Draconian

E é assim! De repente tenho uma série de histórias de vampiros para ler!

Este livro graficamente levou-me para anos passados. Fez-me lembrar as histórias da Eerie e da Creepy! Eram bons tempos dos comics.

Tenho quase a certeza que os autores deste livro também gostavam destas revistas, ou mesmo da Krypta brasileira!
André Farias e Paulo César Santos são os autores, e são brasileiros.
Penso que o livro foi pensado pelos dois, embora haja histórias em que apenas Paulo César Santos assina como autor total.

Sim, este livro é feitos de pequenas histórias, e de como os vampiros poderiam viver nos dias de hoje.
Mas estas histórias não são estanques. E isso torna o livro interessante!
As personagens são apresentadas primeiramente em histórias separadas, e depois fluidamente vão-se interligando, tendo como um fulcro a demanda de Brad pela "eleita".

Mas isto só se compreende ao fim de algumas histórias, em que as personagens se vão trocando e tocando, tecendo uma teia de ligações entre quase todas as personagens vampirescas, e não só.

Paulo César tem um desenho bastante consistente, misturando por vezes o registo de um traço negro forte, com desenhos que cheiram o retro dos anos 60/70. Aliás foram este pequenos momentos que me fizeram lembrar as revistas norte-americanas que referi em cima.

De resto tem um desenho bastante consistente, por vezes com algumas quebras mas sem ser grave. Adorei o trabalho de Paris!

Quanto ao argumento de André Farias foi bem "esgalhado" na ligação e interligação das várias histórias. Apenas o final não me satisfez... soube-me a pouco. Acho que poderiam ter dado um final mais "tchan", sobretudo no que toca ao Brad, personagem central, mesmo quando não está presente na história.

Esta é uma edição de autor com qualidade para ser divulgada. É bom ver as pessoas não ficarem à espera dos "nãos" das editoras e lançarem-se para a frente porque acreditam no seu trabalho. As editoras não gostam de correr riscos com BD/HQ...
É claro que aconselharia ao tratamento e melhoramento de algumas páginas ou vinhetas se fosse para apresentar a uma editora de dimensão. Mas nada de grave que não pudesse ser melhor trabalhado!

Uma obra honesta que gostei de ler!
E gostei da linguagem urbana apresentada, sem censuras ou maquilhagens.
;)
Gosto também de ver como os artistas brasileiros estão tentando furar no seu próprio país. Sim, porque nem todos trabalham para o mercado norte-americano, e já "topei" com alguns autores brasileiros de muito bom nível, mas quase desconhecidos no próprio país.

Boas leituras

Softcover
Criado por: André Farias e Paulo César Santos
Editado em 2012 na gráfica Juizforana
Nota: 7,5 em 10