segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Harrow County Vol.1: Assombrações sem Fim
Houve vários livros que saíram no último Amadora BD e que deram um pouco de luz a este festival que prima pela escuridão de ideias.
Um deles foi Harrow County de Cullen Bunn (argumento) e Tyler Crook (arte), publicado em português pela G.Floy.
A G.Floy tem primado por oferecer ao público português obras de bastante interesse em formato de Banda Desenhada para leitores mais adultos, e este primeiro volume de Harrow County não desapontou.
Bunn é um escritor norte-americano que tem trabalhado bastante para a indústria de comics, tanto na vertente mainstream (Uncanny X-Men e Deadpool) como em trabalhos de autor (The Damned e The Sixth Gun), começou a escrever este primeiro capítulo de Harrow County em prosa (Countless Haints no original). Mais tarde seria reformulada para Banda Desenhada em conjunto com Crook, resultando no livro que tenho nas mãos.
Tyler Crook tem trabalhado em títulos como B.P.R.D., Witchfinder, Badblood, ou seja, essencialmente para a editora Dark Horse. A sua obra de saída depois de muitos anos a trabalhar para a indústria dos vídeo-jogos foi Petrograd editado pela Oni Press . Para já este é o artista de serviço de Harrow County.
Harrow County começou a sua publicação em 2015 como revista mensal indo já na revista #20 (Janeiro deste ano) e quatro compilações.
Eu não gosto de inserir este tipo de história no género “terror”, porque embora o ambiente deste livro se propicie a pessoas mais sensíveis a terem algumas tremuras, quem gosta mesmo de Banda Desenhada de terror apenas se sente cómoda a ler este tipo de livros. Não se pode comparar a um Uzumaki.
Assim gosto mais de chamar a este tipo de BD “Fantasia Negra”.
E dentro desta “Fantasia Negra” adorei este Harrow County! Uma história com força, que agarra o leitor, e logo no início com uma dança macabra em que aldeões trespassam, queimam e enforcam uma bruxa. Não podia começar melhor para quem gosta deste género!
O argumento é sólido, com um ritmo bem adequado a cada momento chave da história, com Bunn a tecer a teia de eventos numa pequena e isolada povoação do Sul dos EUA, e claro, não há nada como o isolamento para tornar uma história bem tensa.
Mas a parte negra precisa do seu contraponto, e este é a arte de Crook! Belíssimas aguarelas tornam a história bem equilibrada aos olhos do leitor, criam o contraste e sobretudo dão “textura” ao argumento.
Esta é a história de Emmy, a filha de um agricultor, e quase a fazer 18 anos. Emmy desde cedo que se tem debatido com sensações espectrais, pesadelos, visualizações de um passado horrível e fantástico que não conhece. Ela vai entrar nesse mundo quase sem preparação…
Não quero falar muito do argumento e personagens, visto não querer estragar nenhuma surpresa a algum leitor que decida ler o livro depois de ter lido este meu apontamento.
O LBD recomenda Harrow County sem reservas.
Boas leituras
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