Hugo Silva traz-nos os anos "80" de novo, desta vez "Legends".
Série importante no seu tempo, visto que serviu de rampa de lançamento para uma série de novos títulos desta editora, a DC Comics.
Fiquem com o Hugo Silva!
Legends
Depois da mega saga Crise nas Infinitas Terras, a DC decidiu lançar uma mini-série em 6 edições que ajudasse a cimentar as mudanças que foram feitas nas origens de alguns heróis, e ao mesmo tempo lançar novas séries que ajudaram a relançar o novo universo da editora.
Nos desenhos iríamos ter a super estrela canadiana John Byrne, que estava a começar uma grande reformulação em Superman, enquanto que no argumento os competentes Len Wein e John Ostrander deram bem conta do serviço, sendo que Karl Kesel completava a equipa criativa, colocando a tinta por cima do lápis de Byrne. Foram 6 edições desde Novembro de 1986 a Maio de 1987, que podiam ser lidas individualmente como uma versão condensada de todos os acontecimentos, ou então podiam-se ler em conjunto com os tie-ins que foram publicados nas diversas revistas da companhia fazendo esta série ter afinal cerca de 22 capítulos.
A primeira vez que li isto foi na mini série que a editora Abril lançou, onde colocou alguns desses 22 capítulos em conjunto com os 6 números da mini, ajudando a compreender um pouco melhor a história. Para além disso, conseguimos ler os capítulos passados no título do Superman onde Byrne caprichou na arte, e colocou o nosso herói em alguns apuros provocados pelo principal vilão desta saga, o Deus
Darkseid. É daquelas histórias que tenho em mais que uma edição, já que tenho também o TPB original e o Brasileiro da Panini. É de lamentar que em ambos os casos, não estejam reunidas as histórias do Superman, e seja preciso para isso adquirir o segundo volume dos TPB Man of Steel. São bastante aconselháveis, já que podemos ver um Superman a ser controlado mentalmente por Darkseid e vestido como um gladiador Romano, o que origina umas páginas fantásticas do fenomenal John Byrne.
No início vemos Darkseid a apostar com o misterioso Vingador Fantasma em como iria conseguir que a humanidade se virasse contra os seus heróis, e para isso iria utilizar um dos seus súbitos: o Glorioso Godfrey. Este Deus tinha o dom da palavra, conseguia com os seus discursos incentivar as pessoas ao ódio e mal chegou ao planeta Terra começou a espalhar esse discurso por diversos programas televisivos, e em discursos perante grandes plateias completamente viciadas neste carismático personagem.
Mas Darkseid sabia que só os discursos não seriam suficiente, e então arranja esquemas e cria vilões para complicar a vida aos nossos heróis. Envia uma criatura com poder suficiente para dar muito trabalho à debilitada Liga de Justiça (versão “Detroit”) e arranja forma de um ingénuo Capitão Marvel ser acusado da morte de um vilão, e deixando-o assim preso no seu alter-ego Billy Batson, indefeso perante as acusações e traumatizado com todos estes acontecimentos.
A arte de Byrne dava um grande dinamismo à saga, e a história era feita de forma a dar destaque a todos os sub-plots que aconteciam, para além de nos prender com alguns momentos emocionantes como o espancamento do Robin por uma multidão enfurecida, ou ver o Superman a encontrar-se com o presidente Ronald Reagan e este a pedir para todos os heróis pararem com as suas actividades.
Foi aqui que o plano de Darkseid ganhou fôlego e onde os argumentistas aproveitaram para nos darem a conhecer um novo grupo, o Esquadrão Suicida e a sua chefe, a impetuosa Amanda Waller. Esta equipa de vilões ajudou a colmatar a falta que os heróis faziam, mas rapidamente alguns heróis começaram a quebrar a directiva do Presidente, sendo que se dava destaque a personagens que iriam aparecer na nova Liga da Justiça como era o caso do herói Besouro Azul. No final vemos o Sr. Destino a entrar em acção e convocar um grupo de heróis para ajudar a proteger a cidade de Washington da horda de lunáticos controlados por Godfrey, e de como foi preciso a ajuda das crianças (que não eram afectadas pelos seus discursos) para o deter. Foi quando este perdeu o controlo e deu um estalo a uma criança, que o resto da multidão se libertou do seu controle e as coisas começaram a voltar ao normal.
Foi a série que ajudou a lançar as novas revistas do Flash, do Esquadrão Suicida e da Liga da Justiça de Giffen e DeMatteis, para além de ajudar a percebermos melhor a nova posição da Mulher Maravilha e do Capitão Marvel no universo DC pós-Crise. É bastante aconselhável a todos que gostem da arte de John Byrne e de uma história agradável, ajudando a entender melhor o Universo DC daquela altura.
Como é de costume, convido-vos a visitar o blogue do nostálgico Hugo Silva: Eu Ainda Sou do Tempo...
Para lerem os outros textos do Hugo Silva no Leituras de BD basta clicar em cima do nome dele, e para verem melhor as imagens mais pequenas, só têm de clicar em cima delas!
:D
Boas leituras
Legal! John Byrnes possui uma arte fantástica!
ResponderEliminarByrne quando era bom. Li alguns capítulos, inclusive esse do Super vestido de gladiador romano, apesar de na altura ter uma alergia infantil ridícula à DC. É possível que esta tenha sido a primeira vez que vi o Darkseid, hoje em dia um dos meus vilões preferidos, seja qual foi o universo.
ResponderEliminarEm alguns aspectos, não posso deixar de notar uma tentativa de Marvelizar a DC. Obviamente que os refugiados do regime Shooter (Wolfman, Wein, Thomas ou Broderick) já trabalhavam para a DC na época, mas a chegada de Byrne e o semi-reboot impostos pela Crise permitiram transformar o universo DC num local menos seguro para os seus heróis.
Por outro lado, o Esquadrão Suicida foi uma hipótese da DC evitar completamente a "superheroização" do seu universo, ao contrário da Marvel, que na altura praticamente parou com propriedades alternativas. E, à falta de um análogo ao Justiceiro ou ao Wolverine, puderam entrar na onda grim 'n' gritty.
Na altura era o Adrian Chase, Vigilante, o mais perto do Justiceiro lol, boas histórias e um conceito visual muito interessante.
ResponderEliminarBom texto Hugo!
ResponderEliminarEsta é realmente uma boa mini-série para compreender o universo DC da altura. Li-a nas revistas da Abril, que ainda guardo, e mais tarde no tpb original.
E referes no comentário o Vigilante, que é uma das minhas personagens e séries favoritas da DC, de sempre.
Quanto à Marvel na altura começou a publicar através da Epic: Blood, A Tale, obras de Moebius, Stray Toasters, o Marshall Law entre outros, séries bem alternativas, e tínhamos Sienkiewicz e Barry Smith nos super-heróis, provando que uma editora mainstream poderia arriscar e alargar os horizontes editoriais, tal com fez a DC por esses anos.
Pois é, acho que nesta altura gostava bastante da DC. O Esquadrão Suicida à partida tinha tudo para eu não apreciar muito (na altura ligava era a tipos bem poderosos), mas a verdade é que fiquei agarrado durante uns tempos ao Esquadrão.
ResponderEliminarHavia um tipo de cinismo no ar que eu nunca tinha visto em BD (foi há muito tempo e era puto :). Aquela coisa de terem de ser obrigados a irem para as missões e além disso pensarem muitas vezes só na sua própria pele e não na sua equipa, (acho que isso depois mudou) contrastava com as outras equipas que conhecia na altura.
Obrigado Guy e Obrigado André.
ResponderEliminarEu adorava o uniforme do vigilante, e depois aquelas gadgets como a Mota artilhada eram muito bem pensadas.
Luis, o Esquadrão era a companhia perfeita para a revista da Liga. Um dos melhores trabalhos do Ostrander.
Eu esta série nunca acompanhei como deve ser... comprei da Abril dois números que não eram seguidos, e não eram nem o 1º nem o último...
ResponderEliminarNem sei se dá para conseguir arranjar um TPB disto... Ainda vou investigar! Parece-me que é importante para a minha cronologia DC!
;)
Muito bom artigo. Parabéns, Hugo. Pôs-me, mais uma vez a pensar porque raio é que antes se tinha acesso a comics americanos à fartazana nos quiosques e agora, é o que se vê. Vá lá, a colecção da Marvel do público vem tentar minimizar a situação...mas o que é facto é que nem as importadas da Panini chegam a todo o lado. E, pasme-se, não fazem parte do catálogo da Panini portuguesa. Enfim.
ResponderEliminarLendas foi bem legal na época.
ResponderEliminarTinha a mini série, mas acabei vendendo. Agora tenho só o encadernado que saiu depois no Brasil.
Muito legal.
Meu, tem um banner pra mim colocar lá no meu Blog?
www.palitosnerds.blogspot.com
Valeu
João Figueiredo
ResponderEliminarBem, já teve pior em relação às revistas de super-heróis nas bancas, agora já se vê alguma coisa... há 3 ou 4 anos não havia mesmo nada. Aqui a distribuição destas revistas da Panini tardou, mas veio para ficar! Tem havido sempre, felizmente, mas já ouvi falar que há sítios onde não chega.
:\
Tiago
Bem vindo aos comentários do Leituras de BD!
:)
Não há problema nenhum em fornecer banner, até agradeço!
:D
Tens FB?
:)
Boas noites, dei com o seu blogue há pouco, após umas pesquisas relacionadas com tradução de BD (desculpe o off topic) e estou a gostar bastante. Relativamente a este post, lembro-me disto mas em português do Brasil. De facto, o traço de Byrne na altura destacava-se imenso,lembro-me particularmente dele desenhando o Super-Homem e o Quarteto Fantástico.
ResponderEliminardesconhecia e fiquei muito curioso. há hardcovers ou TPBs que reunam isto?
ResponderEliminarObrigado
never-ending-spleepy-eyes
ResponderEliminarExiste um TPB, mas já está a preços estúpidos... vou deixar o link do Amazon, mas o melhor é procurares no Ebay, ou em lojas da especialidade portuguesas porque de vez em quando estas pérolas até estão em preço de saldo...
LOL
http://www.amazon.com/Legends-The-Collection-John-Ostrander/dp/156389095X/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1343250058&sr=8-1&keywords=Legends+Byrne
;)
Pedro Ferreira
Bem vindo aos comentários do Leituras de BD!
:)
Byrne foi uma pedra basilar nos comics, e fez alguns trabalhos memoráveis!
Hugo Silva é fã, esta crítica vem de encontro a isso!
Convido-te a "gostar" da página Leituras de BD no Facebook. Por vezes ponho lá coisas que não saem aqui! (Isto para o caso de teres FB, claro...)
http://www.facebook.com/Leituras.de.BD
;)
John Byrne era genial como artista en los 80s.
ResponderEliminarLeí Legends hace tiempo, y sí, es una historia entretenida. Pero lo mejor, sin duda, es el arte de John Byrne (y el origen del nuevo Suicide Squad).
Sou fã desta história!!! Tambem a tenho em mais de uma versão!
ResponderEliminar:D
Nunca li,mas tenho muito mais curiosidade com Odisseia Cosmica,o argumento de Lendas lembra muito a ultima temporada de Smallville.
ResponderEliminar"Byrne quando era bom. Li alguns capítulos, inclusive esse do Super vestido de gladiador romano, apesar de na altura ter uma alergia infantil ridícula à DC."
Super Gladiador só conheço este do ExilE NO Espaço,no Mundo Bélico de Mongul:
http://www.fortressofbaileytude.com/wp-content/uploads/2010/07/Ad-Exile-2.jpg
http://thehighhat.com/Marginalia/005/superman_punch.jpg
http://www.comicshack.com/Images/SupermanVol228Superma19754_f.jpg
Len Wein e Ostranger estão no meu TOP 10 de argumentistas...Kesel pra mim é um dos maiores arte finalistas das comics (o cara consegue fazer até o Rapina e Columba do Liefeld daquela época ficar bonito) e o Byrne??? O cara nessa época estava no auge! Amo ele! Essa mini é a minha preferida de todas, todas, todas! Começar a nova DC daquela época com o universo do Kirby dos Novos Deuses foi genial e honroso! E de alguma forma foi repetido, de forma inferior, concordo, hoje em dia após o relaunch. Parabéns pela matéria!
ResponderEliminarA distribuição da Panini não funciona bem. E digo isto, porque a mesma não é uniforme. Se calhar, onde tu moras Nuno (creio que é na zona de Oeiras, não é?) a coisa até pode estar a funcionar bem. Mas na esmagadora maioria dos sitios não. Em primeiro lugar: A Panini de Portugal não tem nada disto (só as cadernetas), excluindo a Turma da Mónica. Essa sim, vê-se práticamente em todo o lado, e ainda bem. Em segundo lugar: As duas principais distribuidoras nacionais não têm a Panini em catálogo. Alguém que tenha um quiosque, não tem como encomendar BD (se usar apenas as duas distribuidoras, claro...mas são as que têm mais capacidade). Em terceiro lugar: Nem todas as lojas da especialidade dão atenção a estas publicações. Há muito preconceito em relação a português do Brasil. Em quarto lugar: A Panini era muito bem divulgada numa cadeia de papelarias existente em práticamente todos os centros comerciais grandes, que vai fechar portas, ou já fechou. Mas sim, há 4 ou 5 anos, ainda era pior.
ResponderEliminarGrande Abraço
Posso dizer que no El Corte Inglés de Gaia as revistas da Panini chegam sempre todos os meses. É lá que as compro. Não estão todos os títulos disponíveis mas já é alguma coisa.
ResponderEliminarMas preferia que fosse uma editora/sucursal portuguesa a editar.
Lendas é um dos momentos épicos dos quadrinhos, principalmente quando se consegue juntar uma equipe criativa que na época estava em grande forma.
ResponderEliminarJoão Figueiredo
ResponderEliminarSim, também já ouvi algumas queixas. Mas existe uma maneira de contactar a distribuidora reclamando de que as revistas não chegam à respectiva localidade, ou então pedindo info à distribuidora do sítio mais perto onde se vendem.
De qualquer modo a distribuição devia ser total!
:)
André Azevedo
Aqui em Oeiras também não tem problema, felizmente!
;)
João Roberto
Foi mesmo uma grande equipa de criadores, fizeram coisas muitos boas nos comics!
;)
Lemnro-me de ter lido isto e não me aqueceu ou arrefeceu na altura..
ResponderEliminarApesar de achar o escritor muito bom e o Byrne não ser mau.
Mas eu também nunca passei muita bola aos super-heróis:(
(mesmo na minha fase de adolescente)
Mas o artigo cumpre a sua função..
Ilvie
ResponderEliminarO artigo está bom para quem gosta de super-heróis!
:P
Tu é que não gostas...
:D