É o último livro da série.
E os autores querem financiar o livro com os seus fãs!
Eu como não gosto de colecções incompletas gostaria muito de que este terceiro volume visse a luz do dia...
O Crowdfunding vai a um excelente ritmo neste momento, visto faltarem 45 dias e já estarem 83% dos 4 mil Euros pedidos angariados.
Não deixa de ser lamentável que a maior parte dos donativos serem oriundos de fora de Portugal. Parece que é a Argentina a liderar os donativos! Impressionante, não é?
Esta série já foi inclusivamente editada pela Dark Horse, mas parece que os portugueses são os campeões da "palmadinha nas costas"... quando chega à altura da verdade saltam para o lado. Não seria expectável para mim esta situação com a quantidade de "fãs" portugueses....
O link para o site onde podem "trocar" o vosso dinheiro por livros e outros rebuçados é:
http://ppl.com.pt/pt/prj/dog-pizzaboy
Podem ver aqui o vídeo de campanha:
E também podem ler o que está escrito neste blogue sobre Dog Mendonça e Pizzaboy nos seguintes links:
As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy II: Apocalipse
Work in progress (WIP) |
Boas leituras
Boas Nuno,
ResponderEliminarDesculpa o off-topic mas é para te pedir para retirares o Mocheco Marafado da lista de blogues.
Estou fechando todas as contas relacionadas com a indentidade OCP, o que incluiu esse blogue também.
Abraço. :)
Nuno, sei que corro o risco de ser um bocadinho polémico.
ResponderEliminarEm primeira instância, admiras-te que a maioria das pessoas (nomeadamente os porreiraços do costume) não dêem dinheiro a um livro que ainda não saiu nem se sabe quando vai sair, quando nem sequer o fazem na maioria das vezes por um que já esteja publicado?
Segundo, pessoalmente não sou nada apologista de crowdfundings. É algo com um critério muito largo e com as costas ainda mais largas. Ou não. Na lógica de publicação de um livro, far-me-ia muito mais sentido um processo de pré-venda, mesmo que à distância de um ano (nada aliás que a Amazon não faça todos dias). Com a popularidade traduzida em vendas que o Dog Mendonça alcançou (ou talvez o seu sidekick Pizza Boy), creio que não seria improvável atingir com relativa tranquilidade a tal meta dos 4.000EUR, sem necessidade de recurso ao crowdfunding.
Para mim, o dito crowdfunding soa quase sempre a um concurso de popularidade pessoal, em que o enfoque é colocado na simpatia das pessoas, independentemente do objecto em causa. Opinativo como eu sou, acho que no dia em que fizesse um crowdfunding levava um enorme manguito colectivo e mandavam-me pastar. Até porque eu sou rico e nem preciso disso para pagar os livros que edito, não é...?
Abraço.
Osvaldo Correia
ResponderEliminarConsidera feito.
:)
Isto faz sucesso nos States? nem torrents com seeds consigo encontrar... apenas descobri que o termos "Pizza Boy" é muito usado na pernografia.
ResponderEliminar-Bladder
Mário Freitas
ResponderEliminarNa minha opinião o crowdfunding é um método como outro qualquer de financiamento, neste caso de um livro. Para mim é tão válido como outro qualquer desde que os objectivos sejam alcançados.
Claro que quanto mais popular a pessoa e a obra que tem por trás for, mais fácil será atingir o objectivo. Se uma pessoa não for popular nem vale a pena meter-se nisso (a pessoa ou a sua obra).
Na realidade admirou-me que a percentagem maior de aderências para este livro fossem estrangeiras... visto que o Filipe Melo quando anda por eventos e festivais de BD leva sempre um séquito de pessoas que não o largam e que dizem que são fãs indefectíveis do Dog Mendonça e Pizzaboy... Seria expectável que com estes "admiradores" todos houvesse bastante mais portugueses a aderir!
Fazendo um salto para outra coisa, fez-me lembrar as pessoas que andam sempre por aí a dizer que tem de se apoiar a BD portuguesa e os autores portugueses, e depois há um livro de um autor com provas dadas (e premiado) a lançar um livro (por sinal um bom livro), e na apresentação do respectivo livro (apresentação amplamente divulgada) estão à volta de 30 pessoas. Estou a falar do "Palmas para o Esquilo" obviamente.
São situações diferentes, mas existe aqui uma linha condutora de como se comportam estes "apoiantes" da BD nacional e dos autores nacionais.
Ou seja, o Filipe Melo tem um séquito de bajuladores que não o largam nem por um momento nos festivais, mas quando chega a altura de se chegarem à frente... tá quieto... mas ele que esteja descansado, porque se aparecer no Amadora BD este ano, eles estarão lá outra vez para o acompanhar com muitos sorrisos!
lol
:D
Correndo o risco de ser mal interpretado, não participaria no crowdfunding porque o meu papel é o papel de comprador do livro (como aliás comprei os outros Pizzaboys).
ResponderEliminarSe tenho de pagar para ter o livro feito então há qualquer coisa que não faz sentido, o sistema está a falhar.
A primeira coisa que pensei quando vi esta iniciativa para o Pizza Boy, foi pensar que realmente não há esperança para a bd portuguesa, uma vez que o livro mais vendido e badalado nos últimos anos está a precisar de balões de oxigénio para ver a luz do dia.
Para terminar, imaginando que o livro é feito e posteriormente o livro é editado pela Dark Horse. Acredito que a Dark Horse pague pelo livro - ou seja este vai ser financiado duas vezes? E as pessoas que investiram? Ficam com parte activa no livro na percentagem da participação?
Esta cena do crowdfunding está a ser muito usada em projectos de cinema, não vejo porque não adaptar a outras formas de arte, isto se somos mesmo apaixonados por aquilo em que nos queremos envolver e que pessoalmente achamos que vale mais do que o preço de um DVD, de um livro, se gostamos da ideia, dos envolvidos, etc... o objectivo é ver o projecto que nos interessa ser concretizado e que de outra maneira não aconteceria ou levaria muito tempo a acontecer, também existe aqui o factor psicológico de ter colaborado, de fazer parte de alguma coisa.
ResponderEliminarMas é legítimo exigir algum retorno, em termos de efeitos de beneficência (percentagem das vendas segue para uma obra qualquer) caso adquirido por uma grande editora então os que colaboraram poderiam expectar por exemplo descontos no preço de capa, convites para alguma coisa, exemplares autografados, etc... uma certa cortesia em suma.
-Bladder
Estes livros não são baratos de fazer, não se trata aqui de exemplares a preto e branco com meia dúzia de rascunhos por página, são obras com um grande tratamento gráfico e de qualidade, 2 graphic novels destas num curto espaço de tempo e outra em perspectiva?
ResponderEliminarPor mais que um pequeno grupo de especialistas nacional e fanáticos de BD deseje não estamos em França nem nos States, muito menos em Espanha, Portugal não é um país de Banda Desenhada.
E digo mais, metade do que sai nacionalmente apesar de todos os esforços que eu admiro é uma valente bosta, teria feito sucesso nos anos 70,80 do século passado, não agora. Comprar isto!?
-Bladder
Pedro Santos
ResponderEliminarSabes que o sucesso de séries das editoras mais pequenas é sempre relativo, comparando com as duas grandes. De qualquer modo desconheço como foi aceite pelo público. Teve algumas críticas boas, mas fora isso não sei de nada.
Em relação ao teu segundo comment acho que fica respondido no minha resposta ao Fernando.
Relativamente ao teu 3º comentário... infelizmente dou alguma razão. Muita produção de obras que não conseguem ir ao encontro do público actual de maneira nenhuma, e não estou a falar de vendas, estou a falar de conteúdos.
E sim, o nosso mercado é uma bosta... mas mesmo assim conseguimos ter publicadas cá em Portugal grandes séries europeias e norte-americanas, e porque não dizê-lo, algumas muito boas obras de autores portugueses (mas poucas).
:|
Fernando
ResponderEliminarNormalmente faz-se o crowdfunding quando alguém quer publicar um trabalho e enquanto está a trabalhar no projecto o seu trabalho é pago pelas pessoas que iriam comprar o livro quando saísse. Neste caso estão a pagar o livro adiantadamente, e claro que quando uma série que vendeu bem para o nosso mercado necessita de crowdfunding alguma coisa está errada. O que está errado é simplesmente aquilo que os autores ganham não lhes dá para os gastos, e isto é uma maneira de eles serem pagos enquanto trabalham!
Normalmente existem uns bónus a quem se chega à frente nesta situação, que não vão existir quando o livro sair para o mercado normal.
O livro ser publicado posteriormente pelas maiores editoras do mundo ganhando milhões com esse mesmo livro, não tem a ver com isto! Tu apenas estás a pagar o livro antecipadamente, e a partir do momento em que o valor pedido seja atingido, os autores obrigatoriamente tem de fazer o livro.
O que eu acho neste caso, e é a minha opinião, é que os dois valores mais baixos pedidos, sobretudo o segundo, está alto de mais. 25 EUR pelo livro e uma reprodução A4 acho que é exagerado. Nem sequer vem assinado pelos autores! Os 10 EUR é o donativo "dos amigos".
25 EUR é exagerado pelo que se obtém na minha opinião, só se em vez de uma reprodução viesse um desenho original e único, aí já compreenderia. Esse escalão dos 25 EUR deveria estar nos 15 ou 20 EUR. É que se o preço ao público desse livro for de 25 EUR estará fora das minhas cogitações como compra...
;)
Com isto do Blogger, criando sessão pensei que podia alterar comentários anteriores, parece que não.
ResponderEliminarO que eu quis dizer é que separando o trigo do joio, existem obras com mais ou menos conteúdo, esta é uma delas, como leitor não me interessam obras de arte experimentais elitistas feitas para um grupo de amigos e para o próprio umbigo SE NÃO tiverem conteúdo e habitualmente é isso que acontece, puro material de fanzine vendido como hardback xpto.
O Dog Mendonça é mais comercial e a meu ver mais interessante e apelativo, a Dark Horse já publicou 2 livros, ou antes o 1º e um one-shot de 40 páginas, o 2º livro não me parece editado, pelo menos tal como o conhecemos.
Posto que se estivéssemos a falar do Mike Mignola a fazer crowdfundings ou mesmo o McFarlane eu diria: vai para o c... mas com estes autores e com o destaque que têm apesar do seu grupo de admiradores, tenho de dizer que concordo com este processo.
-Bladder
Onde é que estão os continuadores daqueles livros do Luís Louro, António Jorge Gonçalves, Relvas, Victor Mesquita, etc... histórias apelativas com bons grafismos e narrativas lineares.
ResponderEliminarNão sei.
-Bladder
Penso que a última coisa que li e que achei interessante dando o dinheiro por bem gasto foi a revista Modafoca, 1º e último número.
ResponderEliminarLivrinhos de 20 e tal páginas quase sem texto muito artísticos é o que há a mais, "lemos" em menos de 1 minuto, deviam estar venda por 2€ mas pedem 15-20.
Não digo que tenhamos maus artistas gráficos mas são mais retratistas, pintores, fazedores de gravuras do que criadores de banda desenhada, nem seguem regras. Isto para mim não é banda desenhada.
Como comprador que compra de tudo isto sabe a pouco, provávelmente serei demasiado tapado para perceber as incríveis nuances e sensibilidades artísticas destes novos autores, paciência, isto não sou só eu, é a grossa maioria dos leitores.
Peço desculpa se pareço revoltado, nos anos 70 e 80 eu lia obras de autores portugueses que pareciam prenunciar um grande futuro para a BD portuguesa, 20 anos depois nem de perto se tornou aquilo que eu esperava.
-Bladder
Pedro Santos
ResponderEliminarNem eu como administrador do blogue consigo alterar os comentários... lol
A única coisa que agora consegues fazer e como anónimo era impossível, é apagar o comment e fazer outro!
:D
Sim, Pizzaboy é um título que se pretende comercial. Ou seja, diversão descomprometida!
O 2º livro penso que não foi publicado pela DH, acho que tens razão... apenas o 1º. O processo em si não estou contra! Se achas que tens bastantes fãs "hardcore" porque não fazer? E em Portugal é sempre um risco... felizmente os argentinos ajudaram bastante!
Mas posso-te dizer que grandes autores já fizeram crowdfundings... por vezes tem a ver com editarem algo autoral, em que as editoras não querem pegar.
;)
Em relação a autores portugueses com obras do tipo que referiste também existem, muito pouco e timidamente (porque o mercado é uma merda) vão fazendo, mas demora tempo porque as pessoas precisam de comer e a BD por muito boa que seja não dá para o pequeno almoço...
E sim, os grupos ditos alternativos que fazem "obras" para os amigos dizerem "muita bom" e que ninguém percebe nada nem do desenho nem da história são aqueles que têm direito a mais apoios... aquilo não são umbigos... esses tipos em vez de umbigos têm autênticas crateras! Mas se fores a ver são os que se mexem melhor no meio "artístico"...
Estão sempre lá onde há exposições importantes, e na realidade eu não me esqueço da MAIOR BOSTA GRÁFICA DA BD PORTUGUESA que foi a colecção BD Pop Rock (salvo algumas, poucas, excepções...). E sim, esses doutores da BD estavam todos lá... Sérgio Godinho 40 ilustrações... são os mesmos! Os pseúdo-qualquer-coisa...
A senhora da editora veio questionar a minha crítica com um "Quem é você para questionar as escolhas do João Cotrim?"
LOOOOL
Eu questiono Deus, e não havia de questionar o Cotrim?
:D
Quanto a retratistas, pintores, fazedores de gravuras, bem, isso tem mercado e dá-lhes algum dinheiro para viverem!
;)
As conversas são mesmo como as cerejas. Começamos com crowdfunding e passamos para a qualidade da BD portuguesa. Eu aqui, por todas as razões e mais algumas, não posso estar mais em completo desacordo com o Pedro Santos. Acho a BD portuguesa dos 70s e 80s francamente anacrónica, mesmo para a época em que foi feita, e não pude deixar de sorrir quando vi "Victor Mesquita" e "narrativa linear" na mesma frase (curiosamente, já não encontro essa passagem aqui nos comentários).
ResponderEliminarNa minha óptica, obras como o "Pano Cru", "Obrigado, Patrão", "A Fórmula da Felicidade", "O Pequeno Deus Cego" ou "O Baile" estão milhas acima dos padrões médios da BD portuguesa das décadas referidas. Mas pronto, são gostos. Abraço.
Obviamente que eu disse que prenunciavam algo de bom, o que tristemente não se concretizou (houve um boom porreiro nos anos 90 que ficou por ali e que depois implodiu para obras apenas dirigidas a conhecedores, num mercado quase underground), não disse que eram obras-primas ou valores de referência.
ResponderEliminarEsperava que surgisse maior competitividade, mais obras de novos autores, mais trabalho que resultasse em saltos qualitativos e que hoje em dia tivéssemos uma grande variedade de títulos publicados, rivalizando um pouco com aquilo que existe no mercado franco-belga, tornando-se opção de compra para o mercado português.
O problema é que, por exemplo, sem desmerecer das obras citadas pelo Mário Freitas, que eu até gostei do "Obrigado, Patrão" esperava algo mais do que acima dos padrões médios para BD hoje em dia.
Ainda por cima aquilo que existe e que vale a pena é pouco e mal vendido. É preciso estar muito muito atento e comprar logo que sai, tive um probleminha em arranjar exemplares da fórmula da felicidade, até que acabei por desistir, mas aí está, não quero ter de ser fanático de BD para poder comprar BD ou experimentar BD como se estivesse a coleccionar cromos raros.
Cosplays à parte, esta arte anda mais dirigida aos cotas de sempre do que a novos leitores. Já repararam no pessoal que participa neste blog? É tudo pessoal calejado nestas andanças e é sintomático de quem compra estas BDs.
Por mim que venham todos os crowdfundings possíveis e imagináveis para o autor português se ajudar a aumentar a publicação e diversificação de trabalhos, o público depois que decida mas tem de ser algo COMERCIAL, também existe qualidades nos trabalhos COMERCIAIS, não é nenhuma vergonha pois não?
-Bladder
O público generalista curioso também compra mas compra pouco, vão a estes sítios como se fossem ao Museu dos Coches, pela cultura.
ResponderEliminarEu acredito que temos de apelar ao publico consumista no geral para incutir o bichinho, o resto é por arrasto. É preciso chegar ao povo.
-Bladder
Sobre "sítios" referia-me aos Festivais de BD. A propósito ainda sobre isto, que se passa? Há cada vez menos espaços e diversificação de títulos em zonas comerciais, como comprador curioso praticamente só comprarei obras ali.
ResponderEliminar-Bladder
Bem, já eu concordo quase no total com a apreciação que o Pedro Santos faz da actual Bd portuguesa. Sei que os autores esforçam-se ao máximo, assim como alguns editores, mas daí a comparar a qualidade d'O Baile' com os trabalhos do Mesquita, acho que é sermos demasiado defensores do que se está a fazer agora. No entanto é como o Mário de Freitas diz, são gostos. Por muito que aprecie a fluidez do traço da Joana Afonso, acho que ainda falta muito para estar ao nivel do Victor Mesquita.
ResponderEliminarAcho que há um esforço maior dos autores recentes em tentar encontrar a tal comercialidade, mas sinceramente acho que ainda estamos muito longe disso. Atenção que penso que há excepções. Mas bem levadas a cabo, são rarissimas.
Em relação ao Crowdfunding, apesar de compreender as reticências, discordo que seja uma espécie de concurso de popularidade. Se frequentarem sites de pessoal que desenha e pinta digitalmente, CGHub, Conceptart, CrimsonDaggers, etc,.. vão encontrar muito boa gente que conseguiu levar o seu projecto avante, não por serem os mais populares, mas por apresentarem bons conceitos e bons portfolios que interessam os restantes frequentadores dessas comunidades. Claro que há partilha dos trabalhos através das redes sociais, mas é a força dos mesmos que faz com que se reunam condições económicas para avançarem, e não se estão a ser feitos por A ou por B.
Por fim, neste caso especifico, também não percebo a razão de se ter recorrido a este método. Concordo muito mais com o método sugerido pelo Mário no seu primeiro comentário, ainda mais para algo tão populista como esta Bd. Eu, mais uma vez sem querer desdenhar do trabalho árduo dos autores, a coisa mais positiva que vejo neste projecto, é a aberta tentativa (bem sucedida) de atingir uma veia comercial (quase completamente inexistente na Bd actual portuguesa).
Claro que, dito isto, desejo toda e a melhor sorte para que este projecto tenha todo o sucesso.
ResponderEliminarQuanto mais penso nesta ideia de "crowdfunding" mais gosto dela.
ResponderEliminarCostumo citar Jean Giraud quando ele refere que a BD é um luxo de países ricos.
Num país que não é muito dado a BDs, em que o custo dos materiais é elevadíssimo e que atravessa uma crise, que fazer? Mas isto não deve ser impedimento a quem deseja mesmo ser artista de BD, que dá tudo mas não chega.
Quantos artistas conhecem que conseguem dedicar-se à sua arte e viver disso para que possam desenvolver o traço e o argumento?
O crowdfunding ajudará a suportar custos e baseado no seu potencial um artista terá o apoio que merece (ou não).
Não me importo de contribuir para ver concretizado aquele projecto X que fulano ou fulana de tal postou no Deviantart por exemplo.
Pedro Santos
ResponderEliminarConcordo com muito do que dizes, mas e com respeito pelos desenhadores mais antigos, eles têm um desenho estático, sempre com motivos Históricos por trás das histórias (incapacidade de fazer histórias originais). Fora disto saiu o Eternus 9, graficamente imponente mas com uma narrativa complicada. De qualquer modo o Victor Mesquita ao nível do desenho foi um grande senhor. Penso que deixa todos os outros da altura a milhas.
Os novos desenhadores seguem as tendências actuais dos mercados em que trabalham, ou gostariam de trabalhar.
Nestes novos autores eu não incluo os pseúdo-intelectuais que fazem riscos de uma qualidade assombrosa... (joking!)
Se os nossos desenhadores se pudessem dedicar a tempo inteiro à BD, ou seja, que houvesse mercado, com certeza verias obras de muito melhor qualidade gráfica.
Apelar ao público consumista?
Boa. Diz-me como colocar a BD na moda que sigo-te cegamente.
No dia em que estiver na moda (espero que um dia isso possa acontecer), o panorama muda automaticamente!
;)
Luis Sanches
ResponderEliminarEu não comparoa Joana Afonso ao Mesquita. Mas inversamente também não comparo o Mesquita com o Nuno Duarte. A BD é feita com mais que o desenho.
O Mesquita tem um desenho maravilhoso, de uma grande escola, e está a anos luz de todos os outros da sua altura.
Mas como argumentista deixa muito a desejar, embora o tenha recebido um prémio para melhor argumento recentemente... LOOOOL
Quanto ao crowdfunding... ó meus amigos, cada um que se desenrasque como quiser!
Mas as pessoas estão a fazer uma ideia errada sobre isto. Quando os autores decidem fazer um crowdfunding é para terem fundo de maneio para o tempo em que estão a produzir. O livro será publicado pela Tinta da China! Só que os autores para se dedicarem ao livro a tempo inteiro precisam de dinheiro para comer! Então os fãs compram o livro antecipadamente, com mais alguns bónus normalmente.
:)
Só para deixar mais uma achega na comparação Mesquita/Joana Afonso:
ResponderEliminarÉ óbvio que a Joana ainda tem muito para percorrer e evoluir em termos de desenho; mas pensem só que ela só tem 23 ou 24 anos. De qualquer forma, o Mesquita é clássico e a Joana Afonso é estilizada, e eu sei que os consumidores portugueses tendem a ser muito conservadores e com dificuldade em digerir certas estilizações.
Mas o Nuno Amado disse, e aqui concordo com ele (noutras nem por isso), o desenho não é tudo. Há uma clivagem gigante entre o 1º e o 2º volumes do Eternus 9, e a tentativa de "modernização" gráfica do Mesquita foi um tipo no pé. As cores são pavorosas, dignas de qualquer colorista aprendiz de photoshop, e idem para o lettering, mauzinho, mauzinho, mauzinho. No que o 1º volume era visualmente imponente e narrativamente intrigante, o 2º é um arremedo de narrativas não lineares mal construídas e de asepcto plástico. E tenho sincera pena, porque, como disse, gostei muito do 1º volume, ambicioso e cheio de ideias raras na BD portuguesa, e esperava uma continuação dentro do mesmo nível.
Finalmente, sobre as BDs histórias que o Nuno referiu: acho que a nossa história tem pano para mangas para grandes BDs de época; só que têm ser muito bem pesquisadas e ainda mais bem escritas, coisa que manifestamente não acontecia nos anos 70 e 80, em que aquilo mais não parecia que colecções de cromos com os melhores momentos das personagens principais. Podem dizer o que quiserem, mas uma coisa é inegável: há MUITO melhores argumentistas de BD hoje em dia do que havia na época. Apenas se publica menos, infelizmente.
Abraço.
Apenas referi o Mesquita de passagem ao calhas, descubro que existe qualquer coisa à volta dos trabalhos deste senhor, existe alguma polémica que eu não esteja a ver? Se calhar fiz mal em referir linear como em argumento linear, a minha ideia referia-se mais ao estilo de arte sequencial tal como o conhecemos por oposição a uma vinheta, 2 vinhetas por página ao estilo de pin-ups que se usa muito agora, concordo que como argumentista deixa a desejar, também existe ali muito copianço (ou homage, como se diz agora) ao Druillet.
ResponderEliminarLembro-me dos "históricos", E. T. Coelho, José Ruy, Augusto Trigo mas não era bem esses a que me referia mas sim a uma linha mais moderna, o Relvas (de L123, Sevadilha Speed, o Espião Acácio), Isabel Lobinho, um gajo que parecia imitar o Moebius (Morais?), Luís, Avelar, Pedro Massano (Mataram-no não sei quantas vezes).
Esperava ver mais histórias como estas, a preto e branco ou a cores, nem que fosse como adaptações de Lobo Antunes ou Saramago ou o autor da moda, o Moebius não fez uma adaptação qualquer para o Paulo Coelho?
Mas uma coisa também é verdade, apesar de alguma arte ser boa o argumento ráramente acompanha. Mas isto é como tudo, têm de praticar bastante.
Saudações bedéfilas
ResponderEliminarConcordo com os vários comentários(Fernando , bladder e Mário Freitas). Passar da dark horse para o crowdfunding não é preciso dizer mais nada obviamente..
Peço desculpa se for caso disso mas os meus 25 euros de crowdfunding irão para o UW2 e Blacksad Amarillo.
Cumprimentos
Blaise
Edit: Eu não sei se existem bons argumentos por publicar, cinjo-me obviamente àquilo que é publicado e que conheço.
ResponderEliminarTalvez devessem publicar estes argumentos xpto inéditos com esboços e pedir crowdfunding em sites. Joking (ou talvez não).
Eu sei que o artista português é "agarrado" e muito cioso do que faz, não quer que lhe roubem as ideias apesar de muitas vezes serem lixo, preferem queimar ou meter na gaveta a serem criticados mas lá fora é normal venderem-se argumentos.
Eu deveria ter referido que quando me refiro a Victor Mesquita como um mestre, refiro-me obviamente ao primeiro volume de Eternus 9 e ao seu traço. Claro que concordo inteiramente com o Mário Freitas em relação ao ultimo volume. Aliás, nem consegui olhar bem para o que foi feito. Certamente uma tentativa de modernizar o visual, mas que falhou redondamente o objectivo.
ResponderEliminarTambém sei que a Joana Afonso é bastante jovem e se há coisa que se vê bem no desenho dela é o potencial que carrega. Mas nestas coisas, e ainda mais por cá, só faço contas ao que está feito. Sei lá se daqui a uns 20 anos a Joana Afonso ainda está a progredir no seu traço ou se já se fartou da frustração que é fazer Bd em Portugal. Em relação a mais ou menos estilizado, para mim é indiferente. A qualidade transpira no desenho seja qual for o estilo do artista. Eu tanto aprecio desenho em livros de biologia como desenhos em livros infantis. É preciso é serem coerentes como um todo.
Em relação ao que se fez noutras décadas, penso que tivemos excelentes desenhadores, mas quase todos virados para a Bd histórica. E, como já disse noutro blog, acho que o nosso problema nunca foi falta de desenho, foi mais falta de argumentos decentes. Por isso, em parte concordo com o Mário Freitas, realmente hoje em dia há projectos que têm potencial para serem mais excitantes do que os de outros tempos. Mas ao mesmo tempo, acho que ainda estão longe de atingirem um certo nivel que os possa levar a uma verdadeira comercialidade.
Nuno, discordo da conclusão que tiras quando dizes que se os autores (os que desenham actualmente, não os que se perderam e nunca mais se vão dedicar ao desenho) tivessem tempo inteiro para dedicar a fazer Bd que a qualidade de desenho ia ser muito maior. Para mim isto não há forma de provar. Em Portugal, pelas piores razões, quando alguém publica algo, teve todo o tempo do mundo para o fazer (sempre em horas vagas claro). Ninguem teve que fazer seja o que fosse pressionado por um prazo de 3 meses ou 30 dias. E se o fez, desculpem mas fez mal. Se apressou publicar algo que fez em horas vagas e descurar seja argumento ou desenho para poder ter a obra cá fora mais rapidamente, então desculpem mas acho que têm algumas prioridades trocadas. Convém que tenhamos responsabilidade pelo que fazemos. A ideia de que, se fosse em full time isto saia muito melhor, para mim é completamente descabida. Claro que as pessoas iriam evoluir mais depressa (em vez de demorarem 20 anos, demorariam 8 a chegar a um certo patamar). Mas o proximo volume iria sempre ter uma qualidade muito semelhante ao que estão a fazer agora.
Mário Freitas
ResponderEliminarPenso que no caso Joana Afonso e Victor Mesquita não há nada a comparar. As escolas são completamente diferentes. Estou a falar apenas do desenho.
Uma coisa eu posso dizer, a Joana pinta melhor em digital que o Mesquita, e a prova é o 2º livro do Mesquita.
Quanto à mestria da dominar o traço do desenho, bem são estilos completamente diferentes, e nem um nem outro conseguiriam imitar o desenho de cada um. O Mesquita foi o expoente nacional de uma tendência europeia da altura, a Joana Afonso ainda tem muito para evoluir, coisa que o Mesquita já não tem.
A História portuguesa tem pano para mangas, mas como base para grandes ficções, que é isso que sempre se fez na Europa. Adaptação de cenas históricas ocorridas... só demonstra falta de ideias.
;)
Pedro Santos
ResponderEliminarO Mesquita colou-se muito à escola europiea da altura em que Druillet pontificava. Nada de mal nisto para mim! Mesquita conseguia dar cunho pessoal e eu gostei muito do Eternun 9 (primeiro volume).
Agora vou ferir susceptibilidades...
Os "históricos", E. T. Coelho, José Ruy, Augusto Trigo, Garcês, Peon, etc, para além de terem histórias anacrónicas e uma técnica muito estática (mais uns que outros) são o exemplo máximo de que um bom desenhador não tem de ser um bom argumentista. Provavelmente se tivessem tido bons argumentistas a dizerem-lhes como queriam a história, e de como queriam a prancha, provavelmente teriam sido muito melhores do que foram. Mas na época era o que se fazia na Europa usualmente... o desenhador era o argumentista. Só que isto não está ao alcance de todos!
Já agora quero aqui referir um artista que se destacou destes todos pela dinâmica e construção de páginas: Carlos Alberto dos Santos.
Provavelmente o MELHOR de todos desta geração e o mais subvalorizado.
;)
Blaise BD
ResponderEliminarO crowdfunding é apenas um adiantamento que os fãs fazem para que enquanto os autores estão a trabalhar no livro tenham fundo de maneio, e em que isto é dado pelos fãs a troco de alguma coisa.
No caso deste livro não deu por uma razão muito simples (não sei se foi inexperiência dos autores) mas se houvesse espaço para os "5 EUR" para os que apenas querem ajudar, ou os "15 EUR" para quem quisesse comprar adiantadamente o livro, ou os "20 EUR" para quem quisesse o livro assinado... eu garantidamente tinha comparticipado!
Não o fiz por achar os valores desajustados. Já participei em vários "kickstarter" portanto sei mais ou menos o que é que vale o quê ao nível dos "prêmios".
;)
Pedro Santos
ResponderEliminarArgumentos à muitos, até eu tenho dois na gaveta que acho que seriam maravilhosos para BD (fora a Zakarella está a correr), mas também sei que alguém dificilmente pegaria neles!
Limito-me a guardar essas ideias, e quem sabe um dia não editarei uma novela de ficção-científica pura e dura...
:D
Luis Sanches
ResponderEliminarO primeiro Eternus 9 tem um desenho fantástico! E pode-se gostar ou não, mas que é grandioso, é!
A Joana Afonso é nova, mas começa já a criar um estilo muito próprio em que toda a gente percebe logo de quem são aqueles desenhos. Agora... pode-se gostar ou não do estilo. Isso é uma coisa diferente.
Quantos aos nossos excelentes desenhadores do passado, já o disse atrás (sim apunhalem-me à vontade, já estou por tudo...) só existiram dois fora-de-série: Victor Mesquita e Carlos Alberto dos Santos.
Os outros faziam bons desenhos, mas com uma falta de ideias e dinamismo atroz. Sim, estou a ser herege, e não quero saber disso para nada.
Já não sei quem é que disse aqui nos comentários, mas a imagem era boa: faziam páginas que pareciam as cadernetas de uma colecção de cromos.
Dou o desconto porque (não sei porquê) nunca tive nenhuma BD do Pedro Massano. Portanto não o vou incluir.
Luis, desculpa, mas um desenhador a full time faz SEMPRE melhores trabalhos que um em Part-time. Não tem que pensar no seu outro trabalho, não tem de pensar se a sair do trabalho vai encontrar muito transito e queimar o tempo que tinha destinado para a BD, não tem de estar a desenhar com os filhos a incomodar... Épá... não me digas uma coisa desses...
Eu escrevo algumas tretas, e não ser a full time já me tira a pica toda, quanto mais a um desenhador!
:P
Isto não é para mim.
ResponderEliminarPre-orders tenho feito imensas e em que a quantidade de livros editados é igual ao número de pre-orders.
É verdade, o "crowdfunding", por si só, é um método como qualquer outro para financiar um projecto, o que quer que seja. E como qualquer método de financiamento, ser aceite, é uma mera conjunção de outros factores, onde a qualidade nem sequer me parece, ter o que quer que seja a dizer. Se calhar é por estar "ressabiado" que digo isto, não interessa. Para quem o pedido é um "choradinho", e essa é a essência do conceito, fazer vingar "choradinhos", seja por que razão seja, ironicamente, o "crowdfunding" não funciona, por melhor que seja a qualidade. Ou se tem o conhecimento e a projecção suficiente, para que este ou aquele investidor seja atraido para esse investimento, ou nem vale a pena. E o resto é tudo o mesmo, e em Portugal, quem sabe, pior ainda, o mercado é invejoso e canibal, assimila e come tudo o que lhe anda à volta, bom ou mau, e que não se consiga auto-financiar, que não seja rico. Ou isso, ou fazer concessões para aqui e para ali, a este e àquete, até que a identidade do seu projecto se perca.
ResponderEliminarNuno,
ResponderEliminarAgrada-me a FC pura e dura, de por exemplo E. E. Doc Smith, os Starship Troopers do Heinlein, o "Armor" de John Steakley, os livros de Bester, Simak, P. K. Dick, Jean Pierre Andrevon, etc... com um gostinho pela vertente militarista irónica e comentário social inteligente. Se o teu trabalho vir a luz do dia avisa.
E não sei se leste a adaptação para comic muito fiel de "Do Androids Dream of Electric Sheep" da BOOM Studios, está muito porreira.
Quanto ao Mesquita, gostei do primeiro do Eternus, era para comprar o 2º mas fiquei-me pela ideia, 3 décadas depois não me apeteceu destruir a ideia que tinha dele e fiquei-me por aí, ele há obras que se apreciam melhor situando no tempo e espaço em que sairam para a luz do dia, esta é uma delas. A BD e a literatura envelhecem muito depressa, assim como o cinema.
Concordo com a cena dos históricos, isto não é Hal Foster e o seu Valiant, apesar de alguns terem um traço interessante, pessoalmente eu gostava do Garcês.
Queria que alguém me dissesse porque teimam em falar nos históricos quando eu me referia à geração posterior, aos Relvas e quejandos...
Adiante, é inegável (certo?) que o Carlos Alberto dos Santos apesar de estar novamente na mó de cima agora também é um "histórico", aquelas telas sobre a história de Portugal e BDs de figuras do passado destacam-se dos demais, aliás espero que o projecto "Zakarella" contemple além de BDs novas inspiradas no original também tudo o que encontrarem sobre as antigas pranchas e pinturas, no mínimo num formato semelhante aos Absolutes da DC Comics. :)
Nuno
ResponderEliminarApesar de concordar contigo quando dizes que os albuns dessa época eram estáticos, temo que estejamos todos a ser um pouco injustos com os desenhadores. Eu pelo menos falo por mim, nunca os vi desenhar outro tipo de histórias. Ao mesmo tempo esquecemo-nos que naquela altura era assim que era retratada a história do nosso país, com narrações que levariam qualquer aventura do super homem ao bocejo. Não estou a dizer que eles não mostrassem um desenho estático, o que eu digo é que duvido que fosse só isso que soubessem fazer. Fizeram o que era esperado ser feito naquele tipo de livros.
Em relação à questão full time / part time, acho que depende de pessoa para pessoa. Não foi o Carlos Paredes que fez toda a sua carreira e ao mesmo tempo por escolha própria mantendo a sua profissão? Porque será?
"Luis, desculpa, mas um desenhador a full time faz SEMPRE melhores trabalhos que um em Part-time"
Acho esse SEMPRE aí exagerado, principalmente porque há muitos exemplos de artistas que trabalham em full time e que muitas vezes mandam cá para fora trabalho mediocre, e eu tenho quase a certeza absoluta que se não tivessem os prazos ao fim do mês para cumprirem (porque precisam de pagar contas) os trabalhos sairiam muito melhor. Tu quando dedicas todo o teu tempo a fazeres seja o que fôr tens sempre prazos para cumprir. Claro que depois vai de cada um. Há pessoal que se orienta melhor com a pressão do final do mês. Há outros que preferem levar o seu tempo.
Se estivessemos aqui a falar de um multimilionário que passa os dias (calmamente) a fazer BD, teria que te dar razão. Como acho que não é disso que falamos, penso que os problemas que apontaste, servem igualmente para full time.
Em relação ao Crowdfunding, sinceramente devo viver noutro planeta. O Crowdfunding é um choradinho, mas se formos a uma editora seja de musica ou de livros ou o que seja, para eles financiarem o nosso projecto, já não estamos a fazer choradinho? O Crowdfunding é um pedido de financiamento a pessoas que possam acreditar no potencial do que se mostre. Choradinho é irmos ter com um bando de empresários que se estão a marimbar para a qualidade do que quer que seja a nivel artistico e só se preocupam se vai vender ou não, e cravarmos dinheiro para podermos publicar ou lançar aquilo em que mais acreditamos. Entre este modelo clássico, ou o modelo de Crowdfunding que nos permite ser financiado por outros artistas ou futuros artistas ou só mesmo interessados em bons trabalhos, não sei o que é que o Crowdfunding tem de tão negativo. Engraçado que isto para mim é novidade. Toda a gente que conheço tanto na área de pintura digital como de animação considera o Crowdfunding uma das melhores coisas a aparecer na internet. Mas pronto, são perspectivas diferentes.
ResponderEliminarEm relação à qualidade dos projectos não interessarem muito, isso é outra treta. Já vi pelo menos dois casos em que perfeitos desconhecidos trabalharam durante uns meses e conseguiram que os seus projectos fossem avante com a ajuda de desconhecidos. Podemos estar aqui muito tempo a discutir casos em que isso não aconteceu, mas pá, tenho pena mas nem todos os projectos têm qualidade ou suscitam interesse suficiente para terem o apoio das pessoas. É assim o mundo. Com ou sem Crowdfunding.
Paulo Brito
ResponderEliminarUma pre-order beneficia a editora, um crowdfunding beneficia os autores. É uma grande diferença Paulo!
;)
Ricardo Rosado
ResponderEliminarA nossa "massa compradora" de público é incipiente... para dar resultado positivo num crowdfunding das duas três, ou és popular e conhecido ou o trabalho foi divulgado e encheu o olho ao público. De outra forma é difícil termos crowdfundings positivos aqui em Portugal.
Mas nunca se perde nada em tentar!
Quanto ao resto... infelizmente estamos em Portugal.
:(
Pedro Santos
ResponderEliminarFizeste bem em ficar pelo primeiro. O segundo retira muita da magia do primeiro devido à utilização das novas tecnologias de pintura. Acho que perdeu qualquer coisa pelo caminho (para além da história ser um pouco confusa).
Tenho um livro, que de vez em quando vou escrevendo de ficção-científica, mas não se alguma vez irá ver a luz do dia. Escrevo simplesmente porque me dá prazer!
Nunca fui grande apreciador dos livros do Relvas por uma razão muito simples: nunca gostei das histórias! Tenho o L123 por uma razão sentimental apenas. Gosto do desenho dele, mas fiquemos por aí!
lol
O Carlos Alberto virou-se para a pintura (por problemas de vista) e para o mercado estrangeiro. As suas obras estão quase todas em colecções privadas de estrangeiros, e outras em grandes galerias internacionais.
A Zakarella que eu escrevi vai situar-se num estilo que praticamente não existe em Portugal: Ficção misturada com fantasia-heróica. Em relação às histórias antigas, eu não possuo os direitos para reeditar os textos. Apenas tenho os direitos sobre a figura e o nome, por isso se alguma vez acontecer aparecer no final de um livro da Zakarella uma reprodução de uma história das antigas será porque graciosamente os detentores dos direitos sobre os textos do Roussado Pinto me autorizaram a tal. E sinceramente, eu não tenho dinheiro para pagar direitos.
:\
Luis Sanches
ResponderEliminarEu sei que naquela altura era assim, e foram muitos anos de ditadura que fizeram com que as histórias fossem feitas sobre algo que à partida não lhes provocava problemas (antes pelo contrário).
E não estou a ser injusto. Tivemos alguns bons desenhadores no passado, mas não vamos colocar esses mesmo desenhadores em pedestais para fora de serie... Ou queres que eu comece a enunciar os foras de serie da época? Acho que não precisas porque os conheces!
E sim, não me connvences com essa do part-time ser igual a full-time...
ahahahhaha
:P
Em relação ao crowdfunding já deu a minha opinião...
ResponderEliminar:)
Se na altura tenha servido como desabafo aquilo que aqui expus, serve agora como defesa a de ter sido acusado – de usar argumentos da treta – e fico por aqui, porque realmente esta discussão já não me interessa, nem me adianta. A qualidade é subjectiva: entre artistas, amigos, “amiguinhos”, futuros potenciais artistas; ou “empresários empedernidos cujo objectivo é o lucro” (aparte isto ser uma visão extremamente reducionista)… Venha o diabo e escolha, qual deles, é que é o melhor crítico de arte, o melhor apreciador da qualidade do trabalho, aquele que sabe o que é “que a arte deve ser”. Sem qualquer tipo de má fé, tanto para uns como para outros, eu estarei aí incluído. O crowdfunding é, apenas e somente, mais uma forma, como qualquer outra de financiamento. Com a vantagem de ser “mais fácil” pois o angariador não tem de olhar, olhos nos olhos, todos aqueles que investiram nele. E que as pessoas tenham outros objectivos, que não apenas a qualidade do trabalho, é humano, e compreensível.
ResponderEliminarRicardo Tavares Rosado
ResponderEliminarOk, pelos vistos não gostaste que eu usasse o termo 'treta'. Eu uso outro para não ficares aborrecido, achei o argumento 'fraco'. Não te estou a acusar de nada (não percebo o porquê desta personalização visto que várias pessoas partilham a tua opinião aqui) e espero que não sejas susceptivel a ponto de ficares ofendido por ter falado abertamente. Se ficaste ofendido, asseguro-te que não era essa a minha intenção. Seja como for, isto não é um pedido de desculpas pois acho que não disse nada de mal. É apenas um esclarecimento pois acho que percebeste (ou sentiste) mal a intenção das minhas palavras.
Eu compreendo Luis. Não fico aborrecido, nem magoado, nem levo a mal. Não é nenhuma personalização. Mas estando em causa os meus argumentos, compete-me defendê-los. Abraço.
ResponderEliminar"Ora viva! Estamos em 106% ! Ora: já temos livro. Com o vosso apoio, encheremos o país de cartazes do Dog Mendonça e faremos um segundo trailer."
ResponderEliminarCom franqueza, mas... só a mim é que isto parece algo discutível, do ponto de vista ético? Afinal o crowd funding não visava a edição do livro, que estaria supostamente em risco? Afinal estava garantida e isto agora serve para promoção em massa?
E sim, eu tenho mau feitio.
É exactamente aí aonde queria chegar mas não me atrevi ir tão longe Mário. O crowdfunding "é um choradinho" que não serve "como choradinho". É apenas uma forma de financiamento, mascarada de eticamente "boazinha".
ResponderEliminarLi com atenção todos os comentários retro, inclusivamente aqueles que diziam respeito ao "craude-fodingue" e os que apontavam virtudes e defeitos nos novatos e nos "cotas" do século passado.
ResponderEliminarVou apenas comentar o cerne do post do Nuno e deixar a classificação dos antigos e novos para outros catedráticos, professores e entendidos, pois na Bd não faltam doutores - faltam leitores.
Ora, pelo último comentário do Mário Freitas, verifico que uma iniciativa justa e justificada, degenerou numa campanha publicitária para divulgação e posterior pagamento da campanha, com os inevitáveis cartazes e um trailar-ilolé.
Por esta, não esperava eu!
E, como não esperava, eu que me prezo de não esconder a linguagem vernácula, fico de pé atrás com outros "craudes-fodingues".
É pena que, para ruído publicitário (se é assim, deixo a ressalva), que uma obra de autores que eu admiro tenha sido submetida a esta pedincha de "ceguinho de feira"; se foi para a obra sair a lume, com a devida compensação aos autores ou pré-compra, se bem que discutível, já se justifica.
No entanto, o Mário Freitas e o Ricardo Rosado têm razão quando apontam o ponto de vista ético,o que deixa cair por terra a frase do Nuno, quando escreveu "E os autores querem financiar o livro com os seus fãs!"
Deve-se ter em conta que a BD, se não dá para pagar o tempo e o engenho, há que escolher outra via, porque, lá diz o ditado - negócio que não presta e faca que não corta, que se percam,pouco importa.
Se isto é verdade (ainda coloco as minhas dúvidas), se não caí desta vez no "craude-fodingue", não me apanham noutra.
Mário Freitas
ResponderEliminarNão estava à espera desta "finta".
O objectivo de uma situação destas nunca serão "cartazes e publicidade".
Não fico feliz!
:(
Ricardo Rosado
ResponderEliminarSim, é uma forma de financiamento dos autores enquanto estão a trabalhar... não para publicidade...
:(
Santos Costa
ResponderEliminarNão são precisas "doutas" pessoas para ter opinião sobre autores! Basta o nosso gosto pessoal. Embora de vez em quando o endeusamento de alguns nomes (importantes) da BD de outros tempos me pareça exagerado. Claro que é a minha opinião, passível de ser refutada.
Quanto ao crowdfunding... lamento que isto tenha acontecido. Isto é a subversão do objectivo deste tipo de financiamento!
Lamento, como disse atrás, porque isto traz sequelas para outros que queiram obter o mesmo tipo de financiamento! Se eu quiser fazer fazer o mesmo para a Zakarella já levo uma carga negativa deste 1º financiamento positivo de uma BD em Portugal. A 1ª vez que o público adere a este tipo de iniciativa fica manchada!
Não à volta a dar, a Zakarella nunca irá ser financiada por este processo, apesar de eu há um mês atrás estar a pensar nisto. Não quero que ninguém pense que o seu dinheiro vai servir para publicidade ao produto.
Outra vez... e como disse atrás, fiquei triste com este desenvolvimento!
:(
Continuo a não perceber a razão de tanta consternação. Tantas vezes é dito que o problema de muitos projectos de Bd é a falta de divulgação. Os autores vão usar o dinheiro para investir nisso. Qual é o problema? Acho que estão a fazer uma grande tempestade num copinho de agua bem pequenino.
ResponderEliminarNão percebo também no que é que isto traz má imagem ao Crowdfunding. Eles decidiram fazer assim, não quer dizer que outros também o façam. Porque é que alguém se lembraria de pôr tudo no mesmo saco?
Por fim, Santos Costa, estou em completo desacordo com esta frase
"Deve-se ter em conta que a BD, se não dá para pagar o tempo e o engenho, há que escolher outra via"
Não percebo. Se fosse assim não haveria Bd em Portugal (e já agora, em muitos outros paises), pois a Bd por cá nunca dá para pagar o tempo e o engenho. Se só fizessemos arte (e sim, estou-me a referir à Bd como arte), se só fizessemos arte quando, ou se, o retorno económico compensasse minimamente, viveriamos num mundo muito mais pobre.
Atenção que eu não subscrevo o que estes autores fizeram, nem acho que o Pizza Boy seja uma obra de tal forma importante que mereça um 3º volume ao qual deveremos estar atentos. Para mim nesta altura acho que estão a tentar alongar algo que já deu o que tinha a dar. Mas ao mesmo tempo o que estou a ver são dois autores a tentar mexerem-se o melhor que sabem e alguns a criticar a sua ética ou moral? Não foram eles que disseram no comunicado que iriam utilizar o dinheiro para divulgação? Eles se quisessam poderiam ter dito outra coisa qualquer sendo menos honestos e não teriam este tipo de 'polémica'.
Há crowdfundings para Rallys, para Canis, para Eventos, para tanta coisa por esse mundo fora, tudo projectos que poderão não se realizar não havendo dinheiro, e esta gente toda está a fazer 'choradinho'? Eu continuo a dizer, por esta ordem de ideias toda a gente que pede financiamento, seja a quem for, está a fazer 'choradinho'.
A sério que não percebo. Mas já vi que discordo completamente nesta questão, não vale a pena continuar no rema rema contra a maré :)
Luis sanches
ResponderEliminarA filosofia que está por detrás de um crowdfunding para a edição de um livro é financiar os artistas enquanto estão a trabalhar nele. Já colaborei em vários kickstarter, e NUNCA o dinheiro foi usado para outra coisa que não fosse os livros e os seus autores. Em vários kickstarter que eu participei e que ultrapassaram o objectivo, os autores deram os seus agradecimentos e esse dinheiro iria já servir para o volume seguinte.
Se era para financiar publicidade deveriam ter dito (ou escrito).
É assim que se fazem as coisas, ou se deveriam fazer. Com limpidez.
Como te deves ter apercebido nos meus comentários iniciais eu não sou, nem nunca fui, contra o crowdfunding, e inclusivamente defendi e publicitei este crowdfunding no meu blogue. Apenas não entrei com dinheiro porque achei que o escalonamento de "prémios" dos donativos estava muito mal feito. Não é assim que se faz na generalidade. Nunca iria comprar o livro por 25 EUR sem sequer estar assinado pelos autores, e nunca daria 10 EUR por quase nada. Se os prémios fossem outros, eu tinha entrado. E depois tinha ficado f*****... assim, do mal o menos.
:\