terça-feira, 24 de abril de 2012

Primeiras páginas para o público de Before Watchman: Rorschach


Controvérsias à parte, começam a aparecer as primeiras imagens das prequelas de Watchmen.
Após duras trocas de palavras entre a DC Comics e Alan Moore, com processos judiciais à mistura, a DC vai editar estas controversas prequelas, e neste caso temos a publicação dedicada a Rorschach. Os autores são Brian Azzarello (textos) e Lee Bermejo (arte).
É neste último que este post se fixa, pois as fotografias tiradas a estas duas páginas mostram uma arte do melhor!
Apreciem apenas a arte e não pensem em Alan Moore ou na DC Comics... apreciem só a arte de Bermejo!
Awesome!
Rorschach sempre foi a minha personagem preferida de Watchmen!

Watchmen foi criado por Alan Moore e Dave Gibbons em 1986, tendo direito a um filme o ano passado.





















Faltará com certeza a cor, mas para já as únicas imagens são a Preto & Branco.

Boas leituras

41 comentários:

  1. Olha... sinceramente, por mais que a DC seja uma das rainhas na fdp-ice, não sei se o Alan Moore - o homem que praticamente só usa personagens dos outros, em sua maioria de domínio público - tem qualquer posição para reclamar de usarem os personagens dele...

    Certo que a DC sacaneou ele animal, mas não sei se tem alguém na indústria de quadrinhos com um ego maior do que o dele, e menos ainda alguém com menos posição para reclamar de "deturparem" personagens - coisa que ele já reclamou - quando ele transformou personagens clássicos da literatura no que sinceramente É pornografia infantil . Porque é isso que Lost Girls era.

    Mas como ele colocou em uma entrevista... usar o personagem dos outros para fazer algo que não tem NADA a ver com eles pode. Manter a essência e contar outra história com eles... isso é horrível.

    podem me xingar o quanto quiserem

    ResponderEliminar
  2. Ah, e antes que eu esqueça... Artwork nota 10000000 do Bermejo.

    ResponderEliminar
  3. Pedro Henrique
    Acho que a DC sacaneou o Moore com Watchman, mas também acho que o Moore não tem razão nalgumas afirmações que fez. Ele fez um péssimo contrato com a DC nos anos 80, devia ter acautelado um sucesso que se calhar achavam, tanto a DC como Moore, que não iria ser tão retumbante. A DC agarrou-se ao contrato assinado e o Moore agarrou-se ao chapéu do Patacôncio a comê-lo.
    Sobre a prequela, não opinião formada neste momento, apenas sei que a DC pôs os seus "pesos-pesados" a tratar desta prequela, o que demonstra a aposta da editora nesta série.
    Quanto a Bermejo concordo 10000000% contigo! Fiquei maravilhado quando vi esta arte!
    :o

    ResponderEliminar
  4. Polémicas à parte como dizes o Lee Bermejo tem sido uma das grandes revelaçõpes dos últimos tempos. Descobri-o no Joker onde trabalhou também com o Azzarelo e tem muito talento. A nível de desenho não tenho dúvidas que isto vai compensar.

    Em relação às prequelas, eu sinceramente não lhes senti necessidade nenhuma quando li Watchmen, mas tendo em conta a equipa reunida dou o benefício da dúvida, uma coisa é não serem necessárias e outra totalmente diferente é não serem boas.

    Quanto ao Moore se ele afirmou mesmo isso, não concordo. O que mais se faz neste género de BD é usar personagens uns dos outros, até estranho vindo dele que faz tanto isso.

    Agora imagino que os problemas entre ele e a DC vêm de trás e por isso já se pega por todo o lado.

    ResponderEliminar
  5. ...uma coisa é não serem necessárias e outra totalmente diferente é não serem boas.
    Pois, é isso!
    Embora também não ache grande necessidade das prequelas. Penso que é "apenas" uma grande manobra de marketing. Resta saber se é apenas isso, ou se os vários livros em desenvolvimento farão juz à obra de Alan Moore e David Gibbons.
    À partida não estou muito intertessado, apenas esta, dedicada ao Rorschach, torra a minha curiosidade porque este era o meu preferido dos Watchmen. E para já a arte mostra-se fantástica!
    :)

    ResponderEliminar
  6. E mesmo que fique a P&B está senascional. A 2ª página fez-me lembrar algumas históias do Horacio Altuna.

    ResponderEliminar
  7. Gente isso está um espetáculo! Essa arte está maravilhosa, tanto capa como interna, o RORShASH é meu personagem da série preferido e em Azzarelo eu acredito muito na qualidade do roteiro, sou a favor sim dessas séries de historias anteriores aos personagens, afinal não atrapalha em nada o fim da Obra Prima do Alam Moore. Que venha BEFORE WATCHMEN!!!

    ResponderEliminar
  8. Filipe Azeredo
    Está muuito fixe, não está! Podia mesmo ficar a P&B!
    :)

    Venerável Victor
    Não sei se a estória do Azzarelo vai ser boa, mas que a arte está brutal, está!
    Não sou a favor nem a desfavor destas prequelas, e quase de certeza sequelas, mas ao menos que façam boas coisas... para já a arte agrada-me!
    ;)

    ResponderEliminar
  9. Fato: Rorscharch é foda!
    Fato#2: Azzarello está animal!

    Fato#3: Moore usou e abusou de personagens antigos, retrabalhou outros (Miracleman, Monstro do Pântano) e fez um TRABALHO PARA DC. Ponto final.

    Desde sempre todo mundo sabe como funciona isso: o personagem é da editora. Hoje, em 2012, as coisas continuam assim.

    Se ele tivesse um ego que cabe na Terra, e um pouquinho de esperteza, teria sido mais diplomático e poderia, sim, fazer e controlar seus personagens e participar ativamente desta hq.

    É uma pena. Espero que esteja boa, mas gostaria que o Mr. Moore estivesse lá tambem.

    ResponderEliminar
  10. Alex D'ates
    Fato#4: Bermejo está em grande forma!
    A DC apostou forte aqui com dois dos melhores autores de comics da actualidade!
    Também gostaria de ver Moore aqui, pelo menos orientando... mas ele e a DC incompatibilizaram-se de tal maneira que é impossível reconciliações... infelizmente!
    Nem sequer entro naquela discussão "de quem tem razão"... nestes casos a razão fica sempre algures no meio!
    :|

    ResponderEliminar
  11. A arte de Bermejo é muito boa. Watchmen não é uma obra intocável, na verdade ela se tornou publica quando foi publicado seu primeiro número.

    ResponderEliminar
  12. Guy Santos
    Nada é intocável, sobretudo nos dias que correm... Neste caso houve um grande aproveitamento da DC relativamente a Watchman e os respectivos direitos. Moore assinou um contrato que o penalizou... a DC é uma editora comercial, logo quer ganhar o máximo gastando o menos possível. Alan Moore devia culpar-se a ele próprio e ao seu advogado que o deixou assinar o contrato sem pensar nas várias possibilidades futuras. A DC está a fazer cumprir o contrato que ele assinou. No fundo isto é simples legalmente. Moralmente pode fazer correr muita tinta...
    :\

    ResponderEliminar
  13. jesuis. vontade de chorar.queria tempo integral para tentar algo assim (com mais contraste, claro). na proxima existência.

    ResponderEliminar
  14. DS
    Tenho a certeza que irás evoluir para uma grande técnica Daniel!
    Apenas tens de trabalhar e disciplinar para conseguires teres um tempo todos os dias para desenhar!
    Para mim és um grande artista em potência!
    ;)

    ResponderEliminar
  15. É incrível como o Bermejo me faz lembrar Jean Claude Claeys nestas pranchas a preto e branco. Recomendo a leitura de: Paris-Fripon; Magnum Song, Whisky´s Dreams entre outros do Claeys.

    1 abraço víril

    -Bladder

    ResponderEliminar
  16. Bladder
    Não conheço Jean Claude Claeys, mas vou dar uma espreitadinha!
    Podes dar um abraço viril, mas não apertes muito que eu já estou velhote...
    ahahahha
    :D

    ResponderEliminar
  17. o papo é vasto, mas devo admitir que concordo com grande parte dos argumentos do Moore. Principalmente no que diz respeito à história e seu fechamento. Mesmo com os pesos-pesados obedientes ali (aliás, justamente por eles estarem ali) que farejo caça-níquel no sentido mais baixo da expressão.

    Abraços.

    ResponderEliminar
  18. Linck
    Os "pesos-pesados" estão a fazer o trabalho para o qual foram contratados. É o dinheiro que ganham nesta actividade que lhes põe comida na mesa.
    Claro que esta prequela foi feita para ganhar dinheiro, isso ninguém tem dúvidas. E também penso que em alguns aspectos morais Moore tem razão, não em tudo o que diz. Mas essencialmente o que vale legalmente nisto tudo é a merd@ de contrato que o Moore assinou e que não acautelou devidamente os interesses dele na hipotese de Watchman ser um mega sucesso!
    Se me perguntares se gosto da situação, seja para o Moore ou para outro artista, eu digo que não! Os artistas que se apresentam na assinatura de contratos com um advogado de confiança!
    :\

    ResponderEliminar
  19. no fundo o me interessa é se é boa banda desenhada

    ResponderEliminar
  20. Paulo Brito
    No fundo é isso que interessa a quase toda a gente, guerras à parte...
    :)

    ResponderEliminar
  21. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  22. Esta "guerra" é extremamente importante.
    Acho que o Watchmen é uma novela gráfica muito bem construida (enquanto novela gráfica, simbiose texto e desenho do melhor já feito), no entanto é hipervalorizada, pois passa-se no contexto dos anos 80 (guerra fria e ameaça nuclear) ou seja esta novela gráfica perdeu o sentido e ficou presa a um determinado período histórico que nem aconteceu.
    Logo, não vejo o Watchmen como uma coisa por ai além na minha opinião (O Alan Moore fez trabalhos bem melhores como: Swamp Thing, V for Vendetta, From Hell, Promethea, Top ten e Lost Girls entre muitos outros, tendo sido todos estes intemporais e não "presos" a um período histórico que não aconteceu).
    Relativamente ao CASH (que é o que interessa no meio disto tudo), o Alan Moore disse em várias entrevistas que quando assinou os contratos não sabia com quem se estava a "meter" e admitiu ingenuidade neste caso dando como exemplo os criadores do Superman: Joe Shuster e Jerry Siegel que também deixaram-se levar na conversa dos senhores da warner dada á sua imaturidade e ingenuidade (volto a frisar como o próprio Moore admitiu).

    ResponderEliminar
  23. Quanto ao caso de o Moore adaptar personagens da literatura e outros superheróis remotos (como o caso do Marvelman), penso que o faz de forma diferente, pois não se "apropria" literalmente do personagem, mas sim coloca-lhe o "cunho" Moore em personagens á partida obsoletas (Marvelman, Swamp Thing, etc) e no dominio da literatura como os casos de: Mina Murray, Quatermain, Capitão Nemo ou as personagens da obra "Lost Girls" volta a dar-lhes uma relevância que para "todos" nós era quase desconhecida (exceptuando o caso da Alice, Dorothy e Wendy da série Lost Girls que são nomes conhecidérrimos do nosso imaginário e da literatura, mas onde as coloca num meio mais adulto supervisionado pela sua mente do que poderiam ser estas personagens na fase adulta com um período artistico histórico como pano de fundo e a primeira guerra mundial, faz ainda o mesmo com o Invisible Man (tarado sexual, pervertido e louco ou Quatermain como opiónamo), logo aqui o que se vê a nível de apropriação de personagens não é um "pastiche" do que já foi feito, mas sim uma nova elaboração criada do zero do mundo de personagens no dominio da imaginação do Moore

    ResponderEliminar
  24. É o caso das prequelas do Watchmen? Claro que não, os personagens são os mesmos, as aventuras serão "quase" a mesma coisa e dentro do mesmo período histórico e temporal quase de certeza sem variação ou uma nova elaboração dos personagens (enquanto estes sendo propriedade da Warner). Não vejo sentido nenhum em voltarem a reescrever algo que já foi escrito com a mesma fórmula (pastiche again).
    Não sou um ULTRA defensor do mago Moore mas dou crédito a quem de facto o tem.
    Para dar um exemplo mais ou menos simples, o Batman foi quase sempre o Batman (o multimilionário vingativo e que dá uns sopapos nuns fulanos para combater o crime, sedento de vingança pelo que aconteceu aos pais dele). O Superhomem, um extraterrestre que tenta-se acomodar a um planeta diferente do dele. Não quero com isto dizer que todas as histórias do Batman ou Superman são todas iguais, mas tudo gira á volta deles desde a sua criação com NENHUMA variação da temática sobre os personagens (literalmente diferente do que fez Moore com todos os personagens que adaptou).

    ResponderEliminar
  25. Optimus
    Empresas são assim! Facturar!
    :)

    ResponderEliminar
  26. Oneiros
    "“Se você é um leitor que só quer ver seus personagens prediletos eternamente à sua disposição e não dá a mínima para quem os criou, provavelmente você não é o leitor que eu quero. Tenho um respeito imenso pelo meu público. Sempre que encontro estas pessoas, presumo que seja gente inteligente, com escrúpulos. Mas quem quiser comprar esses prelúdios de Watchmen estará me fazendo um grande favor se parar de comprar minhas outras obras. É óbvio que não tenho como controlar isso. Mas espero que você não vá querer comprar uma HQ sabendo que o autor tem desprezo total pela sua pessoa. Espero que isso baste.

    Isto foi dito por Alan Moore...
    Desculpa mas ele acha-se mais do que aquilo que é! Eu não sou um fã cego das obras dele. Acho que ele é um mestre mas apenas na BD.
    Ninguém tem culpa que ele assine contratos sem ler!
    Já escrevi algumas vezes sobre isto, e a minha opinião é sempre ler os contratos com um advogado de confiança. A DC tem estado a cumprir o contrato, é um facto. Moralmente e eticamente está certo o que o aconteceu? Acho que não.
    Agora tem uma coisa… não há ninguém no mundo que me impeça de comprar os livros que eu quero!! Quero lá saber se ele me despreza… eu dou sempre em dobro aquilo que me dão!
    Gosto de Watchmen, mas se achar que alguma das prequelas é ao meu gosto compro! E pronto!
    Caça níqueis? Estou a borrifar-me para isso. Eu gasto o meu dinheiro onde quero e como quero! Nem o Moore nem a DC são donos do meu pensamento ou da minha carteira.
    ;)

    ResponderEliminar
  27. Bongop,
    Eu não ouvi o Moore a dizer isso na entrevista:)
    Deixo-te aqui os links (os jornalistas deturpam tudo)

    http://www.youtube.com/watch?v=OAfXSgRxQEc

    http://www.youtube.com/watch?v=tn95a3gGaW0&feature=relmfu

    Abraço

    ResponderEliminar
  28. Eu quero é que o Moore se F*d*! E todos os outros que o defendem, porque acham isto, ou acham aquilo, tudo bem, têm direito a ter uma opinião e a discuti-la. Aliás, até me diverte ler essas opiniões (com o devido respeito a quem as tem e as expõe, porque a esses eu não quero nada de especial, ou outra coisa qualquer).
    O que o Moore tem? Um grande FdP de melão por não estar milionário e não fazer puto à conta de uma obra que poderia ter dado para isso. Fumar cangolos o dia todo e não ter que mexer uma palhota; andar de RR e morar ao lado do Simon Cowell. O resto é conversa da treta. Ego? Qual ego, qual o catano. É mas é a p*t* da mania que é melhor que todos os outros, isso é que é! Isso não é ego, nem narcisismo. Ele que vá ler algumas das belas bostas que também escreveu. Tem a mania que é os Beatles dos Comics. Não é. Nem lá perto. Poderia ter sido? Provavelmente, se a DC o tivesse feito. Não fez. Logo, sente-se mal f*d*d*...

    ResponderEliminar
  29. Caro Refem,
    O Moore se quizesse estava milionário só com as adaptações das suas BDS para filmes. Veja a entrevista.
    0 Moore é quase consensual na BD como o melhor, mas também escreveu muita porcaria.
    Eu não defendo o homem, mas sim os seus ideais.
    Se quer que o Moore ou quem o defende se por isto por aquilo se foda (como afirma), sem um argumento válido, mais vale fazer um favor á sociedade e dar um tiro na cabeça, pois já não anda nesta vida a fazer nada.

    ResponderEliminar
  30. Oneiros
    O Moore ultimamente deu várias entrevistas, e eu li na fonte o que transcrevi (em PT-Br) também em inglês no princípio do ano. Vou tentar arranjar essa notícia/entrevista.

    Oneiros / Refem
    Discutam, mas sem mortes... tá bem?
    :D
    A minha opinião vocês já a sabem.
    ;)

    ResponderEliminar
  31. Bongop,
    Vê essa entrevista que te enviei:)
    Quanto á questão do Moore, conforme sabes privei com pessoas que o conhecem e muito bem e dizeram-me ao vivo e a cores o que de facto aconteceu e o porquê do Moore por vezes se "passar", posso só dizer-te que ele teve que lidar mesmo com BIG BOYS da WARNER a oferecerem-lhe milhões para ele dar o seu nome para os filmes e ele não quis saber de nada, nem de dinheiro.
    Gosto de pessoas desligadas do "materialismo" e que se contentam com o dinheiro que necessitam para as suas "coisas".
    Eu não discuto com o Refem, pois é perder tempo; só manifestei a minha opinião relativamente ao que ele escreveu.

    ResponderEliminar
  32. Boas a todos.

    Concordo com muito do que foi dito anteriormente. Também considero que estas prequelas são aproveitamento por parte da DC para fazer render o filão. E porque não haveria a DC de o fazer? Afinal de contas, as personagens são propriedade da DC e esta não é uma instituição de caridade - a DC está no mercado de bd para fazer dinheiro. Se os criadores que eles contratam conseguirem criar obras-primas no processo, óptimo! É mais um argumento para ajudar publicitar a obra. Mas o principal objectivo é que as histórias vendam. Tão somente.

    O Alan Moore estabeleceu o seu nome na bd e disso não há dúvida, mas não há pachorra para o ouvir falar ou ler entrevistas dele! Diz que é um muito reclusivo e que não gosta de aparecer, mas anda sempre a dar entrevistas e a fazer declarações. No mundinho dele, ele está no centro de tudo e mais ninguém presta, como se só ele é que soubesse escrever bd de jeito. Ele já escreveu histórias muito boas, mas também escrevu outras que são uma completa merda.

    Alex D'ates: "Desde sempre todo mundo sabe como funciona isso: o personagem é da editora. Hoje, em 2012, as coisas continuam assim." Isto é verdade para editoras como a DC ou a Marvel, mas já não é assim em editoras como a Image, em que os personagens são "creator owned", ou seja pertença de quem as criou. A Dark Horse também publica algumas séries "creator owned", como Sin City, Hellboy ou Usagi Yokimbo.

    Oneiros: "no entanto é hipervalorizada, pois passa-se no contexto dos anos 80 (guerra fria e ameaça nuclear) ou seja esta novela gráfica perdeu o sentido e ficou presa a um determinado período histórico que nem aconteceu." Concordo que o contexto político-social de Watchmen seja ultrapassado, mas a narrativa continua muito boa e envelheceu muito bem. O forte de Watchmen nem é o contexto político-social, mas sim a complexidade psicológica das personagens. Poucas obras conseguem ombrear com Watchmen nisto (o Naoki Urasawa é dos poucos autores que conheço que consegue explorar tão bem a psicologia das personagens). Além disso, Watchmen também é brilhante na transição de vinhetas, sobreposição de diálogos a situações diferentes, subtileza no uso de elementos (o smile com a nódoa vermelha ou o frasco de perfume) e interrogações sobre a humanidade e suas acções, entre outras coisas. Para mim, Watchmen é mesmo a melhor obra que Alan Moore escreveu.

    ResponderEliminar
  33. Oneiros
    Percebo que gostes de pessoas com ideais e que são capazes de recusar milhões para se manterem fieis aos seus princípios.
    Mas... também acho que o Moore não soube lidar bem com o assunto "materialista". E quer ele queira ou não, banda desenhada é um negócio. Se não o fosse apenas tinhas fanzines a ser distribuídos à porta da escola!
    Como tal, o Alan Moore só tem de saber conviver com isso!
    Quanto ao resto são apenas argumentos de um lado e outro a degladiar-se em entrevistas um pouco por todo o lado.
    Infelizmente para a BD a DC e Moore extremaram tanto nestes últimos tempos as suas posições que nunca irá haver entendimento entre as partes...
    :(

    Miguel Antunes
    Tenho uma opinião parecida com a tua!
    :)

    ResponderEliminar
  34. Caro Miguel,
    Na tua opinião o Watchmen é uma "bomba" e muito bem escrito e tem uma densidade psicológica dos personagens acima do vulgar.
    Eu não digo que a obra é má, digo sim que está hipervalorizada e que nem sequer é a melhor coisa que o Moore escreveu na minha opinião (e tem o defeito de ficar preso a um contexto social-politico que nem aconteceu.)
    Não sou advogado de defesa do Alan Moore, nem nada desse género, mas em inúmeras entrevistas, ele disse que escreveu muita "merda" para ter orçamento fazer os seus projectos pessoais : Big Numbers, Lost Girls, From Hell, Birth Caul, Snakes and Ladders, Voice of the Fire.
    Ele sabe que é o melhor no que faz no campo da BD e valida esses argumentos (assim como faz o Mourinho no futebol).
    Por último e no que concerne a entrevistas, não é o Alan Moore que vai "pedir" para dar entrevistas, mas sim vão-lhe pedir a ele e ele responde como quer a quem está ávido de informação e polémica (tão simples quanto isto)
    Bongop,
    O Alan Moore adora banda desenhada e sempre adorou, provavelmente não gosta do aproveitamento que fazem duma coisa que ele fez para este mercado para ser utilizado no cinema (ou noutra área qualquer).
    Quanto ao assunto "materialista":)
    Ele perdeu muito dinheiro com o Big Numbers, com o Lost Girls e inclusive com o From Hell (antes de serem obras consensuais do público), mas isso fez com que ele desistisse das mesmas? Não. (Não tendo finalizado somente o Big Numbers dado a problemas pessoais)
    Ahh:) E ele voltou para os fanzines com o "Dodgem Logic":)
    Ou seja, ele convive e bem com o assunto "materialista" e vai voltando sempre as costas quando um livro dele se torna um fenómeno, fez-lho com: Watchmen, From Hell, Liga, V for Vendetta (entre outros).
    É um gajo diferente dentro do mercado de negócios/indústria que é a banda desenhada e talvez seja por isso que as pessoas gostem dele. (as pessoas adoram polémica e o "gajo" também sabe escrever e comunicar as suas ideias:))

    ResponderEliminar
  35. Caro Oneiros,

    Gosto muito do "Watchmen", sim. Mas vejo que as nossas opiniões sobre a obra divergem porque eu encaro a obra mais pelo storytelling, desenvolvimento das personagens e conteúdo filosófico, enquanto me parece que tu encaras mais pelo aspecto do contexto político-social. Sendo assim, será que também tens a mesma opinião sobre o "V for Vendetta"? Porque essa obra do Moore também está presa a um contexto político-social que nunca existiu - ainda mais até do que o "Watchmen", uma vez que o "Watchmen" apresenta um conflito entre EUA e União Soviética que efectivamente existiu (embora o Moore altere aspectos); enquanto que o "V for Vendetta" é uma imaginação do Moore sobre o que seria uma Inglaterra com um governo fascista nas décadas de 1980 e 1990 - algo que nunca existiu, independentemente das acusações que se façam ao governo de Margaret Thatcher. Portanto, em que ficas em relação ao "V for Vendetta"?

    Eu também não sou advogado de defesa do Alan Moore, mas irrita-me a mania que ele tem de achar que é um deus e todos os outros são merda (de colegas de profissão a leitores). Gosto de algumas histórias que ele escreveu (principalmente a fase da década de 1980), mas não suporto a presunção dele. É um daqueles casos em que vale a pena apreciar o trabalho e esquecer a pessoa que é o autor.

    Quanto à questão dele com o cinema, vais-me desculpar mas ele é um hipócrita! Parece-me que tu tens uma imagem idealizada dele ser daqueles artistas que só fazem as coisas pela arte e não querem saber do dinheiro. Desculpa, mas eu acho que essa imagem é uma treta! Ele não quer ter nada a ver com o cinema, no entanto já admitiu que vendeu os direitos para os filmes de "From Hell" e "The League of Extraordinary Gentlemen" apenas por dinheiro. A desculpa que ele deu foi de que só vendeu porque achava que os filmes nunca seriam feitos. (Lê o livro "Alan Moore: Storyteller" e comprova isto que ele diz) Se é assim, das duas uma: ou ele é muito ingénuo (o que eu não acredito), ou é hipócrita. Ele achava mesmo que os produtores lhe dariam dinheiro pelos direitos e depois ficavam quietinhos, sem tentarem rentabilizar o que tinham comprado? Não me parece.

    Quanto a ele virar as costas ao sucesso dos livros, pergunto-te uma coisa: ele prescindiu dos lucros de venda dos mesmos? Porque, tanto quanto se sabe, ele continua a receber dinheiro da venda de exemplares de "Watchmen" e "V for Vendetta", que são dois dos livros dele que mais se vendem. Isto mesmo foi tornado público aquando da estreia do filme "Watchmen", em que o Moore prescindiu dos lucros do filme (disse para darem tudo ao Dave Gibbons), mas ele nunca prescindiu dos lucros gerados com o livro. Mas essa postura eu já compreendo: ele não tem nada a ver com o filme, por isso não quer lucros de algo que encara como não sendo dele; enquanto que as receitas do livro são lucros de algo que ele construiu. Em relação a obras como o "Lost Girls", o "From Hell" e o que ele vai fazendo com "Dodgem Logic", não será porque ele já ganhou (e ganha ainda) tanto dinheiro com as obras mais emblemáticas que escreveu, que lhe permite escrever o que bem lhe apetece sem ter que ser comercial?

    Numa coisa estamos de acordo: o Alan Moore sabe escrever (e bem) e sabe transmitir as suas ideias.

    ResponderEliminar
  36. Caro Miguel,
    Relativamente ao V for Vendetta, o contexto socio-politico é completamente diferente do Watchmen.
    Foi "ficcionado" um mundo fascista totalitário em Inglaterra dos anos da Dama de Ferro (mas que na práctica até existia com questões sociais bem extremistas por parte desta como a homofobia e mesmo racismo).
    Lembro-te ainda que esta obra não é só "politica", mas sim uma ideia anarco-politica (inclusive a máscara V está por todo o lado com os anonymous, ou seja é bem ACTUAL).
    Enquanto o Watchmen "fixa-se" naquele contexto da ameaça da guerra nuclear (como uma ameaça real que nunca aconteceu). O V for Vendetta não é "somente" uma obra com um teor sócio-politico, mas sim a identificação de um novo conceito/ideia. Isto para além de ser uma obra adaptada do livro "1984" de Geroge Orwell entre influências que datam desde o tempo do Guy Fawkes. (ou seja, aqui o que conta na sua totalidade é a ideia ao longo do tempo ao contrário do Watchmen.)
    Volto a frisar que o Watchmen não é uma má obra e que a densidade psicologica dos personagens é fenomenal (como o caso de Rorschach ou Dr. Manhantan), mas sim que está "presa" a um contexto socio-politico. O que conta nesta obra verdadeira é the "ultimate weapon and the war of all wars" (mesmo tendo em conta o personagem Ozymandias que descende de Alexandre o Grande para obter um novo mundo utópico depois de uma grande guerra).

    ResponderEliminar
  37. O V é completamente diferente, é intemporal (mesmo sendo ficção porque agarra-se mais a um conceito/ideia do que a densidade dos psicologica personagens. Depois de ler e reler a obra várias vezes, acabamos por não ter a certeza de quem é o "V" assim como a "Evey" ou seja estes personagens poderiam ser qualquer pessoa).
    O Neil Gaiman, O Eddie Campbell entre muitos outros adoram o Moore e ele gosta muito deles, logo existe aqui uma continuidade, se reparares, em quase todas as BDS que o Moore escreveu os desenhistas são pessoas que ele conhece há mais de 20 anos (na maior parte dos casos), logo não noto esse desprezo para com outros autores de BD (ele tem as suas preferencias como nós enquanto leitores temos, não te esqueças que ele também é leitor e não somente autor).
    Relativamente aos filmes (eu li esse livro) é exactamente a mesma coisa, se lhe perguntaram se ele vendia os direitos dele para fazer um filme e ele "vendeu" a parte dele assim como o desenhista e fizeram uns filmes e ele não quis ter nada a ver com os filmes, não vejo problema nenhum nisso.
    Ganhou dinheiro com os filmes? Ganhou. Mas não "ganhou" tanto dinheiro quanto isso por uma criação exclusiva dele (a maior parte dos royalties do Moore foram para o David Lloyd e para o Gibbons, sabias por exemplo que o David Lloyd ganha dinheiro por cada máscara do V vendida e o Moore nada?)

    ResponderEliminar
  38. Mais um caso, o Miracleman. O Moore escreveu esta obra para o mercado inglês e foi vendida por Dezz Skinn aos states e lá teve o Moore que finalizar as obras "V" e "Marvelman" para a Warner e a "Eclipse" respectivamente (O Moore foi pago por ambas nos states).
    Quando chegou á confusão do Miracleman, o que é que ele fez?
    Deu os direitos de republicação ao Neil Gaiman enquanto criador desta nova versão deste personagem antigo (ah.. e inclusive o Moore deu royalties ao criador da série original), no meio deste imbróglio todo aparece o Mcfarlane que compra a Eclipse para ter os direitos de publicação de Miracleman (a situação está longe de ser resolvida quer pelo gaiman quer pelo Mcfarlane em tribunal e o Alan Moore não quer saber de nada disso).
    Mas não será lógico ele ganhar uma percentagem pelos livros que são criações dele?
    (não penses que a percentagem é algo de "anormal", pois não é MESMO, se ele ganhar 2 por cento de royalties em livros vendidos é muito.. Fazendo umas contas de cabeça.. 20 USD o V ou o Watchmen dá cerca de 40 centimos por cópia, que vendam uns 10.000 exemplares cada dá cerca de 4.000 Euros, será assim tanto por uma criação e trabalho de anos e anos? Não me parece)
    O Moore não ganha tanto quanto o público imagina (e porque não quer mesmo).
    Vê o DVD "the Mindscape of Alan Moore" e verás como ele não é um gajo multi-milionário (talvez porque não queira... O Grant Morrison e o Neil gaiman são multi-milionários porque quiseram "vender" o seu produto e não andaram aos "sopapos" com tudo o que é editora e quiseram seguir a lei do mercado, coisa que ele não quis).
    Acredita que o Moore é mesmo diferente dos outros autores a nivel de ideiais e talvez por isso é que exista muita gente que não o entenda mesmo.
    Não é uma visão romântica que eu tenho do Moore, é uma visão bem realista (acredita em mim).

    ResponderEliminar
  39. Oneiros.
    (vi que estava na conta da minha namorada agora:))

    ResponderEliminar
  40. [url=http://achetercialisgenerique20mg.net/]generique cialis[/url] prix cialis
    [url=http://comprarcialisgenerico10mg.net/]cialis[/url] donde comprar cialis
    [url=http://acquistarecialisgenerico10mg.net/]costo cialis[/url] cialis compresse
    [url=http://kaufencialisgenerika10mg.net/]preise cialis[/url] cialis online

    ResponderEliminar

Bongadas