Uma excelente introdução a esta segunda série Super-Heróis DC Comics da Levoir a sair com o jornal Sol. Acho que foi quase perfeito!
Quase? Bem, lá chegaremos.
A seguir ao mega evento da DC Comics “Crise nas Terras Infinitas” (volumes #7 e #8 da primeira série desta colecção) a DC decidiu fazer reboots aos seus maiores personagens. Dois destes reboots ficaram famosos: Batman Ano 1 (Frank Miller) e Homem de Aço (John Byrne).
Ambos redefiniram para os tempos modernos estes dois ícones da cultura norte-americana, de um modo indelével. Este post é dedicado à excelente entrada de Byrne no Super-Homem.
Publicada originalmente numa mini-série de seis revistas em 1986, este Homem de Aço faz a fractura entre o Superman da Silver Age e a Modern Age. Aliás, esta redefinição do mito do Superman durou muitos anos, talvez até Birthright, em 2005.
O segredo do sucesso deste reboot feito por Byrne está no respeito pelo que já havia sido feito nesta personagem icónica ao longos dos 50 anos de existência até essa altura. Byrne “limpou” a personagem de muitas das palermices da Era de Prata, deu-lhe volume, uma origem bem sedimentada e ao longo das seis revistas passou, e apresentou, a personagem em alguns dos palcos e protagonistas mais importantes, como a nova Lois Lane, Batman e Luthor. E não me posso esquecer da forma como é apresentada Lana Lang e os Kent! Boa abordagem, sem dúvida.
O desenho de Byrne é muito limpo e coerente, e a sua narrativa gráfica irrepreensível. Por alguma razão este é um arco mítico dentro do Universo DC. Infelizmente as novas colorações ainda não estão num nível que eu considere bom. Não é um problema deste livro, mas sim um problema geral de quando se tenta transportar os livros feitos com um sistema de cor antigo, para as novas plataformas da actualidade, onde inclusivamente o papel é completamente diferente. Isto já foi referido pelo André Azevedo no seu blogue
BD no Sótão, onde ele coloca as páginas antigas ao lado das novas. Na realidade perde-se bastante.
Mas isto é pormenor técnico para já ainda difícil de resolver, pelo menos é o que eu sinto. Agora onde temos “mão”, já é diferente. Lá em cima eu disse “quase”. Pois, eu realmente tinha-me abstido de falar mais em traduções e adaptações. Mas bolas… “minha nossa!”?? “C’o a breca”?? "Amiguito"?? Estas entre muitas. Mas desde quando é que um português fala assim? “Com a breca” era usada pela minha avó! “Minha nossa” é usado pelos brasileiros, não os portugueses! E já não falo da “rigidez” e “frieza” (falta de sentimento) com que muitas frases estão traduzidas e adaptadas.
Bem… passando à frente…
Byrne apresenta logo de início uma belas imagens de Krypton como prólogo. É explicado o que aconteceu a Kripton e assistimos ao lançamento do pequeno Kal-El para o espaço em direcção à Terra. De notar que considero muito boa a cena em que o velho Kent explica ao jovem Clark a sua “adopção” e como esta foi verosímil para a população considerar o jovem como filho legítimo e natural do casal Kent.
O fato do Superman também é explicado por aqui. Apesar de ser feito em material normal nunca se estraga, assim como nunca nenhuma roupa justa do jovem Clark se estragou ao longo da sua vida!
;)
Outras diferenças, o “S” é bem maior assim como a capa, aumentando o efeito dinâmico da personagem em acção.
Não vou contar o livro todo, pois ele está à venda numa boa edição da Levoir em capa dura, por um excelente preço, vou só apenas focar-me no primeiro contacto com Batman, e das primeiras tentativas de Luthor para tentar de algum modo “lutar” contra o Super-Homem.
O 1º contacto com o Morcego está óptimo. Batman mostra todas as suas qualidades paranóicas para que o Super não o possa de algum modo deter, e as duas personalidades tão distintas da DC são aqui muito bem retratadas, e de uma forma bem simples. Eles são o oposto um do outro, a luz e o negrume! Acabam por tratar de um caso juntos (vilã Magpie – Gralha) e acabam por chegar à conclusão que cada um está bem adaptado à cidade que protege.
Luthor, e após os vários primeiros atritos, quer vingar-se do Super-Homem. Numa destas situações, este acaba por criar um Bizarro. Byrne quis que esta personagem fosse também aflorada nesta mini-série. Sempre foi um mundo presente dentro da mitologia do Superman, mas aqui aparece de forma um pouco diferente, como verificarão na leitura.
Não posso deixar em branco a situação de Clark Kent a fazer a barba. Pois, sempre houve muita celeuma e riso de como o invulnerável Super-Homem fazia a barba e cortava o cabelo. Pois, aqui podem ver como Clark toma conta das suas pilosidades faciais!
:D
Bom, já escrevi demais... mas ainda quero salientar uma coisa. As capas têm melhorado muito desde que a Levoir iniciou esta aventura nos Comics, tenho de dizê-lo!
Boas leituras
Hardcover
Criado por: John Byrne, Dick Giordano (arte-final) e Tom Ziuko (cor)
Editado em 2013 pela Levoir
Nota: 9 em 10