Voltamos hoje à DC Comics por intermédio do Paulo Costa.
Hoje fala-se de Elseworlds: Golden Age!
The Golden Age
Outros mundos, diferentes mas iguais
A DC sempre foi conhecida por publicar histórias imaginárias dos seus personagens, incluídas no sub-selo Elseworlds, ou Túnel do Tempo, no Brasil. Durante os anos 60 e 70, eram comuns as histórias imaginárias, principalmente as do Super-Homem, com alguns contos mais fantásticos, exemplificados, regra geral, por histórias onde Clark Kent e Lois Lane se casavam. Depois da “Crise nas Infinitas Terras”, estas histórias desapareceram, até Frank Miller criar o futuro distópico do Batman em “O Regresso do Cavaleiro das Trevas”. O sucesso desta história levou à criação de “Batman: Gotham by Gaslight”, publicada em português como “Gotham City: 1889”, uma edição especial que colocou Bruce Wayne à caça de Jack, o Estripador, na Era Vitoriana, mas o primeiro título a receber o logotipo de Elseworlds foi a edição especial “Holy Terror” (“Terror Sagrado” em português), também com o Batman, em 1991.
Os Elseworlds começaram a suceder-se rapidamente, não só com o Batman mas também com o Super-Homem e com a Liga da Justiça. Um número, “Speeding Bullets”, lançado em 1992, chegou a colocar os Waynes a encontrar o foguete com o bebé Kal-El, que depois se tornou um Batman com poderes kryptonianos. Em 1994, a DC mesmo a unificar a temática das edições anuais sob o símbolo Elseworld, incluindo uma história onde o Super-Homem ocupa o lugar de Mowgli em “O Livro da Selva”. A melhor história foi, talvez, o anual do Super-Homem onde os Kryptonianos ocupam a Terra e Kal-El torna-se ajudante dos líderes da resistência, Batman e Lex Luthor.
Invulgarmente, a DC publicou um Elseworlds com a Sociedade da Justiça em 1993. Chamado “The Golden Age”, foi publicado em português pela TEQE/Metal Pesado. Esta foi uma das primeiras edições que comprei em inglês e em formato encadernado. A história pouco tem a ver com a identidade visual dos anos 90. Escrita por James Robinson e ilustrada por Paul Smith. A história passa-se primariamente entre 1949 e 1951, período em que a DC encerrou progressiva mas rapidamente a publicação de super-heróis. Embora quase todos os personagens sejam da Sociedade da Justiça, Robinson evita usar os heróis mais conhecidos (o Flash, o Gavião Negro e o Sandman quase não aparecem), com excepção do Lanterna Verde, Homem-Hora, Starman e o Átomo. Os menos conhecidos Johnny Quick, Caçador (Manhunter), Robotman, Dan the Dyna-Mite e Tex Thompson, em conjunto com alguns outros, assumem o protagonismo. Mas quase todos passam a maior parte em roupas civis e sem usarem os seus poderes.
Na história, poucos super-heróis estão autorizados a operar, a não ser que revelem as suas identidades, resultado do clima paranóico que no mundo real levou à caça de comunistas escondidos por parte do Senador Joseph McCarthy. Entretanto, Tex Thompson, antes conhecido como Mr. America e Americommando, virou-se para uma carreira política, apoiado por alguns heróis, como os ex-membros da Sociedade da Justiça, Átomo e Johnny Thunder, e pelo jovem Daniel Dunbar, que antes era Dan the Dyna-Mite, sidekick de TNT. Enquanto Thompson segue rumo à presidência, Dunbar recebe poderes atómicos, num uniforme patriótico e a identidade de Dyna-Man. No entanto, no final, Miss America, que se tinha envolvido romanticamente com Thompson, revela ao mundo que estes dois heróis são na verdade o Ultra-Humanita e Adolf Hitler. O Ultra-Humanita surgiu como um inimigo do Super-Homem, nos anos 40 (o seu visual foi reciclado para criar Lex Luthor), mas depois do reordenamento cronológico da Crise passou a ser adversário do All-Star Squadron. O Ultra-Humanita era conhecido por fazer transplantes cerebrais, o que lhe permitia assumir outras identidades, aqui trocando de corpo com Thompson e fazendo o mesmo com Hitler e Dunbar.
Com muito pouca acção, “The Golden Age” é um oposto completo aos cânones visuais dos anos 90. Serve simultaneamente para encerrar o capítulo do desconstrucionismo cínico da década de 80 e como antecessor do idealismo realista que surgiria em poucos anos com a Liga da Justiça de Grant Morrison e os Vingadores de Kurt Busiek. Não é por acaso que esta história usa a Sociedade da Justiça, heróis dos anos 40, criados numa era onde os heróis eram mais ‘simples’ e ‘inocentes’, mas também mais inspiradores. Depois de “The Golden Age”, Robinson adoptou muito do tom revivalista nas suas histórias do Starman, bem como muitas das ideias exploradas nesta mini-série, que entraram na cronologia normal não só em Starman mas também na relançamento da Sociedade da Justiça, em 1999.
Texto: Paulo Costa
Elseworlds 80-Page Giant: Letitia Lerner, Superman's Babysitter |
Podem ver todos os outros artigos desta rubrica nos seguintes links:
Os Comics e os Anos 90: Image Comics - Youngblood
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - A Morte do Super-Homem
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - A Queda do Morcego
Os Comics e os Anos 90: Crossovers entre várias Editoras
Os Comics e os Anos 90: Dark Horse - Hellboy
Os Comics e os Anos 90: Marvel - Onslaught
Quanto aos outros artigos do Paulo Costa, poderão vê-los todos clicando no nome dele!
Voltamos à Marvel na próxima 3ª Feira!
:)
Boas leituras
uma das histórias da elseworlds que eu gostei foi o the super seven, história em que protagonismo na história foi passado do superman para o superboy, adorei aquilo, principalmente quando o batman entra na nave do alien que tinha feito a invasão ao planeta terra, o batman teve um destaque de anarca nessa história, viria mais tarde a ter outra vez papel de anarca no superman: red son que eu tanto adoro!!! de facto gosto muito desta linha da elseworlds, muito melhor as histórias do elseworlds da DC comics que as histórias do what if da marvel...
ResponderEliminarOh esperava mais, tantos elseworlds bons e fantásticos, sou completamente fã disso. Adoro depois encontrar e ver as personagens que conheço noutros papéis. Gosto muito do Super Seven que o António fala, o "The Nail" do Alan Davis também é muito legal e o gerações do Byrne claro
ResponderEliminarEu queimei um pouco outros crossovers com o meu primeiro texto, por isso deixei a porta aberta para se falar de outros Elseworlds.
ResponderEliminarPor acaso esse do Superbat sempre me despertou curiosidade.
ResponderEliminarO Superseven é divertido,mas fraquinho a beira de Red Son.
Mas What ifs que arrasam tudo eram estes;
http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20080223030003/marveldatabase/images/3/35/What_If%3F_Vol_2_5.jpg
http://images4.wikia.nocookie.net/__cb20080223025944/marveldatabase/images/7/70/What_If%3F_Vol_2_4.jpg
http://comicmegastore.com/images/marvel-misc/what-if-comic-06.jpg
http://muleabides.files.wordpress.com/2011/05/what-if-ii-number-9.jpg
http://powet.tv/powetblog/wp-content/uploads/2007/03/3864_4_014.jpg
http://i538.photobucket.com/albums/ff341/GeekOrthodox/Conan/Conan-Wolverine1.jpg
http://comicattack.net/wp-content/uploads/2010/02/what-if-v2-020-00.jpg
ou ultimo até deixou o Quesada feliz,actualmente nao sei mas aquele de Star Wars Herois Marvel 1 era fraquinho .
António Carneiro
ResponderEliminarExistem muitos Elseworlds, mas um marcou-me porque foi o 1º com que tive contacto. Foi exactamente Super Seven!
;)
Hugo Silva
ResponderEliminarNunca li muitos, mas os que li gostei, como o atrás referido Super Seven e também li o Red Son e o Last Son of Earth. Mas com a quantidade de Elseworlds que existem deve bastantes mais que iria gostar!
;)
Paulo Costa
ResponderEliminarFizeste bem! Assim dá para voltar à carga se necessário!
:)
Optimus
ResponderEliminarExistem cerca de 170 Elseworlds, portanto admito perfeitamente que que existam muitos que também são de arrasar, como dizes dos What If...
:P
Bem, já tinha escrito um comentário mas houve um "erro técnico" ARRRGHH.
ResponderEliminarResumindo: Kyle Baker é muito bom. Recomendo particularmente "Why i hate Saturn" e "The cowboy Wally Show", este último é de ir às lágrimas...
MECO
ResponderEliminarNão conheço esses, mas acredito que sim, que sejam bons!
Nunca li, mas depois de descobrir aquela imagem (a última dos post) fiquei com uma vontade enorme de ler "Elseworlds 80-Page Giant: Letitia Lerner, Superman's Babysitter"
Pareceu-me bem divertido!
:D
Não era oficialmente um Elseworld porque o selo ainda não existia mas
ResponderEliminarGotham by Gaslight the Brian Augustyn e Mike Mignola é dos melhores.
Essenciais, para mim, são:
O Golden Age - Excelente entrada, foi este titulo que me trouxe de volta aos comics após uma sabática que tirei depois a injecção Image e o fim da Abril em Portugal.
The Nail.
Kingdom Come
Superman-Red Son
Superman - Generations
Planetary/JLA - Terra Occulta
Dr Septimus
ResponderEliminarEsse Planetary/JLA interessa-me! Adoro o universo de Planetary!
Desses que falaste só conheço o Kingdom Come e o Superman-Red Son.
Os outros são para eu descobrir...
:D
Esse Planetary/JLA faz parte dos 3 one-shot que fizeram os outros são:
ResponderEliminarPlanetary / Batman: Night on Earth
Planetary/The Authority: Ruling The World
Dr Septimus
ResponderEliminarBem... então tenho quase tudo:
Planetary / Batman
Planetary/The Authority
Só me falta o outro!
:D
Mas estes crossovers têm o selo Elseworlds?
Tenho de confirmar isso...
:P
Kingdom Come e Son of the Demon eram parte da cronologia oficial da Dc pre-reboot New 52 apesar de inicialmente serem Elseworlds.Tambem ha JLA vs Wildcats na qual o Morrison preve que aquela terra iria ser mais uma das Terra Dc,no New 52.
ResponderEliminarhttp://westfieldcomics.com/wow/art/backlist/large/star06687.jpg
Optimus
ResponderEliminarJá confirmei, tanto Kingdom Come como Son of the Demon foram publicados inicialmente no selo Elseworlds, embora devido ao sucesso tivessem passado algumas das suas fórmulas para a cronologia normal da DC: Kingdom Come passou o seu Superman para a JSA do Johns e Son of the Demon para o arco Batman & Son. Claro que este último foi muito mais importante e influente na cronologia do DCU que o primeiro.
;)
Quanto a JLA vs Wildcats não vejo referências a esse título como sendo um Elseworld, mas sim um crossover DC Comics/Image.
:P
So mesmo o Planetary/JLA é que é Elseworlds.
ResponderEliminarOs outros são crossovers.
Dr Septimus
ResponderEliminarEu tive a ver as capas dos restantes e todas tinham o símbolo "Elseworlds"
excepto o JLA vs Wildcats que não consegui vislumbrar nada...
:|
Estranho nas que eu tenho só o Planetary/JLA é que tenho o selo... :?
ResponderEliminarA minhas são as primeiras edições terão alterado depois?
Dr Septimus
ResponderEliminarLOL
Acho que há aqui um mal entendido da minha parte...
Quais são exactamente esses que dizes que não são "Elseworlds"?
:)
O Planetary/Stormwatch, sem bem me lembro até está na cronologia do pq a Jenny Sparks tb nasceu no principio do sec. XX como o Snow (SPOILLERS :)).
ResponderEliminarO Planetary/Batman não tem essa classificação.
Como não leste o Planetary/JLA nao quero revelar muito mas à um ligeiro twist na equipa Planetary e nos The Four.
Já agora foi anunciado o Planetary Ommnibus que inclui os comics todos e estes 3.
Dr. Septimus
ResponderEliminarSim, era o universo Wildstorm, com os vários grupos a tocar-se a haver alguma ligação entre persomagens, como dizes e bem tanto o Snow, como a Jenny Sparks faziam parte de um grupo e pessoas especiais que tinham nascido no início do sec XX. E isto embora pertencem-se a títulos distintos da Wildstorm, Planetery e Authority.
Gostei MUITO do cross batman/planetary! Super divertido!
Realmente o Planetary/Jla não li mas vou tentar ver se arranjo maneira de o ler!
O Planetary Ommnibus está fora das minhas escolhas porque eu tenho os dois "Absolute Planetary" (os dois 1ª edição)
:P