quinta-feira, 1 de março de 2012

A Palavra dos Outros: Suicide Squad por Hugo Silva

Hugo Silva, também conhecido nalguns fóruns de BD/HQ como Kon-El, repete aqui no Leituras de BD na rubrica "A Palavra dos Outros". E eu agradeço! Hugo Silva é um nostálgico dos grandes momentos que estejam relacionados com os comics norte-americanos. Desta a vez a sorte coube ao Suicide Squad (Esquadrão Suicida).

Suicide Squad

A DC não sabe aproveitar o seu passado como a Marvel, a prova está no material que tem sido lançado nos últimos 5 anos, sendo uma das excepções o TPB lançado no ano passado compilando a excelente fase de Suicide Squad (Esquadrão Suicida) de John Ostrander e Luke McDonnell.
No final dos anos 80 a DC aproveitava ainda a onda do seu mega evento “Crisis” e enquanto tentava organizar o seu universo, começou a introduzir novas personagens e equipas como foi o caso deste Esquadrão Suicida. Aventura, humor, acção e histórias bem agradáveis eram a receita utilizada por Ostrander, que assim aproveitava este conceito pouco comum e criou um universo que todos relembram ainda nos dias de hoje.
O livro começa logo a mostrar qual vai ser o conceito da equipa, com a personagem principal Amanda Waller a mostrar ao então presidente dos EUA, Ronald Reagan, a necessidade de reactivar um conceito antigo onde se usava mercenários em missões onde todos eram dispensáveis. É-nos então mostrado como funcionou um dos primeiros grupos do género, o que foi fundamental quer para percebermos o conceito da coisa, quer para plantar sementes de histórias futuras, já que iriam ser usados dois personagens desta equipa antiga na nova versão.
E qual a característica nesta nova equipa? Ela seria constituída por Super-Vilões que assim davam o seu contributo à sociedade e em troca receberiam diminuições na sua pena. No primeiro arco as coisas começam logo em grande quando têm que enfrentar um grupo de terroristas com super poderes conhecidos
como Jihad e que provavam ser a situação ideal para um grupo destes entrar em acção. Na primeira equipa do Esquadrão aparecia logo o Quarteto que foi a base de todo o grupo durante bastante tempo, o Comandante Flagg, o Tigre de Bronze, o Pistoleiro e o Capitão Bumerangue. Este último seria o destaque do grupo devido às situações de humor que proporcionava e à sua personalidade.
Nesta primeira aventura percebemos que neste grupo para além da acção à super-heróis, iria existir também uma forte componente política com as intrigas e traições que isso provoca no decorrer de uma história. A equipe também honra o seu nome, já que um dos elementos morre logo neste arco mostrando realmente que tudo podia acontecer nas histórias do grupo. No livro iremos assistir a algo que não podia faltar em histórias dos anos 80 com uma componente política, a deserção de um Russo e aqui para além de todas as complicações que isso provocava, vemos como os que estavam no poder nos Estados Unidos podiam querer aproveitar um grupo destes para missões de interesse próprio.
Ostrander em basicamente todas as aventuras tinha o condão de deixar pistas e sementes para futuras histórias e era interessante perceber isso quando líamos e percebíamos que tínhamos que ir lá atrás e notar os pequenos detalhes deixados num ou noutro quadrado. Não sou fã da arte de McDonnell mas confesso que neste grupo a mesma assentava bem, provavelmente pelo ar “sujo” que deixava nas páginas e que tinha tudo a ver com as intrigas e o ar underground que esta equipa devia ter.
Um dos destaques deste livro para mim é uma das histórias que não envolve super-vilões, e sim conceitos como o Racismo, o preconceito e a tentativa de chegar ao poder com a empolação destes sentimentos. É simples, é directa e sem muita pancada nem luta mostra como uma história bem escrita pode ter acção e nos prender do começo ao fim. Uma pena a DC ter decidido parar com a compilação das histórias deste grupo, em todo o caso é altamente recomendável este livro para quem quiser uma leitura mais a ver com espionagem do que com aventuras limpas de super-heróis.

Compila Secret Origins #14 e Suicide Squad #1 a #8 do ano de 1987


Acho que está a ser muito interessante. São assuntos ou temas sobre os quais muito provavelmente eu não iria escrever, não é que não goste porque gosto mesmo, mas não me viriam à cabeça para um post!
Obrigado a todos os que estão a enriquecer este espaço dedicado quase exclusivamente à BD.

Boas leituras

14 comentários:

  1. Lembro-me bem do Esquadrão Suicida dessa época e a minha personagem favorita era o Pistoleiro. O tipo era uma mistura do Justiceiro com o Mercenário da Marvel que resultava bastante bem na serie. :D

    Mas pensava que a primeira aparição tinha sido na mini Lendas. :S

    Abraço. :)

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  2. OCP
    O meu preferido era mesmo o Deadshot (Pistoleiro). Cheguei a ter, e a ler algumas revistas do Esquadrão. Eram mesmo divertidas, sobretudo para um jovem ávido de BD, como eu era nessa altura!
    :)
    Pouco anos depois disso foi quando fiz um largo interregno na BD. Livros desaparecidos e a vida tinha dado a volta para outras lados...
    Hoje sinto-me arrependido de me ter afastado assim, mas a vida é assim!
    :(

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  3. Não conheço este esquadrão.
    Mas pela amostra das imagens, pertencem ao género de BD de super-herois de que gosto.
    Tens cá na caverna alguma coisa que eu possa ler deste Esquadrão?
    enxofre

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  4. De esta etapa tengo los primeros 16 números (que se publicaron en España bajo el sello de Ediciones Zinco). De vez en cuando los releo, hay algunas historias muy buenas.

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  5. eram um excelente complemento da revista Liga da Justiça da Abril

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  6. Diabba
    Na Caverneteca tens! Em inglês... mas não desta fase, apenas com alguns destesvilões/heróis.
    :\

    Arion
    Eu também li esses números, há muito muito tempo!
    :D

    elektrao
    Foi aí que os li!
    Era muito fixe, aliás li muita cena pela editora Abril!
    ;)

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  7. Quando combinarmos o jantar eu levo esses da liga pra diaba ler.

    E já agora, sim em Lendas eles deram o seu ar de graça

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  8. Vale a pena ler as histórias do Secret Six (no estilo e com membros do Suicide Squad) pela mão da Gail Simone antes do Remake DC "52" que trouxe de volta novamente o Suicide Squad.

    Não sei se o material do Suicide Squad já passou por este Blog mas é muito bom, uma alternativa à pasmaceira habitual.

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  9. Sorry, esqueci de assinar, sou o Bladder.

    P.S.: Que raio aconteceu ao Central Comics? Não se consegue aceder.

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  10. Bladder
    Secret Six não conheço.
    :D
    E não, ainda não tinha havido entradas do Suicide Squadron aqui no Leituras de BD.
    Por isto esta rubrica "As Palavras dos Outros" é fixe. Outras pessoas com gostos e visões diferentes colaboram e dão mais cor a este blogue!
    :)
    Quanto à CC terás de perguntar a quem de direito. Eu já fechei a minha boca sobre o assunto, já disse o que tinha a dizer e por mim fica por aqui. Se entretanto fores beber informação a outros lados em que o meu nome esteja envolvido agradecia que me contactasses para haver "contraditório" e defesa se necessário. O meu mail está acessível a toda a gente!
    ;)

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  11. conheço pouco do Suicide Squad e sim o Deadshot é do caraças o homem que não falha :D

    Quando li o OCP dizer pistoleiro não conheci o nome mas percebi logo que só podia ser ele :)

    Já agora o protagonista do Wanted é claramente baseado nele

    abraço

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  12. Era bastante fã do Esquadrão.

    O que mais me encantava é que, como era composto quase totalmente por vilões, por mais que tivessem de cooperar juntos sempre mantinham uma linha de ódio mútuo que deixava as coisas perigosas.

    Acho que a última história que li, foi a em que o Pistoleiro condenou Bumerangue à morte ao atirar em suas duas mãos.

    Muito boa postagem. :)

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  13. Loot
    Sim o tipo do Wanted e o Deadshot têm muito em comum!
    ;)

    Pensador Louco
    Não sabia que o Deadshot tinha acabado com o Bumerang!
    :|

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Bongadas