quarta-feira, 10 de julho de 2013
Corto Maltese: A Juventude
Hoje Corto Maltese faz anos!
Nasceu a 10 de Julho de 1887 na ilha de Malta, mais propriamente em La Valetta filho de uma cigana espanhola e de um marinheiro inglês!
Ora como o único livro que eu ainda não tinha lido do Corto Maltese era precisamente “A Juventude” (apenas o mês passado ficou a fazer parte das minhas prateleiras), nada melhor do que comemorar esta data com um pequeno apontamento sobre este livro.
Em 1981 esta aventura de Corto Maltese começou a sua publicação no jornal “Le Matin” em tiras diárias, com a finalidade de que esta aventura na Manchúria terminasse em África em busca do tesouro das Minas do Rei Salomão. Mas ao fim de algum tempo Hugo Pratt desentendeu-se com o jornal e a aventura ficou-se mesmo só pela intenção africana. Foi publicado em livro em 1985.
Apesar de os desígnios iniciais não terem sido atingidos, A Juventude não perde força nem fica amputada de nada. Claro que muito do livro se passa sem Corto presente fisicamente, mas este livro é uma apresentação. É o inicio de ligações que se vão manter pela série toda!
A história é contada em primeira mão pela personagem real Jack London, e nada melhor para fazer esta introdução, visto que estávamos em plena guerra entre Russos e Japoneses. Jack London era correspondente de guerra (famoso), portanto, excelente escolha!
Então e quem será a primeira personagem a ser apresentada?
Rasputin, claro! Só podia…
Rasputin é aqui superiormente retratado psicologicamente. Sem escrúpulos, sem pátria, só conta o seu objectivo. Aliás… a única forma de ele agradecer a quem o ajudou, é matando quem chateava o benfeitor…
Corto também aqui tem já bem marcadas as suas particularidades. Simples, justo e também sem pátria em busca de aventura. África é o destino, e Rasputin o seu companheiro de viagem…
Uma obra típica de Pratt, embora sem a magia de outras, não deixa de ser um bom livro e uma prequela importante onde são colocados os dois extremos, ou polos, que são Rasputin e Corto.
O traço de Pratt está perfeitamente evoluído aqui, já bem adulto apesar de ser uma história de “juventude”.
E qualquer modo tem de se salientar a mestria de Pratt ao idealizar uma história do Corto Maltese praticamente sem Corto Maltese, mas fazendo sempre o leitor sentir-lhe a presença ao longo de todo o livro. Só tenho uma palavra para isto: MESTRE!
Esta edição da ASA tem prefácio de Marco Steiner, um enorme conhecedor de Hugo Pratt e de Corto Maltese. As fotografias são de Marco d'Anna
Uma excelente edição da ASA.
Boas leituras
Hardcover
Criado por: Hugo Pratt
Editado em 2013 pela ASA
Nota: 9 em 10
Sim, excelente. Aqui, Corto Maltese tem 17 anos, e é neste título que Corto conhece pela primeira vez o infame Raspa.
ResponderEliminarSabias que existe uma história de um outro autor que faz homenagem ao Corto e o retrata com 13 anos nessa mesma história (autorizado pelo Pratt)?
Falta dizer que foi anteriormente editado pela Edições 70 e pela Meribérica, num tamanho decente de álbum de BD.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarRefem
ResponderEliminarNão sabia dessa história com o Corto de 13 anos. lol
Sim, não referi as duas edições anteriores porque... olha, não me lembrei! É a mais pura das verdades!
Mas ainda bem que as referistes, só faltou colocares a data... tenho de ir investigar as datas de publicação dessas duas edições mais antigas.
;)
Edições 70 - Outubro de 1985.
ResponderEliminarMeribérica - Edição comemorativa com introdução e comentário por Hugo Pratt - Outubro de 2003.
O Fanfarrão - Lele Vianello - Edições ASA - 2003.
"(...)histórias bastante próximas das de Pratt, tanto pela escolha dos cenários exóticos como pela época em que se desenrola a acção, ligeiramente anterior à das aventuras de Corto Maltese, com quem o “herói” de Vianello se cruza na China, em plena guerra dos Boers. Uma situação de perigo em que o jovem Corto (a acção passa-se em 1900, quando Corto tinha treze anos) se revela bastante mais corajoso e expedito do que o fanfarrão Théodore Bragg.(...)"
De um texto por João Miguel Lameiras: Diário as Beiras, 6 de Março de 2004, "O mestre e o seu discípulo ".(Copyright: © 2004 Diário as Beiras; João Miguel Lameiras) em http://www.bedeteca.com/index.php?pageID=recortes&recortesID=1263.
Os meus agradecimentos ao João M. Lameiras.
Refem
ResponderEliminarObrigado pelas datas!
Vou acrescentar ao post!
;)
Nunca vi à venda esse "Fanfarrão"!
:D
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste álbum só peca por ser a cores.
ResponderEliminarJulgo que me cruzei com O Fanfarrão na Feira do Livro, mas não lhe prestei grande atenção. :( Tenho de corrigir esse erro! :)
Jorge Fernandes
Jorge Fernandes
ResponderEliminarNão acho. Este está pintado com aguarelas originais, não é uma "pós-produção" como muitos dos que aparecem coloridos nesta série.
Nos que foram mesmo coloridos a aguarela e não tenho nada contra, aliás se puder fico com os a preto e branco que ganham força de expressão com esta técnica, e também gosto dos mesmos coloridos a aguarela porque ficam lindíssimos!
;)
Nuno,
ResponderEliminarPercebo o que dizes, que faz todo o sentido! Mas eu comecei a ler Corto há décadas, fiquei verdadeiramente fã do preto e branco do Pratt, e é assim que mais gosto dos álbuns dele. ;)
Jorge Fernandes
Jorge Fernandes
ResponderEliminarTambém gosto muito a preto e branco, aliás existem livros que apenas foram feitos neste registo. Sou completamente contra as pós-produções coloridas que fizeram desses livros...
;)
Este álbum, A Juventude de Corto, foi todo originalmente colorido a aguarela. Apenas a primeira edição para revista foi publicada a Preto&Branco: "Le Matin de Paris" de 5 Agosto de 1981 a 1 de Janeiro de 1982. Muitos e muitos anos depois, já neste século, em 2011, foi publicado pela Casterman em Preto&Branco na colecção "Corto Maltese en noir et blanc".
ResponderEliminarPortanto, seria como dizer que gostava mais de ver aquele filme numa TV a preto e branco, quando o filme foi filmado para ser exibido a cores! Gostos, enfim...
A Juventude foi o antepenúltimo álbum do Corto que li (os últimos foram As Helvéticas, e Mú, e habituei-me a ler, e algumas vezes a reler, Corto a p&b. O, que eu considero, magistral uso desta técnica pelo Pratt leva-me de facto a preferir o p&b.
ResponderEliminarJorge Fernandes
Sim Jorge, eu também, mais ou menos. O B&W de Pratt é fantástico, e reconheço que as cores aplicadas a este álbum não fazem justiça alguma às aguarelas originais. Também estranhei quando li pela primeira vez uma aventura do Corto a cores. No entanto, estava bem habituado a ler aventuras desenhadas e coloridas pelo Pratt, A Oeste do Éden, Koinsky, Escorpiões do Deserto, Jesuit Joe são os que me lembro assim de repente.
ResponderEliminarColoquei em cima a edição desta aventura a P&B caso a queiras obter (amazon França).
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar@Jorge:
ResponderEliminarhttp://www.amazon.fr/Corto-Maltese-noir-blanc-Tome/dp/2203033533/ref=sr_1_3?ie=UTF8&qid=1373906182&sr=8-3&keywords=Corto+Maltese+en+noir+et+blanc
Nuno, se não estiver de acordo com o que tu achas que deve ficar aqui a fazer "publicidade" (salvo-seja!), já sabes: apaga.
Obrigado pelo link. :)
ResponderEliminarEste e As Helvéticas, a p&b, estão em lista de espera. Mas como já os tenho, embora a cores, tenho optado por comprar álbuns que ainda não tenho.
Jorge Fernandes
Nuno o Fanfarrão ate andou nos Saldoes ASA a uns anos a 5,50 euros.
ResponderEliminarCorto nunca li.
Optimus,
ResponderEliminarExperimenta! ;)
Jorge Fernandes