Vai ser lançado no dia 16 deste mês no espaço consagrado à BD da livraria Leya na Buchholz, o livro "Os Piratas do Deserto". O autor Santos Costa baseou-se na obra de Emílio Salgari para este novo livro de BD. Eu ainda me lembro vagamente disto... li este livro há mais de 30 anos, e conta as aventuras de um "Corso" e de um "Sardenho" no grande deserto do Sahara... Santos Costa é admirador confesso deste autor italiano e aqui faz a sua adaptação de "A Formosa Judia" e "Os Bandidos do Deserto" em 176 páginas a preto e branco.
É mais uma aposta da ASA em autores portugueses!
O livro será apresentado pelo investigador e autor Jorge Magalhães no espaço atrás referido.
Ficam quatro páginas desta obra e depois mais alguma informação sobre o autor:
Os Piratas do Deserto
Fernando Jorge dos Santos Costa
Ano da Edição / Impressão / 2012
Número Páginas / 176
ISBN / 9789892320182
Editora / ASA
Santos Costa reparte algum tempo entre a escrita e o desenho, de onde resultam os cerca de 30 livros publicados (ficção, monografias, contos) e 8 álbuns de BD (3 com capa dura e um com miolo a p/b). Durante cerca de 5 anos esforçou-se para cumprir o compromisso de uma página de BD no jornal "O Crime", ao mesmo tempo que tinha um conto na revista "Maria", um "cartoon" no "Diabo" e uma ou outra peça esporádica para o DN (Notícias Magazine) e para O Independente (Revista Indy); isto tudo sem descurar a continuação da preparação de uma revista/livro anual, a cores e em papel couché, de 250 páginas (que publicou ao longo de 13 anos).
Infelizmente ignorado no "Dicionário de Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal" de Leonardo de Sá, por lapso...
Convido os leitores de BD a darem "trabalho" ao espaço reservado à BD na Buchholz, visto que foi criado para nós, logo temos de lhe dar uso para não gritarmos daqui a um tempo que a BD ficou com menos um espaço cultural privilegiado!
Boas leituras!
Parece-me ser um álbum histórico. Quem não conferiu, que não perca a oportunidade!
ResponderEliminarAlex D'ates
ResponderEliminarNo dia 16 toda a gente já poderá conferir!
;)
O álbum me encheu os olhos, cada vez mais fica claro o talento dos autores de BD em língua portuguesa.
ResponderEliminarVenerável Victor
ResponderEliminarAchei a capa bonita, quanto ao interior quando tiver o livro direi de minha justiça! É bom haver cada vez mais publicações de autores portuguesas pela maior chancela editorial de Banda Desenhada.
Vamos a ver se a ASA continua apoiar os autores que lhe batem à porta!
:)
Caríssimo Nuno, o Dicionário Universal da Banda Desenhada não é sobre autores! Quando muito o Leonardo esqueceu-se (e esqueceu mesmo, já verifiquei) do Santos Costa no "Dicionário de Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal" (Cadernos NonArte, Edições Época de Ouro, 1999).
ResponderEliminarTens razão, Jorge. A omissão foi naquele que indicas, publicado pelas Edições Época de Ouro.
ResponderEliminarO lapso do Nuno deveu-se à minha indicação, que não foi precisa, pelo que este qui pro quo a mim se assaca.
É evidente que uma omissão não é inédita em trabalhos desta envergadura, nem por isso vem mal ao mundo. Mesmo "omitido", fiz trabalhos para o Carlos Costa da "Época de Ouro".
Pelo que conheço dos autores, a falta foi meramente devida a lapso acidental.
Machado-Dias
ResponderEliminarO texto já está emendado!
:)
Desculpa lá, Nuno, por te ter induzido em erro, inadvertidamente.
ResponderEliminarTenho um exemplar do "Dicionário de Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal", oferecido pelo próprio editor, Carlos Costa.
Pelo facto de eu ali não constar não quer dizer que não seja uma obra interessante e pertinente. E pelo facto de ali não constar não deixei de fazerr banda desenhada para o mesmo editor do dicionário, designadamente para o Fundão, Lamego, Meda, Trancoso; nem deixei de fazer cartoon para o "O Diabo" durante quase quatro anos.
Agradeço-te as referências que colocaste a meu respeito, bem como o convite, elevando a fasquia das expectativas a uma altura a que as minhas pernas não podem saltar.
Curti a arte, bastante atrativa!
ResponderEliminarArte interessante. Alguma influência do Mac Raboy?
ResponderEliminarSantos Costa
ResponderEliminarLOL
Não tem problema, eu é que só conhecia um "dicionário"!
:D
Não levantei fasquia nenhuma, limitei-me a dar informação sobre o autor e o respectivo convite para a apresentação!
Como já te disse, não posso estar presente, mas espero que que seja um sucesso.
;)
Guy Santos
Tenho a certeza de que o autor gosta da tua opinião, assim como a de outras expressas aqui!
;)
Paulo costa
Só o Santos Costa te pode responder!
LOL
:D
O prolífero autor Santos Costa foi de facto injustamente esquecido no "Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal", de Leonardo De Sá e António Dias de Deus (este estudioso também tem o nome na capa, e muito justamente).
ResponderEliminarMas, em contrapartida, Santos Costa não foi esquecido pela minha Tertúlia BD de Lisboa, onde esteve presente como Homenageado, na sessão efectuada em Novembro de 2002.
E também não foi esquecido por mim, enquanto modesto autor amador, no fanzine "Efeméride" (nº2, de 13 de Fevereiro de 2007), dedicado à obra colectiva "Príncipe Valente no Século XXI", em que foi o autor completo (argumento, desenho, legendagem e colorização) do divertido episódio "Príncipe Valente em Trancoso no Século XXI".
Geraldes Lino
ResponderEliminarEspero que a Tertúlia o convide novamente! É que assim eu poderia conhecer o Santos Costa pessoalmente!
LOL
(Se estiver no turno certo...)
;)
Assumo que não conhecia o trabalho do Santos Costa (mea culpa), pelo que posso dizer que fiquei bastante agradado. A capa é bastante boa, com cores adequadas e aplicadas, e o lettering interior é bastante decente (balões, fonte e respectivos posicionamentos), coisa rara oh tão rara na BD portuguesa.
ResponderEliminarO Paulo Costa referiu o MacRaboy, mas eu só consigo ver ali Alex Toth e Hugo Pratt, talvez com uma pitada de John Buscema.
*adequadas e BEM aplicadas.
ResponderEliminarMário Freitas
ResponderEliminarTambém fiquei agradado com composição das vinhetas e narrativa gráfica das mesmas!
Uma boa surpresa para mim que não conhecia muito do trabalho do Santos Costa.
;)
Fiquei curioso com esta obra e irei com certeza adquiri-la.
ResponderEliminarConcordo com o Mário Freitas em relação às parecenças da arte do Santos Costa com a arte do Hugo Pratt (curiosamente outro fã dos livros do Emilio Salgari).
Miguel Antunes
ResponderEliminarParece interessante, certo?
As pessoas com que tenho falado sobre isto são quase todas da mesma opinião! Há ali algo que afia a curiosidade do leitor de BD, e eu quero descobrir o que é!
:D
Conheço outros trabalhos do Santos Costa e digo que isto teria beneficiado dum trabalho de côr.
ResponderEliminar-Bladder
Bladder
ResponderEliminarEu acho que se fosse feito (a nível de cor) como está a capa, ficaria fantástico!
;)
Caríssimos Amigos, Anfitrião e Comentadores
ResponderEliminarProcurarei, numa penada, agradecer e responder às vossas questões, sempre pertinentes no que toca à BD, porquanto esta Arte conjuga três artes: a escrita; a do desenho; a do cinema, sendo na minha opinião a do cinema a copiar a BD, porque o cinema começa com story-boards que são pura banda desenhada.
Sinceramente o meu estilo caracteriza-se por falta de estilo; influências de Pratt e de Buscema, talvez, mas fico longe dos seus valores. O meu desenho é tosco e, para os ambientes, procuro pormenores forográficos, plasmando-os à minha maneira.
Durante 5 anos desenhei para "O Crime" cerca de dúzia e meia de bandoleiros e criminosos portugueses (alguns ainda a cumprirem pena), em cerca de 250 pranchas e tive de reproduzir os rostos na "escala" e no "estilo" do meu desenho.
Posso dizer que o Jorge Magalhães foi quem me lançou, primeiramente com um trabalho de adaptação de uma novela de Aquilino Ribeiro,no saudoso "Mundo de Aventuras", cujo traço, semelhante ao elaborado com um ancinho, pretendia imitar a influência que Tony Weare e o seu Matt Marriott exerceram sobre mim.
O Geraldes Lino, de facto, concedeu-me a honra de uma homenagem, daquelas que ele, mais do que ninguém, sabe fazer, graças à sua tenacidade e amor a esta Arte. Guardo religiosamente o respectivo diploma do encontro da Tertúlia no meu escritório.
Este meu trabalho, que sai graças à aposta da ASA e da sua editora, Dra. Maria José Pereira, é uma ampliação - não sei se será aperfeiçoamento - de um outro publicado no referido "M.A.", em vésperas de fechar. Vale pela empolgante narrativa de Salgari, um dos poucos autores que privilegiou e honrou os portugueses e o nosso País.
Ao Mário Freitas e ao Nuno Amado, posso dizer-lhes que será maior o meu prazer em conhecê-los pessoalmente, qundo houver oportunidade que eu desejo; e dizer-lhes que fiz trabalhos para "O Crime" e para a "Maria" (esta última durante 9 anos, com cerca de duas centenas e meia de contos), sem que uma só pessoa da redacção me conhecesse pessoalmente. O mesmo se passou com a revista Notícias Magazine, a Indy, O Independente e a revista História. Será a isto que se designa por ghost-writer?
Como reparto a Musa entre a escrita e o desenho, aquela, perante a infidelidade a uma e a outro, não me tem diso muito favorável. Vale-me a persistência e a vasta roda de leitores e amigos.
Bem-Hajam.
Post-comentarium - Nuno, vim tarde, mas alarguei-me!...
Santos Costa
ResponderEliminarObrigado pela tua achega!
Não te preocupes com o tamanho dos comentários! Desde que sejam a propósito são sempre bem vindos!
:)
Comprei, li e... gostei do desenho, mas o argumento pareceu-me simplista.
ResponderEliminarNão conheço o(s) livro(s) original(is), pelo que não posso dizer se essa simplicidade deriva do original ou se foi uma necessidade para adaptar a bd.
No geral creio que é uma obra a adquirir por quem gosta de bd.
pco69
ResponderEliminarAinda não li, embora já o tenha. Vou fazer post amanhã, ou depois de amanhã, mas graficamente parece-me um muito bom P&B.
Quanto às estórias do Salgari, normalmente são aventuras simples, mas emocionantes! Por isso tiveram o sucesso que tiveram. Qualquer pessoa as pode ler e nunca fica desapontada, não é nada de profundo nem muito intelectual, é sim entretenimento puro sem distrações!
:D
pco69
ResponderEliminarNão sei de te referes ao argumento, aos diálogos ou a ambos. De qualquer forma, concordo contigo e o Nuno Amado já deu a resposta sobre essa característica.
Os livros de Salgari são escritos de forma simples, clara e sem floreados; eu próprio não quis fugir a este esquema e navueguei nessa onda: alterei, em corte, a parte final, que tinha um intrincado de situações, coloquei duas ou três pranchas à margem do original, mas respeitei a trama do livro de Salgari.
Suponho que o encanto das obras de Salgari resida na espontaneidade da acção, nem leit-motiv, sem delongas ou descrições supérfluas; demais, ele escrevia para uma juventude do século XX sobre ocorrências dos finais do século XIX e fazia-o através da consulta incansável de bibliografia. Trabalhava de dia e de noite, ao poder de nicotina e cafeína e, para "encher" colocava muitos diálogos, os quais se nos afiguram entediantes, por vezes.
A editora aconselhou-me a alterar alguns dos diálogos traduzidos, umas vez que estavam despropositados para os leitores do nosso tempo e, nalguns casos, difícieis de compreender.
Todavia, concordarás que, há de facto uma moldagem à banda desenhada, necessariamente adaptada a esta linguagem, sem alterar o figurino que o autor traçou (mesmo nos diálogos), pelo que seria impraticável (melhor, seriam necessárias 1.000 páginas) para deixar o original completo em vinhetas de BD.
Agradeço a tua observação sincera.
Nuno
ResponderEliminarConcordo inteiramente com a resposta que deste ao pco69 e que eu também subscrevo. Ele tem razão, pois as obras para as camadas mais jovens, escritas até meados do século XX, eram o mais simples possível. Talvez, por isso, a aceitação que tiveram ao longo de quase setenta anos após a morte do autor.
Sobre Salgari está publicada, em Itália, uma banda desenhada, que é da autoria de um grande desenhador italiano, o Paolo Bacilieri, que é uma biografia bem documentada sobre a vida desse autor. O título é sugestivo - Sweet Salgari - que é precisamente o nome do blogue do Paolo, onde já comentei e de onde recebi a cortesia de um seu comentário, no meu.
O jornal I fez um trabalho sobre o 150º aniversário de Salgari e, para meu proveito, uma referência aos "piratas" e a mim.
Abraço
Santos Costa
ResponderEliminarA ver se leio o livro amanhã de manhã!
;)
Li Salgari à uns 30 anos, pelo que já não tenho a noção da simplicidade ou não da escrita. Muitos dos seu livros estão-me no coração, como sejam as séries do Corsário Negro e Sandokan.
ResponderEliminarQuando referi a simplicidade do argumento, estava a lembrar-me (como exemplo) da cena em que (um pouco de spoiler...) as personagens fogem dos tuaregues.
Não me parece que seja simplificação do autor (leia-se Santos Costa :) ), mas sim do próprio original.
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Nota adicional - É excelente ter um autor a comentar os comentários feitos aos seus livros. Obrigado ao autor e ao Nuno pela disponibilização do seu blog :-)
pco69
ResponderEliminarBem... eu evito ler Salgari neste momento para não estragar a magia da minha adolescência!
LOL
:D
Eu é que tenho de agradecer ao Santos Costa estar disponível para comentar comentários!
;)