terça-feira, 19 de julho de 2011
Yoko Tsuno
A série Yoko Tsuno veio ocupar um espaço quase virgem, na BD francófona, em que os heróis principais eram sempre do género masculino. Na sua génese seria uma personagem secundária, os heróis principais seriam Vic e Pol seus companheiros de aventura. Mas na Dupuis, editora que detém os direitos da série desde 1972, decidiu-se após algumas pequenas aventuras em que Yoko não seria a personagem principal, entregar a Roger Leloup um álbum completo, mas com o Yoko no centro, sendo Vic Video e Pol Pitron os seus acompanhantes. Isto aconteceu também pelo espaço criado pela heroína Natasha ao ser a primeira personagem principal feminina na Banda Desenhada Franco-Belga. Assim Yoko Tsuno passou a ser a segunda, e com sucesso, como provam os seus 25 álbuns editados desde 1972 até 2010. Para além disso esta série é referenciada por alguns críticos como uma série de leitura que visa o género feminino, com o qual eu não estou de acordo. Por ter muitas personagens femininas não quer dizer que seja apenas para elas! Eu penso que é para todos! Eu li, e leio, Yoko Tsuno com prazer e não sinto que seja assim… se eu pegar num Manga Shoujo (para raparigas) aquilo chateia-me um bocado na leitura, pois é mesmo vocacionado para elas. Yoko Tsuno considero uma série para todos, como é apanágio das BDs Francófonas.
A sua primeira aparição traduzida para português aconteceu na 2ª série da revista Spirou, sendo depois disso editados quatro álbuns, o primeiro pela Assírio e Alvim, os restantes pela Difusão Verbo. Infelizmente a Verbo ficou por aqui… Os títulos editados em português são:
1- O Trio do Estranho - Assírio e Alvim 1982, Bertrand (Revista Spirou) 1979
2- O Órgão do Diabo – Verbo 1986
3- A Forja de Vulcano – Verbo 1986
5- Mensagem para a Eternidade - Bertrand (Revista Spirou) 1979
6- Os 3 Sois de Vinea – Verbo 1987
Para ficar tudo seguido apenas falhou as “Aventures Électroniques”, o nº 4 da colecção…
As aventuras de Yoko Tsuno inserem-se no género aventura, fantástico e ficção-científica. Como podem ver as aventuras da jovem oriental são muito abrangentes ao nível da narrativa! E esta é muito fluída e sem paragens como convém a uma série de aventuras. Roger Leloup é o autor tanto dos textos como da parte artística. Este belga, pode-se dizer que fez de Yoko Tsuno a série da sua vida, pois não tem praticamente mais nada editado na sua carreira artística! Mas é na arte que eu acho que ele se destaca. Super pormenorizado, sobretudo nas imagens de fundo, em que por vezes retrata paisagens reais e estas estão com um rigor exemplar, sendo que por vezes não são nada fáceis de retratar em BD. Para além disso é tão fiel a desenhar um avião tipo Boing 747, como um Peugeot 403. É um grande artista! As sua personagens estão impregnadas de grande dinamismo, sendo que a parte psicológica destas foi logo definida nos dois primeiros volumes. A partir daí não variam muito, apenas as situações inverosímeis em se encontram muitas vezes vão variando, varrendo o planeta! Alemanha, China, Caraíbas, Desertos, planetas extraterrestres, Afeganistão, Plataformas petrolíferas… enfim, Leloup não tem nenhum problema em desenhar o que quer que seja com grande à vontade e pormenor.
Yoko Tsuno é uma engenheira electrónica criada no Japão, vivendo agora na Bélgica. Faz facilmente amigos, sendo muito fiel a estes, tendo uma grande noção de honra! Tem um grande e vasto conhecimento sobre muitas actividades, como mergulho, artes marciais (cinturão negro em Aikido), sabe pilotar aviões e helicópteros! Tudo isto concentrado numa mulher quase sem defeitos na sua maneira de agir com os outros, digamos que é uma mulher muito competente.
É acompanhada por Vic, o seu melhor amigo, e Pol, o cómico do grupo…
Convido-vos a conhecer a excelente arte de Leloup, pelo menos nos álbuns que estão editados em português! Quem quiser ler mais livros desta heroína e não souber falar francês, a Cinebook editou em inglês seis álbuns desta série. Infelizmente, e não sei porquê, não editaram nenhum em que aparecem os habitantes do planeta Vinea, tornando a série muito mais pobre…
Boas leituras!
Hardcover/Softcover
Criado por Roger Leloup
Editado entre 1979 e 1986 pela Bertrand, Verbo e Assírio e Alvim
Nota : 8 em 10
Parabéns por relembrar Yoko Tsuno que para alguns, é BD dos anos 70, mas, está bem viva com o último álbum em 2010! Como seu fã de uma das "resistentes" Bd's PARA TODOS ( pequenos, grandes, meninos, meninas...)é com pena que todos os anos constato que ninguém a quer pegar...
ResponderEliminarO de já existir 25 títulos talvez seja um entrave... e é mais "fácil(?) "reedições" de colecções já com nome garantido.
OU será culpa do editor / autor ? Curiosamente, não me lembro de outro país que tenha editado toda a colecção em outra língua sem ser o francês... (Espanha editou 8 álbuns)
ASantos
ResponderEliminarA Cinebook está a editar Yoko Tsuno, já lá vão 6 números. O que acontece é que eles por e simplesmente passaram por cima de todos os livros com aventuras que incluam extra-terrestres!
O que eu não compreendo...
Estou a comprar esses livros da Cinebook, que saem muito em conta, apenas me falta o último. Ficam à volta de 5EUR.
E Yoko Tsuno merece ser relembrada porque é mesmo uma BD para todos! Como dizes, dos 7 aos 77!
Muito movimento e cenários de fundo fantásticos!
:)
Gostei das páginas que ilustras o artigo. :)
ResponderEliminarInfelizmente, nada conhecia da personagem já que acho que nunca veio nenhum álbum cá para os meus lados. :(
Abraço. :)
Estive a espreitar a página do Cinebook e acho estranho que a par do Spirou, esteja na categoria "Criança"... - na minha opinião induz em erro e o certo sería na "7 aos 70"!
ResponderEliminarEstou desejoso por ler a tua opinião sobre os títulos que comptrastes (principalmente, aqueles que não foram editados em PT)
OCP
ResponderEliminarYoko Tsuno faz parte da minha cultura bedefila!
As estórias são sempre à volta de mistérios, embora simples. Mas o desenho de Leloup, dentro da linha clara, são muito muito bons!
;)
ASantos
Sim, acho que não deveria estar entre as Bds "para crianças... Yoko Tsuno pode ser lido em qualquer idade, embora quanto mais uma pessoa cresça vá achando as estórias mais simples, mas nem por isso más. Mas um leitor também dá muito mais atenção à parte gráfica. Os fundos são maravilhosos de pormenor! Esta é a grande diferença entre a BD franco-belga e a BD norte-americana na generalidade, porque nada é estanque!
:)
Fizeste bem em escrever acerca da Yoko Tsuno. Apesar de já não me lembrar muito bem das histórias dela que li no Spirou, não esqueci a excelente e técnica arte de Roger Leloup. Leloup fez parte dos estúdios Hergé (e também colaborou com Jacques Martin) e foi ele o responsável pelo design do famoso jacto Carreidas 160 que aparece no álbum do Tintin "Voo 714 para Sidney".
ResponderEliminarPara quem estiver interessado, as primeiras páginas de "On The Edge of Life" (7-"La Frontière de la Vie") podem ser lidas clicando aqui:
http://tinyurl.com/3rda4fh
Filipe Azeredo
ResponderEliminarNa revista Spirou apenas saiu a estória de apresntação e Uma Mensagem para a Eternidade. Esta última infelizmente nunca saiu em álbum...
Eu sabia que ele tinha colaborado com os estúdios Hergé, mas não sabia exactamente o que ele tinha feito! Praticamente a vida dele como artista editado resume-se a Yoko Tsuno. Com uma qualidade gráfica daquelas acho que poderia ter feito mais nestes 39 anos! De notar que entre 2005 e 2010 não saiu nenhum álbum desta série.. também o homem já está velhote!
;)
vALEW cARA.
ResponderEliminarSOBRE A ESCRITA...
...fÁS mAL sE eU fIZER aSSIM nOS tÍTULOS dAS pOSTAGENS?
Magdiel
ResponderEliminarTudo depende do que tu pretendas... se tu queres o blog só para te divertires sem estares preocupado se outras pessoas vão ler o que escreveste ou não, então fazes como te der na gana. Se tu quiseres que outras pessoas leiam aquilo que escreves, tens de escrever de maneira a que seja facilmente legível para toda a gente!
;)
Magdiel,
ResponderEliminarNão há paciência que resista a uma escrita com maiúsculas e minúsculas misturadas, o Bongop tem razão.
Usa isso só na tua assinatura.
enxofre
Também já tinha falado disto
ResponderEliminarhttp://www.portaviii.com/yoko-tsuno/
e devo dizer que quando passeio com os olhos pelas estantes a saudade transpira-se.
Já nao quase não me lembrava dela apenas li 1 unico album no fim da decada de 80,O Órgão do Diabo.
ResponderEliminarDiabba
ResponderEliminarTens razão!
;)
Paulo Brito
Pois fizeste! Agora foi a minha vez...
:P
Optimus
Então perdeste as aventuras todas com os habitantes do planeta Vinea!
(Que são muito giras!)
:(
Então deixa de fazer.
ResponderEliminarNão posso pegar nos livros antigos porque fico ainda mais preso à biblioteca.
És mesmo mau. ;)
Em verdade, eu até aprecio a decisão da Cinebook. Ninguém pode com aqueles incapazes azuis dos vineanos!
ResponderEliminarMas essa é minha única reserva com respeito à série, que eu tenho inteira em francês (e penso ter sido publicada completa também em neerlandês, não que isso faça grande diferença).
Não acho que o motivo da série ter sido tão pouco traduzida seja o seu tamanho. Como Tintin ou Asterix, os álbuns são geralmente autocontidos e há pouca continuidade entre uma aventura e outra, então uma eventual editora não precisa se comprometer a publicar a série por inteiro.
No entanto, essa BD nunca foi um grande sucesso de vendas, nem sequer na França, o que pode ser uma explicação mais provável.
(Palavra de verificação: menta. Podia ser hortelã também, suponho)
Eu li alguns episódio, julgo que na revista Spirou e depois consegui adquirir um álbum que até estava abaixo do preço. Mas do pouco que conheço a série, concordo contigo. É de facto uma heroína para todos os tipos de público, com um desenho muito bem conseguido e eficaz e argumentos que se lêem de rajada. Aliás, para quem não conheça, basta ver a categoria das páginas que publicaste. Um abraço.
ResponderEliminarPaulo Brito
ResponderEliminarNão deixo, não deixo e não deixo de fazer!
:D
E estão previstas mais séries antigas!
;)
Hunter
Eu gosto dos Vineanos!!!
:D
Não sei se a série tem má venda em França... para ter 25 livros editados, o último foi o ano passado, deve vender razoavelmente... penso eu!
Não tenho pormenores de número de vendas para afirmar isto, mas...
:D
João Amaral
Sim, na revista Spirou foram editadas duas aventuras, e uma delas, infelizmente, não foi editada em livro. Mas a qualidade gráfica de Leloup é grande!
:)
Só por causa tua teimosia vou encontrar, mais álbuns/revistas antigas, para sofreres quando tiveres isso na mão.
ResponderEliminarPaulo
ResponderEliminarIsso faz-me sofrer... com revistas antigas!
Vou sofrer tanto que vou entrar em depressão...
:D
(eheheheheh)
Bongop,
ResponderEliminarA série vende razoavelmente na França, mas com toda a certeza nunca chegou ao níveis de venda de um Tintin ou Asterix. Ouso dizer que nem de um Iznogoud ou Michel Vaillant...
Considerando que há BDs muito mais vendidas em França que pouco ou nunca foram editadas em português, pode-se perceber que esteja abaixo do radar dos editores. Se um Trolls de Troy (300 mil exemplares vendidos por álbum, além de ser a série mais parecida com Asterix publicada na França hoje em dia - aí incluído o próprio Asterix!) nunca foi publicado em português, que direito temos de nos queixar de uma série que já o foi?
Hunter
ResponderEliminarÉ claro que não chegou a níveis de Asterix ou Tintin!
Mas isso não quer dizer que para além desses não possa ser editada! Claro que se não vendeu por cá, o assunto fica arrumado e vou comprando os livros em inglês.
Quanto ao Troy, o 1º volume foi editado e ainda acabou mais cedo... a Devir não continuou a colecção!
(Infelizmente)
;)