segunda-feira, 10 de abril de 2017

Anicomics Lisboa: Homenagem do LBD



Li a notícia ontem e caiu assim de chofre, aparentemente sem reflexão, logo após o término deste último evento (Domingo): o Anicomics acabou.
Basicamente posso imaginar o porquê desta decisão do Mário Freitas, argumentista, editor, logista e organizador destes Anicomics. Com certeza a decisão já deveria estar amadurecida e apenas precisava de terminar o seu 8º evento para veicular a notícia nas redes sociais.

Como disse atrás posso imaginar o porquê, mas não vou dar palpites. Quando, ou se o Mário Freitas decidir fazê-lo, ele próprio o fará com certeza e com a frontalidade que se lhe reconhece.

Assim ficará bastante mais livre para se dedicar à edição, neste momento com a Kingpin embalada para bater recordes de livros a editar por ano. Me gusta!

Relativamente ao evento em si, tem uma história de 8 anos de luta para se superar todos os anos, e de todas as edições apenas não fui ao 1º Anicomics.
No início localizado na Biblioteca Orlando Ribeiro em Telheiras, cedo se verificou que com o afluxo de visitantes este espaço dava mostras de entrar em rotura, assim nos último dois anos passou para o Fórum de Lisboa, um espaço maior, mais arejado e bem servido de transportes.

Como o nome indica a sua filosofia inicial foi fazer uma ponte entre os comics norte-americanos e o anime/manga oriental, mas em abono da verdade este evento foi "tomado" pela legião de fãs de anime, manga e video-jogos.

O Mário Freitas bem tentou inicialmente fazer algo em relação aos comics trazendo artistas estrangeiros de qualidade para tentar puxar o público afecto à BD em Portugal, mas infelizmente os preconceitos deste tipo de visitantes em relação ao cosplay foi impeditivo de tal visto não compreenderem minimamente o que move estes jovens, e devido a esse facto não se sentirem à vontade para se integrarem e circularem neste evento.

As razões para visitarem este evento eram mais que muitas, autores de qualidade, sessões de autógrafos, antevisões, painéis de autores de qualidade, venda de livros e merchandise, workshops direccionados para a BD, etc... isto sempre com plateias muito abaixo do esperado por falta dos amantes da BD em geral, e dos comics em particular.


Mas felizmente para o Mário, o número de visitantes que foi perdendo neste campo, ganhou-os no cosplay e derivados, como os workshops de costura, maquilhagem, etc.
Mas mesmo assim nunca perdeu o fito de mostrar o que se faz e edita de melhor na BD em Portugal, como o provam a quantidade de painéis em que passaram grande parte dos artistas portugueses.

Mas como o Anicomics é um evento privado que tem que se pagar a si mesmo e dar algum lucro, apostou forte em concursos de cosplay e merchandise apelativo a este público, conseguindo cimentar o Anicomics como um lugar muito simpático para os/as cosplayers, em que se podia, mostrar sem grande atropelo, dando-lhes um bom lugar de destaque no evento.


Infelizmente estes dois últimos anos penso que parte dos cosplayers preferiram fazer meets à porta do evento por achar que os bilhetes seriam caros... pelo menos foi uma das queixas que ouvi. Ora... estes eventos têm custos, certo? E já agora, se o Anicomics é caro (dizem) o que dizer do Iberanime um que um bilhete de adulto (mais de 12 anos) custa o dobro?
Neste momento os cosplayers perderam um local privilegiado e que lhes era dedicado.

O Mário Freitas é uma pessoa com ideias, versátil dentro deste universo, com certeza que se reinventará daqui por uns tempos com algo de diferente, como é seu apanágio.


Fica a minha homenagem a este evento de que eu tenho algumas boas memórias com um sortido de fotos desde 2010 até este Sábado.





















E agora dois pequenos filmes que eu fiz com fotos:








Obrigado Mário


Boas leituras

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