Começou a sair no dia 22 do mês passado uma nova colecção
ASA | Público. Uma excelente série, O Assassino, no original Le Tueur de
Jacamon e Matz.
Até aqui tudo bem, para além das primeiras quatro histórias
já terem sido publicadas em Portugal (🙄), as duas primeiras pela Booktree, e as
outras duas num volume duplo pela ASA | Público também na colecção Os Incontornáveis da BD de
2011.
Esta série, O Assassino, já vai no quarto volume duplo e
aqui o Leituras de BD diz que é uma série a comprar, é muito boa. Aliás, é tão
boa que este ano saiu um filme baseado na série de BD: The Killer (de David
Fincher).
Agora o que me faz espécie (muita espécie) é a razão porque
excelentes séries são publicadas num formato inferior de acabamento (em capa mole),
e outras já passadas e repassadas e também de qualidade inferior são editados num
formato superior! Não percebo!
Dou como exemplos assim já a virem à minha memória Valerian
e XIII em capa mole e Airborne 44 e U-Boot em capa dura. Inclusivamente
Valerian teve honras de apresentação no Planetário, e mesmo assim conseguiram
manchar uma colecção definitiva com aquela edição pífia. De todas
as que se publicaram no mundo nessa altura, a colecção portuguesa foi a ÚNICA
em capa mole.
É absolutamente incompreensível este tipo de escolhas… será
que mandam uma moeda ao ar para saber se vai ser em capa mole ou dura??
Enfim, desculpem lá o rant, mas não há pachorra.
E comprem esta série porque não se vão arrepender, apesar das incongruências de
escolha do tipo de edição.
Eu estava para não fazer um post sobre o filme Valerian. Vão perceber porquê se lerem para além desta linha.
Eu sou fã de Valerian, por isso a minha crítica ao modo como a colecção de BD está ser publicada com o jornal Público.
Tentei ver este filme desapaixonadamente, ou seja... sem a parte do fã, e mesmo assim, porra... Luc Besson, não basta pôr grandes e fantásticos cenários para fazer de um filme grande. Um filme não é só sumptuosos gráficos, a grandiosidade de batalhas espaciais ou efeitos especiais à bruta.
Um filme tem de ter uma coisa chamada "argumento". Tem de ter diálogos. E tem de ser equilibrado entre diálogos, acção e períodos de suspense.
Valerian tem um argumento mediano com diálogos de adolescentes chatos entre os dois protagonistas. A sério? Não há cu para aqueles diálogos entre Valerian e Laureline!
Argumento? Ok..., Luc Besson sendo um fã, pensei que fosse fazer muito melhor. Tinha matéria prima para fundar um franchise brutal adaptando todo o conceito da história de Valerian ao cinema. Não seria preciso ser um mestre argumentista para o fazer. Mas não...
Besson pega pelo meio fazendo uma adaptação muito livre do livro O Embaixador das Sombras, ainda por cima dando-lhe o nome do livro 2 da série, O Império dos Mil Planetas. Mais, aquilo não existe. Não é de fã deturpar completamente a história como ele fez. Não há justificação para tal! Ainda por cima para fazer daquilo uma história mediana com maus diálogos!
Aqui em baixo vou explicar de que forma está adulterado na sua generalidade o filme em relação ao livro, basta clicar no botão "Spoiler"
O livro "O Embaixador das Sombras" irá sair daqui a duas semanas, se não me engano, e quem nunca leu e tenha visto o filme vai perceber o porquê desta minha crítica. Sim, o livro é muito incorrecto politicamente, e como vivemos na sociedade do politicamente correcto.... bem, no livro os Humanos são os vilões a sério, são castigados e expulsos de "Ponto Central" ("Alpha" no filme). O castigo foram 100 anos sem poder ir a Alpha e a sua parte habitada nesta gigantesca estação orbital será destruída. Isto porque os terrestres queriam tomar a estação e vergar pela força as outras raças. E não, não foram os terrestres a iniciar a estação orbital como nos é apresentado no filme, a primeira célula da Alpha é do povo que é tratado no filme como os Pérolas, que não vem de um planeta destruído, mas sim são uma forma superior de evolução. Os habitantes de Alpha que provêm de um planeta destruído são o povo mudo responsável pela manutenção da estação, e que no final expulsam todos os corruptos que habitavam por lá.Luc Besson subverteu tudo, e isto não é de fã...
Agora eu pergunto... se o objectivo era um franchise como li várias vezes, não seria de começar tudo pelo princípio? Não seria pegar nas histórias que parecem datadas, mas não são, e dar-lhe um "corpo" moderno mas não as adulterando? Não seria começar exactamente pelos dois primeiros livros da série que dariam um grande filme, e muito mais barato que este?
Enfim, se foram ao cinema ver Valerian de Hollywood, libertem-se daquilo que é o "Valerian e Laureline", e preparem-se para ver grandes e grandiosos cenários, cenas acção bastante boas e já agora... levem tampões para os ouvidos para os colocar quando o Valerian e a Laureline começam a falar um com o outro.
Já agora, o Valerian (Dane DeHaan) é um péssimo casting...
Vão ver o filme e esqueçam este desabafo de um apreciador da série. Porque depois disto tudo que escrevi, vale sempre a pena ir ver o filme. Tem alguns bons pormenores, como a alforreca na cabeça da Laureline, o Sufuss, os Shingouz, o carregamento atómico do Conversor (que no filme é um animal querido para se ouvir na sala o Awww... mas na BD é um resmungão ordinário e até morde).
Vão, mas não se esqueçam de levar os tampões para os ouvidos...
Congratulo-me pelo lançamento desta tão esperada reedição da série Valerian. A sério. Era uma coisa que eu queria muito, e como já não posso abrir os meus livros da editora Meribérica, senão fico com as folhas todas espalhas no chão, é a oportunidade de ouro para reler a série.
Agora, tenho de dizer que fiquei triste também. Fico triste porque muitas das melhores colecções desta parceria ASA/Público são publicadas em capa mole, quando séries tipo Túnicas Azuis e Airborne 44 são editadas em capa dura! Fico espantado com esta clarividência de quem decide uma coisa destas!
As duas das melhores séries publicadas por esta parceria ultimamente (13 e Valerian) são editadas em capa mole...? Porquê? Não percebo e fico triste.
Vão ser 11 álbuns duplos e um simples (também vai custar o mesmo que os outros?). Não seria de juntar ao álbum simples o livro "Os Habitantes do céu"? Ficariam 12 álbuns duplos, pelo menos...
Esta colecção vai publicar "Maus Sonhos" que nunca tinha sido publicado em álbum e um outro livro que penso que é completamente novo em Portugal (o tal simples) "Recordações de Futuros". Fico agradado (muito) com a publicação destes dois livros, embora isto não invalide a minha completa estupefacção sobre as capas moles... a sério.
Fiquem com a nota de imprensa:
Colecção Valerian
O PÚBLICO e a ASA editam, já a partir de 26 de Julho, a tão aguardada colecção de BD: «Valérian e Laureline» da autoria de Pierre Christin (argumento) e Jean-Claude Mézières (desenho). Esta colecção especial, resultante da parceria ASA/Público, é composta por 12 volumes (11 dos quais são álbuns duplos), que incluem todos os 23 álbuns até agora publicados de Valérian e Laureline, os intrépidos agentes espácio-temporais ao serviço de Galaxity, capital do Império Galáctico Terrestre no séc. XXVIII. Unanimemente considerada um clássico da nona arte, esta série é também uma obra-prima da ficção científica, tendo influenciado todas as criações posteriores nesse domínio, na literatura e não só. No âmbito da produção cinematográfica, serviu de inspiração a vários realizadores, entre os quais George Lucas e Luc Besson. Este último, admirador confesso da série e dos seus autores, assina a longa- ‑metragem Valérian e a Cidade dos Mil Planetas, com estreia mundial no verão de 2017. Onze álbuns duplos e um single, numa edição em capa mole com badanas, formato: 22*28cm) que os leitores do jornal PÚBLICO poderão adquirir, por 8,90€, todas as quartas-feiras. Enviamos abaixo a data de saída de cada álbum:
OS AUTORES Pierre Christin
Argumentista Pierre Christin nasceu em 1938, em Saint-Mande, nos arredores de Paris (França). Estudou na Sorbonne, após o que, nos anos 1960, entre as suas actividades como pianista de jazz e os seus primeiros trabalhos na área do jornalismo, da tradução e da publicidade, decide partir à descoberta dos Estados Unidos, onde vem a instalar-se, ensinando literatura numa Universidade. Em 1967, assina, com Jean-Claude Mézières, a primeira aventura de Valérian, que ambos decidem enviar à revista Pilote sem nunca imaginarem o sucesso e a longevidade que estava reservada para o seu herói. É também por esta altura que é nomeado para a Universidade de Bordéus, onde funda, em 1968, aquilo que virá a ser uma importante escola de jornalismo, de que Christin sempre foi um dos principais impulsionadores. Na área da BD, é autor de argumentos para desenhadores tão díspares como Jacques Tardi, François Boucq, Jean Vern, Claude Auclair, Daniel Ceppi, Enki Bilal ou Annie Goetzinger. É ainda autor de diversos romances e do argumento da longa-metragem Bunker Palace Hotel, realizada por Bilal. Jean-Claude Mézières Desenhador Jean-Claude Mézières nasceu em 1938, em Paris (França). Muito dotado para o desenho, entra aos 15 anos na Escola de Artes Aplicadas de Paris, começando a publicar algumas histórias em Fripounet et Marisette e Pilote. É nesta última revista que vê publicada, em 1967, a primeira aventura de Valérian, um herói espacial que havia criado juntamente com o seu amigo de infância Pierre Christin, sem que nenhum dos dois tivesse alguma vez imaginado o enorme sucesso que estava reservado para essa personagem, hoje em dia um dos ícones incontornáveis da BD franco-belga. Em 1987, também com Christin, colabora em Lady Polaris, um romance ilustrado sobre os grandes portos europeus. E em 1991, a mesma dupla assina Les Habitants du Ciel, uma enciclopédia que passa em revista todas as criaturas fantásticas que se cruzam com Valérian e Laureline nas suas aventuras cósmicas. Participa ainda em diversos projectos como cenógrafo e ilustrador.
Já agora... também não percebi a escolha de algumas capas, sobretudo as dos primeiros livros, mas enfim.
O 9º Festival de BD de Beja dá o seu primeiro sinal!
Para já estão previstas muitas exposições internacionais e a organização deu autorização para divulgar o seu autor cabeça de cartaz, o grande Jean-Claude Mézières!
Este autor era para ter vindo o ano passado, mas devido aos cortes orçamentais essa visita de Mézières foi infelizmente cancelada.
Este ano pelos vistos já houve orçamento para trazer artistas de fora e foi com agrado que recebi a confirmação da notícia dada pela organização do Festival.
Para quem é mais distraído, ou não liga muito aos nomes dos autores, Jean-Claude Mézières é o desenhador da muito conhecida série em Portugal, Valerian!
Mais tarde voltaremos a este tema.
Agora fiquem com a primeira nota de imprensa relativa ao Festival Internacional de Beja:
IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE BEJA
De 1 a 16 de Junho
21 exposições com autores de Portugal, Argentina, Brasil, Espanha, França e Grécia, espalhadas por 9 núcleos dentro do centro histórico / 15 dias de Programação Paralela / Mercado do Livro Núcleos: Casa da Cultura Antigo Posto de Turismo Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago Castelo Espaço Os Infantes Museu Jorge Vieira – Casa das Artes Museu Regional de Beja – Convento da Conceição Museu Regional de Beja – Núcleo Expositivo da Rua dos Infantes Teatro Municipal Pax Julia
Como podem verificar, 2013 será mais um ano de Beja em grande, sabendo que parte dos autores que tem exposição neste festival estarão presentes.
Falta dizer que a autora do cartaz foi Suza Monteiro!
Mais informações sobre o festival de Beja só após o Anicomics, ou seja, só depois de dia 13.
O Leituras de BD apoia e recomenda o Festival Internacional de BD de Beja
É uma grande dupla da BD.
Protagonizaram momentos de excelência nesta arte durante os 21 livros desta série de culto europeia. Desta série saíram muitas ideias para filmes como o 5º Elemento, Avatar, e Guerra das Estrelas. A originalidade desta série, tanto na sua concepção gráfica, como no argumento valeu-lhe estas cópias todas, algumas delas descaradas.
Laureline e Valerian são colegas de profissão: agentes espacio-temporais!
Mas nem sempre foi assim... conheceram-se num livro "fora de colecção", Les Mauvais Rêves (infelizmente nunca editado em álbum em Portugal), e a originalidade começa aqui! Laureline é oriunda da Idade Média (Sec.XI) e conhece Valerian agente espacio-temporal do sec. XXVIII. Acaba por acompanhar Valerian ao futuro, sendo treinada como agente, e passa a ser a parceira de Valerian.
No início o herói é Valerian. Ele investiga, ele resolve, ele salva o dia. Laureline não passa de uma mera personagem secundária. Mas o perfil de Valerian, muito certinho e obediente às ordens recebidas vai fazer com que a sua parceira equilibre os pratos da balança em proeminência conforme os livros vão sendo publicados! Ela é inteligente, corajosa, rebelde e com um coração enorme. Mas nem por isso deixa de usar a sua beleza quando pretende algo de alguém... Digamos que a série acaba com um Valerian quase em papel secundário, Laureline passou a ser a figura principal da série até ao seu final.
Na minha opinião, o ponto de viragem nos protagonismos dá-se no livro "O Embaixador das Sombras" que é quase uma aventura a solo de Laureline, visto que Valerian tinha sido raptado... O sucesso foi enorme e a partir daqui os leitores quiseram mais Laureline!
Esta série tem dois autores Pierre Christin (argumento) e Jean-Claude Mézières (desenho). O sucesso da série deve-se aos dois, mas eu tenho um carinho especial por Mézières, porque os seus desenhos e concepções de ambientes/seres alienígenas, ocuparam o meu imaginário enquanto adolescente quase a 100%. Era fantástico naquela altura! Ninguém criava do nada aqueles seres, aquelas sociedades... só Mézières!
A primeira aventura foi mesmo Les Mauvais Rêves, publicada na revista Pilote em 1967 (já disse que era a única que ainda não tinha sido publicada em livro por aqui?) e a última foi em 2010, O Abretempo.
A imagem que está mais ao fundo é uma comparação entre as criações gráficas de Jean-Claude Mézières que George Lucas "usou" em vários episódios da Guerra das Estrelas... O génio é aquele que consegue criar algo do nada, não aquele que "veste" as criações de outro e as apresenta a um público maior!
E acabo hoje com as exposições, só ficaram por fotografar (das que eu queria) a exposição Star Wars e alguns dos trabalhos originais que foram a votos no FIBDA, e havia lá alguns bastante bons! Pena que o regulamento do concurso apenas deixasse quatro páginas por trabalho. Fiquei bem impressionado com alguns dos trabalhos lá expostos. Se eu for no 3º fim de semana, colmatarei essa lacuna! :) Hoje teremos: - Mézières - Jodorovwsky e Zoran Janjetov
Mézières com o seu trabalho de uma vida: Valérian!
E agora o impressionante Zoran Janjetov com o seu trabalho "Technopéres", um dos constituintes do enorme e já apelidado Jodoverso.
Garanto-vos que ao vivo é muito, muito melhor! A minha câmara fotográfica nem de longe consegue capturar a maravilha exposta destes dois autores! Vão ao FIBDA! Ainda estão a tempo :)