quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
The Facts In The Case Of The Departure Of Miss Finch
Um pequeno conto de Neil Gaiman adaptado por Todd Klein e desenhado por Michael Zulli. Este conto de Gaiman é um dos mais conhecidos deste, e nada melhor para uma editora "pequena" como a Dark Horse pegar em estórias já conhecidas e fazer a sua adaptação para Banda Desenhada. Esta editora tem feito desta política um sucesso, fazendo adaptações de literatura, fantasia, series de televisão e cinema. Noutro post mais antigo mostrei como a Dark Horse conseguiu aumentar e criar um verdadeiro universo com a sua adaptação para BD de Star Wars , sendo que também com relativo sucesso foram adaptados Aliens e Predator. Para além disso, Buffy, Caçadora de Vampiros transformada em BD por esta editora, atingiu vendas completamente inesperadas, conseguindo rivalizar no topo da tabela dos mais vendidos com a Marvel e a DC Comics.
Miss Finch, como é referido várias vezes, não é o nome da senhora em causa. Ela é uma mulher um pouco rabugenta, sendo por vezes chata para com os outros protagonistas, retirando-lhes até o gosto por Sushi, apontando todos os bichos que vivem no peixe fresco enojando o casal Johnattan e Jane... estes já sabendo que ela era uma chata convidaram mais um amigo para sair ao teatro com eles! Mas não houve teatro... houve Circo! O Circo mais obscuro possivel num conto também ela muito obscuro. Como entrada temos o apresentador a imitar Alice Cooper no seu "Welcome to my Nightmare" e secundado por uma imitação do "Fester" e de um corcunda... O que vai acontecendo por cada sala por onde passam será verdade, será ilusão? Sim porque este é um circo temático! Cada sala tem tem o seu "teatro", uns alegres outros horríveis... Como Mis Finch "parte" cabe a vocês descobrirem, lendo o livro!
O livro foi pintado por Zulli, de uma maneira de que se detesta ou se ama... Zulli já tinha colaborado com Gaiman em Sandman, e é impressionante como ele muda de umas obras para outras (como a ilustração do Swamp Thing no fim desse post).
Boas leituras!
Hardcover
Criado por: Neil Gaiman, Michael Zulli
Editado em 2008 por Dark Horse
Comprado na Bulhosa
Nota : 8,5 em 10
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Saga of the Swamp Thing: Book One
Eu considero que na apreciação de um livro de Banda Desenhada há vários aspectos a serem considerados, desde a estória, desenho, balonagem, edição, etc. Este livro tem aspectos muito fortes a serem considerados. Podemos começar pela concepção do personagem e sua mitologia, criação de Len Wein e Berni Wrightson. Estes criaram o personagem em 1972, aproveitando o sucesso das estórias de "Gothic Horror" da época, cuja revista "House of Horrors" foi um dos expoentes. Swamp Thing nasceu e deu cartas na altura rivalizando em vendas com os habituais da DC (Superman, Batman e Wonder Woman). Praticamente esta série foi a única, neste género, com uma longevidade fora do normal! Depois do sucesso dos primeiros números, um dos autores separou-se da série e a editora procurou uma nova equipa criativa. Depois de alguns "flops" com equipas Norte-Americanas, eis que da Grã-Bretanha vem o segundo fortíssimo ponto: Alan Moore! O livro em questão reúne as primeiras sete estórias com Alan Moore (#21 até à #27), começando a primeira deles com um título que diz tudo... "Loose Ends" seguido de "Anatomy Lesson". More transformou e fez crescer o personagem, afastando-o daquele que lhe deu vida na estória, o Dr Alec Holland, e dando-lhe uma densidade psicológica muito grande. Aumentou a espiriualidade do Swamp Thing e introduziu a componente ecológica na série de uma maneira bastante séria e inovadora para a época. Inseriu outros personagens, como o Floronic Man, e vários "crossovers" para todos os gostos, desde Batman a John Constantine, passando por Sandman e a Justice League of America.
Agora podemos passar à edição... a dustcover é muito boa, tendo um toque macio, "encerado", mas acho completamente desnecessário a menção "From the Award-Winning Writer of Watchman Alan Moore"... seja qual for a desculpa para esta publicidade, considero-a completamente desnecessária (mesmo para aproveitamento do lançamento do filme Watchman este ano). A capa propriamente dita é linda! É a segunda ilustração deste post, um baixo relevo verde-musgo num fundo a imitar cabedal negro e uma lombada em tecido! A parte negativa, é que para uma edição deste género, continuar a usar o "papel-higiénico" das edições normais da Vertigo... enfim, não aconselho a ler o livro no WC para não se enganarem no papel! :D
Em relação à arte, é muito boa para as condicionantes técnicas da altura, mas como me parece que foi tudo recolorido, acho que se ganhou bastante com esta edição que se quer "especial". De notar e como curiosidade, o Swamp Thing nº129 foi a primeira revista a trazer o selo da Vertigo, inaugurando esta imprint da DC Comics.
Esta saga conta a estória do Swamp Thing a partir da primeira estória escrita por Alan Moore, ficando para trás a sua génese, que passo a contar resumidamente: O Dr Alec Holland após uma explosão provocada no seu laboratório, onde estudava, com a sua mulher, uma fórmula regenerativa e de crescimento para plantas, cai no pântano
coberto pela substância em que trabalhava e envolto em chamas! Da mistura da fórmula quimica com o fogo, e depois ficando mergulhado no pântano, surge o Swamp Thing (Monstro do Pântano). Aqui começa a transformação do personagem por Alan Moore... Passou de um Alec Holland transformado em monstro, para um monstro que pensava que era Alec Holland! Mudança tão significativa, que o desgraçado entrou em estado catatónico, criando raízes que o prenderam pela primeira ao solo! Neste arco é importante a criação de um dos vilões desta série, o Floronic Man, e só este com a sua deturpação da realidade Animal/Planta faz com que o Swamp Thing saia da sua letargia (e claro, com a ajuda da amada Abby). A partir daqui temos uma série de excelentes estórias em que Moore consegue fazer Banda Desenhada praticamente só com a sua narrativa e com os desenhos de Stephen Bissette e John Totleben, ou seja, páginas de discurso introspectivo, sem ser chato, e que contam belas estórias de BD (é claro que há dialogos... mas muitas vezes são reduzidos ao mínimo) . Deixo aqui por baixo uma ilustração do "Monstro" com assinatura de Michael Zulli que eu acho linda:
Este livro poderia ter passado a nota 10 se tivesse um papel melhor!
Boas leituras!
Hardcover
Editado por Vertigo em 2009
Criado por: Alan Moore, Stephen Bissette e John Totleben
Comprado no Amazon
Nota : 10 em 10
domingo, 22 de fevereiro de 2009
New Avengers Vol. 9: Secret Invasion II
Depois da crítica à manta de retalhos que foi o New Avengers Vol. 8: Secret Invasion Book I , vem o nono livro New Avengers que deveria ser o segundo "tie-in" ao evento principal Secret Invasion.
Devo dizer que a situação sequêncial do volume anterior se mantém, mas pelo menos tem outros pontos de interesse! Eu sinceramente acho que a Marvel está a subverter o conceito de "tie-in", ou seja uma estória "secundária" que está "agarrada" a outra maior (o evento principal ou "main plot") e que conta estórias por trás dessa trama principal, mas relacionada com o herói, ou grupo, que dá o título à série. Neste caso deveria estar tudo relacionado com o grupo New Avengers, e ao fim ao cabo o mais interessante tem a ver com o grupo de super-vilões, "The Hood", isto na minha perspectiva, claro!
Mais uma vez se explicam as razões da infiltração Skrull na Terra, a profecia da mitologia Skrull cumpre-se mais uma vez com a onda de "Annihilation" que estava descrita nessa mesma profecia, morreram muitos Skrull em "Annihilation"... agora falta a última parte da profecia, que este povo iria ter um novo planeta para viver e este seria azul... a Terra!
Continuam as estórias dos testes falhados, ou não, dos cientistas Skrull em duplicar os super-humanos mais importantes, e a Princesa Veranka na pele de Spider-Woman continua a sua missão de espionagem.
Como excertos mais interessantes, temos a continuação da infiltração Skrull na "Savage Land" com Ka-zar, Shanna e o Spider-man a dar conta de um Cap. América visivelmente Skrull, visto o Cap. original estar morto...
Temos ainda a tentativa de infiltração frustrada na irmandade de vilões "The Hood", este episódio ainda foi o mais interessante para mim!
Já comecei a dar uma olhada em Mighty Avengers... e continua a mesma treta... manta de retalhos...
Outras críticas relacionadas:
- New Avengers Vol. 8: Secret Invasion Book I
- New Avengers Vol. 7 : The Trust
- New Avengers Vol.6 : Revolution
- New Avengers : Illuminati
- Mighty Avengers Vol.2: Venom Bomb
- Mighty Avengers Vol. 1: The Ultron Initiative
Boa leitura!
Hardcover
Criado por: Brian Bendis, Michael Gaydos, Billy Tan e Jim Cheung
Editado em 2009 por Marvel Publications
Comprado no Book Depository
Nota : 7,5 em 10
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Chances
Horacio Altuna é originário de Córdoba, Argentina, tendo aí criado alguns dos seus personagens mais populares, como "El loco Chávez" em parceria com Carlos Trillo. Até partir para Espanha em 1982 este foi o seu principal colaborador na Argentina, mas também trabalhou com Héctor Oesterheld na criação de um super-herói argentino, Titan!
Chances foi criado a "solo" em 1986, já em Espanha, e é uma visão quase apocalíptica, sobre a clonagem humana num mundo miserável e superpovoado. É um mundo completamente sórdido aquele em que decorre a acção de "Chances". Quem tem dinheiro cria, em clinicas de clonagem, haplontes (seres criados a partir de uma metade simples de cromossoma) do seu próprio DNA. Isto tudo para quando chegavam a velhos e os órgãos começavam a entrar em falência, serviam-se do seu clone haplonte para lhe retirar os órgãos e tecidos necessários para viver bastante mais tempo. O livro começa com uma fuga! Riff, um haplonte, foge do centro onde vivem, estudam e até têm emprego. Para mal dos pecados dele, o corpo do seu "pai" entra em declínio e necessitam rápidamente de substituir órgãos...
Riff foge para a zona B, zona da classe baixa onde reina o comércio da droga, sexo e onde ninguém confia em ninguém... é o salve-se quem puder! Um encontro fortuito com um delinquente, Lobo, faz com que Riff aprenda a sobreviver no meio daquela degradação. Seguidamente vamos assistir ao declínio de Riff, pois é muito dificil resistir vivo e mentalmente são na "Zona B".
Esta obra deu a Horacio Altuna o "Yellow Kid" para o melhor autor internacional, prémio esse que recebeu no festival de Lucca 1986.
Boa leitura!
Hardcover
Criado por: Horacio Altuna
Editado em 1990 por Meribérica
Comprado no Miau
Nota: 8 em 10
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
New Avengers Vol. 8: Secret Invasion Book I
Eis um volume que eu considero uma pouco confuso... com muitos "muitos anos atrás", seguidos de "agora" e depois "há pouco tempo atrás" com alguns "tempos depois". Tive de ler duas vezes seguidas para me encontrar com o livro! Bem... pelo menos o Leinil Yu desapareceu desta série (ufa), já estava farto dos "riscos" dele no papel. A arte melhorou muito, o que é agradavel para quem compra um livro de uma série que já vai no seu 9º volume! Outras críticas a esta série neste blog:
- New Avengers Vol.6 : Revolution
- New Avengers Vol. 7 : The Trust
- New Avengers : Illuminati
Neste volume os autores dão a conhecer as motivações e respectivas infiltrações dos Skrulls no nosso planeta. Fica-se a saber da intriga política que antecedeu a infiltração no planeta Terra, que eles acham que por uma profecia lhes pertence, depois de Galactus tempos antes ter consumido o seu planeta de origem. Conseguem copiar o DNA humano, que obtiveram em New Avengers : Illuminati, dos principais líderes super-humanos da Terra. Depois de muito tempo e experiências falhadas conseguem criar super Skrulls, em estes conseguem copiar os poderes de vários super-heróis terrestres ao mesmo tempo. A facção da princesa Skrull Veranke ganha e decide-se pela invasão, infiltrando-se nos New Avengers, Mighty Avengers e Shield em postos chave. A própria Princesa Veranke "substitui" Jessica como Spider-Woman.
O livro começa com a separação entre Luke Cage e Jessica Jones, fugindo esta mais o seu filho (e de Luke Cage) dos renegados New Avengers, para a Torre dos "legais" Mighty Avengers. Este episódio da vida pessoal destes dois já está a ser um pouco "seca"... A líder dos Mighty Avengers, Ms. Marvel deixa Luke partir em liberdade. Depois temos luta na Savage Land entre Ka-Zar (que saudades) e a sua namorada Shanna contra Skrulls disfarçados de agentes da Shield que tencionavam destruir o Vibranium existente nesta terra (o Vibranium só existe na Savage Land e em Wacanda), sabendo que este é um material que representa grande perigo para os Skrulls.
Para saber mais pormenores... é só obter o livro numa livraria especializada!
Frisando, comprem livros de BD em casas da especialidade, porque só estas lhes dão a informação que precisam!
Boas leituras (daqui a pouco tempo já têm a review do New Avengers Vol.9 Book II)
Hardcover
Criado por: Brian Bendis, Michael Gaydos, Billy Tan e Jim Cheung
Editado em 2008 por Marvel Publications
Comprado Amazon
Nota : 7,5 em 10
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Thorgal
É decididamente uma das minhas séries preferidas, infelizmente preterida pela ASA desde 2006 a favor de outros trabalhos e parcerias. Esta série tem sido editada ao longo do tempo por várias editoras desde 1983, portanto já vão 23 anos de edição desta série que infelizmente têm sido editada por “ondas”…
Como autor dos textos temos o incontornável Van Hamme (O Grande Poder do Chninkel, XIII, Largo Winch e Corentin entre outros) que encontrou na arte do polaco Grzegorz Rozinski (O Grande Poder do Chninkel, etc.) o parceiro ideal para as aventuras de Thorgal e respectiva família.
Estão editados os seguintes livros desta série:
- A Feiticeira Traída (Bertrand)
- A Ilha dos Mares Gelados (Futura)
- Os Três velhos do País de Aran (Futura)
- A Galera Negra (VHD)
- Beyond the Shadows (Cinebook)
- The Fall of Brek Zarith (Cinebook)
- O Filho das Estrelas (ASA)
- Alinoe (ASA)
- Os Arqueiros (ASA)
- O País de Qâ (ASA)
- Les Yeux de Thanatloc (Lombard)
- La Cité du Dieu Perdu (Lombard)
- Entre Terre et Lumière (Lombard)
- Aaricia (Lombard)
- Le Mâitre des Montagnes (Lombard)
- Louve (Lombard)
- La Gardienne des Clés (Lombard)
- L'Épée-Soleil (Lombard)
- La Forteresse Invisible (Le Lombard)
- La Marque des Bannis (Le Lombard)
- La Couronne d'Ogotaï (Le Lombard)
- Géants (Le Lombard)
- La Cage (Le Lombard)
- Arachnéa (Le Lombard)
- Le Mal Bleu (Le Lombard)
- Le Royaume sous le Sable (Le Lombard)
- Le Barbare (Le Lombard)
- Kriss de Valnor (Le Lombard)
- Le Sacrifice (Le Lombard)
- Moi, Jolan (Le Lombard)
- Le Bouclier de Thor (Le Lombard)
A partir do número 30 (Moi, Jolan) o autor dos textos passa a ser Yves Sente. Segundo consta a partir daqui o personagem principal passa a ser o filho de Thorgal, Jolan, embora a série mantenha o nome.
Os livros que estão a cor diferente são os que eu possuo, em azul estão os apenas editados em francês, língua que eu não leio nem falo…
A série Thorgal está organizada por ciclos, sendo que o ciclo de Brek Zarith nunca foi editado em português, excepto o livro “A Galera Negra”, que é o primeiro deste ciclo e consegue-se comprar em português do Brasil… os outros dois comprei compilados em língua inglesa pela Cinebook (Beyond the Shadows / The Fall of Brek Zarith).
Neste momento decorre muito devagar, ou parado (se assim o preferirem…), o ciclo de Qâ pela ASA. Este foi iniciado em “Os Arqueiros”, de seguida veio o “O País de Qâ e ficamos na expectativa de sair um destes anos o “Os Olhos de Tanatloc”! E pronto, a BD em Portugal tem estes problemas dos quais eu já desisti de falar…
Tenho de dizer que a estória é fantástica, mas deve ser lida toda de seguida. Conta a estória de Thorgal Aegirsson recolhido por Vikings, ainda recém-nascido, de uma pequena cápsula espacial. Como se deve imaginar sempre foi um Viking muito diferente… Todo o passado de Thorgal é explicado nos três primeiros tomos e depois no “Filho das Estrelas”. A sua família é sempre muito presente e envolvida nas estórias, a acção decorre sempre em bom ritmo e com bastante coerência entre os eventos passados, futuros e sua ligação ao longo de toda a narrativa… e são muitos volumes (31). Estamos a falar de uma estória de fantasia, aventura “histórica”e Ficção-Científica! Tudo ao mesmo tempo! Muito bom, infelizmente estou à espera do próximo, que se a ASA não se despachar comprarei o da inglesa Cinebook.
Thorgal é um homem fiel à sua família e aos seus nobres princípios, grande espadachim e melhor ainda com arco e flechas; mas a sua maior arma é a sua coragem e a sua ascendência, que lhe dá poder a entrar em alguns mundos sem o perigo de perecer… sim esta estória, para além da caracterização que fiz mais acima, ainda contém muita magia e poderes arcanos. Dentro da sua familia emergem outros poderes e ramificações para estórias futuras. Não vou "spoilar".
Quanto à arte de Rozinsky é um pouco incipiente nos primeiros livros, mas depois de se sentir mais seguro parte para outros voos! Nota-se a melhoria livro após livro, e quando chegamos ao “País de Qâ” já é muito boa!
A última imagem é fornecida com o livro “O Filho das Estrelas”, portanto se o decidirem comprar, verifiquem o interior do livro a ver se se encontra lá, eu já vi alguns exemplares na FNAC dos quais já tinha desaparecido…
Já agora, e para verem a popularidade da série Thorgal, esta já teve direito a jogo para computador e está em 6º no Top 100 do conhecido site francês de BD "Bedetheque ".
Boa leitura!
Hardcover/Softcover
Criado por: Van Hamme, Rosinski e Yves Sente (apenas os dois últimos)
Editado de 1983 a 2006 por Bertrand, Futura e ASA
Nota média da série em português: 10 em 10
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
The Darkness Compendium Vol. 1
A primeira aparição deste personagem criado na Top Cow, surgiu na revista Witchblade nº10. Como estória principal, esta série conta como o poder primordial "The Darkness" afectou os seus portadores masculinos. Como curiosidade, este poder sempre pertenceu à família Estacado devido a um simples pormenor... o portador engravida alguma mulher e nesse mesmo instante "The Darkness" abandona o seu portador para se instalar no recente embrião. Isto causa a morte do portador... e faz com que todos os Estacado sejam orfãos. O seu poder apenas se manifesta na escuridão, aí consegue fazer com que a força do caos e também de criação, surja, aumentado-lhe exponencialmente a sua força, criando uma armadura mística da qual pode fazer sair tentáculos e garras. Pode também, e é um dos seus grandes poderes, criar seres conscientes, os "Darklings", que são tão eficazes como ele em batalha. Como inimigo principal tem a sua némesis, "The Angelus", cujos poderes são parecidos, mas "trabalha" na luz... isto não quer dizer que seja "boazinha" (o Angelus é sempre uma mulher), pois quer apenas reinar sózinha como poder predominante. Parece transparecer do princípiuo deste livro que Jackie Estacado, o actual portador, foi o primeiro Darkness a conseguir derrotar o Angelus... mas ao contrário do Darkness, que se o portador for morto desaparece, o Angelus apenas se desincorpora e procura outra portadora. A sua relação com o terceiro elemento primordial, a Witchblade, é dúbio... como Darkness tendem a antagonizar-se, sendo por vezes aliados à força; como Jackie Estacado e Sara Pezzini (portadora da Witchblade) tendem para a amizade... embora saibam perfeitamente das forças que cada um tem dentro de si.
A arte é bastante boa ao longo das 1280 páginas que tem este Compendium, sendo por vezes bastante acima da média. É o livro perfeito para quem quer seguir o Darkness! Todo o chamado Volume 1 (desde o início até ao fim da primeira fase, 2002) está compilado (39 revistas), mais a série paralela "Tales of the Darkness" e o primeiro número do Volume 2, ou seja, a revista nº40. É nesta série que surge pela primeira vez outro personagem bastante popular, a Magdalena, embora esta tenha um final infeliz às mãos do Darkness. Mais tarde este anti-herói há-de aliar-se à sucessora desta Magdalena para lutar contra o Angelus.
Ao nível da estória própriamente dita, tem arcos bastante bons e os "Darklings" são um autêntico achado! Apesar de horriveis e sedentos de sangue, são completamente fieis ao seu criador e por vezes extremamente cómicos! Eu já sabia que a Witchblade iria meter o nariz nestas estórias do Darkness, por isso (e também porque é o caracter principal da Top Cow) também adquiri o Witchblade Compendium. São apenas duas as estórias que têm fim, ou princípio noutro livro deste dois personagens. De qualquer maneira "fui enganado" por um cross-over existente que eu não sabia tão importante para algumas transformações no caracter de Jackie Estacado: o seu encontro com Batman! Jackie Estacado continuou a ser um hitman da máfia, mas de vez em quando lá fazia algumas boas acções... aliás as transformações na actuação de Estacado vão-se fazendo lentamente, mas o personagem está sempre a evoluir! Como curiosidade, Jackie sabe por um dos seus inimigos (Sonatine) que tem de se deixar de grandes actividades sexuais, pelo que já foi explicado no princípio deste post... agora imagine-se um verdadeiro playboy a ter que viver na abstinência sexual! Inclusivamente vai a sessões de terapia em grupo tipo Alcoólicos Anónimos, mas para pessoas que em vez de álcool são viciadas em sexo... e existem as personagens femininas da Top Cow, lindas e muitas vezes com pouca roupa. É um dos tipos de ataque que por vezes acontece à Top Cow... as meninas são lindas de morrer, grandes poderes mas... não têm uniforme como qualquer heroína da Marvel ou da DC! Têm armadura tipo mística, que umas vezes as cobre mais do que outras. O que se diz é apenas hipocrisia! O que é que são os uniformes das meninas Marvel ou DC? Apenas corpos nús, mas pintados para não ferir a susceptibilidade do povinho super conservador e cristão norte-americano...
E estou farto de escrever...
Podia ter feito montes de spoilers sobre a estória, mas contive-me bem! Tou orgulhoso de mim próprio! :D
E boas leituras!
Hardcover
Criado por: Garth Ennis, Marc Silvestri, Joe Benitez, Dale Keown, David Finch, Billy Tan, etc.
Editado em 2009 por Image/Top Cow
Comprado em A1 Books
Nota : 9 em 10
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Top Cow
Visto que brevemente irei fazer história/review de personagens deste universo, achei por bem fazer uma pequena introdução a este universo de personagens que ainda é pouco conhecido por cá, e isto para além do preconceito formado em relação às figuras femininas … mas já lá vamos! Começamos pelo princípio, e o princípio chama-se Image Comics.
Em 1992 oito conceituados e/ou conhecidos artistas da Marvel decidem que esta não estava a dar resposta às suas necessidades, esta saída foi chamada de X-Odus, porque quatro desses artistas trabalhavam em títulos relacionados com os X-Men. Foram eles:
Todd McFarlane (Spider-Man), Jim Lee (X-Men), Rob Liefeld (X-Force), Marc Silvestri (Wolverine), Erik Larsen (The Amazing Spider-Man), Jim Valentino (Guardians of the Galaxy), e Whilce Portacio (Uncanny X-Men).
A Image Comics foi construída por estes artistas tendo como base duas premissas:
- A Image Comics nunca possui o trabalho de nenhum artista, sendo o artista o detentor dos direitos do seu trabalho
- Não interferência por parte de nenhum parceiro desta associação, seja criativa ou financeira, no trabalho de outro artista.
Assim sendo cada um dos principais artistas criou um “estúdio” dentro da Image:
- Extreme Studios de Rob Liefield
- Top Cow de Marc Silvestri
- Wildstorm Productions de Jim Lee
- Highbrow Entertainment de Erik Larsen
- Todd McFarlane Productions de Todd McFarlane
- Shadow Line de Jim Valentino
Como séries ou trabalhos mais conhecidos editados pela Image temos:
Spawn, The Savage Dragon, Shadowhawk, Youngblood, Supreme, WildC.A.T.s, Gen¹³, Wetworks, Cyberforce, Witchblade, The Darkness, Invincible, The Walking Dead e o terceiro volume de Teenage Mutant Ninja Turtles.
A parte que interessa para este post é pertença de Marc Silvestri e o seu colorido universo: Top Cow.
Como títulos principais da Top Cow temos:
- Witchblade
- The Darkness
- Cyblade
- Cyberforce
- Ripclaw
- Tomb Raider
- Velocity
- The Magdalena
- Hunter – Killer
- The Necromancer
- Aphrodite IX
- Fathom
- Madame Mirage
Os primeiros oito títulos interagem continuamente entre si num universo presidido por uma trindade: The Darkness (caos), The Angelus (luz) e a Witchblade (ordem, equilíbrio). Os dois primeiros são completamente antagonistas e tentam ao longo dos séculos destruir o adversário, embora o portador actual da entidade The Darkness apenas quer é que o Angelus não o chateie… a Witchblade é um artefacto que contém uma entidade que nasceu da união das outras duas! O Darkness tem dois problemas graves… se for eliminado o seu portador, a entidade termina ali a sua vida e só se consegue manifestar ou defender na ausência de luz. Como segundo problema, a entidade passa automaticamente para o filho gerado pelo portador, morrendo este logo a seguir ao acto sexual! Isto é um problema dos elementos masculinos da família Estacado. O Angelus para além de poder actuar na luz, também consegue “trabalhar na escuridão durante um certo tempo e se a sua portadora perecer, o Angelus apenas se desincorpora para procurar outra portadora. A Witchblade foi gerada para manter a ordem nesta guerra…
Como novos factos neste universo, descobriu-se que existem mais dez poderes primordiais, para além destes três. Mas isso é outra estória… dois já foram descobertos: The Glaciar Stone e a Ember Stone!
Boas leituras (ainda não finalizei o Darkness Compendium… são 1280 páginas de acção e musculação...)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Taar
Faço este post sobre o herói Taar, mas quero fazer também uma pequena homenagem a Claude Moliterni, falecido no passado dia 21 de Janeiro, infelizmente não assistiu ao festival de BD de Angolême deste ano (29 a 31 de Janeiro), do qual foi um dos fundadores. Claude Moliterni foi o argumentista desta série, mas não foi por isso que se considerou Moliterni um dos maiores marcos da Banda Desenhada europeia até bem há pouco tempo.
Foi-me apresentado por Geraldes Lino no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora do ano de 2007! Como contributos de grande valor para a Banda Desenhada deste homem temos:
- Início em 1974 do festival de Banda Desenhada de Angoulême, foi um dos três fundadores do maior festival de BD da Europa para não dizer do mundo!(Os comic lovers podiam ficar ofendidos...) :P
- Produziu a primeira Enciclopédia Larousse da Banda Desenhada
Como outras actividades temos:
- Argumentista, autor de BD (Taar)
- Foi director de produção da revista Pilote
Para além disto tudo, esteve sempre ligado a tudo o que é festival de BD, seja Amadora, seja Lucca ou Angolême. Incansável na promoção da 9ª arte por todo o mundo...
Quanto a Taar, tem a marca de um dos grandes artistas dos anos 70/80, Jaime Brocal-Remohi, embora este tenha vingado superiormente ao nivel da ilustração ainda deixou a sua marca nalgumas séries de BD como Conan e Tarzan. Com Moliterni criou este Conan europeu, embora diferente na maneira de ser (mais polido e simpático) e com muito mais monstros esquisitos... ahh é claro que temos sempre aquelas princesas e feiticeiras com roupas que não deixam muito à imaginação! São aventuras que valem essêncialmente pela arte de Brocal, os argumentos de Moliterni deixavam um pouco a desejar... ou seja, muito infantis!
Foram editados 11 títulos, sendo os primeiros seis editados pela Meribérica em português. São eles:
- Taar - O Rebelde
- O Farol da Vida
- Os Gigantes das Águas Glaucas
- O Ser do Nada
- A Fortaleza do Silêncio
- A Ampulheta de Ouro
- La cité engloutie
- Le collier de la mort
- Le monde disparu
- L'empire du vide
- Le cercle de feu
- L'étau
É uma leitura que nos leva para o fim dos anos 70, princípio dos anos 80, ou seja naquela idade em que a BD tem aquela magia especial. Claro que estou a falar de pessoas com a minha idade... nesta altura eu teria 11/14 anos!
Boa leitura!
Hardcover/Softcover
Criado por: Claude Moliterni e Jaime Brocal-Remohi
Editado de 1978 a 1983 por Meribérica
Comprado no Continente, Miau e BD Portugal
Nota média da série em português: 7 em 10