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No dia 7 de Junho de manhã, um grupo armado invadiu a sede do jornal francês "Charlie Hebdo" e matou 12 pessoas. Entre as vítimas estavam os cartunistas Stéphane Charbonnier (Charb), Jean Cabut (Cabu), Philippe Honoré, Bernard Verlhac (Tignous) e Georges Wolinski. O semanário, de cariz esssencialmente satírico e humorista, já tinha sido atacado e ameaçado pelas suas constantes caricaturas do islão, do profeta Maomé e do grupo terrorista auto-denominado Estado Islâmico. Na verdade, o "Charlie" disparava para todo o lado e era também crítico de outros elementos voláteis, incluindo a extrema direita francesa, representada pela sua actual líder Marine Le Pen.
O cartoon político é o irmão mais velho da banda desenhada moderna. Pode por vezes parecer inócuo e superficial, uma mera piada de fácil leitura para aligeirar o dia, mas na verdade é um dos componentes mais importantes de qualquer jornal. É uma das secções mais lida, independentemente da qualidade da reportagem de investigação ou da quantidade de parangonas sobre jogadores de futebol. E é também a que deixa uma maior impressão junto do público. Um bom cartoon público é aquele que consegue resumir a parte mais importante de um evento e expor o ridículo por trás da situação.
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Paulo Manuel Costa
Jornalista - Carteira Profissional nº 5422
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