A Disney sempre teve personagens femininas nas suas histórias, umas com mais destaque que outras. Irei então agora falar um pouco dessas mulheres das revistas Disney.
Vamos tentar dividir isto então por categorias, começando pelas namoradas dos personagens.
Margarida - A namorada do
Donald, que tinha a concorrência do
Gastão, é talvez a heroína mais bem sucedida das revistas
Disney. Chegou a ter uma revista própria na editora
Abril, que teve 257 edições, de Julho de 1986 a Fevereiro de 1997, editada de forma quinzenal até à 243 e daí em diante mensalmente. Teve uma segunda série em 2004, que durou 25 edições, nas duas séries, a maioria das aventuras eram criadas no Brasil. Na revista chamava a atenção por não vestir sempre a mesma roupa, algo que não era muito comum.
Era uma repórter destemida, fugindo assim da simples namoradinha, mostrando na mesma a sua personalidade decidida e aventureira. Vestiu também fato de super heroína, apresentando-se como
SuperPata. Tinha o mesmo feitio do Donald, apenas sabia o controlar melhor. Foi criada por
Al Taliaferro, com o nome original de
Daisy Duck, aparecendo nas revistas em 1940, sendo publicada pela primeira vez no Brasil em 1973. É de longe uma das minhas preferidas.
Minnie - A companheira do
Mickey nunca teve muito impacto nas histórias em quadradinhos, ficando muitas vezes apenas como uma peça na disputa entre Mickey e
Ranulfo. Foi criada por
Walt Disney e
Ub Iwerks em 1928 (com o nome
Minnie Mouse), aparecendo nas revistas dois anos depois, e estreando-se no Brasil em 1972.
Enfurecia-se mais vezes do que o Mickey, e estava sempre a pedir-lhe para fazer coisas que este não pretendia, é o que me lembro mais das suas aparições.
Glória - Tem a particularidade de ter sido criada no Brasil, pelo grande
Ivan Saidenberg em 1972, como a namorada Hippie do
Peninha. Mais inteligente e calma que o seu parceiro, funciona como o contraponto sério, até quando veste o fato de heroína
Borboleta Púrpura, ajudando muitas vezes o
Morcego Vermelho. Apareceu em diversas histórias "imaginárias" dos alter egos do Peninha, como namorada, ou como uma simples personagem na história.
Rosinha - A namorada do
Zé Carioca (que por vezes tem concorrência do
Zé Galo) apareceu nas tiras de jornais em 1942 (não se sabe o criador), e apesar de não ter sido usada nos EUA, no Brasil era uma presença regular. Filha do milionário Rocha Vaz, Rosinha sofre com as atitudes do seu namorado, mas demonstra grande inteligência, conseguindo-o enganar em muitas ocasiões.
Na parte das vilãs tínhamos as seguintes personagens:
Madame Min - Uma bruxa simpática e poderosa, aparecendo primeiro no cinema e só muito depois nas bd's, onde apareceu um pouco por todo o lado, enfrentando o
Professor Pardal, vítima de assédio dos vilões que queriam a sua ajuda, tentando-a enganar (como os
Metralhas ou o
Bafo de Onça), ou indo atrás da sua paixão, o
Mancha Negra.
Tinha um aspecto típico de bruxa, mas raramente era malvada, ou apresentada dessa forma, com muitas das suas histórias passadas a tentar ajudar os outros, especialmente nas histórias do Brasil. Tinha a companhia do gato
Mefistófeles, e acompanhava a sua amiga Patalojika, mesmo contra a sua vontade. Teve algum sucesso no Brasil, estrelando em alguns almanaques e num dos míticos Manuais Disney. Foi uma presença regular entre as décadas de 60 e 80. Uma das minhas personagens favoritas.
Maga Patalójika - Criada pelo génio
Carl Barks, em 1961, Maga tornou-se uma das maiores vilãs do
Tio Patinhas, tentando sempre roubar o seu bem mais precioso, a
Moedinha nº1. Inspirado pela actriz
Sophia Loren, Barks desenhou-a fora do estereótipo das bruxas, dando-lhe um visual mais jovial, feminino e até sexy. Muito temperamental, perde a cabeça muito depressa, o que a impede de conseguir os seus objectivos. Tem a companhia do seu corvo
Laércio, na casa que tem perto do vulcão Vesúvio.
Bruxa Vanda - Mais uma bruxa, esta daquelas à moda antiga, acompanhada pela sua fiel vassoura
Jezebel, e o seu físico não engana ninguém. Criada por Barks em 1961, assim como Min, muitas vezes não era malvada, e perdia mais a cabeça com o
Professor Ludovico, e a sua insistência em provar que a ciência é melhor do que a magia, ou então com o
Pateta, que teimava em dizer que bruxas não existem. Gostava das suas aparições.
E agora um olhar sobre as outras mulheres das revistas Disney:
Vovó Donalda - Criada em 1943 nas tiras de jornais, por
Al Taliaferro,
Grandma Duck é a avó do Donald, Peninha e Gastão, uma mulher muito trabalhadora, que vivia num sítio nos arredores de Patapólis. Com a ajuda de Gansolino, Vovó vive a sua vida pacatamente, tentando-se manter fora das confusões na cidade, e não tendo problemas em chamar a atenção tanto o Patinhas como o Donald. Teve um manual em seu nome também, com receitas culinárias e outras informações.
Clara de Ovos e Clarabela - Duas personagens secundárias, amigas da Minnie, que apesar de aparecerem muito esporadicamente, são bem conhecidas por todos. Clara (
Clara Cluck no original) foi criada por Walt Disney em 1934, e é uma galinha antropomórfica que é conhecida por ser uma grande cantora, aparecendo um pouco por todo o universo Disney.
Já Clarabela apareceu em 1930, por
Floyd Gottfredson, e é a namorada de Horácio e também uma grande amiga do Pateta. Nunca foi muito clara a sua personalidade, muitas vezes aparecia apenas como uma dama em apuros, mas lembro-me de histórias dela como repórter.
Pata Hari - Parceira do espião
00-Zéro, foi criada por
Al Hubbard e
Dick Kinney em 1956, com o nome
Mata Harrier, numa paródia óbvia a
Mata Hari. Não era tão desastrada como o seu parceiro, mas nem por isso era muito melhor. Ganhou mais destaque nas histórias criadas no Brasil, por Saidenberg, e eu era muito fã das histórias desta dupla de espiões.
Pata Lee - Uma pata hippie, neta de
Dora Cintilante (namorada do jovem Patinhas), foi criada por Romano Scarpa em 1966, e conhecida então no Brasil como Pata Ié-Ié, algo que mudou quando esta ganhou um grupo de amigos, passando-se a chamar de Pata Lee. Essa turma foi criada no Brasil, por
Arthur Fariá jr e
Luiz Podavin, um grupo de adolescentes liderados por Lee, que se metiam em algumas confusões típicas para a idade deles.
Existiram também sobrinhas, como as da Margarida, de nome
Lalá, Lelé e Lili, que eram somente contrapartes dos originais masculinos. As personagens aqui abordadas iam um pouco além disso, muitas delas com personalidades próprias e mais sucesso que muitas personagens masculinas.