The dream is over.
Imaginem que a História da Terra é um pouco diferente, que a sangrenta guerra civil que deu origem aos EUA não tinha sido ganha pelo norte, aliás, não tinha sido ganha por ninguém e agora temos sete nações no seu lugar, tudo ambientado num futuro estranho, com muita tecnologia, metafísica e paisagens far-west.
Imaginem também que é revelada ao mundo uma profecia.
Profecia essa que adquiriu a designação de A Mensagem. Mensagem essa que profetiza
nada mais nada menos que o Fim do Mundo. E para garantir que a Mensagem é
cumprida existem os Escolhidos, Escolhidos estes que acreditam piamente na
Mensagem a querem levar até às últimas consequências.
E quem vocês imaginam que serão os arautos deste Fim do
Mundo? Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, claro está: Morte, Fome, Guerra e
Conquista.
Desde que a Mensagem se tornou completa que estes quatro seres nas suas manifestações físicas tentam levar a profecia à sua conclusão.
Mas, imaginem que um deles se apaixona…
Este é um livro de vingança por parte da Morte, uma distopia
maravilhosa de Jonathan Hickman, ilustrado pelo lápis de Nick Dragotta com
cores de Frank Martin e legendagem de Rus Wooten.
Mal saiu a 1ª revista pela Image Comics em 2013, esta esgotou na 1ª semana.
Série louvada por todos quanto a leram, premiada pela Diamond e aplaudida pela crítica
especializada.
A série foi terminada em 2019, compilada em dez TPB’s e três Oversized HC’s.
O que eu posso dizer.
A leitura é alienante. Hickman vai encaixando as peças aos poucos sempre que
necessário, o ritmo acelera e cai de um modo vai deixando o leitor ansiando sempre por mais. Temos alternâncias
entre passado e presente e é neste jogo que vamos descobrindo o que está por
detrás das emoções que atravessam as personagens principais, e que provocam as
suas acções por vezes não adivinhadas pelo leitor.
Um Hickman fantástico na escrita.
Como contraponto, por vezes perde-se em diálogos pouco verosímeis
desnecessariamente. Salvo erro apontei isto mesmo no meu artigo sobre o
Ultimate Spider-Man, onde esse seu pecado por vezes acontece também.
O desenho é dinâmico com uma narrativa gráfica clara e sem
confusões. Dragotta tem um traço limpo e bonito que se adapta perfeitamente ao
argumento. As expressões faciais são muito boas, sobretudo no caso da Morte.
Não há uma única personagem descrita graficamente à toa, a sua representação, e
expressão gráfica, tem sempre a ver com a personalidade de que foi imbuída por
Hickman, e o lápis de Dragotta torna essa visão uma realidade.
A cor de Martin está perfeita para o ambiente criado por Hickman
e Dragotta, sem grandes invenções que tornassem o bonito traço de Dragotta menos
legível.
Wooten tem uma legendagem eficaz, mudando a font para um estilo mais Itálico em
cenas do passado, ambientado também por uma diferença na cor de Martin que
passa a ter um tom mais vintage nessas páginas. Relativamente à balonagem estes
não são os meus balões preferidos de certeza, mas pronto, também não são maus. 😅
O LBD recomenda esta série, infelizmente nunca editada em
Portugal.
Boas leituras
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