sexta-feira, 7 de junho de 2013

Comics: Top 20 de vendas em 1960



Achei curioso.
É incrível a mudança de temáticas em um pouco mais de 50 anos!

Ora vejam:

Average Total Paid Circulation as Reported in Publishers' Statements of Ownership





Title Publisher Avg. paid circ.
1) Uncle Scrooge Dell 1,040,543
2) Walt Disney's Comics & Stories Dell 1,004,901
3) Superman DC 810,000
4) Superboy DC 635,000
5) Mickey Mouse Dell 568,803
6) Batman DC 502,000
7) Superman's Pal Jimmy Olsen DC 498,000
8) World's Finest Comics DC 476,000
9) Looney Tunes Dell 459,344
10) Action Comics DC 458,000




11) Superman's Girlfriend Lois Lane DC 458,000
12) Adventure Comics DC 438,000
13) Lone Ranger Dell 408,711
14) Casper Harvey 399,985
15) Turok, Son of Stone Dell 359,013
16) Blackhawk DC 316,000
17) Detective Comics DC 314,000
18) Flash DC 298,000
19) Pep Comics Archie 269,504
20) Mystery in Space DC 248,000


Agora digam lá de vossa justiça... o que acham da mudança para os dias de hoje?
:D

Boas leituras

24 comentários:

  1. Vi tudo, ou melhor "li" e não entendi, Nuno....

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  2. Fabiano Caldeira
    Como não entendeste??
    Nunca viste os Tops actuais de Comics?
    Isto era para fazer a comparação!
    :D

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  3. Fenomenal! :D
    Seria bem interessante ver uma coisa destas desde esta altura, com um intervalo de 5 ou 10 anos, para que se notasse a curva de mudança de forma mais gradual. Dell e DC a dominarem, o resto era paisagem...

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  4. Demasiado americanismo... Qual era o top na europa (já nem falo de Portugal) ou da ásia?

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  5. Oi, Nuno! Desculpe a minha ignorância. Não sou muito antenado com algumas coisas. Nunca tinha visto mesmo e continuo sem entender o sentido da postagem. Desculpe....

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  6. Estes números são raros e demoram a aparecer. Em muitos casos são feitos com base na ficha de circulação que as revistas da época eram obrigadas a aparecer.

    Para comparar com os números actuais, vale a pena apontar que Uncle Scrooge vende 10 vezes mais que os títulos de top actuais.

    pco, os números das revistas americanas (vendidas unicamente no mercado americano, não havia mercado directo nem comic shops, e estes são os números do Tio Patinhas nos EUA e não no mundo inteiro) estão disponíveis por causa das fichas de circulação, obrigatórias para que as revistas tivessem circulação postal com desconto. Nenhuma editora europeia tinha obrigação de divulgar publicamente esses números. Mas quanto ao mercado asiático, posso dizer-te que a revista mais vendida era, provavelmente, a edição indiana do Fantasma.

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  7. Já agora, embora estes números sejam de 1960 e não de 1955, também são indicativos que a ideia que o Fredric Wertham e o seu livrinho destruiram o mercado americano de BD é completamente falsa. Tanto que neste top 10, a revista mais vendida nem sequer tem o selo da CCA.

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  8. Há algum tempo mantenho a teoria de que a "limpeza" feita no mercado de distribuição (então dominado pela Máfia) foi quem fez isso.

    Eu desconfio que os números de vendas dos anos 30 ao início dos 50 eram simplesmente FALSOS, com as distribuidoras a utilizar as vendas a mais para lavar dinheiro do crime organizado. Infelizmente é impossível comprovar isso.

    Precisamente na época em que o Wertham publicou o livro dele, o senado americano investigava as ligações do crime organizado com produção e distribuição de publicações, inclusive BDs. Estes Kefauver, que presidiu a comissão que investigou as ligações de BD com delinquência infantil (e, devo frisar, NÃO achou nenhuma ligação entre as duas coisas!) tinha feito carreira a investigar o crime organizado - e participara das investigações do Senado ligadas a essa área. Foi por isso que ele presidiu essa comissão!

    Sem a mesma liberdade para manipular números, as distribuidoras parecem ter passado a fornecer os números de vendas reais - ou muito próximos do real - o que derrubou as vendas de BD. Ainda eram as mais altas do mundo na época, vale dizer, embora Tintin e Spirou na Bélgica vendessem na casa do meio milhão por semana na França e Bélgica (Pif Gadget e Pilote venderiam ainda mais na década a seguir!) e os mangás japoneses estivessem comneçar a escalada que os levaria a ter as mais altas vendas de BD do mundo a partir dos anos 70.

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  9. Saudações bedéfilas

    Quando a revista tintin introduziu o famoso selo e cheque tintin nas suas revistas os seus cerca de 100.000 exemplares passaram para cerca de 300.000....semanais. Tendo em conta que um ano tem 52 semanas é só fazer as contas lol ou seja, brutal.



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  10. MauroZiBex
    Credo Mauro. Isso iria ocupar montes de espaço aqui no blogue! LOL
    Esta foi apenas uma curiosidade e nem sequer escolhi o ano... esta data veio ter comigo de um modo completamente aleatório!
    :)

    PCO
    LOL
    Isto não tem a ver com americanismo. Muito dificilmente consigo um Top Europeu, e japonês ainda pior. Isto devido a limitações minhas linguísticas, e também porque na Europa (França - Bélgica) os Tops de vendas são uma coisa muito recente. Que eu tenha sabido nesta altura na Europa não havia nada disto!
    Os americanos sempre gostaram deste tipo de coisas por isso é muito fácil arranjar este tipo de material.
    É apenas isso! E achei curioso a ausência da Marvel e o domínio quase absoluto da Dell!
    ;)

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  11. Fabiano Caldeira
    O sentido da postagem foi memsmo a curiosidade de ver o que mais vendia nos EUA em 1960!
    E comparar com as tabelas actuais, completamente dominadas pela Marvel e DC.
    ;)

    Paulo Costa
    Sim, os dados eram obtidos pela ficha de circulação e penso que por alguns dados dos correios.
    LOL, estas não precisavam do selo da CCA porque não eram de super-heróis!
    :D

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  12. Hunter
    Bem... nisso não vou opinar porque desconheço completamente essas nuances do negócio na altura.
    Como conseguir numeros e tops europeus de vendas? Já tentei investigar e não consegui, porque era minha intenção apresentar as duas tabelas: a americana e a europeia!
    :)

    Blaise
    Obrigado pelos números, mas faço a mesma pergunta que fiz ao Hunter:
    Como é que eu arranjo números oficiais do eixo franco-belga?
    :)

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  13. Nuno,

    Não há Marvel no top porque não havia Marvel. Nesta fase eles estavam com distribuição limitada (a IND pertencia à DC) e os únicos títulos com personagens físicos eram westerns (Two Gun Kid e Kid Colt Outlaw) ou humor (Millie the Model e Patsy Walker). E não se usava o nome Marvel, mas sim a salada de pequenas empresas que o Martin Goodman empregava por razões fiscais.

    O uso do selo da CCA não tinha a ver com o conteúdo. O que se passou foi que a Dell recusou juntar-se à CMAA, alegando que as suas revistas não precisavam de selo. Mas Archie e Casper (Gasparzinho) tinham, e na prática também não precisavam. O desaparecimento da Dell coincidiu com a profissionalização da imprensa especializada, e foi aí que se começou a propagar a lenda urbana que sem o malfadado selo era impossível distribuir banda desenhada. E lá está a Dell a provar que era mentira.

    A Dell quase não teve super-heróis, mas teve material que poderia ser considerado impróprio, incluindo o clone de Tarzan chamado "Kona, Monarch of Monster Isle", e nem isso tinha selo.

    A Gold Key, que foi criada pela Western Publishing (que fazia as revistas da Disney e da WB para serem publicadas pela Dell) e lançou os seus próprios heróis (Turok, Solar e Magnus) também não tinha selo.

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  14. Mesmo nessa época, o grosso de vendagens da DC já eram o Superman e o Batman... Com os Falcões Negros e Flash tendo alguma vez... Como não existia a Marvel, muito legal ver os personagens da Disney dominando as primeiras colocações. Hoje em dia o mercado americano nem publica mais eles, não é?

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  15. Lol!! Bem eu tiro conclusões completamente contrárias às do Paulo Monteiro quando olho para estes numeros.

    O 'livrinho' do Wertham não destruiu o mercado americano de BD, mas alterou-lhe completamente a face. Estou agora a ler revistas da EC da década de 50, muitas delas bem mais interessantes do que qualquer coisa do que aparece nesta lista, tanto a nivel de escrita como a nivel artistico. Nenhum deles aqui aparece. Estou enganado ou a EC no seu auge era a quem mais sucesso tinha? E esse auge não foi lentamente morrendo com o nivel de censura a que a EC foi sujeito pelo pessoal do selo? Como disse, estou a ler as revistas e nota-se perfeitamente a mudança de qualidade que existe antes do selo e depois do selo. Ninguem diz que era impossivel vender Bd depois do selo, mas toda a gente diz que era impossivel vender Bd que fosses interessante para adultos (exceptuando comédia) depois do selo.

    Paulo Monteiro, engraçado que dos titulos que mencionas que a Dell tinha que seriam elegiveis para selo e que teriam continuado a vender, só um deles é que aparece neste top (e é em 15º lugar!!).

    Um top maioritariamente povoado por cartoons ou material 'inofensivo'. Se este top não é indicador do que o selo fez à BD não sei o que será. Como digo, olhando para a história da EC vê-se que o selo acabou com a progressão natural da maturação dos temas na Bd. Aliás, podemos agradecer ao tal 'livrinho' uns 20 anos de atraso no que toca a escritores do calibre de Alan Moore dedicarem-se à Bd.

    Por muito que adore cartoons tenho que dizer que assim que peguei nestas revistas da EC e comecei a ver o conteudo, deu-me muita pena a forma como toda aquela arte foi varrida para debaixo de um tapete como algo de que a sociedade se devia envergonhar.

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  16. Paulo Costa
    Havia Marvel!
    Só que meteram a pata na poça na distribuição, sendo a DC a fazê-la... ora quando é o teu principal concorrente a distribuir os teus produtos... já se sabe o que acontece, certo?
    :D
    Em relação ao selo CCA não tenho capacidade argumentativa, visto que desconheço grande parte do que se passou, ou aconteceu, comercialmente a seguir à implementação desta censura. Sabes tu bem mais do que eu disso!
    :P

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  17. Luís Sanches
    Só tenho a fazer um reparo ao teu comentário...
    Estás a responder ao Paulo Costa e não ao Paulo Monteiro (Beja), certo?
    :P
    ahahahhahahah
    :D

    Venerável Victor
    A Marvel existia, simplesmente foi um periodo negro para esta editora...
    Não sei se ainda se publicam os títulos Disney neste momento nos EUA, mas se tal acontecer penso que será residual...
    :\

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  18. lol!! Peço desculpa ao Paulo Costa por ter trocado o nome. Isto é o meu recalcamento de não ter podido ir a Beja a introduzir-se nas conversas :D

    Nuno,
    em relação ao que desconheces sobre o CCA, basta leres um pouco. Ajuda a perceber porque é que a DC e a Marvel são os powerhouse que são hoje em dia, porque é que durante tantos anos Bd foi considerada só coisa para crianças, e por fim, porque é que durante duas ou trÊs décadas, se querias Bd para adultos tinhas de procurar nos meios underground.
    Com o código podia vender-se Bd. Mas em musica, era o mesmo que eu dizer-te 'só podes ouvir Britney, Bieber, Eminem. Esquece Hendrix, Pink Floyd, Dylan, etc'
    Claro que continua a vender-se musica, mas é musica de ....

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  19. Nuno, claro que não sugeria colocar algo assim aqui no blog, ainda rebentava com o servidor blogger!
    Mas haver um espaço na net onde se pudesse consultar isso, seria interessante em termos de evolução de mercado e diferentes procuras.

    Abraço,

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  20. MaroZiBex
    Tens muita coisa aqui neste site se procurares bem aí na coluna da esquerda:

    http://blog.comichron.com/2013/06/wide-range-of-publishers-help-may-2013.html

    ;)

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  21. Luís Sanches
    Eu sei o que foi o CCA e muitas das implicações que este método de censura teve nos comics, agora no pormenor das vendas da altura e quais as editoras que não o seguiram, e o que lhes aconteceu devido a isso... não tenho grandes dados para opinar. Era isso que queria dizer!
    :D

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  22. Obrigado Nuno, vou vasculhar um bocado ;)

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  23. Olá Luís Sanches,

    Não te preocupes por trocar o nome, para te desculpares, pagas-me uma cerveja.

    A EC não dominava a mercado, mas era um perigo para a hegemonia das grandes editoras (com excepção da Dell, que não se sentia ameaçada), tal como o título de Lev Gleason, "Crime Doesn't Pay" (com um "Crime" muito maior que o resto do título).

    No caso da EC, havia uma questão de vingança por parte da DC, pois o pai do editor Bill Gaines, Max, tinha saído da companhia depois de vender a sua parte da All-American a Harry Donenfeld, chefe máximo da National (o verdadeiro nome da DC).

    O comissão que investigou as ligações entre a indústria de BD recomendou alguma forma de regulação. A National (DC), a Atlas (Marvel), a MLJ (Archie) e a Harvey juntaram-se todas na Comic Magazine Association of America (CMAA), propondo auto-regulação. Estes Kefauver encolheu os ombros e Wertham não acreditava que isso resultasse.

    Quando criaram o selo do CCA, criaram regras que eliminavam de imediato a concorrência que queriam eliminar, precisamente as revistas da EC e do Lev Gleason. Foi a própria indústria que acabou com estas revistas, de propósito. Isto deixou as editoras tradicionais livres para continuar a publicar o mesmo material sem alterações.

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  24. Paulo Costa,

    Fica então prometida a cerveja :) Devido a esta nossa conversa fui ler mais um pouco sobre o selo, e quanto mais leio sobre o selo mais impressão me faz :S É como se nos anos 90 a DC se juntasse à Marvel para acabarem com a Image e a Dark Horse. E as novas tendencias que surgiram, por exemplo com a Vertigo, fossem afundadas por leis que supostamente protegiam os bons costumes mas que na verdade tinham por trás a ideia de lucro. Não admira que haja quem lucrou com o selo :S

    Depois do selo tivemos uns 30(?) anos em que a BD mainstream foi apenas super-herois e Disney. E é como disse antes, ando a ler material da EC, e eles estavam bem à frente do seu tempo. Não imagino o que tenha sido para aqueles leitores terem de esquecer a sua 'Vertigo' e terem de voltar a comer só com 'Marvel' :S Vade retro!

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Bongadas