quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Batman: Presa



Para já queria dar os parabéns à Levoir. Neste momento são uma editora muito fiável ao nível da BD norte-americana com excelentes lançamentos em português, isto depois de um começo titubeante com alguns títulos e colecções passadas que não faziam muito sentido, e nem teriam sido bem escolhidos (isto se a Levoir teve direito a escolher) na minha opinião.

Apesar de já ter lido, tanto em português, como em inglês, alguns dos livros desta colecção da Levoir (75 Anos de Batman), por outros esperava ansiosamente. Este era um deles: Presa

Este livro saiu na sexta-feira passada (13 de Fevereiro) e cronologicamente segue a linha traçada por Ano Um (o primeiro livro desta colecção).
Originalmente este Presa (Prey no original) é a compilação de uma história em cinco partes de Doug Moench (texto), Paul Gulacy (desenho), Terry Austin (arte-final) e Steve Oliff (cor) de 1991.

Doug Moench foi o criador de Black Mask, Moon Knight, Deathlok e do mais do que conhecido Bane. Foi também protagonista numa série que indelevelmente ficou ligada a esta dupla: Master of Kung-Fu (Shang-Shi). Para mim um dos melhores trabalhos na BD norte-americana na altura em que este argumentista pegou nela em conjunto com Paul Gulacy no desenho.

E falando deste extraordinário e premiado desenhador, este foi um pioneiro no género graphic novel com a obra Sabre: Slow Fade of an Endangered Species em 1978 publicada pela Eclipse Books. Depois tem uma longa carreira no universo Batman do lado da DC Comics, e claro, na Marvel fez o seu grande Shang-Shi.

Esta dupla criativa consegue páginas de perfeito virtuosismo gráfico-narrativo neste livro. É um prazer enorme ler as imagens de Gulacy completamente enlaçadas no argumento de Moench. As minhas expectativas não foram goradas (felizmente).
A força desta dupla criativa está na perfeita simbiose que demonstram sempre que trabalham juntos!

Doug Moench apresenta-nos um Batman ainda imperfeito, ainda a melhorar. Vem na cronologia do reboot Year One (Ano Um desta colecção). Gordon ainda é apenas Capitão, a polícia no geral não confia neste vigilante de aspecto assustador e os políticos não se sentem à vontade com ele. Claro… continuamos a assistir à ascensão da Catwoman como ladra de top!
Assim Moench mostra-nos um Batman ainda sem à vontade na luta contra o crime, sem confiança nas suas capacidades e muitas vezes acossado por todos os intervenientes da história (excepto Gordon).

Paul Gulacy faz-nos um retrato incrível do ambiente de Gotham, das suas ruas, edifícios e sociedade. Achei-o perfeitamente genial neste livro. Um detalhe incrível, sem tirar fluidez e velocidade às suas páginas. Se eu já era fã do trabalho dele, agora fiquei completamente agarrado. Estou a fazer este post com o livro à frente, a folhear, e a dizer mentalmente “uau” página sim, página não, relativamente à qualidade de Gulacy. Mas é feio só falar dele na parte gráfica. Terry Austin dá vida e detalhe ao desenho de Gulacy com uma excelente arte-final, e por fim Oliff dá o toque final colorido. Muito bom!

Como disse atrás, Batman está no início da sua carreira de vigilante/detective, e a própria polícia e a sociedade não confiam nele. Este é um ponto importante, porque é com esses ingredientes que nasce o nosso vilão deste livro, o psiquiatra Hugo Strange.
E nasce pela mão do próprio Mayor da cidade, Wilson Klass.

Fica responsável para em conjunto com a polícia dar caça ao morcego. Claro que Gordon se põe fora disto e encarrega um polícia (sargento Max Cort)que parecia burro demais para ter sucesso em algo deste género, como responsável de uma força especial de polícia para, em conjunto com Dr Hugo Strange, prender Batman.

Hugo Strange é notavelmente construído por Moench. A sua figura de psiquiatra altamente inteligente, mas também com uma psique muito retorcida, está muito boa. Strange consegue viver dentro do morcego. Sempre a na cabeça de Batman, antecipando situações da sua vida, extrapolando o passado dele através das suas acções presentes. Acaba por ficar completamente viciado pela figura negra do morcego.

Em contrapartida Max Cort é bruto, forte, e cria uma tara pela captura de Batman. Descobre ligações de Gordon com Batman e aí em conjunto com Stange cria um alter-ego com vista a desacreditar o morcego.
E ficamos por aqui. O resto é para vocês lerem e apreciarem.

E desculpem a minha ausência neste blogue, vou começar a melhorar a minha assiduidade com certeza!


E como bónus apresento aqui no fim uma página "dupla" de um bom momento de acção.
Digam lá se isto não vos faz lembrar outras sequências de luta, com outras personagens?
Ãh?
:)





 Boas leituras

Hardcover
Criado por Doug Moench (texto), Paul Gulacy (desenho), Terry Austin (arte-final) e Steve Oliff (cor)
Editado Fevereiro de 2015 pela Levoir

5 comentários:

  1. Gostaria de acrescentar que, aqui no Brasil, foi publicado pela Editora Abril, através de uma coleção de revistas em quadrinhos de título Um Conto de Batman, se não me engano, na década de 90. O título aqui no Brasil dessa história ficou como Acossado.

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  2. Marcus Pedro
    Lembro-me da editora Abril publicar Um Conto do Batman, mas nunca cheguei a ler nessa altura este Presa, ou Acossado como aí no Brasil.
    Obrigado
    ;)

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  3. Fabiano Caldeira
    É bom sim :)
    Aí no Brasil, segundo o Marcus Pedro saiu com o nome "Acossado" +pela Abril.
    ;)

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  4. Este e Gothic do Morrison foram os melhores inéditos até agora.Os vilões Hugo Strange e Max Cort quase "quebraram" o Morcego em inicio de actividade,1 é o cerebro e outro a Força.
    Coincidencia ou não a Dc anunciou Gothic Deluxe Hc este mes.

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  5. Optimus
    Gostei sobretudo do Presa.
    De qualquer modo, este que saiu esta 6ª Feira também me agradou.
    ;)

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Bongadas