo Hellboy e Umbrella Academy da Dark Horse seguem o mesmo caminho, e agora a Top Cow aderiu também a este formato (pelo menos a intenção de publicar “First Born” e “Broken Trinity” neste formato, já foi posta por escrito pelo editor Filip Sablik).
“A personagem É criação do homem, ele pode-se divertir um pouco de volta dela, não? As cenas de 'sexo' não as tinhamos já todos visto uns bons anos antes no "Ronin"? A disposição dos 'quadradinhos' (ou ausência deles) não nos tinha já ele mostrado no próprio "Dark Knight"? Já reparaste no trabalho do Bill Sienkiewicz DEPOIS de ter trabalhado com ele no "Elektra-Assassin"? (Que eu me tenha apercebido, mais notório no "Voodoo Child", 9(!) anos depois)”Claro que o autor se pode divertir com a sua criação! E Frank Miller diverte-se a sério! LoL
Eu penso que quando um criador não se diverte no acto de criação, pode ir à procura de outro emprego ou então será melhor tirar umas férias. Quantos aos “nus” (eu nunca li livros a “solo” do Ronin), são sempre raros no mainstream americano, pois a autoridade que regula o sector põe sempre muitos entraves na sua exibição em locais públicos (leia-se livrarias). Sim reparei no trabalho de Sienkiewicz em Elektra: Assassin, e é notória a influência, já agora, este livro Elektra Assassina é Top de vendas na BDmania dos livros da Panini!
Em relação a filmes de Miller, o Sin City já foi “estranho”, este último , o Spirit, achei horrível. Adoro ver filmes de superes, sejam eles quais forem, e nem ligo se estão bem temporalmente correctos, ou se as origens são assim, etc. Quando vou ver um filme de superes é para passar um bom bocado descontraidamente.
Quanto ao resto Frank Miller sempre andou nos limites, ultrapassando-os por vezes, da BD norte-americana.
Quando entenderes podes sempre dar aqui a tua opinião sobre BD e não só!
RefemSim, por isso eu pus entre aspas o "grega"! E sim, foi das personagens de Miller mais marcantes do universo Marvel, com DareDevil, ou sem ele. Ao fim ao cabo foi criada para servir de contraparte ao dare Devil, mas acabou por ser muito mais que isso!
Eu comprei a edição da BDmania, e fiquei muito contente com ela! Gostei!
"KittTens de te descontrair mais a ver filmes... eheheheh
ResponderEliminarTens de esquecer aquilo que conheces dos personagens para poderes ter um bom filme de acção!
;)"
lolo,Para isso vejo os filmes de pipoca não baseados nos comics,acho que é o meu lado nerd que fala mais alto e não supero aberraçoes como X-men 3,H.A.3,SuPERMAN 3 e 4,e como não gosto nem sequer compro o dvd porque não me apetece rever algo que não gostei,como faço com muitas bds que leio e não gosto.
Esse anonimo sou eu.
ResponderEliminarÉ raro concordar com o Kitt (ou ele com quem quer que seja, verdade seja dita - hehehe), mas neste caso concordo absolutamente com ele: (...)"não supero aberraçoes como X-men 3,H.A.3,SuPERMAN 3 e 4,"(...)
ResponderEliminarMais um da dupla Miller/Varley.
ResponderEliminarOuvi falar muito bem dele e já estive para o trazer várias vezes, acabei sempre por escolher outra coisa no entanto. Mas tem todo o estilo de valer bem a pena.
abraço