quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Palavra dos Outros - Série TV: Arrow - 1ª e 2ª Temporadas


A rubrica "A Palavra dos Outros" continua viva, e temos a primeira colaboração de Manuel Jesus!
É também a primeira entrada a sério de produtos televisivos no LBD, o que não deixa de ser interessante!

Vejam vocês o que o Manuel Jesus tem para dizer sobre a série Arrow cuja popularidade não pára de aumentar. Para mim a melhor série TV de sempre com foco num super-herói!


Arrow

O Arrow vai recomeçar no dia 8 de Outubro.
Nas vésperas de se iniciar a transmissão da 3ª temporada, acabei de ver em modo maratona as duas primeiras temporadas da série e na opinião de alguém que não perde tempo a assistir à parte das cenas dos próximos capítulos e tem já pouca paciência para esperar pelas emoções da semana que vem, esta é a forma ideal para se ver uma série tão empolgante como Arrow.

É sem dúvidas das melhores se não talvez a melhor série que já se fez sobre um personagem ou personagens dos universos DC/Marvel. O argumento não se deixa prender à mitologia tradicional do herói Oliver Queen ou o Arqueiro Verde e mistura elementos do personagem num cenário de realidade adaptada aos dias de hoje com ingredientes de ficção científica, intriga política, corporativismo económico e ameaças terroristas e tudo isto muito bem temperado com o dissecar de relações complexas que se vão desenvolvendo entre os vários personagens.



A história balanceia-se entre os acontecimentos em tempo real e um passado misterioso ocorrido num período de 5 anos que coincide com o tempo em que Oliver Queen ou o Arrow esteve desaparecido e dado como morto. Cada temporada desenvolve assim um ano no presente e um ano no passado dando a entender que esta será, assim não seja prematuramente cancelada, uma série com a duração de 5 anos onde os argumentistas querem contar uma história com princípio, meio e fim.

Nas duas primeiras temporadas podemos assistir a episódios fechados em si mesmo e a arcos de histórias ao mesmo tempo que se vão desenrolando as tramas da acção principal da temporada quer no presente quer no passado. O tempo que vai passando ao longo dos episódios na temporada é muito bem marcado pelos argumentistas com o cuidado por exemplo de referir festividades como o Natal ou de referenciar acontecimentos ocorridos em episódios anteriores com a sua devida etiqueta temporal.

Não é necessário conhecer o universo DC para se gostar de Arrow, aliás penso que os argumentistas fizeram questão em escrever histórias capazes de ser sobretudo apreciadas por leigos ou por neófitos nestas andanças dos super heróis mas não se privam ainda assim, de rechear os episódios com ovos de Páscoa e piscadelas de olho aos gourmets e coca-bichinhos dos Comics e mesmo aos Geeks em geral indo ao ponto de aproveitar a presença da actriz Summer Glau no elenco para recriar uma cena famosa de Serenity e relembrar que há coisas que envelhecem bem como um bom vinho do Porto.


Não deixa de ser notável que os produtores tenham apostado num personagem completamente afastado do mainstream do universo DC e aparentemente terem conseguido construir com ele uma plataforma de lançamento para outras séries com outros personagens bem maiores e populares, alguns confirmados, como o Flash que é introduzido como um personagem secundário num par de episódios do Arrow e agora com direito a uma série autónoma com o episódio de estreia anunciado para o próximo dia 7 de Outubro, ainda antes de Arrow e já com crossovers planeados entre as duas séries. Outros aparentemente se estão a perfilar e coscuvilha-se nos bastidores na possibilidade de uma série do Suicide Squad que também apareceram num par de episódios e de Ted Kord o Escaravelho Azul que tantas vezes foi referenciado nas duas primeiras temporadas e que dizem as más-línguas terá um papel de pleno direito na terceira.


Arrow está longe de ser uma história para o público juvenil, aliás a classificação para maiores de 15 dos DVD’s da primeira temporada é generosa. Há violência explicita e sexo implícito quanto baste e na segunda temporada até escapam um ou dois palavrões que lhe devem fazer valer a classificação para maiores de 18, isso ou um certo beijo tórrido dado pela herdeira do demónio e mais não posso dizer para não me chamarem de spoiler



Nem tudo é perfeito na história, nalguns momentos dá ideia de que os argumentistas vão puxando por um fio sem saberem muito bem ainda onde é que aquilo vai dar e depois lá dão a volta à coisa e a coisa acaba por se compor sem se dar muita conta da trapalhada. Por outro lado não é um exagero dizer que o verdadeiro poder de Oliver Queen em Arrow não é ser um Arqueiro vestido de verde que dá porrada na malta que se porta mal mas sim a capacidade de conseguir dormir com todos os personagens femininos da série, um poder que é tão usado que às tantas se torna ridículo. Depois há ainda o desperdício na utilização de alguns personagens com imenso potencial como Shado, Moira Queen ou Roy Harper e este último até dá dó de tão mal tratado que tem sido, vamos ver o que o espera nesta nova temporada.

Curioso é também perceber que os argumentistas tiveram o cuidado de no final da segunda temporada deixarem todos os personagens em situações e espaço para poderem justificar o seu desaparecimento da série sem beliscar a história. Afinal isto de renegociar contractos com os actores também tem a sua arte…

Resta-me agora a dúvida se vou começar a ver a terceira temporada de Arrow já em Outubro ou se vou esperar pelo final para mais uma maratona. Estou muito inclinado pela segunda que a idade não perdoa e o coração tem de ser poupado para emoções menos ficcionadas.


Texto de Manuel Jesus



Já agora vou só colocar alguns pormenores sobre a série para completar informação técnica sobre Arrow:

  • Stephen Amell - Oliver Queen
  • Katie Cassidy - Laurel Lance (novo Black Canary?)
  • Caity Lotz - Sara Lance (Black Canary)
  • David Ramsey - John Diggle
  • Willa Holland - Thea Queen
  • Susanna Thompson - Moira Queen
  • Paul Blackthorne - Detective Quentin Lance
  • Emily Bett Rickards - Felicity Smoak
  • Manu Bennett - Slade Wilson (Deathstroke)
  • Colton Haynes - Roy Harper
  • John Barrowman - Malcolm Merlyn

Claro que isto não foi uma lista exaustiva...
:)
Os criadores da série foram: Andrew Kreisberg, Greg Berlanti e Marc Guggenheim para a CW Television Network.
Foram exibidos 46 episódios divididos por duas temporadas, e como o Manuel Jesus diz logo no início, a 3ª temporada está aí à porta e com muitas surpresas!

Boas leituras

20 comentários:

  1. Bem, concordo com tudo. Fico feliz por ver que neste texto também se apontam algumas falhas à série porque também fiquei com essa impressão. Vi-a exactamente da mesma forma, maratona das duas temporadas pois nao tenho paciencia para ver séries de outra forma. Apesar de gostar da série o que mais me irritou foi exactamente o mencionado,
    "dá ideia de que os argumentistas vão puxando por um fio sem saberem muito bem ainda onde é que aquilo vai dar e depois lá dão a volta à coisa e a coisa acaba por se compor sem se dar muita conta da trapalhada". às vezes sai tudo demasiado forçado. foi o que gostei menos da série. Mas por outro lado, tudo o resto adorei.

    Excelente texto. Espero que seja o primeiro de muitos :)

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  2. Concordo com o Luís Sanches.

    Outra coisa que já deviam ter despachado são os plots da ilha, está a ficar cada vez mais parecida com a do Lost, que acho que nem era uma ilha, afinal foi tudo uma ilusão colectiva e depois aquele raio de peruca que o Amel usa distrai imenso.

    Mas isto é assim nestas séries, o Smallville não era diferente, os argumentistas vão improvisando tendo algumas noções do que vão fazer.

    Acho que vingou mais pela introdução dos outros personagens DC como o Deathstroke, a Suicide Squad, o Deadshot, a Huntress e está tudo com o pito em pulgas com a introdução da Black Canary e um crossover com o Flash.

    Não é uma má série mas gostava mais da 1ª, o gajo matava e era menos rocambolesca, mais credível.

    Pronto, isto não é Hell on wheels, Ray Donovan, The Strain ou Sons of Anarchy. Se ficar tão estúpido como o Teen Wolf deixo de ver.

    -Bladder

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  3. Pedro Santos
    Nesse aspecto também preferi a primeira temporada. A questão dele matar os seus inimigos poderia ter dado muitas boas questões à série, mas percebi logo que aquilo nao ia durar. O politicamente correcto é uma treta do caraças.

    Estou (muito) mais curioso em relação ao Flash do que à Black Canary. Super herois sem poderes (arqueiro incluido) sempre me fizeram uma comichão do caraças. Desses só aturo o Batman e é porque acho que o super poder dele é ser cool exacerbadamente :D

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  4. Eu também estava curioso até ver o piloto do Flash, está uns pontos abixo em termos de componente mais madura para adultos, é mais leve. O que inventaram para a origem do personagem... não vou spoilar, verão por vocês mesmos.

    Francamente trocava o Arrow e o Flash por um spin-off da Suicide Squad mas para missões mesmo hardcore, cenas sobrenaturais e Silent Hill, menos fantasioso do que nos comics, isto é sem personagens ridiculas, penso que podia funcionar, para maiores de 16.

    O Arrow até é porreiro mas o Amell é um cepo, triste, zangado, com tusa, faz sempre a mesma cara, se calhar nem devia tirar o uniforme.

    E este arranjinho com a Felicity, da parte dela até entendia ficar pelo beicinho pelas emoções que demonstrou ao longo das temporadas mas pela perspectiva do Oliver zero, culpa dos dotes de representação do Amell?

    -Bladder

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  5. A cena ridicula do romance com a Felicity acho que não é culpa do Amell. Acho que a trama mesmo como a criaram é que é ridicula. Aliás, se formos a qualquer forum de fans da série vemos que há a 'team felicity' e depois a 'team Laurel' e por aí fora. Ou seja, o romance da Felicity resulta apenas dos argumentistas estarem a tentar abranger o gosto romantico do maior numero possivel de fans ao mesmo tempo. Não é por acaso que sempre que o Arrow está mais próximo de uma personagem feminina fica, como dizes e bem, com tusa.

    Este tipo de 'fan service' por parte dos autores é para mim o que de mais fraco a série tem. Vê-se também e infelizmente na quantidade de personagens dos comics que começam a aparecer em quase todos os episodios. Há alguns completamente irrelevantes para a história que está a ser contada que são apenas posicionados para criarem aquele piscar de olho aos fans.

    Gostaria muito mais da série se isto não fosse uma prática comum dos autores. Aliás, com todos os defeitos que a primeira temporada teve, neste aspecto foi muito superior e foi uma das coisas que me atraiu mais. Parecia mais sóbria. Detesto este tipo de 'fan service'.

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  6. Bem, eu ao contrário do que falam acho a ilha uma cena muito bem conseguida. Umas vezes estou mais preso à trama da ilha, outras vezes à da actualidade. Mas é ilha é importantes, aliás o passado do Arrow é cada vez mais importante para se seguir os plots da actualidade!
    Quanto às gajas... lol. Vocês esquecem-se de uma coisa, esta série não foi pensada para ser perfeita. E como tem falhas sim. A cenas das gajas também me chateia um bocado por vezes, o tipo anda sempre a saltitar de flor em flor conforme dá mais jeito à série!
    :D
    Mas a série foi feita e pensada sobretudo com as vertentes do entretenimento, velocidade, relações complexas, super-heróis (o DCU está sempre presente), com surpresas, com ligações à cultura pop na generalidade, enfim, não foi feita para um argumento perfeito. Pese embora eu ache que tem muito menos buracos do que eu pensava que ia ter quando começaram as cenas de ir à frente e atrás no tempo, aparecimentos de personagens perdidos, etc.

    A cena da Felicity vai ser passageira de certeza. É uma relação que não faz sentido no personagem Arrow. Presumo que a Laurel se vá transformar em Canário Negro (a irmã deu-lhe o casaco, acho que foi simbólico), e presumo que como na BD seja essa a mulher final (lol) do salta pocinhas do Oliver.
    Também estou bastante curioso à entrada do Ted Kord, e garantidamente o Roy Harper há-de surgir em grande no futuro. Outra ponta que irá abanar, não sei se nesta temporada que vem, é a Thea... tenho esperança numa boa boa vilã!
    :D

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  7. Eu gosto de cerveja, mas também gosto de um bom vinho. Não espero no entanto que quando abro uma garrafa de cerveja saia de lá um vinho capaz de provocar um orgasmo a qualquer escanção. Há situações em que prefiro beber cerveja outras em que vai melhor um bom vinho, de uma maneira geral considero a cerveja uma bebida mais divertida, mais descontraída, mais adequada a alturas em que apetece não pensar muito no assunto.
    O Arrow tem por obrigação divertir, descontrair e não obrigar as pessoas a pensar muito no assunto como aliás qualquer série baseada em Comics de Super Heróis deveria de ter, pese no entanto a tentativa de tantos lhe quererem dar um carácter mais sério.
    Naquela que é a sua função, Arrow cumpre muito bem o seu papel e se quando digo que o argumento muitas vezes vai sendo puxado por um fio, também é justo dizer que até agora os argumentistas conseguiram não deixar nenhuma ponta solta para trás e isso é de louvar. Também concordo com o Nuno quando diz que os acontecimentos na ilha são muito mais interessantes que os da actualidade, até porque se baseiam numa componente muito mais humana de desespero e sobrevivência.
    Repito que me irrita a faceta de papa tudo o que se mexe e não tenha pilinha do Oliver, acho até que não se encaixa no perfil que querem dar à personagem e discordo que seja uma cedência ao politicamente correcto, ele ter deixado de matar por defeito porque se virem bem não faltaram cadáveres na segunda temporada quando estes mereciam acontecer.
    Não me parece nada estranho um possível romance envolvendo a Felicity, até que porque bem vistas as coisas deverá ser a mulher mais atraente da série e ainda não a vimos de roupa justa e decote generoso a puxar pela baba.
    Achava as personagens da Shado e da Moira muito interessantes e fiquei triste por as terem desperdiçado assim sem mais nem menos e espero que a Laurel não venha a ser a nova Canary porque a acho uma personagem péssima, sem tempero nenhum.
    Esta é daquelas séries que um dia em que for mais velhinho com tempo para desperdiçar e farto de alimentar pombos no jardim quero rever, só mesmo para ir à caça dos ovinhos de páscoa e há muitos, como disse no texto rever a Summer Glau fazer pose de espadas na mão quase dez anos depois de Serenity fez-me sorrir como tantas vezes me faz sorrir uma bela cerveja fresquinha quando é bem acompanhada.
    MJ

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. LBJ
    Existem muitos cadáveres na 2ª série mas nenhum feito pelo 'heroi'. Acho que a diferença e nivel de mensagem é abismal. Não me admira que hajam mortos nas histórias do Batman. Daí a ser o Batman a matar é algo completamente diferente. Seja como for, se pesquisarem um pouco na net vão descobrir facilmente uma entrevista com o responsável da série em que ele menciona exactamente isso, que da 1ª para a 2ª temporada da série foi o estudio que impôs que o 'heroi' da série NÃO fosse o tipo que mais enchesse bodybags. Logo, nao tem a ver com opinião. Era 'ofensiva' a forma como em todos os episódios o Arrow despachava alguém. Para mim não, eu gostava, mas para o estudio não era politica a seguir.

    LBJ e Nuno
    Esta frase do Nuno "esta série não foi pensada para ser perfeita" e esta do LBJ "O Arrow tem por obrigação divertir, descontrair e não obrigar as pessoas a pensar muito no assunto como aliás qualquer série baseada em Comics de Super Heróis deveria de ter,..." deixam-me um pouco espantado e acho que são completamente incorrectas. Acho que são fruto de uma certa predisposição para com este tipo de séries. Predisposição que ainda por cima, e ironicamente, os autores estão a tentar por tudo desconstruir. O entretenimento não precisa de ser 'simplificado'. Felizmente quem construiu séries como Firefly não tinha essa ideia. Aliás, nenhum escritor deste tipo de série parte da premissa de que 'bem, não está perfeito mas isto também não é para se pensar muito', senão eram despedidos logo de seguida. Os autores predispõem-se a fazer o melhor que conseguem. Se o que conseguem é uma obra de arte ou não, isso já é outra coisa, mas acho que dizer que a série saiu assim porque "não foi pensada para ser perfeita" é um grande salto.

    Seja como for, acho que esta opinião prende-se ao facto de vocês gostarem da personagem e também devido à série ter conseguido dar um grande salto qualitativo em relação às séries anteriores de super-herois. Mas nao atribuam os seus limites ao facto de ser uma cerveja e não um vinho. really?? Eu quando quero ver Sci-Fi de entretenimento também me ponho a ver o Star Wars original. Será que é para não pensar?

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  10. Eu também não tenho essa atitude, espero que uma série dê o melhor de si própria apesar do género em que se insere.

    Não tem de, neste caso, de se tornar um desfilar de personagens DCU em versão soft para cair no goto dos nerds.

    Gostei da referência ao Firefly, uma das melhores séries de FC que já existiram, era diferente e estimulante mas foi cancelada, nem o aparecimento do filme Serenity, que já agora, também gosto, conseguiu apaziguar a saudade, apenas aumentou a nostalgia. Mas Firefly apesar de ter vida curta vai entrar para a história e não correu o risco de ter sido adulterada e esticada para chupar o máximo de dinheiro e agradar a toda a gente chegando ao ponto de se tornar irreconhecível, como é costume acontecer agora.

    Foi uma sacanice matarem a Moira agora que o personagem dela estava mais interessante mas aviso já, matam o Capitão Jack Harkness (e acho que tentaram) e eu deixo mesmo de ver a série.

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  11. Não confundir não pensar muito com não pensar, não espero nem quero, depois de ver uma série como o Arrow ir para a cama e não conseguir dormir porque não consigo deixar de pensar no assunto. Isso não a diminui, não a considero menos por isso e continuo a achar que apesar de o argumento não ser perfeito, é muito acima da média e acima de tudo agarra e dá vontade de continuar a ver.
    Para mim é normal a introdução de outros personagens do DCU, não estivéssemos nós a falar de um Universo e agrada-me que não se tenha ido pelas personagens óbvias e gosto das que se perfilaram até agora.
    Relativamente às mortes, acredito que tenha havido pressões mas também não me parecia adequado à personagem, como a estruturaram, matar tanto tendo outras alternativas e não é verdade que o Arrow não tenha matado na segunda temporada, matou e mais de uma vez.
    Eu não disse que não gosto mais de cerveja do que de vinho, o que aliás até é verdade, usei a alegoria para exemplificar que o entretinimento pode ter muitos flavours e não espero encontrar todos no mesmo pacote. Dou um exemplo, estou expatriado o que implicou que vi muito pouco cinema actual e até à data para mim o melhor filme que vi este ano foi o Grand Budapest Hotel, acho a história genial, as personagens do outro mundo, para além da estética e da fotografia mas aceito que para muitos o filme seja estranho, banal e sem história.
    Falar do Firefly é exactamente pôr o dedo na ferida. Firefly foi das melhores coisinhas que já se fizeram no que toca a séries de SciFi e foi cancelada com apenas 14 episódios filmados e nem sequer mereceu uma edição decente em BluRay mesmo depois de se ter tornado culto e tenho a prova disso na prateleira. Estas coisas tem de fazer dinheiro e para isso de uma maneira ou de outra tem de agradar, se o conseguem fazer sem sacrificar qualidade, óptimo, excelente mas para o bem de quem gosta de ver coisas boas que custam muito dinheiro a fazer como é o caso do Arrow e era o caso do Firefly é bom que sobretudo o consigam fazer convencendo também pelo caminho outros talvez menos exigentes ou mais popularuchos que estejam dispostos a pagar para as ver.
    Já agora e desculpa-me a sem cerimónia de quem já viu O SW dezenas de vezes, comprou todos filmes em VHS, DVD, BluRay, todos os comics que apanhei à mão, livros com extensões e adaptações da história e até as figuras das personagens em chumbo, mas o argumento do SW é das coisas mais banais que já alguma vez se escreveram e não nunca me deu para ficar a pensar muito no assunto, gosto e pronto.

    MJ

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  12. LBJ

    epá entao aí já discordamos mesmo :) Há muita coisa (especialmente nos comics da Dark Horse) do universo Star Wars que é mais bem escrito que a série Arrow. Mas pronto, isto são opiniões. Outra coisa é que também acho que é fácil dizer que um argumento é banal passados quase 40 anos do primeiro filme ter saido. (sim, o twist do darth ser o papá na altura foi uma bomba. agora é que nos esquecemos de 'pormenores' destes, e há mais nos 3 primeiros filmes, nóe é que nos esquecemos por serem clássicos. Banais? nada do que é banal resiste ao passar do tempo. Especialmente na área de entretenimento.)

    Em relação à Firefly baste ir à wikipedia para ler porque é que não é um bom exemplo em relação ao cancelamento è as baixas audiencias. Gostaria de ver o Arrow ter passado dos primeiros 10 episódios se entre outras coisas; não tivesse havido anuncios à série, se por 3 vezes no horário da série colocassem algo como o 'dança com as estrelas' e (o mais importante) se alterassem de forma drástica o alinhamento da série. Aliás, acredito que o que tens na prateleira tivesse a mesma ordem de episódios com que a série passou na Fox, já não deveria estar na prateleira com certeza :)

    Mas pronto, apesar de o exemplo não ser bom, concordo que as coisas têm de fazer dinheiro e serem populares senão desaparecem. A unica coisa que acho é que (felizmente) o mundo está cheio disso. E coisas com qualidade. Não penso que seja esse o caso de Arrow. Vejo, gosto de ver, mas gostaria ainda mais que acertassem os ponteiros nos argumentos e não se deixarem ir por modas. Como disse, apesar de terem perdido o que me atraiu na série, por outro lado tenho de admitir que têm tido um crescimento positivo.

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  13. Repito, sou um grande fã do SW, marcou a minha meninice, aguardo com ansiedade o novo episódio, mas convenhamos que a história não passa de uma misturada de ingredientes de Soap Opera, nada de genial. Já agora falaste do filme e eu apenas me referi ao filme e não aos comics mas já que se fala nisso, comprei os 70 volumes da Panini e já li 2 terços e mais de metade do que li não vale um caracol.
    O SW teve o sucesso que teve exactamente porque foi feito há 40 anos, nunca se tinha feito nada assim, foi um ovo de colombo. O Nuno já disse várias vezes que um dos livros da vida dele é o Estranho numa terra estranha do Heinlein, também é um dos meus, provavelmente se na década de 60 ou mesmo 70 tivessem feito um filme do livro, poderia ter sido um grande sucesso, hoje isso seria muito difícil a não ser que algum argumentista lhe desse uma grande volta e ai lá voltávamos à discussão das cedências ao mercado em detrimento do respeito pela liberdade criativa do autor.
    Hoje em dia nestas coisas das séries televisivas, para haver sucesso é necessário equilíbrio, ainda ontem me falavam do rigor científico do Big Bang Theory que tem cientistas como consultores dos argumentistas, isto faz realmente falta numa série cómica? Faz, a partir do momento em que se não o fizessem iam logo aparecer um monte de gente letrada a dizer cobras e lagartos e agora se queres ser honesto, isso não é ceder aos fãs? Uma grande parte, senão a maior parte das pessoas que se riem das piadas do BBT não percebem patavina das algraviadas cientificas que são usadas na série.
    Sinceramente continuo a dizer que o argumento de Arrow não é perfeito mas acho que é acima da média e também acho injusto que se diga que os argumentistas só andam ao sabor das modas e a ceder aos fãs, revê o minuto 10 do episódio 13 da segunda temporada e diz-me quantos argumentistas tinham tomates para escrever aquela cena em prime-time e aquilo sim é um Twist, o Luke I’m your father é um déja-vu de novela Mexicana . Se eu fosse um dos argumentistas de Arrow também o metia a matar menos, considero isso natural no perfil e na evolução da personagem e não precisava que os fãs mo viessem dizer.

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  14. Pessoalmente, SW para mim apenas existe a original, ainda assim a versão que saiu nos cinemas e não as mexidas técnicas que o ganancioso do Lucas meteu depois nas edições especiais. Sobre o assunto recomendo as "Despecialized Editions" que podem consultar na internet, são edições mais de acordo com o original em que se removeu o cgi e se melhorou a imagem, estão um espectáculo.

    As prequelas são engraçadas mas faltam-lhes alma, mas pronto isto é tudo muito subjectivo, não gostei dos Ewoks, detestei o Jar Jar, às tantas aquilo parecia espectáculos dos Marretas.

    Não sou fanático mas encaro o Empire Strikes Back um excelente filme.

    Já agora, ver Star Wars pelo argumento? Realmente? Aquilo é tudo pretexto para cenas de encher o olho.

    A abordagem na altura sim era refrescante mas as ideias são velhas, pura reciclagem de mitos e estilos. Aquilo é praticamente uma coboiada (não no sentido Brokeback, claro).

    O BBT está uma treta desde que meteram mais personagens, tentam dar tempo de antena a todos e sai uma salganhada, tornou-se um desfilar de gags, as primeiras 2,3 seasons sim são boas. Muitos dizem que evoluiu, para melhor, outros para pior, claro que não podiam continuar a fornecer mais do mesmo, numa certa altura tem de mudar, paciência, os puristas ficarão satisfeitos com as primeiras seasons na prateleira e mesmo assim irão continuar a ver a série que na sua opinião despencou mas ajudará a estimar ainda mais as seasons que compraram e que são "as melhores". Ainda não se fartaram das piadas à volta da gorda da mãe do Howard e dos judeus? Eu já, enjoam passados 7 anos. A única coisa boa e que aguenta a série é mesmo o Jim Parsons, sem ele aquilo morre, consegue tornar um personagem irritante em algo interessante mas a prestação dele evolui, não é sempre a mesma, enquanto os outros são sempre iguais. No Arrow, se trocarem o Amell, digamos pelo Tyler Hoechlin que eu acho daria um excelente Oliver e está desperdiçado no Teen Wolf, a série melhoraria.

    Mas aqui não concordo em comparar BBT com Arrow, exigimos todos mais de uma série dramática do que de uma série de comédia leve, pastilha elástica.

    Tenho de referir que nunca vejo as séries na tv, apenas esperadicamente, os blocos publicitarios são tão grandes e lixam tanto a imagem com publicidade inserida que perco o interesse, descarrego sim tudo e vejo com calma depois, além de que estou em sintonia com as estreias.

    -Bladder

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  15. Acho que há um contrassenso enorme entre estas duas frases : “Eu também não tenho essa atitude, espero que uma série dê o melhor de si própria apesar do género em que se insere.” e “Mas aqui não concordo em comparar BBT com Arrow, exigimos todos mais de uma série dramática do que de uma série de comédia leve, pastilha elástica”
    Ninguém está a comparar o BBT com o Arrow, apenas foi referido como exemplo do cuidado que hoje existe em garantir o sucesso e continuidade das séries mas parece que afinal concordam comigo que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Já eu sou muito mais exigente com uma boa comédia do que com uma série de super heróis :)

    MJ

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Não concordamos, foi o Pedro Santos que disse isso e não eu. E não me parece que a primeira frase é contrária à segunda.

    Seja como for, já percebi que vemos o mundo por olhos completamente diferentes :)

    Resumindo, acho fácil relativizar seja o que for fora de época e com isso retirar-lhe valor. Se fosse assim tão óbvio e tão fácil fazer o argumento do Star Wars é engraçado como tantos outros na época falharam, e já agora como tantos outros nos anos seguintes continuam a falhar (mesmo com grandes efeitos especiais).

    O BBT foi feito para uma audiencia de geeks de comics, ciencia, e jogos. Terem lá peritos em qualquer um desses assuntos faz todo o sentido. Acho que uma coisa é terem um grupo especifico como audiencia e outra é andarem a tentar agradar toda a gente. Os Geeks, os não geeks, os que gostam de thrillers, os que gostam do pato donald, os que gostam de conspirações politicas, e por aí fora Independentemente do que eu possa gostar do Arrow, é isso que eu sinto muitas vezes na série. Acho que isso para ser feito tem de ser melhor escrito. Por outro lado, se é uma série para'nao ter de pensar muito', deixem então de tentar fazer esse tipo de jogo, porque pelo menos para já ainda têm que melhorar muito a sua escrita. (Já agora, acho que o Pedro Santos tem razão, a partir da 3ª temporada a qualidade do argumento da BBT baixou bastante).

    Por fim, LBJ deste o exemplo daquela cena e falaste-me dos tomates dos escritores. Poderia dizer-te também muitas que representam o que tento ilustrar. Nenhum dos dois deixa de ter razão. Acho que é só uma questão de tolerancia ao que estamos a ver.

    Sim, concordo que é acima da média ao que foi feito com outros super herois. Mas não, discordo que seja uma série com um argumento acima da média. Carnivale, Firefly, Game of Thrones, Suits, BattleStar Galatica, e por aí fora... Há muitos exemplos de boa escrita concisa e que foca-se exclusivamente em contar uma boa história. Esta série do Arrow é boa mas está a tentar plantar muito do que virá dos filmes e das séries da DC da próxima década.

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  18. A resposta era para o Pedro, as duas frases são dele. E sim, uma frase contradiz a outra.
    Claro que todos vemos o Mundo com olhos diferentes e ainda bem que assim é, mas repara que acabaste de chegar exatamente ao ponto que eu defendo desde o início em que Arrow está acima da média no que diz respeito a séries de super heróis, aliás eu vou mais longe e na minha limitação do que conheço, é a melhor que já vi.
    Das séries que referiste só conheço o Firefly de que já sabes a minha opinião e o BSG que sinceramente gostei muito até aos episódios finais e depois fiquei a perguntar-me se tinham estado a gozar com a minha cara aquele tempo todo. Eu recomendo o Breaking Bad, o Californication, o Newsroom ou o Sherlock. Gosto do Farscape, comprei os DVD’s há mais de 10 anos mas ainda não consegui arranjar disponibilidade de passar da primeira temporada ;) Cada disco só tem 3 ou 4 episódios e dá uma trabalheira meter um a um no leitor :D. Sou fanático de todo o universo SG, fiquei danado por o SGU ter acabado daquela forma mas aqui sou honesto em não meter as mãos no fogo pela buracada nos argumentos.

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  19. Provavelmente não me fiz entender mas não me parece que estivesse em contradição.

    “Eu também não tenho essa atitude, espero que uma série dê o melhor de si própria apesar do género em que se insere.” e “Mas aqui não concordo em comparar BBT com Arrow, exigimos todos mais de uma série dramática do que de uma série de comédia leve, pastilha elástica”

    O que pretendia salientar é que existem limites, o BBT é muito formatado, segue uma fórmula específica, uma série dita "mais séria" pode ser mais versátil ou não, por isso Walking Dead, GoT, Galactica, Breaking Bad têm altos e baixos, apelam à nossa capacidade de concentração, inteligência, background cultural, etc... são narrativas com príncípio, meio e fim.

    Já agora, ainda sobre o BBT, quantos dos espectadores é que entendem mesmo as referência científicas? ha pois é, é no facto de serem incompreensíveis para os leigos que tem piada, e aqui somos representados pela Penny na série nas suas reacções em que nos revemos. O palavreado tem base científica? parabéns mas não é importante, claro que haverá os super-geeks/nerds que irão dissecar as informações e tentar encontrar discrepâncias, estes aqui terão uma leitura diferente mas para a grossa maioria vale ZERO. Podemos ver um episódio ou 2 e divertirmo-nos com ele pois são fechados e pretendem-se assim, não necessitas de te lembrar do que viste na semana passada, além de que se fartam de meter comentários a martelo ou cenas para os espectadores com défice de atenção apesar de eu achar isto desnecessário numa série destas.


    -Bladder


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  20. LBJ
    O Newsroom e o Breaking Bad estou a guardar, para aquelas alturas do ano em que terei tempo para ver tudo de seguida. dizem que Breaking Bad bate todos os recordes em termos de qualidade. O SG, adoro toda a premissa e adoro o MacGuyver, porém havia episódios que gostava e outros que eram completamente aarrghhh :D nunca consegui me dedicar completamente à série. Outra que estou a guardar é o Game of Thrones por saber que está tão bom e porque ainda nao sei se vou ler os livros primeiro.
    Ri-me quando falaste do Galatica porque acho que tens uma certa razão. Também adoro o conceito, adorei o ambiente criado e algumas personagens são inesqueciveis (All Hail Balthar!! que grande actor), no entanto no fim passaram-se completamente da cabeça :D

    Recomendo Suits (das coisas mais bem escritas que já vi) e Carnivale (que tem um ritmo completamente diferente).

    Pedro Santos
    Exactamente, uma das coisas que mais me atraiu assim que vi o BBT foi o facto de ver que os tipos estavam mesmo a acenar a um tipo de espectadores que na ultima década sairam do armário. Estou a falar de todos os Geeks que existem. Hoje é cool ser geek (felizmente). Quando eu era puto, além de ser uma vergonha ainda era motivo para de vez em quando ser o alvo das parvoices dos parvos da turma. E esse tipo de 'estamos aqui, por isso aguentem-se, e se não perceberem as piadas, azar o vosso' é das coisas que mais me agrada na série (mesmo que algumas piadas me passem ao lado) :)

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Bongadas