quarta-feira, 27 de março de 2019

Máquina do Tempo: Mandrake


O mágico com mais estilo das histórias aos quadradinhos, Mandrake é considerado o primeiro super herói da banda desenhada, e um dos principais títulos da King Features Syndicate.

Mandrake é mais uma criação de Lee Falk, tendo sido publicado pela primeira vez a 11 de Outubro de 1934, com a arte ao cargo de Phil Davis. Elegante, sempre com fato e capa escarlate, tinha também um cartola alta, e era conhecido pelo seu bigode muito fino.  Conheci-o pelas revistas brasileiras da RGE, e o desenho animado dos Defensores da Terra, mas já há muito que era publicado por cá, em revistas como a Mundo de Aventuras ou Condor Popular.

As histórias passavam-se nos anos trinta, mostrando Mandrake em Xanadú, uma propriedade fantástica no alto de uma colina. Tinha uma noiva, a princesa Narda de Cockaigne4 , fictício reino na Europa orienta. Era ainda acompanhado por Lothar, um príncipe africano que abandonou a sua tribo para acompanhar o mágico, e tornando-se assim muito provavelmente o primeiro personagem negro nas histórias em quadradinhos.

Elegantemente vestido em finos ternos, usando cartola e luvas, e uma capa forrada em vermelho, Mandrake conseguia evitar confrontos físicos utilizando a hipnose. Bastava um olhar e fazia com que o bandido em vez de uma arma, ter um ramo de flores na mão. O seu principal inimigo era o Cobra, e as suas aventuras iam desde evitar o simples crime, a situações de tráfico, terroristas e outras mais graves.




Em 1965 entra Harold Fredericks para o desenho, depois da morte de Davis, notando-se alguma diferença no traço, mas mantendo sempre a elegância distinta que o caracterizava. Fredericks foi também responsável pelos argumentos, depois de Falks ter falecido, e continuou a obra até 2013, quando se reformou.

No Brasil estreou-se num suplemento juvenil de Jornal em 1935, mas teve bastante destaque numa série de revistas publicadas pela Rio Gráfica Editora, que não tinham o mesmo fascínio para mim do que as do Fantasma, mas cheguei a ler com interesse uma ou outra aventura. Por cá estreou-se na Mundo de Aventuras a 19 de Outubro de 1950, sendo também publicado em diversas revistas como Águia (1ª série), Álbum Agência Portuguesa de Revistas, Álbum Correio da Manhã, Álbum do Mundo de Aventuras, Álbum Editorial Futura, Álbum Portugal Press, Almanaque «O Mosquito», Aventureiro, Canguru (1ª série), Chico Zumba, Ciclone, Comix, Condor (amarelo), Condor (mensal), Condor Popular, Enciclopédia «O Mosquito», Êxitos da TV, Galo, Gatinha, Grilo (APR), Grilo, Herói (1ª série), Herói (2ª série), Heróis Inesquecíveis, Jornal do Cuto, Mandrake (1ª série), Mandrake (2ª série), Mandrake (Especial), Mundo de Aventuras (2ª fase), Mundo de Aventuras Especial, Quadradinhos (1ª série), Quadradinhos (2ª série), Quadradinhos (3ª série), Selecções (Mundo de Aventuras), Selecções BD (2ª série), Tico, Tigre (1ª série), Viva!

Todas publicaram aventuras até 1980, e nas duas décadas seguintes a publicação foi mais esporádica, com as revistas vindas do Brasil a suprir essa necessidade. Nos anos 90 foi apresentado a uma nova geração, nos desenhos animados Defensores da Terra, onde ele e Lothar tinham algum destaque.


Mandrake de Davis

Mandrake de Fredericks










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Bongadas