Domingo.
Domingo é dia de "Os Comics e os Anos 90" e do Paulo Costa!
O target deste artigo é New Warriors. Sem mais delongas:
Novos Guerreiros: A nova legião
A expansão de mercado da Marvel nos anos 90 resultou no aumento de publicações em vários quadrantes. No nível superior, os títulos mais rentáveis eram relacionados com os X-Men e com o Homem-Aranha. A um nível mais baixo, a Marvel procurou recuperar personagens antigos ou lançar alguns novos títulos. Um desses foi o Novos Guerreiros, uma equipa de jovens super-heróis, sem filiação directa a outros grupos, que surgiu por edicto editorial, uma ideia que Tom DeFalco depois entregou a Fabian Nicieza para desenvolver. A revista foi lançada em 1990, na sequência do crossover de 1989, Actos de Vingança.
Nicieza escreveu mais de metade das histórias dos Guerreiros, com um bom equilíbrio entre histórias realistas envolvendo crime urbano e empresários sem escrúpulos, misturadas com uma boa dose de aventura e ficção científica. O grupo recuperava vários super-heróis solo ou que não estavam no activo. O mais conhecido era Nova, estrela de um título cósmico dos anos 70, mas que tinha perdido os poderes havia mais de 10 anos (tempo real); Flama, originalmente criada para o desenho animado do Homem-Aranha, mas que tinha sido introduzida no Universo Marvel como uma mutante ao serviço relutante dos Satânicos, uma força de jovens mutantes sob o controlo do Clube do Inferno; Speedball, irrequieto e irresponsável herói capaz de dar grandes saltos; Namorita, prima mais nova de Namor, mais interessada em viver com humanos que com os habitantes da Atlântida; Marvel Boy, versão moderna do herói Major Vance Astro dos Guardiões do Galáxia do Século XXXI, aqui um mutante com poderes telecinéticos; e Radical, o único personagem novo e sem poderes, símbolo da moda emergente de heróis urbanos violentos, com armadura, lâminas, vontade de bater primeiro e fazer perguntas depois… e um skate.
Nicieza estabeleceu rapidamente o grupo entre o Universo Marvel, com alguns encontros com o Quarteto Fantástico, Vingadores e X-Force. O escritor nascido na Argentina também não tinha problemas em minar o passado para reintroduzir vilões conhecidos. Terrax e o Esfinge foram personagens recorrentes nos primeiros números, assim como Gideon e Emma Frost. Aliás, antes da Era do Apocalipse, a história de heróis presos numa realidade alternativa distópica controlada por um vilão já tinha sido usada nos Novos Guerreiros no seu primeiro confronto com o Esfinge. Alguns novos nomes surgiram, como a equipa mais amoral conhecida como Psionex, que ora eram aliados ou adversários, ou o Círculo Fechado, com relações familiares ao Radical. Mas o mais importante foi que Nicieza tentou ir buscar drama às relações entre personagens, muitas vezes com consequências nefastas. Foi o caso de Marvel Boy, que perdeu o controlo dos seus poderes e matou o seu pai ao defender-se de mais uma das constantes agressões deste. Ou de Namorita, que namorou um mafioso que usou informação roubada para atacar as famílias dos Novos Guerreiros, resultando na morte da avó do novo recruta Rage.
Com o passar do tempo, novos membros foram entrando para a equipa (chegaram a ser 14), inclusive Adaga, o Falcão de Aço, o Aranha Escarlate e Alex Power, do Quarteto Futuro, que roubou os poderes aos seus irmãos, e alguns personagens mais exóticos mas também mais idiotas, como o irritante Hindsight, que entrou na equipa por chantagear Speedball, Bandit, meio-irmão de Radical (ainda mais violento), o mexicano super-forte Helix ou a indiana com habilidade de manipular o tempo, Timeslip. Duas pessoas usaram o nome Turbo, usando a armadura do Torpedo, o que acabou por resultar num confronto com Volx, a rainha dos Espectros. Mas nesta época os Guerreiros tinham entrado em decadência. Nicieza já tinha saído, tal como os artistas que deram corpo às melhores histórias, Mark Bagley (na altura em ascensão de carreira, saltando para o Homem-Aranha) e Darick Robertson. Tornou-se difícil gerir a quantidade exagerada de membros, e as relações interpessoais e as vicissitudes que tinham forçado a equipa a crescer, como as pessoas que tinham desaparecido das histórias. O título foi cancelado no 75º número, em 1996, pouco antes da falência da Marvel.
Os Novos Guerreiros voltariam à acção nos anos seguintes, já no novo milénio, sempre tentando recuperar o espírito da equipa original e recorrendo a vários dos membros favoritos da equipa, mas enquanto alguns elementos como Nova ou Justice (a nova identidade de Marvel Boy) ganharam importância noutros histórias com diferentes panos de fundo, a equipa foi usada como bode expiatório para a Guerra Civil, praticamente inviabilizando o seu retorno à mesma popularidade de antigamente.
Texto: Paulo Costa
Podem ver todos os artigos do Paulo Costa no Leituras de BD clicando no nome dele, e podem também consultar todos os outros artigos desta rubrica nos links abaixo:
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Os Comics e os Anos 90: Marvel - Onslaught
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Os Comics e os Anos 90: Alex Ross
Os Comics e os Anos 90: A Falência da Marvel
Os Comics e os Anos 90: Top Cow - The Darkness & Witchblade
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - Sidekicks
Boas leituras
Eu gostei da equipa, esse GHM numa realidade alternativa foi uma das minhas histórias preferidas
ResponderEliminarO que o Paulo não contou (nem era esse o âmbito do artigo) foi como os leitores portugueses foram privados da origem de Os Novos Guerreiros (tal como aconteceu com Excalibur). Na altura, as edições Marvel nas bancas portuguesas eram importações das revistas brasileiras da Abril. No entanto, no Brasil, entre 1991 e 1992 a Globo conseguiu editar o título Marvel Force, que publicou material com as origens desses duas equipas de super-heróis, além de outro (Motoqueiro Fantasma, Guardiões da Galáxia, etc). Inclusivamente, parte do material estava cronologicamente bastante mais próximo do que se publicava nos EUA que o da Marvel (na altura, com vários anos de atraso). Quando chegou a altura da Abril publicar Os Novos Guerreiros (bem como Excalibur e outros) não publicou essas histórias. Para a maioria dos leitores portugueses que, provavelmente desconheciam inclusivamente a existência da revista da Globo, que não era importada para Portugal, foi estranho ler a nota sobre o assunto nas revistas da Abril. Eis um pormenor engraçado sobre o contacto dos leitores portugueses com o grupo.
ResponderEliminarExcelentes comentários e análises. Para quando uma apreciação ao Sin City ou a o próprio Frank Miller? Ou será que isso já foi feito?. Abraço.
ResponderEliminarenamenes, antes da Abril/controljornal (editora portuguesa) publicar comics em português, tínhamos oportunidade de ter nas bancas lusas imenso material brasileiro, através da Abril jovem.
ResponderEliminaros novos guerreiros estrearam na revista brasileira do homem aranha, e como tal muitos puderam acompanhar as primeiras histórias escritas por Fabian Nicieza e desenhadas por Mark Bagley. No entanto, uma parte importante da série relacionada com um misterioso pacto de sangue e julgamento do Nova não chegaram em terras lusas, já que os novos guerreiros migraram para a revista Superaventuras Marvel ou vingadores?? não me recordo. sei apenas que essas revistas só eram publicadas no Brasil.A editora abril/controljornal detinha os direitos das publicações e acabou por fazer desaparecer todas as publicações de comics da abril brasileira, e quando faliu nunca mais tivemos lançamentos daquela editora.
O problema desta equipa e a razão do seu desaparecimento, tem a ver com o simples facto de não ter um conceito forte por trás.
ResponderEliminar"...sempre tentando recuperar o espírito da equipa original..." Nesta frase está o problema da coisa. Que 'espirito'? Por muito que gostasse do Speedball e de algumas aventuras em que os Novos Guerreiros se meteram, a verdade é que, pronto, eram SÓ mais uns :S
A Legião de Super-herois tem uma premissa forte por trás. Até o Excalibur tinha algo mais forte por trás. No caso dos Novos Guerreiros...
De qualquer forma foi por aqui que me desinteressei dos super herois. Muito do mesmo mas a usarem licras com cores diferentes.
Eu gostei da equipa e a estreia nao oficial foi em Sam num encontro com o Thor do Defalco http://webheadcomics.com/images/thor_412_1010.jpg num confronto com o Fanatico,no e-bay venderam 1 ediçao dessas por 99 dolares.
ResponderEliminarhttp://www.ebay.com/itm/CGC-9-8-THOR-412-WHITE-PAGES-1ST-APPEARANCE-NEW-WARRIORS-/350857897808
Só mais tarde eles fariam a estria ofical a solo no Aranha,eu só li o periodo inicial,e uma edição do Aranha da Saga do Clone aonde uma nova equipa de Warriors anda a procura do Chacal e Aracnedida ou la como se chamava que iria ser o novo inimigo mortal do Aranha que nao sei se apareceu depois ai para ale de contar com o Aranha Escarlate a formaçao era muito diferente.
Na generalidade estes New Warriors dos anos 90 não são muito conhecidos para mim. Só tinha ouvido falar deles mais recentemente.
ResponderEliminarFizeram parte do meu deserto bedéfilo dos anos 90... houve séries que recuperei no início dos anos 90, mas este título não foi uma delas...
:)
Fernando
ResponderEliminarSin City será abordada por mim nesta rubrica.
(Vou ter de reler tudo novamente... lol)
;)
Li muito pouco deles, a melhor memória que tenho e talvez até a primeira foi de uma das revistas que comprei (do Aranha acho) trazer uma história com eles em que defrontam o Terrax.
ResponderEliminarUma vez que estavam a ser desfeitos pelo antigo herald de Galactus o Nova pede ajuda ao Fantastic 4 que por sua vez pede ajuda ao Silver Surfer que derrota o Terrax num piscar de olhos. Épico :)
Loot
ResponderEliminarLOL
O Terrax é casca grossa mesmo... mas tá certo, nada melhor que o Surfer para resolver o assunto!
:D
enanenes, relativamente a termos ficado privados das primeiras histórias/origem dos Novos Guerreiros, em Portugal, isso não está correcto. A primeira história (1ª aparição) foi no Thor 411, que foi publicada na SAM 134 da Abril, que tenho guardado num caixote qualquer :-). Depois disso foi publicado na revista Homem-Aranha, desde o nº. 1 de New Warriors. O que se passou foi que a Globo publicou inicialmente os primeiros números de New Warriors (não a 1ª aparição em Thor), e posteriormente foi republicado pela Abril os mesmos números. O mesmo se passou por exemplo com o Motoqueiro Fantasma (Danny Ketch).... não se perdeu nada pelo caminho.
ResponderEliminarDinis
ResponderEliminarFoi um título do qual só conheci mesmo a parte mais recente, pré Civil War. Nesta década de 90 estou em branco!
LOL
:D