terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Asteroid Fighters Vol.1: O Início
Asteroid Fighters é mais uma aposta da ASA na Banda Desenhada portuguesa! Foi lançado durante o 20º Amadora BD (FIBDA), aproveitando o momento em que o autor, Rui Lacas, era também homenageado com uma exposição durante o evento (isto para além de toda a decoração e “mascotes” do Amadora BD ser da autoria deste português). Isto deveu-se ao prémio que Rui Lacas recebeu no 19º FIBDA com o álbum “Obrigado Patrão”, e aproveitando esta onda, Rui Lacas e a ASA lançam um projecto ambicioso chamado “Asteroid Fighters”, o qual deverá ter vários volumes publicados no futuro.
Rui Lacas estudou Belas-Artes em Lisboa, lançando-se de seguida como artista “freelancer”. Editou, desde 1994, cinco livros: Maldita Cocaína, A Cauda do Tigre (1998), A Filha do Caranguejo (2001), Que é Feito do Meu Natal? (2002) e Obrigada, Patrão (2007). Este último foi primeiramente editado no mercado francês com o título “Merci Patron” e ganhou o prémio do melhor argumento no festival de “Les Moulins” em 2007. Neste momento Rui Lacas trabalha no “The Lisbon Studio” em conjunto com outros autores portugueses de Banda Desenhada.
O projecto Asteroid Fighters (assim como outras recentes obras) insere-se numa tentativa forte de cativar o público mais jovem para a banda desenhada portuguesa, mostrando que esta também pode ser apelativa, apostando em temas que à partida serão mais bem aceites pelo mercado e respectivos compradores de BD, quiçá conquistando ainda alguns novos leitores e mostrando que os portugueses também sabem fazer BD vendável.
Asteroid Fighters tem uma estória de fácil leitura, e onde neste 1º volume são apresentados os protagonistas, centrando-se temporalmente no futuro da Terra (ano de 2112). A história passada da Terra (o nosso actual presente), e o que deu origem a um novo estádio político-social desta, é contada pelo Asteroid Fighter Sérgio. Conta como em 2012 o gigantesco asteróide destruiu grande parte da Terra, tal como a conhecemos agora, e fez mudar as prioridades da raça humana. Toda a belicosidade do ser humano foi orientada para o espaço, deixando uma abertura para a paz mundial. Conta também a história do corpo dos AF (Asteroid Fighters) e de como evoluíram num século de existência, tornando-se praticamente aquilo que conhecemos como “super-hérois”. O estória propriamente dita começa em Tóquio onde um Takeshi cheio de problemas na vida (despedido e enganado pela mulher) destrói um asteróide, que passou pelas malhas de segurança da Terra, com o objectivo de salvar a sua filha… a sua única âncora num mundo que desabou sobre ele. As curiosidades deste quase catastrófico evento são precisamente a facilidade com que este asteróide passou, e de como um humano que não é um AF o conseguiu destruir! Nesta estória não gostei muito do vilão (é um bocado estranho este vilão), sinceramente não gostei do trio de AF´s que vai tentar bloquear um asteróide, achei-os um pouco rebuscados, sobretudo o Russo! Não faz sentido em 2112 usar uma capa vermelha com a foice e o martelo…
Em relação à arte apresentada gostei, embora se note nalgumas páginas que Lacas está ansioso para as despachar (os desenhos terminam num traço “apressado”), e é minha opinião de que o traço não precisava de ser tão grosso, mas isso é uma questão de gosto meu.
No fim, e juntando tudo, é mais um bom álbum de BD feita por portugueses mostrando que o chamado “mainstream” também é possível para os nossos autores! Espero que estes exemplos (estou a pensar em BRK) motivem novos talentos a fazer BD e a tentar publicá-la! É possível (com trabalho e disciplina)!
Boas leituras!
Hardcover
Criado por: Rui Lacas
Editado em 2009 pela ASA
Nota : 7,5 em 10
Os simbolos na capa do Russo, eram porque ele era um saudosista, isso ou era um vilão-agricultor-nas-horas-vagas, que cultivava trigo e tinha cavalos! (dahhh o martelo era para martelar as ferraduras dos cavalos, quando os estivesse a "calçar")
ResponderEliminarenxofre
Acho que vou concordar com a Diabba desta vez. Lol
ResponderEliminarMas a sério, já conheço a arte do Lacas faz tempo e este álbum mais cedo ou mais tarde irá parar na minha estante, de certeza. ;)
Abraço. :)
Olá Bongop!!
ResponderEliminarEsta nova vaga de trabalhos de autores portugueses, onde incluo o BRK e a Fórmula da felicidade, deixa-me confiante no futuro da BD portuguesa. Devemos também saudar o trabalho das editoras, que finalmente abriram os olhos e viram que existe muita qualidade no nosso país.
Espero que apareçam mais autores e que tenham as mesmas oportunidades...
Estes lançamentos já produziram um bom efeito... voltei a comprar BD ;).
Um abraço.
Achei este álbum muito fraquinho, pelo que acho os teus 8,5 comparativamente a outros álbuns já aqui analisados, demasiado, para não dizer exageradamente, generosos!
ResponderEliminarConsidero mesmo um trabalho apressado, quiçá para o seu lançamento coincidir com o Amadora BD. O resultado traduz-se num argumento capaz de despertar algum interesse inicial mas depois vê-se claramente o seu sub-aproveitamento e depois temos um desenho sofrível. Resultado: não me entusiasmou nem um bocadinho. Mas gosto são gostos! Abraço
OCP,
ResponderEliminarvai-se a ver e o Russo também anda no Farmville!
hihihihihihi
enxofre
Diabba
ResponderEliminarIsso não seria saudosismo! 130 anos já passa de saudosismo para ser um revivalismo!! LoL
:D
OCP
Acho que merece estar na nossa estante de BD!
:)
Luca
Espero que não seja uma onda momentânea, mas sim uma corrente duradoura! Assim aparecerão com certeza mais artistas, e quem sabe, não se vão mudando algumas mentalidades!
:)
Verbal
Neste tipo de séries nunca castigo no primeiro livro. Este é sempre uma espécie de apresentação. No 2º a ver vamos. Quanto ao desenho eu já percebi que não gostas de "traço grosso", mas isso é uma questão de gosto (como referes). Mas no post eu faço referência a alguma "pressa" em acabar algumas pranchas!
Esperamos pelo 2º!
:)
Diabba
Credo!!
:|
Comprei-o há pouco tempo como também comprei o BRK e parecem-me ambos muito interessantes.
ResponderEliminarAinda não li nenhum porque tenho andado muito ocupado mas por aquilo que já folheei, fiquei agradavelmente surpreendido.
Gostei da análise!
Abraço!
Ora aí está um álbum de que eu gostei bastante e saúdo o Lacas, que considero, ao longo destes últimos anos, ter evoluido bastante. Não concordo por isso quando se diz que ele tem, nalgumas situações, um traço algo apressado. Mas isso são opiniões. Penso é que o Lacas teve coragem, num livro em que mudou quase completamente de registo, o que nem sempre é fácil e nem sempre agrada. Por isso, estou de acordo com os 8.5 em 10. Espero é que os volumes restantes, no seu devido tempo, vão saindo. Um abraço.
ResponderEliminarH.
ResponderEliminarSão ambos interessantes, sobretudo se as estórias forem bem desenvolvidas nos próximos livros!
;)
João Amaral
Quando falei no "apressado", não foi em relação a todo o livro! mas existem lá algumas pranchas em que as últimas vinhetas já foram feitas "sem paciência". Não sei se por causa de prazos, ou simplesmente porque sim... mas não é por causa disso que vou "castigar" o livro, vejo isso acontecer em muitos livros de autores estrangeiros (sobretudo nos comics norte-americanos - prazos apertados...)
:)
"O resultado traduz-se num argumento capaz de despertar algum interesse inicial mas depois vê-se claramente o seu sub-aproveitamento e depois temos um desenho sofrível. Resultado: não me entusiasmou nem um bocadinho."
ResponderEliminarTotalmente de acordo.
Manuel Frederico
ResponderEliminarPor isso existe o espaço dos comentários! Para colocar a nossa opinião, e nem sempre esta coincidente com as restantes! Neste caso não temos a mesma, e acho um bocado apressado estar a castigar um livro no seu 1º volume. Isto não é um "one-shot", logo irá ter mais três ou quatro livros, e com o próximo logo se verá se realmente o argumento está desaproveitado ou não. Só com um livro acho difícil estar a fazer já analises assim tão negativas.
;)