terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ilustração: Don Lawrence



Brutal!
Infelizmente não se consegue fazer uma digitalização em condições por causa da textura do papel.
Esta ilustração veio em separata dentro de um dos livros da "Storm - The collection", todos os livros desta colecção trazem uma ilustração em separata.
:)

domingo, 22 de novembro de 2009

Anna Mercury Vol.1: The Cutter


O autor inglês Warren Ellis traz-nos mais obra de Banda Desenhada pela editora Avatar Press. Desta vez o seu principal companheiro é o extraordinário artista Facundo Percio, completamente desconhecido até aqui, e pelos vistos os “olheiros” da DC e Marvel andam um pouco distraídos! A Avatar Press está neste momento a rodear-se de excelentes artistas (como Paul Duffield em Freakangels e Juan Jose Ryp em Wolfskin) quase estreantes em grandes trabalhos de BD. Conjugando este sangue novo com autores já bem “batidos” e conhecidos (Warren Ellis, Garth Ennis, etc.) a Avatar Press está a fixar uma pequena faixa (mas bastante fiel) de um público que já está um pouco farto dos heróis “normais” norte-americanos. Warren Ellis já “caiu” neste blog algumas vezes ( Planetary, Authority, Freakangels, Ultimate Galactus), mas tem o seu trabalho espalhado por muitas mais obras e séries dignas de registo como Transmetropolitan, Hellblazer, Crécy, Astonishing X-Men, Gravel, Fell, etc.
Ellis imaginou uma estória que junta mundos paralelos, Ficção-Científica, espionagem e muita acção. Para isto serve-se da extraordinária arte de Facundo Percio, em que este demonstra que trabalha perfeitamente a figura humana, seja qual for a posição em que se encontre relativamente ao espaço. Existem sequências desenhadas por Percio que são autêntico cinema! Para além disso um desenhador europeu dá sempre mais “enchimento” à vinheta dando muito pormenor e profundidade aos segundos planos, tornando livro muito conseguido graficamente. Relativamente à estória, tive de ler duas vezes porque me perdia no meio dos conceitos envolvidos… e estes são interessantes! O conceitos de mundos paralelos é um pouco diferente do habitual, existem nove “bolhas” que orbitam a Terra e cada uma destas “bolhas” será um mundo paralelo. Estes existem sem que se possam ver uns aos outros, mas devido a fenómenos ocorridos anos atrás, vários governos da Terra mandam agentes a estes mundos para os estudar. No momento presente isso já não é muito normal, pois todos estes agentes acabam muito cedo no hospício com problemas mentais. Anna Britton é uma agente britânica muito resistente a estas idas e vindas de operações na “Constelação” (assim lhe chamam, a este grupo de mundos paralelos). Tudo começa quando o navio de guerra norte-americano USS Eldridge, num fenómeno estranho, desaparece da Terra e aparece no primeiro mundo que nos é apresentado nesta série. Apesar de provocar destruição em Nova Ataraxia, o facto foi atribuído a causa divina. Ora neste mundo apenas existem duas cidades estado, New Ataraxia e Sheol, e os habitantes de Sheol nunca ligaram a este fenómeno por que não o presenciaram! New Ataraxia por intermédio de tecnologia inversa tenta reproduzir a tecnologia presente no barco que lhes foi apresentado rodeado de enorme descargas magnéticas, e preparando-se para nova aparição de causa Divina… assim torna-se uma cidade estado altamente militarizada! Como a não houve mais aparições Divinas, culpam os habitantes de Sheol e declaram-lhes guerra. É aqui que os governos da Terra sentem que têm de intervir para ajudar Sheol, pois sentem-se culpados pelo que aconteceu. É também aqui que Anna Mercury (nome de código) entra em acção. Os objectos não orgânicos que são mandados para estes mundos paralelos sofrem um efeito de “boomerangue”, ou seja, passadas umas horas voltam ao mundo original não alterados… para seres orgânicos já não é bem assim! Estes têm um tempo determinado e bem curto para serem repescados senão o efeito “boomerangue” é-lhes fatal (explodem!). Para isso existe aparelho electrónico que serve de âncora e lhes dá energia que podem usar de várias maneiras: super-força, ausência de gravidade, hipnotismo e descargas electromagnéticas de emergência. É claro que quanto mais usarem a energia deste aparelho, menos tempo poderão estar num mundo paralelo. Anna Mercury está como um peixe dentro de água nestas mudanças de mundos paralelos, é exigente consigo própria, corajosa e com um sentido enorme de responsabilidade. Dá-nos a conhecer um mundo belíssimo imaginado por Warren Ellis e transposto para o papel por Facundo Percio. Ao mesmo tempo que existem muitos elementos “retro” (arquitectura, vestuário) de repente deparamo-nos com um comboio de alta velocidade e um sistema de transporte espacial entre New Ataraxia e a sua Lua: Mandragon.
Como extra neste livro está compilada no fim uma “art gallery” de paul Duffield, Facundo Percio, Juan Jose Ryp (espectacular) e Felipe Massafera , muito boa!
Já me perdi no meio de tanta escrita…
Ahh… não consigo fazer scans a páginas duplas, ficam vocês a perder! São lindas, algumas delas.
Boas Leituras!

Hardcover
Criado por: Warren Ellis e Facundo Percio
Editado em 2009 por Avatar Press
Nota : 9 em 10

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lançamento ASA: Asteroid Fighters Vol.1


Foi lançado no Amadora BD deste ano e é mais uma novidade de autores portugueses.
Rui Lacas apresenta uma estória num campo esquecido pelos autores portugueses: Ficção-Científica!
Ainda não conheço o livro, mas estou bastante curioso para o ler!
Fica o press release da ASA:

Após o primeiro cataclismo, em 2012, o planeta Terra vivia há quase 100 anos sem sobressaltos, defendido por uma nova tropa de elite, munida de indivíduos superpoderosos, os “Asteroid Fighters”…
Agora, a Terra depara-se com uma nova e inesperada ameaça… Três asteróides de origem desconhecida rumam em sua direcção e os “Asteroid Fighters” tentam tudo para salvar o planeta da destruição.
Mas terão os defensores da Terra armas suficientes para eliminar estes misteriosos asteróides?...

RUI LACAS: Argumentista e desenhador
Nascido em Maio de 1974, estudou na faculdade de Belas Artes de Lisboa e trabalha como ilustrador freelancer para publicidade. No campo da Banda Desenhada conta já com diversos álbuns publicados, dos quais se destaca “Obrigada, Patrão” galardoado em França com o Prémio de Melhor Argumento no Festival de Les Moulins, e também com diversos Prémios em Portugal, incluindo os de Melhor Álbum e Melhor Argumento no Festival de Banda Desenhada da Amadora em 2008.
Actualmente integra um colectivo de ilustradores situado na capital, “The Lisbon Studio”, de onde surgiu a ideia para este projecto inspirado no seu grupo de amigos.

Autor - Rui Lacas
Colecção: Autores portugueses
Número de páginas: 80
Tiragem: 1500 exemplares cartonados
ISBN: 978-989-23-0670-4


E... boas leituras :)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lançamento ASA: Blake & Mortimer - A Maldição dos Trinta Denários


A ASA continua "em cima" das edições francesas, editando este último álbum da famosa série Blake & Mortimer quase ao mesmo tempo da publicação original. Depois do "O Santuário de Gondwana" vem agora o nº19 desta série: A Maldição dos Trinta Denários.
Este último livro tem a assinatura do incontornável Van Hamme com desenho de René Sterne e Chantal De Spiegeleer.
A capa em cima é exclusiva da FNAC, à esquerda fica a capa original. Segue o press release da ASA:

Dia 20 de Novembro chega às livrarias a novidade da colecção BLAKE & MORTIMER.
Símbolo mítico da Banda Desenhada de qualidade para o grande público, esta série, com o decorrer dos anos, tornou-se um best-seller incontestável.
Intrigas policiais, arqueológicas ou científicas fazem destas aventuras um dos grandes clássicos da BD. Quem não se lembra de expressões como: “By Jove” ou “Goddam”?
Oito anos após “O ESTRANHO ENCONTRO”, Van Hamme, autor das séries XII e Thorgal, assina de novo um argumento de Blake & Mortimer, juntamente com René Sterne, falecido no decorrer deste trabalho e Chantal de Spielgeleer, autora da série “Madila” e que terminou os desenhos deixados pelo marido.

Mortimer foi convidado para se deslocar à Grécia para identificar uma espantosa descoberta arqueológica: os 30 denários de Judas. Amaldiçoadas, estas moedas seriam a manifestação física da cólera Divina! Se for parar a mãos corruptas, um tal artefacto conduzirá, certamente, à queda da Humanidade. E Olrik, precisamente, acaba de fugir da penitenciária de Jacksonville… Fantasma teológico ou realidade científica, o perigo é real!

Colecção: Blake & Mortimer
Autores: Jean Van Hamme, René Sterne e Chantal De Spiegeleer
Tiragem: 5000 exemplares cartonados (capa original)/1000 exemplares cartonados (capa Fnac)
ISBN: 978-989-23-0651-3 (capa original)/978-989-23-0652-0 (capa Fnac)
Número de páginas: 56

Boas Leituras

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Lançamento ASA: Sonho sem Fim


A ASA vai lançar amanhã o livro que conta a estória de Pedro Couceiro, piloto de automóveis português. Os proveitos deste livro revertem a favor das Aldeias de Crianças SOS. Os autores são o próprio Pedro Couceiro, Hugo Jesus (Central Comics) e Rui Ricardo.
Segue o press release da ASA:

Trata-se de uma biografia do conhecido piloto de automóveis Pedro Couceiro, que comemorou recentemente 25 anos de carreira desportiva. Este retrato da sua vida, desde a infância, quando era um pequeno cantor, até aos dias de hoje, já como piloto consagrado, pretende ser divertido e didáctico, e mostrar aos mais jovens que é possível concretizar os sonhos de criança. Ao longo destas páginas vai ainda encontrar retratadas figuras bem conhecidas, como Júlio Isidro, Eusébio, Manuel Gião e até Miguel Pais do Amaral.

Este livro resultou de uma edição conjunta com a Asa e os lucros da sua comercialização vão reverter a favor das Aldeias de Crianças SOS, instituição da qual Pedro Couceiro é embaixador. Esta informação vai ser colocada na capa, num sticker.

Está previsto o lançamento do livro para dia 19 de Novembro, com a presença de muitas caras conhecidas e da imprensa.

Autores : Pedro Couceiro, Hugo Jesus e Rui Ricardo
Nº páginas: 48
Tiragem: 2500 exemplares cartonados
ISBN: 978-989-23-0677-3

Boas leituras!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

20º Amadora BD: Últimos apontamentos


Para finalizar os meus apontamentos sobre o 20º Amadora BD vou fazer um balanço pessoal sobre o evento que decorreu, na vertente de visitante e de comprador.
Em relação à localização do evento já ouvi falar várias vezes da “Fábrica da Cultura”, ora como eu nunca conheci o festival sem ser no Fórum Luís de Camões, não sofro do saudosismo que muitas pessoas sentem quando fazem a comparação entre um local e outro. Para mim o Fórum é um bom local em si próprio, tendo apenas a pecha de possuir poucos lugares de estacionamento. Quando oiço falar da estação de Metro até me arrepio… acho que nunca iria a tal lugar para um festival do que quer que fosse! O segredo estará de certeza em potenciar ao máximo o Fórum Luís de Camões. Em relação à dispersão de exposições e outras actividades noutros locais da Amadora, eu como visitante de fora do concelho só tenho de discordar! Não conheço a Amadora e nunca irei andar às voltas pela cidade para descobrir uma exposição aqui e acolá. Agora se essas exposições e actividades são direccionadas apenas para os habitantes locais, penso que será uma estratégia como outra qualquer, neste caso e para mim, é má!
A primeira impressão que eu tive deste festival foi o “logo” e toda a decoração feita pelo Rui Lacas. Muito boa, foi a primeira vez que eu gostei de um cartaz de um festival de BD! Outra interessante decoração interior foram os “bonequinhos” feitos no site do Amadora BD, por quem aderiu a esta iniciativa, e impressos nas paredes do corredor do piso 0. Foi um toque pessoal de muitos visitantes do festival, que assim contribuíram na decoração do evento.
Gostei da muita gente que encheu literalmente o Fórum durante os três fim-de-semana que durou o evento.
Agora por partes:
Exposições
Não vi as que se encontravam espalhadas pela Amadora (mais uma vez), mas na generalidade as sediadas no Fórum Luís Camões eram muito boas. Vou referir pela sua excelência a exposição de Lepage e a dos autores polacos. Foram das melhores exposições que já vi relacionadas com BD. Pela negativa a dos 50 anos de Asterix. Compreendo que seria difícil obter pranchas originais deste herói, pois por toda a Europa se comemorava o mesmo evento, mas por isso mesmo era necessária mais imaginação por parte do responsável por esta exposição. Em relação à disposição das exposições penso que se encontravam bastante bem dispostas pelos dois pisos, e vou fazer referência à dedicada a Rui Lacas, muito bem conseguida, e à mostra histórica dos 20 anos do FIBDA.
Autores
Muitos, e muitos portugueses. Gostei do espaço, muito melhor que no ano passado, com os “slots” bem dispostos em linha, permitindo aos “caçadores de autógrafos” situarem-se bem em relação aos autores. Compreendo que será difícil trazer alguns autores de renome, sobretudo norte-americanos e japoneses (parece que são extremamente exigentes…), mas acho que esteve bem em relação à qualidade e quantidade de nomes. Neste aspecto acho que se deveria privilegiar mais autores com obra publicada por cá, para não haver problemas de má disposição como aconteceu com os polacos… quer dizer, o homem chateou-se porque as pessoas lhe levavam folhas em branco para ele fazer um sketch, mas se ele não tinha obra publicada cá, nem à venda em língua estrangeira no recinto comercial, o que é que ele queria?
Adorei a disponibilidade dos autores portugueses que na sua generalidade foram muito profissionais nos seus sketch, embora Ricardo Cabral não tenha sido feliz no tema das aguarelas com que brindou muitos dos leitores presentes.
De qualquer maneira, e estou a falar sem perceber muito do assunto, julgo que se houver contactos atempados entre a direcção do festival, editoras e livreiros se poderia ter um lote ainda melhor de autores estrangeiros.
Já agora, acho que não vale a pena marcar autógrafos para as 15:00, visto que nunca começam a essa hora…
Espaço Comercial
Bem, acho que neste aspecto está toda a gente de acordo! Estava mal dimensionado, escuro, escondido, claustrofóbico. Não estava amigo nem dos livreiros nem do público. Vou repetir mais uma vez, aquele mono central estragou toda a área. Retirou visibilidade e impediu que existisse um zona de descanso com mesas e cadeiras, que promoveriam mais aqueles momentos em que fãs BD que só encontram nesta altura se sentam para falar do “vício”, e em vez disso tínhamos de estar de pé a trabalhar para as varizes.
Prémios
Normalmente não gosto muito de falar deste assunto porque acho o sistema injusto. Mas este ano eu possuía todos os livros a concurso (autores portugueses) e sinceramente nunca pensei que a Metrópole Feérica ganhasse os três prémios! Não estou a menosprezar o livro, gosto bastante dele, mas é um livro que está na fronteira entre a BD e a ilustração. Sendo o prémio para Banda Desenhada achava que tanto “A Fórmula da Felicidade” como o “Menino Triste” dividissem os prémios!
Bem, junto-me ao Refém e ao Verbal, que segundo dizem não percebem nada de BD, assim como eu.
Off-topic … estamos em começar a organizar uns almocinhos para nós e mais alguém que se queira juntar mas que não perceba nada de Banda Desenhada :D
Lançamentos
Houve bastantes de autores portugueses! Viva! Nota positiva para esta situação.Alguns deles poderão já ter visto aqui no Blog:
BRK
Israel: Sketchbook
Mucha
Bang Bang Ultimate Vol.1
Outros houve, mas que eu ainda não tenho como é o caso de Asteroid Fighters (Rui Lacas).
Compras
Havia muita escolha entre as várias lojas presentes (mais um vez e infelizmente a BD Mania não esteve presente), desde BD Nacional, traduzida, em inglês, espanhol e inglês. Claro que fiz algumas compras e vi alguns livros bastante interessantes e difíceis de encontrar.

O balanço é positivo, diverti-me bastante, encontrei bastante gente interessante e claro que vou repetir para o ano. Espero que a direcção comunique mais com os outros intervenientes no festival, para que as falhas que vão surgindo sejam minoradas ou mesmo eliminadas. Sei que é difícil resolver alguns problemas devido à grande dimensão do festival, mas isso deveria servir de estímulo à direcção para os resolver! Acho que comunicação é palavra-chave para muitos dos pontos negativos que aconteceram este ano.
Em relação ao desafio de Mário Freitas da Kingpin Books, “Amadora 2009 - Eu contribuí. E vocês?”, eu só posso contribuir com a divulgação do evento, o que eu acho que fiz, e com a minha presença ao longo dos três fim-de-semanas que durou o evento, dando a minha opinião sobre aspectos positivos e outros não tão bons a alguns membros da direcção do Amadora BD. De resto a minha intervenção só pode ser apenas de informação.
Ficam links para outras opiniões, sobretudo de alguns livreiros que vêem o festival com olhos:

20º Amadora BD - As minhas impressões finais
Amadora 2009 – Eu contribuí. E vocês?
As "notas" esmiúçam o Amadora BD

Para finalizar mais umas fotos de autores presentes este ano.


Achdé




Boucq




David Lloyd




David Soares




François Schuiten




Gisela Martins




Korky Paul




Mário Freitas




Maurício




Natália Batista




Yosh




Lançamento Bang Bang Ultimate Vol.1 - Hugo Teixeira e Machado Dias




Lançamento Asteroid Fighters Vol.1 - Maria José, Rui Lacas e Pepe

Ufaa... isto deu trabalho!
:D

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Bang Bang Ultimate Vol.1


Depois destas mini-férias do Leituras de BD, volto com o meu último livro de autores portugueses que foram promovidos ou lançados durante o Amadora BD. Assim temos Bang Bang Ultimate Vol.1 de Hugo Teixeira, que compila em formato Manga (Tankobon) os dois primeiros volumes Bang Bang já editados (em formato norte-americano - TPB), mais a respectiva continuação equivalente a um terceiro volume.
Já tinham sido referidos aqui no blog os dois primeiros volumes desta série, Bang Bang, edição pela Pedranocharco. Na altura queixei-me de falta de cuidado em muitas pranchas, agora irei queixar-me não do autor mas da edição (mas já lá vamos...).
Nota-se que houve um esforço de Hugo Teixeira para que a qualidade global do desenho subisse de nível, o que foi conseguido, e de certeza que para os próximos volumes teremos um Bang Bang ainda melhor se este aumento de qualidade continuar .
Em relação à estória, esta continua ainda muito no princípio embora tenha tido alguns desenvolvimentos interessantes. Gostei da descrição gráfica da cidade ("Poison City") onde Kitsune e Tora tentam escapar do planeta através de conhecimentos no submundo desta cidade que Tora possuía. Gostei também dos policias :)bey! (Eheheh)
Falando da edição... foi a desgraça! O interface dos programas entre a gráfica e a edição não funcionou ficando a qualidade gráfica imediatamente comprometida. A razão apontada pelo editor para não ter visto as provas, falta de tempo e o livro tinha de sair no Amadora BD, para mim não são muito válidas. Um produto difícil de vender em Portugal, como é a BD, tem apresentar qualidade gráfica no mínimo! Depois do autor fazer um esforço para subir o nível da arte não se compreende a descida de qualidade da impressão, e sobretudo apresentá-la ao público assim. Foi tão à pressa que nem o nome do Hugo Teixeira consta da capa! Acharia preferível que o livro saísse depois do Amadora BD com uma edição em condições, do que durante o evento com todas aquelas falhas.
Durante a apresentação do livro, H. Teixeira fez saber que sairão mais dois livros similares a este no formato e quantidade de páginas, espero eu que com muito melhor qualidade de edição (e já agora o nome do autor na capa).
A nota reflecte e penaliza a edição da Pedranocharco, não o autor.
Para terminar... gostei muito da capa, e fico à espera do próximo.
Como o Hugo decidiu mostrar duas versões da mesma página no seu primeiro comentário, eu coloco aqui para verem a diferença.

Página 116 (como ficou no livro)



Página 116 (como devia ter ficado no livro)


Boas leituras!

Tankōbon (単行本)
Criado por: Hugo Teixeira
Editado em 2009 por Pedranocharco
Nota: 6 em 10

sábado, 7 de novembro de 2009

Mucha


Livro de terror editado durante o 20º Amadora BD, com textos de David Soares (A Última grande Sala de Cinema), lápis de Osvaldo Medina (A Fórmula da Felicidade) e arte final de Mário Freitas (Super Pig). É mais uma das edições lançadas durante este evento em que os portugueses estão em grande, decididamente!
Este é um género de registo que eu gosto muito em Banda Desenhada, mais que no cinema, e foi quase um reviver dos livros assinados por Ross Pynn (Roussado Pinto) da década de 70 com a revista Zakarella! Tenho bastantes livros do género, mas este é o primeiro com moscas gigantes (e nojentas também…)! Gostei na generalidade desta BD em modo “film noir”, sobretudo da expressão gráfica imposta a muitas das vinhetas, fazendo sobressair emoções derivadas do medo como repulsa e nojo. A própria protagonista, se é que se pode chamar assim, está numa situação de gravidez e isto gera também outro tipo de sentimentos que dão mais relevo ainda aos já referidos acima.
Gostei muito do trabalho de Osvaldo Medina, aqui num registo completamente diferente de “A Fórmula da Felicidade” (que não ganhou nenhum premio - ainda estou para perceber porquê) porque a estória de David Soares, e presumo que a planificação das vinhetas e pranchas seja também deste autor, necessitava de algo mais “sujo” e feio que o anterior trabalho deste talentoso artista. Aqui mostra que é bastante versátil. Quanto ao trabalho de arte finalista de Mário Freitas, acho que está bem feito. Numa Banda Desenhada a preto e branco o trabalho do arte finalista é muito importante, pois é ele que faz o trabalho final que irá ser impresso, e Mário Freitas não compromete, antes pelo contrário.
Quanto à estória propriamente dita acho que dava “pano para mangas” se os responsáveis pela edição do livro alargassem o número de páginas. A ideia é boa mas estória fica muito contida dentro daquelas 32 páginas. O trabalho de planificação da acção está bom, sobretudo se pensarmos que terá de ficar dentro das referidas 38 páginas. Penso que se o livro fosse um pouco mais alargado, permitia mais variações de velocidade e compreensão de algumas cenas… não sei se tal seria possível mas é a minha opinião. Em relação ao alemão falado no fim do livro, eu posso imaginar o que eles estão a dizer, mas nunca tenho a certeza… poderiam ter colocado a tradução numa página fora da “zona gráfica” (como aconteceu no volume 6 dos Passageiros do Vento).
Em relação à estória, bem, esta é mesmo para ser lida e absorvida por cada um. Acho que cada leitor terá uma opinião bem diferente dos outros, pois uma é estória muito aberta a interpretações pessoais por parte dos leitores.
Esta estória foi baseada na peça de teatro Rhinocéros do romeno Ionescu. Sem se perceber aparentemente porquê, os habitantes de uma aldeia vão-se transformando em gigantescas e ávidas moscas gigantes, excepto o carteiro e a aldeã Rusalka. O não perceber no imediato o que está a acontecer por parte do leitor, é o pormenor mais delicioso do livro.
Depois disto tudo, resta-me desejar…
Boas Leituras!

Softcover
Criado por: Osvaldo Medina, David Soares e Mário Freitas
Editado em 2009 por Kingpin Books
Nota : 7,5 em 10

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

20º Amadora BD: Alterações para o Último Fim de Semana (ÚLTIMA HORA)


Infelizmente por um lado e agradado por outro fui recebendo alguma informação relativa a alterações nos convidados do 3º e último fim de semana do Amadora BD.
Para tristeza minha um dos autores que eu queria mesmo conhecer não pode comparecer por força maior... chama-se Alfonso Azpiri e tem uma arte da qual sou fã!
:(

Como já noticiei mais atrás, os autores da série de culto "Cidades Obscuras" (da qual a ASA editou pouco tempo atrás o 10º tomo, A Teoria do Grão de Areia Vol.1) estariam presentes os dois para receberem o prémio atribuído pelo júri do Amadora BD, e para além disso iriam dar também autógrafos. Infelizmente o argumentista Benoît Peeters não poderá vir devido a doença. O prémio será entregue ao fim da tarde (por volta das 19 horas, mas de certeza que atrasará) e os autógrafos serão a partir das 16 horas.
Para além dos referidos autores das "Cidades Obscuras", Schuiten e Peeters, foram acrescentados Matthias Lehmann (MOT) e Batem (Marsupilami).


Assim fica a seguinta grelha de autores presentes:

7 de Novembro
15 Horas
David Lloyd, Ricardo Cabral, José Ruy, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, José Garcês, Matthias Lehmann, Batem
16 Horas
Javier Isusi, David Lloyd, Rui Lacas, Ricardo Cabral, José Ruy, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, António Jorge Gonçalves, José Garcês, Matthias Lehmann, Batem, Zbigniew Kasprzak, Grazyna Kasprzak
17 Horas
Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, José Garcês, António Jorge Gonçalves, Pedro Leitão, Hugo Teixeira, João Mascarenhas, Matthias Lehmann, Batem, Zbigniew Kasprzak, Grazyna Kasprzak
18 Horas
Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Pedro Leitão, Hugo Teixeira, João Mascarenhas, Matthias Lehmann, Batem, Zbigniew Kasprzak, Grazyna Kasprzak

8 de Novembro
15 Horas
Ricardo Cabral, João Mascarenhas, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, Hugo Teixeira, Zbigniew Kasprzak, Grazyna Kasprzak
16 Horas
François Schuiten, Javier Isusi, David Lloyd, Rui Lacas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, João Mascarenhas, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, Hugo Teixeira, Luís Henriques, Matthias Lehmann, Batem
17 Horas
François Schuiten, David Lloyd, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, João Mascarenhas, Luís Henriques, Matthias Lehmann, Batem
18 Horas
François Schuiten, David Lloyd, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Luís Henriques, João Mascarenhas, Matthias Lehmann, Batem

Para além disto parece que os concorrentes ao Cosplay deste ano batem todos os recordes de participação! Prevê-se um fim de semana bastante animado com o Fórum Luís de Camões invadido pelos participantes neste concurso. Não se esqueçam de ter a máquina fotográfica a postos (e umas gargalhadas também...)!
:D

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Israel: Sketchbook


Israel…
Terra envolta em mistério para a maior parte dos portugueses, apenas conhecida pelo português comum pelas notícias “bombásticas” que passam pelos nossos órgãos de comunicação social.
Ricardo Cabral com este diário de viagem ilustrado, mostra aquilo que não vemos, não sentimos e não cheiramos. Mostra um Israel real, a vida do um povo no seu dia-a-dia e o seu quente quotidiano.
Este autor teve a sua primeira edição com o livro Evereste, este focado nos Himalaias e homenageando o alpinista João Garcia, em 2007. Ricardo Cabral começou o seu percurso em direcção às artes frequentando a Escola António Arroio, licenciando-se mais tarde em pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Neste momento trabalha como ilustrador “freelancer”.
Este livro é um olhar muito pessoal sobre o país e o quotidiano do povo israelita. O autor visitou Israel durante o Verão de 2007, voltando lá mais duas vezes depois desta, para concluir o projecto.
É um livro muito bonito e do qual não há muitas palavras para dizer. As ilustrações estão muito boas retratando a alma dos locais representados, negligenciando propositadamente o rigor real da fotografia.
À qualidade deste artista pede-se mais Banda Desenhada! Não sei se está nalgum projecto de BD, mas gostaria de algo mais de Ricardo Cabral neste registo.
Ficam cinco ilustrações pertencentes a este “sketchbook” para vocês apreciarem a arte presente em ”Israel”.






E pronto, neste livro as ilustrações são raínhas, ocupando quase tudo, não valendo a pena dizer muito mais :)

Em relação aos sketch/autógrafos feitos no Amadora BD por este autor, estes ficam um pouco aquém das expectativas dos proprietários dos livros... atenção Ricardo, penso que não é por mal, mas provavelmente os possuidores do livro Israel deviam ter outras expectativas em relação aos sketchs feitos...

Hardcover
Criado por: Ricardo Cabral
Editado em 2009 pela ASA
Nota : 8 em 10

terça-feira, 3 de novembro de 2009

BRK


Desde o tempo em que saía no BD Jornal que eu tinha uma certa curiosidade em relação a esta obra de Filipe Pina e Filipe Andrade. Visto que eu não era fã do formato do BD Jornal nunca o comprei, logo desta Banda Desenhada apenas conhecia algumas páginas que iam sendo colocadas pelos autores no Fórum do Portal Central Comics. Gostei do “aspecto geral” da arte, visto que não sabia nada da estória, apenas a sinopse.
Filipe Pina (texto) e Filipe Andrade (desenho) são dois jovens autores (30 e 23 anos, respectivamente) que se juntaram em 2006 para este projecto. E é um bom projecto! Faz falta na nossa BD nacional este tipo de livro pois é chamativo para os jovens, ou não seja o protagonista e a maior parte das personagens bastante jovens. Gostei de ver no Amadora BD muitos jovens com o BRK debaixo do braço. E em relação a uma mini polémica que ouvi entre gente mais adulta acerca do protagonista fumar… bem, foi assim que foi idealizado e é assim que fica bem! Como costumo dizer, ninguém começa a fumar por causa da Banda Desenhada e ninguém deixa de fumar por causa dela. Há personagens que para mim perderam o completamente o carisma quando lhe retiraram o cigarro, com a desculpa de que seria um mau exemplo para a juventude, ex.: Lucky Luke. Espero que o David continue a ser como é! Se deixar de fumar, que seja naturalmente…
Li o livro com bastante agrado, a estória corre fluida e com bom ritmo. O protagonista, David, está muito bem tratado psicologicamente e a Bia está “quase lá”. Acredito que no próximo volume também ela será mais bem caracterizada. Gostei muito de Ana, a super inteligente irmã de David, e espero que tenha uma boa utilização posterior! A arte está boa, recebendo influências várias e mescladas da melhor maneira, podendo conquistar assim leitores dos vários quadrantes da BD (Franco-Belga, Manga e Comics norte-americanos).
David é um jovem adolescente na” idade do armário”, mas com ideias bem sólidas sobre o mundo que o rodeia. A globalização para ele não é uma palavra oca! Devido a isso, é contactado pela ruiva Bia para fazer parte de uma organização não violenta que quer fazer uma revolução mental na sociedade vigente. É apresentado na sede da organização “Estalo” (BRK) e consegue ser aceite como membro, a partir daqui a acção torna-se mais rápida e com umas reviravoltas bem conseguidas! Claro que não vou pôr-me a contar a estória do livro, este terá de ser lido e recomendo-o aos jovens.
Espero que o segundo volume saia rápido, pois não convém deixar este tipo de estória pendurada, os jovens têm pouca paciência…
Dos livros novos de autores portugueses que estão a ser promovidos no Amadora BD, este foi o que eu gostei mais, embora haja outro (que eu ainda não li nem possuo) do Rui Lacas que me parece muito bom: Asteroid Fighters.
Boas leituras!

Softcover
Criado por: Filipe Pina e Filipe Andrade
Editado em 2009 pela ASA
Nota : 8,5 em 10

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

20º Amadora BD: Exposições


As exposições estão espalhadas pelos dois pisos do Fórum Luís de Camões, ficando no piso de entrada exposições relacionadas com os 20 anos deste festival (Almanaque), outra relativa aos autores portugueses do nosso tempo (Contemporaneidade Portuguesa), Colecção CNBDI com pranchas originais oferecidas por artistas a este centro e a exposição "20 anos de Concursos" (o nome diz tudo...). Agora, desculpem-me todos os intervenientes nestas exposições atrás mencionadas, mas aquela que eu mais gostei foi mesmo a do Rui Lacas. Vale mesmo a pena!
No piso inferior várias exposições de artistas nacionais e internacionais. Quase todas interessantes vou destacar duas porque me puseram de boca aberta, e outra pela negativa...
(Atenção, isto é tudo referente ao meu gosto, outros podem ter opinião inversa)
As duas que me chamaram mesmo a atenção foram a exposição de Emmanuel Lepage e a mostra de autores polacos, com o nome de Komiks!
Ambas me encheram o olho, Lepage já lhe conhecia o virtuosismo, os polacos pela enorme surpresa que a qualidade dos trabalhos expostos possuía. Penso que os autores polacos estarão presentes no último fim de semana... a não perder!
Pela negativa a exposição da bonecada em PVC do Asterix... deveria-se comemorar 50 anos da BD Asterix, ou seja, pinturas, pranchas, vinhetas e como acessório poderiam lá estar os bonequitos em PVC... estava à espera de bastante mais desta exposição. Fez-me lembrar a exposição "Star Wars" do ano passado, grandes expectativas acabam em grandes desilusões.
Ficam em baixo algumas fotos que eu tirei no Domingo (fim de semana passado) visto que no Sábado desse fim de semana esqueci-me da máquina fotográfica, e neste Domingo ficou sem bateria...
:s
As fotos são relativos ao piso inferior, visto que o piso da entrada já está retratado aqui.


Lepage









Colectivo de Autores Polacos











A exposição de Lepage foi das melhores que eu vi até hoje e é uma pena que por vezes a impressão em papel, por melhor que seja não consiga captar tudo o que está no original.
E pronto! Foram as duas exposições que me marcaram mais!

Não esquecer que ao vivo é muito melhor ;)

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