domingo, 24 de outubro de 2010
21º Amadora BD - 1º Fim de Semana
Passou o primeiro fim-de-semana do 21º Amadora BD e penso que a organização deste evento deve tirar algumas ilações da falta de visitantes presentes nestes dois dias. Acho um bocado duro começar este meu post com estas palavras, mas foi o que mais me chamou à atenção. Como é usual costumo começar este post inicial com um fotografia geral da zona comercial e autógrafos e infelizmente este ano poderão verificar que não é a foto mais feliz do evento.
Não se pode culpar o Japan Weekend, pois quando muito tiraria no máximo 10% ao volume normal de visitantes previstos no Amadora BD. Espero que não tentem culpar a crise global, pois os bilhetes são bastante baratos e não iriam provocar o descalabro económico de nenhuma família. Acho que alguns dos pontos que normalmente se criticam a este festival foram este ano ampliados e amplificados pela equipa organizativa. A falta de divulgação e o “embrulho” de confusão entre buscas on-line entre Amadora BD, FIBDA e CNBDI, sendo que nenhum destes é completamente coerente e completo com informação sobre o festival, acho que tiveram o seu peso. Divulgar a parte principal do programa a uma semana e meia do início deste, com certeza não será a melhor partida para um festival desta amplitude.
Depois temos o Amadora BD no Facebook que raramente é actualizado… A acrescentar a isto tudo houve este ano um decréscimo do número de artistas internacionais europeus e norte-americanos, e para além disso um brasileiro que trazia muitos visitantes (Maurício) este ano não veio, como é lógico não pode vir todos os anos…
Já há dois anos que nas conferências de imprensa vejo um jovem todo cheio de jogo informático e de marketing, e sinceramente o entusiasmo e dinamismo que ele põe no seu discurso nestas conferências, não se reflecte no produto final. Qual a causa? Não sei! Isso caberá a quem está por dentro da organização descobrir! O ano passado resolveu-se acabar com o FIBDA e criar o nome Amadora BD, ora isto deveria acabar imediatamente este ano com a designação FIBDA, mas esta continua a aparecer frequentemente em tudo quanto é lado, inclusivamente em informações da organização… isto provoca confusão!
Notas positivas, claro que as há!
Está patente neste festival a melhor exposição que já me foi dada a conhecer: Schuiten e Peeters. Para além desta destaco a exposição de Korky Paul (Bruxa Mimi), muito boa; as exposições “Lusofonia”, “A Metrópole Feérica”, “City Stories” e o “Centenário de Fernando Bento”. Considero este ano um ano bem forte ao nível das exposições. Porventura haverá outras também igualmente boas mas a que eu ainda não fui.
Outro ponto positivo foi a volta da loja BD Mania ao espaço comercial, e a retirada do monstro que estrangulou o festival passado: o célebre “autocarro”, ou “comboio” que atravancava todo o espaço central entre as lojas e autógrafos… pelo menos agora temos mesas para conviver ou descansar! Este ano a retirada deste maravilhoso objecto (que foi um ponto positivo) potenciou ainda mais a visibilidade da fraca afluência de público ao certame.
Os livros são um dos pontos fortes deste festival, onde alguns exemplares podem ser comprados a melhores preços, ou edições que é já raro ver em livrarias neste momento conseguem ser aqui obtidas. Mas este primeiro fim-de-semana do festival também teve lançamentos importantes, Jeremiah e Escorpião, sendo que o segundo esgotou no Sábado! Não sei quantos exemplares a ASA levou para a sua loja, mas pelos vistos foi um número insuficiente. Para quem está interessado neste livro, só a partir de terça-feira. Também foi lançado o primeiro livro de Paulo Monteiro: “O Amor Infinito que te Tenho e outras Histórias” e mais um livro com a chancela da Kingpin Books: "Agentes do C.A.O.S.: A Conspiração Ivanov".
Espero que o festival recupere deste revés o mais rápido possível e que imediatamente comecem a pensar no que está a falhar para nunca mais acontecer!
A divulgação do festival tem que começar no mínimo dois meses antes deste e ser assertiva, massacrando todos os canais sociais possíveis!
Tem de ter uma mascote para sempre, para toda a gente associar a imagem ao festival.
Tem de ter cartazes atractivos para toda a gente, e não apenas para alguns!
A parte de Banda Desenhada estilo oriental (Manga, Manhwa e Manhua) tem de ser objectivamente fortalecida no festival. Não basta trazer um desgraçado de um autor oriental que ninguém conhece, para o pessoal lhe pôr uma folha à frente e ele desenhar alguma coisa! As exposições oriundas desse canto do globo têm sido na generalidade fracas e não representativas do melhor que por lá se faz, e no mínimo divulgar na nota de imprensa quais os trabalhos editados por estes artistas. É que eu tive de fazer um sério esforço para saber quem era Seri Aoi e qual o trabalho que a tornava conhecida.
Basta de bater no Amadora BD. Espero que a afluência aumente a partir de agora, e espero que comecem a ouvir o que toda a gente critica sintomaticamente todos os anos… e todos os anos é ignorada.
Passem a palavra!
Pessoalmente gostei da presença dos autores nacionais, da simpatia de Seri Aoi, do profissionalismo de Azpiri, e mais uma vez fiquei sem o sketch da dupla Schuiten e Peeters. E isto começa a chatear-me solenemente!
Já é altura de porem regras sérias e democráticas nas filas de autógrafos para evitar que os profissionais de fila fiquem com vários autógrafos num fim-de-semana e outras pessoas fiquem a “chuchar no dedo” porque querem ver o festival, ou como hoje que quando cheguei a fila já estava bloqueada! Se lá fora há senhas porque é que aqui não há-de haver??? Sim porque houve pessoas que conseguiram pelo menos três autógrafos desenhados desta dupla! Outros como eu riem-se e “aguentam-se à bronca” porque o festival não é só autógrafos… mas eu gostava de ter um! Só um!
Já agora, convinha dar primazia a autores que tivessem trabalhos editados em português, e de seguida a autores anglófonos, visto que a segunda Língua mais falada é o inglês e não o francês. Passo a explicar: as palestras de certeza que teriam mais gente a assistir e a fazer perguntas, e será mais fácil à maioria das pessoas ler em inglês do que em francês logo poderão levar um livro para o autor autografar. Assim eu escusava de ter estado na fila de Aude Samama, que apenas fazia autógrafos para o clube francófono que tinha o livro na língua original: francês! Ora, se eu não falo nem leio francês (assim como 90%) da população residente em Portugal (não vale emigrantes) porque raio de carga d’água é que iria comprar um livro para a jovem fazer uma pintura? Gostaria de ter um sketch dela, pois gostaria, mas ela só fazia em livro! Acho que a organização deveria pensar bem em quem convida para vir dar autógrafos! Ainda me lembro da confusão do ano passado com os polacos…
Já chega de partes negativas.
Visitem as belas exposições presentes e comprem um livro, respirem BD e convivam muito!
Assim levarão o melhor deste Amadora BD!
Isto tudo são opiniões pessoais, como tal passíveis de serem rebatidas, mas feitas por alguém que gosta muito deste festival e que ficou triste com o que viu neste fim-de-semana.
Ou melhor, com o que não viste.
ResponderEliminarNão digas que eles não ouvem as críticas do pessoal! Olha que eu já há 3 anos que ando a criticar o facto do ATM ficar no primeiro piso (longe das lojas) e este ano já não preciso de criticar esse ponto que eles resolveram a questão: este ano não o puseram no primeiro piso, acabaram com ele. Assim este ano não há ATM em lado nenhum. Maravilha!
ResponderEliminarAssino a parte da publicidade. Moro em Alfornelos e soube com este post que o evento começou este fim de semana. Costumava haver publicidade e placas por toda a amadora, agora se as há nem as vi.
ResponderEliminarWOW!!! Excelente!!! Esos murales estan regios!! Azpiri!! oh que afortunados!!
ResponderEliminarSaludos desde Perú!!
Pois é meu caro, pois é! Esta "organização" sofre do amadorismo que roça a incompetência crónica que assola o nosso país em quase tudo o que mete gestão. Eu ainda não lá fui (irei no próximo fim-de-semana), mas o que referes tem sido assim todos os anos desde que conheço o certame, uns anos maus e outros ainda piores. Também existem muitos aspectos positivos e será difícil tudo ser perfeito e agradar a todos. No entanto, a publicidade é inexistente (ou quase, quase) e logo aqui, apenas os mais entusiásticos saberão que existe um Amadora BD, ou FIBDA ou CNBDI, ou lá como lhe querem chamar ou lhe chamam. Mesmo os mais entusiásticos, como tu ou eu, têm dificuldade em perceber ao que vão. Outro assunto que tocas e que eu também partilho, é a falta de chá de algumas das vedetas, ou suas editoras, ou quem os "convida", é desrespeitosa, na minha opinião. Por outro lado, em certames internacionais teríamos que pagar pelos desenhos autografados; o que será melhor?! De qualquer forma, se o formato é este que temos, não ficaria mal um sistema de senhas SÉRIO (isto é, que evite o "vou tirar 20 senhas para os meus amigos e conhecidos antes que as portas abram e chegue a maralha"!). Os "profissionais" da fila dos autógrafos fazem a opção deles, e lá estão eles todos os anos, também a dar um certo colorido e por isso fazendo parte específica do festival! Os outros, como eu, que quase têm quebras de tensão por ali estarem de pé horas e que também gostariam de ver as exposições e conversar com o pessoal que só vê nesta altura, normalmente não levam dedicatórias algumas, apesar de, como eu e tu, serem os compradores de todas as obras desses autores pelas editoras nacionais e que, afinal de contas, "convidam" as vedetas e que teriam que ter alguma cortesia pelos seus clientes (quantos não são os "profissionais do autógrafo" que não levam livrinho algum e quando o levam é a versão Francesa ou outra?). Proponho que cada livro do autor adquirido na editora que o convida tenha senha para autógrafo. Enfim, é um festival "democrático à portuguesa", e apesar de todo este meu maldizer, eu gosto sempre muito de lá ir. Lá irei no próximo fim-de-semana :)
ResponderEliminarPS: O que a Vidazinha escreveu é que eu não quero acreditar: Não há ATM????!!!!! Devem estar a gozar com quem lá trabalha e lá vai, de certeza!!! Ainda bem que avisas, porque eu nunca ando com dinheiro na carteira que resista ao meu ímpeto consumista. Quem é que perde? O lojista, se não tiver POS!
Boas, o Amadora BD ou FIBDA ou festival, ou qualquer que seja a designação, e que eu passo desde já tratar por AMBD, não merece a falta de publico com que foi brindado neste 1º fim de semana. No entanto há causas para isto ter acontecido, o Bongop referiu algumas, eu ainda identifico outras, e sobre as quais e em devido tempo falarei sobre elas. Mas a edição deste ano peca logo por dois factores: o primeiro é que faltou criar atempadamente expectativas. A culpa é do atraso na divulgação do programa aliado à falta de publicidade, à inexistência do AMBD nas redes sociais, à confusão com dois sítios na internet, etc, etc; o segundo factor é a ausência de grandes nomes da BD que projectassem o festival. A dupla Schuitten/Peeters são pesos pesados mas infelizmente são os únicos e já foram. Haverá sempre a eterna discussão sobre o que leva as pessoas a visitarem um festival de BD, e eu irredutivelmente teimoso afirmo que sem autores conhecidos e publicados dificilmente se passa a palavra!
ResponderEliminarAgora a generalidade das exposições (ainda não vi todas) são muito e a do Shuitten/Peeters é um “must”. E só esta já merece a visita ao AMBD!
Quanto à questão do ATM, segundo ouvi dizer custava a módica quantia de 7.000 notas instalar lá a maquinazinha para 15 dias!!!!
Lá nos encontraremos no próximo fim-de-semana!
Abraço
Comparando com as fotos do ano passado realmente a descida de público é imensa :S
ResponderEliminarPasso lá no próximo fim-de-semana para ver o festival e por a conversa em dia ;)
Abraço
Rafeiro
ResponderEliminarSim, não vi muito público! A ver se melhora daqui para a frente.
:S
Avram Garrison
Na realidade também não vi muitos cartazes na Amadora, mas como vinha a conduzir poder-me-ia ter passado. Agora se tu o confirmas...
:(
Amazonas
Sim, Azpiri grande autor! Ainda lhe comprei uma página original.
:)
Ana Vidazinha
Eu já sabia que não iria haver ATM, coloquei essa informação no post de lançamento do livro do Paulo Monteiro... acho que ficava muito caro!
Assim obrigaram o João A a mostrar toda a sua coragem para ir à rua levantar uma boa maquia em dinheiro para comprar pranchas originais do Azpiri!
:D
Refem
Quanto aos autógrafos acho que é fácil de resolver, e se dizem que já fizeram e não resultou era porque o sistema estava mal feito. Acho que todas as pessoas devem ter acesso a um autógrafo dos seus autores preferidos e ao mesmo visitar o festival. As senhas resolviam esse assunto, podendo as pessoas inclusivamente poder ir a palestras com a senha no bolso!
Em relação aos poucos visitantes acho que a causa maior é sem dúvida a quase ausência de divulgação. Quanto ao resto acho que já disse quase tudo. Espero que corra melhor no próximo fds.
Queres almoçar por lá! Eu almoçarei no tasco mais próximo do fórum por volta das 13 horas.
:)
Verbal
Acho que não é preciso chegar ao fim do festival para perceber que este foi um início completamente falhado ao nível do público presente. Como dizes, o melhor foram as exposições! Algumas imperdíveis e hei-de lá voltar para algumas delas, coisa que nunca me aconteceu!
;)
Loot
Aparece no lugar marcado: 1:00 da tarde para almoçar no tasco mais próximo do Amadora BD!
;)
Dou um pequeno exemplo do que poderia aumentar a motivação do público para ir ao Amadora BD.
ResponderEliminarIncluída na "Mostra del Cine de Valencia", fizeram uma "Mostra De Comic" que tinha como convidados o Dave McKean, o Salvador Larroca (Invincible Iron Man), o Pascual Ferry (Thor), o Guillem March (Gotham City Sirens) e o Ramon Bachs (Red Robin). Isto, se não estou errado, em apenas UM fim-de-semana. Bem sei que o mercado é outro e os autores são, na sua maioria, espanhóis. Quem é que temos no FIBDA? O Sean Murphy (mérito da Kingpin e do Mário Freitas, parece-me) e a dupla Schuiten e Peeters. O resto são completos desconhecidos para mim... sinceramente, apenas para ir ver as exposições, não estou para me deslocar até à Amadora. Será que não conseguiam trazer da nossa vizinha Espanha alguns convidados para animar a "festa"?
(http://www.weeklycrisis.com/2010/10/valencias-comic-convention-mostra-de.html)
Eu quero ser um optimista e espero que nos próximos fins-de-semana haja mais público, até porque há exposições que merecem (e eu ainda não as vi todas). Mas, tanto quanto sei, o primeiro fim-de-semana é sempre o pior. E, se a isso aliarmos realmente o facto de uma divulgação deficiente, ainda se percebe melhor esse facto. Bem, eu pelo menos, como tu sabes fui no domingo passado e espero lá voltar sábado. Um abraço.
ResponderEliminarComo não consegui ir no fim de semana passado, quero ir este que vem...e gostaria de ver mais gente (de facto)
ResponderEliminarAcho também curioso, já que se falou de outros eventos, que num único fim de semana , houve pelo menos três eventos que tinham (entre outras temáticas) a banda desenhada....o ano tem mais dias e o país é demasiado pequeno para "tanta" coisa num só dia!
Por fim , e visto que ainda não visitei o espaço, a publicidade este ano foi muito fraquinha...Vá lá malta mesmo assim não há motivos para não ir ;)
Boas exposições com a do Schuitten/Peeters num patamar muito elevado.
ResponderEliminarPara mim continua a ser uma Festa. Podia melhorar com mais público mas talvez seja essa uma das razões que eu lá vou (felizmente) os três fim-de-semana. Para fazer número. LOL
Negativo, mesmo mesmo, é a falta do multibanco. Vá lá que a maioria das lojas tem máquinas de pagamento automático portáteis. O pior é se aparece alguma surpresa como as belezas que o Azpiri trazia.
Depois mando-te a conta dos direitos de utilização de imagem :-)
Até ao próximo fim-de-semana.
Abraço
P.S. não percebi muito bem essa animosidade em relação ao suposto "clube francófono" mas depois logo me explicas. Já me habituaste a ter uma abertura muito boa em relação à diferença, daí estranhar um pouco o comentário.
Dinis
ResponderEliminarBem que podiam trazer espanhóis de renome mundial! Há uma montanha deles! Espero que um dia isso também chegue aos autores portugueses.
;)
João
Pode haver, pode não haver! Para o próximo fds os tugas estão com os bolsos cheios de dinheiro e o fds é prolongado! Muito dinheiro para gastar em viagens e saídas à noite. Podem pensar também que era fixe ir até ao festival de banda desenhada da Amadora!
:)
Bárbara
Lá nos encontraremos então!
:)
RuiR
Aviso que não pago direitos de autor a ninguém!
:D
Quando me referi ao "clube francófono" não foi para ser entendido como pejorativo! A minha reacção prende-se com facto de que aparecem autores francófonos de nomeada bastantes vezes e depois pregam esta partida aos visitantes, ou seja, só quem sabe falar francês é que tem direito a autógrafo! Não é justo. O ano passado lembras-te com certeza dos polacos...
Não foi minha intenção atacar as pessoas que sabem falar francês, mas sim a organização que não explica aos autores que não tendo nenhum livro editado em português não devem estar à espera de que apareçam muitos com o livro em francês! E muito menos que vão às palestras em francês...
;)