terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Vampirella Revelations
Como nome indica, este é um livro de revelações. Esta heroína tem sabido adaptar-se ao longo do tempo, e nada como um "twist" nas suas origens para renovar o personagem! Desta vez o guionista escolhido foi Mike Carey (Lúcifer, X-Men e Ultimate Fantastic Four), com arte de Mike Lilly (Nightwing) e Bob Almond (Black Panther).
Aos poucos as origens de Vampirella "Harris Comics" (de 1988 até hoje) vão-se distanciando da Vampirella "Warren Publishing" (1969 até 1983). Vão-se descobrindo novos pormenores da vida passada até se acabar neste livro, em que Vampi descobre que todo o seu passado é uma grande mentira...
Mais uma vez a arte usada em Vampirella é espectacular, tendo algumas pranchas de grande qualidade! Lilly e Almond fazem um trabalho de nível, quanto a Mike Carey, foi o escolhido para escrever uma estória que fosse sólida e credível, dentro do universo do personagem, claro, e que ao mesmo tempo fosse um marco de viragem e renascimento de Vampirella. Acho que foi bem sucedido!
Esta estória insere-se, mais uma vez, na grande luta dos editores actuais de Vampirella, para afastar o estigma da "bad-girl" deste personagem. Para isso Vampirella tem sido "escrita" por Alan Moore, Warren Ellis, Grant Morrison e Mark Millar entre outros, para demonstrar que o personagem tem densidade e estórias de qualidade, e não é só uma heroína de roupas mínimas.
Em Revelations, Vampi (depois de eliminar mais uns vampiros) decide ir falar com um místico para fazer uma regressão à sua infância, visto que as suas memórias estão cada vez mais confusas. Ao princípio tudo corre muito bem, mostrando imagens da sua mãe, Lilith, doente e do seu demoníaco amante Belial. É explicado que Lilith está a perder força devido à sua já longa prole de vampiros e demónios vários... todos eles ficam com um pouco da mãe! É então que que esta decide ter um filho com toda a sua força, puro, mais forte que todos os outros... por magia nasce Vampirella do solo de Drakulon e do sangue vertido de Lilith. É então criado um espelho que modifica ao longo do tempo as memórias de Vampirella, de maneira a elas serem sempre verosímeis para o personagem! Qual o verdadeiro objectivo de Lilith e Belial?
Isso cabe a vocês descobrirem. Já agora, e como nota de rodapé, este TPB tem alguns sketch lindos!
E já agora vão ao cinema ver um filme de vampiros diferente: Crepúsculo !
Boas leituras e um muito bom ano de 2009 para todos vocês!
Softcover (TPB)
Criado por: Mike Carey, Mike Llly e Bob Almond
Editado em 2006 por Harris Publications
Comprado em Vampirella.com Webstore
Nota: 8,5 em 10
domingo, 28 de dezembro de 2008
ElfQuest Archives Vol.1 & Vol.2
Série mítica da BD Norte- Americana que eu descobri há pouco, embora já tivesse ouvido falar. É uma criação do casal Wendy e Richard Pini.
Há trinta anos atrás (1978) saíam a preto e branco as primeiras revistas (comics) desta série de fantasia, que se propunha a contar as aventuras dos Wolfriders e seu chefe, Cutter.A primeira estória, ElfQuest #1, desta saga foi editada na revista "Fantasy Quaterly", que era editada pelo Independent Publishers Syndicate, ou seja... uma editora "underground". O casal Pini não gostou da qualidade da publicação, nem de estar entalado no meio de estórias que não tinham a ver e então decidiram criar uma empresa familiar: Wendy and Richard Pini Graphics (WaRP Graphics). O ElfQuest #2 já foi editado pela WaRP Graphics (mais tarde Warp Graphics), com capa a cores e em papel brilhante, sendo assim para todos os números seguintes. Com esta série de comics alternativos deu-se o feito notável para altura, de estes se colarem em sucesso ao "mainstream", com a particularidade notável também, de ser uma mulher a tomar conta de quase toda a parte criativa! Richard Pini apenas colaborou nalgumas narrativas, sendo o seu papel principal a parte comercial de ElfQuest.
A série original foi editada em 21 revistas, sendo que a última era composta por cartas e sketchs de material envolvente à série. A partir daqui houve uma série de sequelas e spin-offs, seguidos de nova série de antologia: ElfQuest 2 (publicada em 33revistas). Mais tarde a série inicial foi reeditada pela Marvel, que começou as primeiras edições a cores deste excelente material. Em 2003 a DC e os Pini acordaram em publicações desta editora "mainstream", mas ficando os Pini com os direitos criativos da série e personagens! Neste momento a DC já não tem os direitos para publicação e merchandise de ElfQuest... algo correu mal!
Os livros apresentados neste e em futuros posts sobre esta série referem-se à edição especial da DC Comics "ElfQuest Archives", que compreende a primeira série (as primeiras 20 revistas). Existem boatos de que os Pini e a DC tinham acordado em editar mais alguns "Archive", mas penso que apenas se trata disso: boatos!
A série foi apresentada de início como para crianças, mas depressa se vê que é tudo menos para a criançada, ou seja tem sexo implícito e cenas de bastante violência! A arte de Wendy Pini "engana" o leitor mais distraído, visto que os seus personagens são bastante agradáveis à vista, mas a estória por vezes consegue ser bastante cruel e violenta, tanto gráficamente como na sua narrativa. É nesta dualidade que Wendy Pini mostra a sua diferença, pois o seu traço simpático e feminino, quando necessário, transforma-se em força e brutalidade (de que normalmente não se está à espera).
O argumento é muito sólido e sem falhas, e a acção decorre quase sempre a grande velocidade, excepto quando a autora quer impor uma pausa... no fundo, para mim claro, a leitura desta série tornou-se viciante! Já só me falta o quarto volume e estou "em pulgas" para que chegue... felizmente os "Archives" editados pela DC cobrem toda a primeira série, não nos deixando a salivar por livros que não existem!
Falando da estória e até agora, Cutter, líder dos Wolfriders (elfos da floresta), defende o seu território das incursões dos Homens, assim como o faziam os seus antepassados. Os Homens com que este clã Elfo contactou, sempre foram violentos e radicais, querendo expulsar todos os Elfos a que preço fosse. A loucura apodera-se de um feiticeiro humano que ateia fogo a toda a floresta, com o fim de eliminar os Wolfriders. Estes conseguem escapar, mais os seus inseparáveis lobos, para os túneis dos Trolls... aqui sofrem a traição destes e desembocam fora da montanha, mas num deserto! Estes Elfos de tez muito pálida, e os seus lobos felpudos, vão sofrer muito aqui. Deixam um ferido para trás, mais a sua companheira, na esperança de encontrarem brevemente um sítio para viver. Acontece que chegam a Sorrow´s End, onde, e para abreviar, Cutter conhece a sua companheira: Leetah. Este clã de Elfos tem um aspecto diferente, são mais escuros para aguentar o sol tórrido daquele deserto, mas Sorrow´s End é um belo oásis onde os Wolfriders descansam e podem ser úteis. Aqui Cutter decide que vai partir em demanda de outros clãs Elfos... e a partir daqui leiam o livro:)
(Este post já vai muito comprido...)
Hardcover
Criado por: Wendy Pini e Richard Pini
Editado em 2003 (vol.1) e 2005 (vol.2) por DC Comics
Comprado no Book Depository e EBay
Nota : 10 em 10
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Boas festas, feliz Natal e... Van Dog
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Votação Online para a próxima série Asa/Público
Escolham aqui!
Valérian
Série de Ficção-Científica em que acompanhamos Valérian e Laureline nas suas aventuras espácio-temporais. Esta série encontra-se entre as minhas preferidas e é graficamente de uma enorme riqueza, inclusivamente Méziéres trabalhou em alguns filmes em que ideias desta série foram aproveitadas (ex. 5º Elemento). Os textos de Christin têm flutuações de qualidade, mas sempre a um bom nível, sendo fácil encontrar analogias críticas sobre hábitos e estrutura da sociedade actual.
A série está quase toda editada em português, exceptuando os nº 0 e nº 19. Fica a lista de títulos, com os chamados “difíceis” numa cor diferente.
Les Mauvais Rêves (Dargaud)
A Cidade das Areias Movediças (Meribérica)
O Império dos Mil Planetas (Meribérica)
O País Sem Estrelas (Meribérica)
Bem-vindos a Alflolol (Meribérica)
Os Pássaros do Senhor (Meribérica)
O Embaixador das Sombras (Meribérica)
Nas Terras Programadas (Meribérica)
Heróis do Equinócio (Meribérica)
Metro Chatelet, Direcção Cassiopeia (Meribérica)
Estacão Brooklyn, Terminal Cosmos (Meribérica)
Os Fantasmas de Inverloch (Meribérica)
Iras de Hypsis (Meribérica)
Sobre as Fronteiras (Meribérica)
Armas Vivas (Meribérica)
Os Círculos do Poder (Meribérica)
Os Reféns do Ultralum (Meribérica)
O Órfão dos Astros (Meribérica)
Por Tempos Incertos (Meribérica)
Au Bord du Grand Rien (Dargaud)
A Ordem das Pedras (ASA)
Fora de colecção:
Os habitantes do Céu (Meribérica)
Pelos Caminhos do Espaço (Meribérica)
XIII
Jean Van Hamme e William Vance criaram XIII, um personagem amnésico que acordou numa praia, tinha uma única indicação, uma tatuagem com símbolos romanos... XIII !
É atacado sem saber porquê, mas defende-se como se tivesse um grande treino militar! XIII percebe que não é uma pessoa vulgar, assim sendo, nesta estória de espionagem, ele vai tentar saber tudo sobre o seu passado!
Aqui ficam os livros:
Dia do Sol Negro (Meribérica)
Para Onde Vai o Indio (Meribérica)
Todas as Lagrimas do Inferno (Meribérica)
Spads (Meribérica)
Alerta Vermelho (Meribérica)
Dossier Jason Fly (Meribérica)
Noite de 3 de Agosto (Meribérica)
Treze Contra Um (Meribérica)
Por Maria (Meribérica)
Cascador (ASA)
Trois Montres d'Argent (Dargaud)
Le Jugement (Dargaud)
The XIII mystery - L'enquête (Dargaud)
Secret Défense (Dargaud)
Lachez les Chiens! (Dargaud)
Opération Montecristo (Dargaud)
L'Or de Maximilien (Dargaud)
La version Irlandaise (Dargaud)
Le Dernier Round (Dargaud)
Esta é uma série que é ainda fácil de arranjar os números editados em português.
MarsupilamiPersonagem criado por Franquim na série Spirou e Fantásio, e do qual ficou com os direitos. Tem alguns álbuns editados em português, mas bastante salteados! A saber:
Capturem um Marsupilami (ASA)
A Cauda do Marsupilami (ASA)
O Bebé do Fim do Mundo (ASA)
O Marsupilami Negro (ASA)
O Pólen do Monte Urticando
Baby Prinz (Marsu Productions)
Fordlândia (ASA)
O Olho da Boavista (ASA)
Le Temple de Boavista (Marsu Productions)
Le Papillon des Cimes (Marsu Productions)
Rififi en Palombie (Marsu Productions)
Houba Banana (Marsu Productions)
Trafic à Jollywood (Marsu Productions)
Le Défilé du Jaguar (Marsu Productions)
Um Filho de Ouro (ASA)
Que Palhaçada é Esta? (ASA)
L'orchidée des Chahutas (Marsu Productions)
Tous en Piste (Marsu Productions)
Robinson Academy (ASA)
Magie Blanche (Marsu Productions)
Viva Palombia (Marsu Productions)
Série divertida e os títulos em português são ainda fáceis de adquirir!
Ric Hochet
Série de enorme sucesso em França, em que um jornalista (Ric Hochet) investiga os casos mais intrigantes... um bom policial em BD!
Só vou por aqui os álbuns editados em português, porque a série já vai no livro nº 75 e ainda não acabou! Os livros em português desta criação de André-Paul Duchâteau e Tibet são:
Os 5 Fantasmas (Bertrand)
Os Espectros da Noite (Correio da Manhã)
O Monstro de Noireville (Bertrand)
Ric Hochet Contra o Carrasco (Bertrand)
Investigação no Passado (Bertrand)(Correio da Manhã)
Os Signos do Medo (Bertrand)
Alerta! Extraterrestres! (Futura)
Inimigo Através dos Séculos (Futura)
Operação 100 Milhões (Publicações Dom Quixote)
O Fantasma do Alquimista (Publicações Dom Quixote)
O Escândalo Ric Hochet (Correio da Manhã)
Se esta fosse a série escolhida, não sei como se iria proceder a uma escolha entre 75 livros... eheheheh
Os Passageiros do Vento
Para saber toda a minha opinião sobre esta fabulosa estória, do género aventura histórica, só tem de clicar no link em cima!
Gaston LagaffeMais uma série cómica com um protagonista criado pelo belga Franquim, também de sucesso, e do qual ainda foram editados bastantes livros em português. São eles:
Gaffes et Gadgets (Dupuis)
Gala des Gaffes (Dupuis)
Gare aux Gaffes (Dupuis)
Gaffes à Gogo (Dupuis)
Gaffes en Gros (Dupuis)
Les Gaffes d'un Gars Gonflé (Dupuis)
Gaffes e Estragos (Meribérica)
Um Bronco que só dá Bronca (Meribérica)
Lagaffe faz das suas (Meribérica)
O Caso Lagaffe (Meribérica)
O Gigante do Disparate (Meribérica)
Gaffes, Broncas e Argoladas (Meribérica)
O Bando dos Broncos (Meribérica)
Lagaffe só à Estalada (Meribérica)
A Saga das Gaffes (Meribérica)
Foram também editados pela editora Arcádia:
O Bando das Broncas
Burrices Barracas e Broncas
Dabronca dá Bota
O Caso Dabronca
Decálogo
A intriga incide sobre Nahik, um livro que pode ser considerado sagrado ou apenas um grande romance. Pode-se fazer uma analogia com os 10 mandamentos, mas de um ponto de vista muçulmano... inscritos na omoplata de um camelo! A narrativa anda da frente para trás e Frank Giroud convida um desenhador diferente para cada livro. A série foi editada em português pela ASA. À frente do nome do livro está o respectivo artista!
O Decálogo I - O Manuscrito - Joseph Béhé
O Decálogo II - A Fatwa - Giulio De Vita
O Decálogo III - O Meteoro - Jean-François Charles
O Decálogo IV - O Juramento - Tomaž Lavrič
O Decálogo V - A Vingança - Bruno Rocco
O Decálogo VI - A Troca - Alan Mounier
O Decálogo VII - Os Conjurados - Paul Gillon
O Decálogo VIII - Nahik - Lucien Rollin
O Decálogo IX – O Papiro de Kôm-Ombo - Michel Faure
O Decálogo X – A Última Surata - Franz
Uma grande série que eu não possuo... :P
Alix
Série com aventuras marcadamente históricas, em que Jacques Martin conta as aventuras do jovem Gaulês e do seu amigo Egipcio. Estamos em plena época de conquista pelas legiões romanas, e claro, plenas de intriga à boa maneira romana. Alix viaja por todo o Império Romano, é amigo de Júlio César e de Cleopatra, e numa dada aventura até a uma viagem à China tem direito! Jacques Martin por volta do número 20 começa a deixar o desenho a cargo de outros artistas, pois a idade não perdoa! Estão editados 27 livros, sendo que mais de metade foram traduzidos para português.
Alix o Intrépido (Edições 70)
A Esfinge de Ouro (Edições 70)
A Ilha Maldita (Edições 70)
A Tiara de Oribal (Edições 70)
Garra Negra (Edições 70)
As Legiões Perdidas (Edições 70)
O Último Espartano (Edições 70)
O Túmulo Etrusco (Edições 70)
O Deus Selvagem (Edições 70)
Iorix, "O Grande" (Edições 70)
O príncipe do Nilo (Edições 70) (ASA)
O filho de Espártaco (Edições 70) (ASA)
O Espectro de Cartago (Edições 70)
O Deus Vulcão (Edições 70)
A Torre de Babel (Edições 70)
Herkios, o Jovem Grego (Edições 70)
Vercingétorix (Edições 70)
O Imperador da China (Edições 70) (ASA)
O Cavalo de Troia (Edições 70)
Ó Alexandria (ASA)
Les barbares (Dargaud)
La chute d'Icare (Casterman)
O Rio de Jade (ASA)
Roma, Roma... (Casterman)
C'était à Khorsabad (Casterman)
L'ibère (Casterman)
Le démon du Pharos (Casterman)
Nesta série os livros das Edições 70 são bastante dificeis de encontrar...
Espero que tenha sido útil.
Boas leituras e boa escolha!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O Menino Triste - A Essência
João Mascarenhas faz um belo ensaio sobre o conhecimento, a arte e a essência desta. Por vezes parece que divaga, mas não! A dita divagação tem um propósito, um objectivo. O Menino Triste debate-se com o problema existêncial de todos os artistas, ou os que almejam a tal... o que é a arte? É a arte que cria o artista ou o contrário? Ou será que está tudo intrinsecamente ligado? Sim, será a natureza intrínseca da criação, a sua essência ou alma, que faz com que algo seja considerado arte?
Ehhehehe! Até eu já estou a divagar!
José Luis Peixoto faz um belo prefácio ao livro d´O Menino Triste e na contracapa temos pequenos comentários sobre este livro, como por exemplo de Geraldes Lino, Luís Louro ou António Vitorino de Almeida.
Não sei se devo, porque não sei se será assim, considerar o Menino Triste como o João Mascarenhas dentro de uma vinheta... mas se o quarto dele for assim tem muito bom gosto! Disco de vinil dos U2 (o Boy ou então o War), Blondie e Police nos seus primórdios; e para além disso modelos aeronáuticos... :)
Como podem ver, ou sentir, por esta pequena informação, a arte de Mascarenhas é bem detalhada... e para além do detalhe, que por vezes é genial, tem um estilo muito próprio do qual eu gosto bastante! Destaco em Veneza os passeios do Menino Triste na procura da inspiração, da essência, em que muitas vinhetas se passam sem uma única linha escrita, e no entanto dizem tanto sobre o que é belo...
Esta viagem ao interior de nós próprios começa em Coimbra, no quarto do Menino Triste onde se lê:"O que não se vê, apenas se revela, a quem saiba procurar dentro de si". Coimbra é descrita gráficamente num passeio inicial do Menino Triste, onde este se interroga sobre a arte, inspiração e criatividade, acabando por convidar um grupo de amigos para jantar em sua casa. Após alguns dialogos sobre o tema, e na tentativa de devolver ao Menino Triste a sua inspiração, estes convencem o Menino a fazer uma viagem, cujo destino acaba por ser Veneza na altura do célebre carnaval Veniziano... claro que é uma viajem introspectiva, ao seu interior, à sua alma!
Eu gostei! Foi uma boa surpresa, e recomendo. Penso que foi o primeiro lançamento do género da nova editora "Qual Albatroz", que está de parabéns porque a edição está com um bom nivel.
Boas leituras
Hardcover
Criado por: João Mascarenhas
Editado em 2008 por Qual Albatroz
Oferecido por um novo amigo
Nota : 8,5 em 10
sábado, 13 de dezembro de 2008
Os Passageiros do Vento
Para mim a obra-prima de François Bourgeon, e uma das melhores séries de Banda Desenhada jamais feita! Não é grande, apenas cinco volumes, mas muito bons. Bourgeon leva-nos ao século XVIII, em plena guerra entre Inglaterra e França, mais visível ao nível colonial. Mostra também a hipocrisia reinante, entre estas duas potências, quando tocava ao negócio de escravatura humana...
É um romance histórico, para adolescentes (crescidos) e adultos, em que Bourgeon faz um intenso estudo da época, desde os lugares aos costumes, roupagens e informação histórica geral, para o leitor estar sempre bem sintonizado com a época. Para isso serve-se de alguns personagens que praticamente servem apenas esse intuito... Uma grande parte da história passa-se no mar, logo, e para fazer jus a essas maravilhosas descrições, os barcos são detalhadamente desenhados, pode-se dizer, tábua por tábua! Mas assim como trabalhou na fidelidade dos seus modelos náuticos, também, segundo dizem os entendidos, as suas batalhas e estratégias militares marítimas também estão muito bem representadas graficamente.
Esta série foi-nos presenteada pela Meribérica e a sua edição foi composta por cinco tomos, são eles:
- A Rapariga no Tombadilho
- O Pontão
- A Feitoria de Judá
- A Hora da Serpente
- Ébano
Bourgeon acabou o primeiro volume em 1980, prolongando esta sua excelente obra até 1984. Foi iniciada por cá em 1987, sendo que a maior parte dos volumes foi reeditado, é bastante fácil obter ainda os primeiros quatro, infelizmente o quinto volume é bastante mais difícil, mas desde que haja empenho do leitor, ainda se consegue adquirir!
Esta série foi das que mais me influenciou na minha adolescência (em conjunto com mais duas ou três...), pois nunca pensei que houvesse BD assim! A dita BD histórica portuguesa era bastante "maçuda", e continua ser (com excepção a Camões, de Jorge Miguel), ou seja, passei do Asterix, Lucky Luke e Tintim para esta obra.
Bourgeon apresenta-nos uma história plena de acção, intriga, amor, sexo, coragem e extensas libações filosóficas sobre o ser humano, a escravatura e a liberdade. Estas últimas bem presentes e patentes no diário de Isabeau, e nas suas conversas com o médico do navio negreiro, Jean Rosselot.
Os Passageiros do vento conta o caminho da jovem Isabeau, uma jovem sem preconceitos de espírito livre, e por isso mesmo sofre bastantes agruras pois no seu tempo as mulheres só tinham uma função...
Isa vai de viagem acompanhando a "amiga" Agnés, incógnitas porque o Comandante não queria que os marinheiros soubessem que iam mulheres a bordo! Isa gostava demais de liberdade para se confinar aos seus aposentos , acabando por passear pelo barco vestida como homem, e é aqui que conhece o seu amor e uma ferramenta para a sua vingança, Hoel!
Nos três últimos volumes, é-nos mostrado cruamente o negócio da compra e escravatura humana!
Uma das melhores BD´s de sempre!
Boas leituras.
Softcover
Criado por: François Bourgeon
Editado entre 1987 e 1990 pela Meribérica
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Snake Woman Vol. 3: Tale of the Snake Charmer
E assim chegou ao fim a saga da Snake Woman, com o seu terceiro e último volume! É uma pena que a Virgin Comics tenha fechado portas, isto é, penso que mudou o nome para Liquid Comics após uma reestruturação que aconteceu entre Agosto e Setembro deste ano.Foi com a Snake Woman Vol. 1: A Snake in the Grass que eu comecei este blog, em Julho do ano passado (parece tão longe...), depois veio a segunda crítica, Snake Woman Vol. 2: The Faithful e vamos finalizar hoje, que é um caso raro ultimamente... acabar uma série no terceiro volume...
Esta série teve um grande defeito para mim, foi mudar o desenhador, enfim o grupo de trabalho esteve sempre com algumas mudanças, talvez por isso seja o "script" o melhor desta série... nunca mudou, foi sempre de Zeb Wells. Às vezes a arte teve resultados bem abaixo do pretendido. A ideia principal da estória estava óptima, tudo ao redor de uma antiga lenda e antigos deuses da Índia profunda... com uma maldição a cumprir, claro!
Jessica encontra-se agora na Índia, tentando controlar os seus impulsos interiores de Snake Woman e ao mesmo tempo muitas pessoas um pouco por todo o glogo terrestre sentem-se impelidas a viajar para esse mesmo lugar, porquê? Têm de ler o livro!
Neste livro juntam-se à trama mais dois importantes personagens, o Cobra King e a Snake Charmer... estes tentam chamar à razão a Snake Woman, provando-lhe que o seu instinto de vingança, resultado da maldição dos 68, é errado.
Jessica acaba por ceder, mas no fim vinga-se na mesma! A identidade do Cobra King esteve bem escondida durante toda a saga, apenas se revelando, e bem, neste último capítulo.
Foi uma boa estória, e espero que a Liquid Comics continue as duas outras estórias que eu acompanho da antiga Virgin. Numa delas, e segundo consta, está em preparação um filme: Ramayan!
Softcover
Criado por: Shekhar Kapur, Zeb Wells, Vivek Chinde, Dean Hyrapiet e Michael Gaydos
Editado em 2008 por Virgin Comics
Comprado na Central Comics
Nota : 7,5 em 10
sábado, 6 de dezembro de 2008
Batman: The Black Glove
Grant Morrison continua a sua intervenção no mundo do Morcego e que, segundo consta, vai levar à "morte" de Batman no próximo volume: R.I.P.!
Penso que esta dupla, Grant Morrison/J.H. Williams III, esta a funcionar muito bem neste arco de estória do Morcego, que como início tem uma reunião do Club of Heroes numa ilha privada pertença do milionário Jonathan Mayhew, aqui começa um verdadeiro quebra cabeças para Batman, pois os heróis deste clube patrocinado pelo Morcego, são cruelmente atacados, assassinados e torturados. O responsável "assina" Black Glove...
Depois de escaparem daquela ilha maldita, de que mal saíram com vida, Batman e Robin entram de cabeça num antigo caso de completa loucura: The Third Man.
Este tinha sido já aflorado num anterior livro, mas eu não lhe dei a importância devida na altura... Grant Morrison é assim... sempre a trocar-nos as voltas!
Um destes falsos Batman consegue aprisionar o legítimo, acabando por se saber que ele mais outros dois falsos Batman, foram criados como substituição em caso da morte do verdadeiro Batman... mas a tortura mental e física a que foram sujeitos (a todos de maneira diferente), provocou esta loucura e vontade de vingança!
Digamos que o Morcego fica em muito maus lençóis nesta altura, e que, quem orquestra tudo por detrás "do pano", está dar cabo de tudo o que Batman sempre acreditou!
Esta Black Glove está muito bem escrita por Morrison, que se adaptou lindamente ao espírito de Batman (põe inclusivamente muitos pormenores que vêm da Silver Age) e J.H. Williams III faz um óptimo trabalho nos lápis, em conjunto com Tony Daniel, claro, nesta complexa storyline da saga R.I.P.
Boas leituras
Hardcover
Criado por: Grant Morrison, Tony Daniel e J.H. Williams III
Editado em 2008 por DC Comics
Comprado no Book Depository
Nota : 8 em 10
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Comercial Vs. Alternativo
Logo aqui temos uma relação maioria/minoria, e em que será saudável este espaço alternativo, porque a Banda Desenhada tem de ser acessível e apreciada por todos! Mas temos de partir da premissa de que o mercado de BD, dita comercial, é saudável senão o nicho alternativo fica sem espaço! E desenganem-se os radicalistas alternativos se pensam que esse tipo de BD tão respeitável como os outros, possa sobreviver sem aquela coisa horrível que é a Banda Desenhada consumida pelo grande público!
Eu já ouvi alarvidades (ao vivo) de radicalistas alternativos dizerem que a “merda da BD comercial devia ser banida da face da Terra”! Que a cura para o panorama nacional da BD passaria pelo desaparecimento dessa coisa horrível que é a BD comercial...
Já agora, e perante este ponto de vista radical, posso fazer o seguinte exercício… Se eu fizer desaparecer da face da Terra a BD comercial, a alternativa passa a ser comercial, pois será a única que é vendida e publicitada… entretanto alguns autores começavam a desenhar diferente da BD instituída, passariam estes a ser os alternativos! Estes apoiantes veementes da então alternativa passariam a consumir o alternativo como sendo comercial. Ora sendo comercial, o alternativo, então, seria uma merda. Confundidos? Eu também… :)
Só posso considerar isso de uma obtusidade a toda a prova, provavelmente de alguém com pouco jeito para o desenho, pois se fizer assim uns riscos e umas caras esquisitas já é considerado alternativo, e o que é alternativo é conotado com intelectual, e o que é intelectual está acima da crítica do comum dos mortais... assim tolera-se a falta de jeito.
Já li muito bons livros de BD alternativa, assim como BD comercial que era um verdadeiro asco.
O problema não é se é comercial ou alternativo... o problema são os lobbies formados, que de alguma maneira restringem a própria BD, para dar ênfase àquela que acham que é a verdadeira, a boa, aquela que deve ser noticiada e apoiada. É lógico que quando uma minoria (porque é uma minoria) toma conta de canais privilegiados de comunicação com o grande público e apenas deixa passar a sua mensagem, e propagandeia quase a 100% apenas o dito alternativo, o grande público, ou seja as pessoas que compram, desligam-se… pois Banda Desenhada não serve para vestir nem para comer, serve para dar prazer e conhecimento! O comum dos mortais não olha duas vezes para a maioria dos livros de BD alternativa, e não vale a pena chamá-lo de ignorante, porque poderá não ser verdade. Chama-se alternativa, porque deverá ser alternativa a uma determinada forma de fazer, editar e estar da BD tradicional! Mas isto é para uma minoria…
Tem de haver espaço para o alternativo, para o Fanzine e para o experimental, mas estes espaços só existem quando aquilo que é consumido pelo grande público é absorvido, ou seja vendido! Aí uma editora pode investir/apostar num autor que fez uns quantos Fanzines promissores, ou editar uma obra alternativa, mesmo dando prejuízo! Para isso terá de se acabar com o elitismo!
Já agora, os organizadores dos poucos grandes eventos de BD no nosso país, que repensem os cartazes de propaganda a estes mesmo eventos. Não estou a apontar facas aos artistas que os fizeram, mas sim à escolha dos mesmos (cartazes). É minha opinião que esses cartazes são tudo menos comerciais, mas deveriam, mesmo, ser comerciais! Pois a publicidade serve para chamar o possível público consumidor, e não para afastá-lo! Porque o vulgar cidadão, com pouco contacto com o mundo da BD, ao ver aqueles cartazes vai dizer que aquilo é só para aquelas coisas esquisitas… a publicidade tem de ser apelativa para o grande público, e não para uns quantos fãs, nos quais eu me incluo. E sim, estou a falar dos cartazes de Beja, e sim estou a falar dos cartazes da Amadora! Não estou a falar dos eventos propriamente ditos…
Não se esqueçam de uma coisa, a BD para ressurgir no nosso país tem de vender e aí poderão surgir os alternativos, experimentais e mais importante que tudo: autores nacionais!
O grande público é o objectivo, se o foi nos anos 80/90 também o pode ser agora, mas não é com BD alternativa que vamos lá. Se este panorama continuar, haveremos de andar a oferecer fanzines uns aos outros para o resto da vida, e comprar importados comerciais, claro…
Concluo com a esperança de não tenha sido um post muito confuso, e também, com a esperança, que quem tem o poder de publicitar e fazer reviver a Banda Desenhada o faça, independentemente dos seus gostos pessoais, maneiras de pensar e inimizades de estimação!
Como é que um meio tão pequeno como é a BD portuguesa pode provocar tanta confusão?
domingo, 30 de novembro de 2008
Collection of Sha
"O conceito do renascimento na Terra... Leva-nos a acreditar que existe justiça no Universo."
C.J. Ducasse
Este livro baseia-se na mitologia pagã em que feiticeiras obedeciam ao culto da Mãe Natureza, ora como o livro se inicia em plena Idade Média... temos uma jovem feiticeira, Lara, condenada à fogueira, depois de atraiçoada pela amiga também bruxa, violada pelo monge e torturada cruelmente a mando do Duque e do Inquisidor. Lara pede à Deusa Mãe ajuda e vingança contra os seus carrascos, a qual é concedida após muitas reencarnações! Esta vem sob a forma de Sha...
Esta é um ensaio fabuloso de Banda Desenhada e marca o início da fabulosa "parceria" Pat Mills/Olivier Ledroit, que vai redundar no seguinte e não menos fabuloso Requiem : O Cavaleiro Vampiro! Já viram que eu não gosto nada desta dupla... :D
O traço e pintura completamenta gótica de Ledroit, ajusta-se que nem uma luva às estórias de Mills. A narrativa de Mills é absolutamenta irrepreensível e a complexidade e intensidade da estória é "vestida" com um detalhe impressionante por Ledroit.
Sha inicia a sua vingança passados mil anos após a condenação de Lara, e a Inpectora Duffy á chamada para a resolução dos estranhos assassinatos. O ambiente é negro neste futuro...
e Duffy vai tendo ao longo do livro uma cada vez maior afinidade com o espírito vingador, para além de visões e flashbacks de uma vida passada, e com um fim bastante sofrido!
Este livro não se conta, lê-se!
Esta é uma série de três livros levada a cabo por esta dupla, que foram compilados pela editora Heavy Metal em inglês. Em França também foi publicada uma compilação, após a saída dos três volumes.
Boa leitura!
Softcover
Criado por: Pat Mills e Olivier Ledroit
Editado em 2008 por Heavy Metal
Comprado em Book Depository
Nota : 10 em 10
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Absolute Sandman Vol. 3
Morpheus e seus irmãos são novamente apresentados em formato de luxo, ficando esta série à beira do seu final (já saiu o quarto e último volume). É inegável a qualidade da estória, apenas pecando por algumas vezes na arte... sim houve uns poucos artistas que deixaram um pouco a desejar, felizmente foram a excepção.
As duas estórias principais compiladas neste Absolute são
- Brief Lives
- Worlds' End
Este grande livro começa com três estórias antes de "Brief Lives", sendo a mais importante para a sequência do livro "The Song of Orpheus". Nesta estória aparece pela primeira vez Destruction, o irmão desaparecido. Todos os tios e tias de Orpheus, filho de Morpheu, comparecem neste casamento que acaba com a morte acidental de Eurydice! Estamos na Grécia antiga e suas lendas, todos conhecem a lenda de Orpheu que desceu ao Reino dos Mortos para resgatar a sua amada, e como todos sabem não conseguiu por culpa própria. Esta estória, assim como outras pertencentes aos volumes já editados, vão ser importantes para a compreensão da próxima, e pelos vistos para todas as últimas que irão sair no Absolute Sandman Vol. 4.
Em "Brief Lives" a irmã mais nova, Delirium, sente a falta do seu irmão desaparecido: Destruction. Assim tenta convencer os seus irmãos e irmãs a ajudar numa busca pelo seu irmão desaparecido... ingloriamente! Apenas Morpheu a resolve ajudar, não pelas melhores razões, apenas queria viajar um pouco para desanuviar a mente pois tinha tido um desgosto amoroso recente!
Em "Worlds' End", um casal tem um acidente de viação durante uma tempestade de neve e é atraído para uma "Pousada": World´s End. Esta estória é formada por pequenas estórias, todos os clientes desta pousada "pagam" a sua permanência contando uma estória... e estas preparam o fim...
É incluída também neste livro a pequena mas excelente estória "Ramadan", em que o rei de uma antiga e espetacular cidade, pede a Morpheu para a tornar imortal...
Boa leitura!
Slipcased Hardcover
Criado por: Neil Gaiman, Dave McKean, Sam Kieth, Mike Dringenberg, Michael Zulli, Daniel Vozzo, Jill Thompson, Vince Locke, Bryan Talbot, Mark Buckingham, P. Craig Russell, Jhon Watkiss, Dick Giordano, Michael Allred, Shea Anton Pensa, Alec Stevens, Gary Amaro, Kent Williams, Tony Harris, Steve Leialoha, Lovern Kindzierski, Sherilyn Van Valkenburgh e Todd Klein
Editado em 2008 por Vertigo (DC Comics)
Comprado em Amazon
Nota : 11 em 10
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Bang Bang
Hugo Teixeira editou, por intermédio da Pedranocharco, o segundo volume da série Bang Bang.
Esta série foi lançada como a primeira Manga portuguesa. Essa parte não sei, mas investigações dão Bang Bang como a primeira obra género Manga, editada com ISBN e Depósito Legal. Este segundo livro livro vem provar que Hugo Teixeira quer mesmo continuar a série e a editora Pedranocharco está a ter uma atitude bem positiva em relação a essa continuidade.
Quanto à arte de Hugo Teixeira (Htx), eu sou fã das suas aguarelas, como esta , e serei fã de Bang Bang quando o Hugo cuidar da arte final de cada vinheta como cuida de um sketch! Nota-se perfeitamente que existem muitas vinhetas acabadas à pressa, acabando por ficarem com um traço fraco... quando o Hugo desenhar as pranchas da sua BD com a qualidade dos seus sketchs para os mesmo personagens, a arte ficará excelente! O problema não é tanto as paisagens ou locais onde a estória está a decorrer, penso que é mais o trabalho nos personagens... por vezes muito bem no traço e na expressão, outras vezes completamente a despachar.
A estória é centrada numa personagem feminina, Kitsune, que tem como ocupação profissional "caçar" criminosos perigosos em qualquer parte conhecida do Universo, seja numa galáxia ou noutra. O ambiente é pós-apocalíptico e no primeiro volume Kitsune reencontra outro caçador de prémios. Juntos vão tentar abandonar o desolado planeta em que se encontram. Claro que têm os seus percalços antes de atingirem os seus objectivos. Penso que estes dois primeiros livros servem para apresentar os protagonistas Kitsune e Tora, e também para dar uma "luzinha" sobre os verdadeiros motivos de Kitsune ao tornar-se uma caçadora de prémios... e aqui temos uma cena que vem de um filme. Penso que o Hugo podia ter "arranjado" outra maneira de traumatizar a pequena Kitsune!
Eu para o terceiro volume quero uma arte mais homogénea para o lado positivo, claro, pois sei que que o autor é capaz! Só tem de ter mais paciência, e não apressar o final de cada prancha... quem faz sketch´s daqueles, é capaz de fazer muito mais!
A nota final é um castigo para quem podia fazer muito melhor!
Softcover (TPB)
Criado por: Hugo Teixeira
Editado em 2008 por Pedranocharco
Comprado no FIBDA
Nota: 6,5 em 10
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
História de O por Guido Crepax
A História de O! Um livro escrito por Anne Desclos, com o pseudónimo de Pauline Réage, que provocou bastante polémica em França aquando da sua publicação. Este livro em 1955 ganhou o prémio da literatura francesa Prix des Deux Magots, mas não se livrou de uns quantos processos por obscenidade movidos pelo estado Francês!
Foi editado a partir da compilação de "cartas de amor" de Pauline Réage para o seu amante,Jean Paulhan, que era grande amante da obra do Marquês de Sade. Este disse-lhe que ela nunca seria capaz de criar nada semelhante à obra do seu ídolo, e aqui nasce a História de O, com o prefácio "Felicidade na escravidão".
Este livro ainda teve uma sequela, Retour à Roissy, mas que eu saiba nunca foi adaptado à Banda desenhada. Guido Crepax, autor italiano nascido em 1933 em Milão, é um dos três grandes mestres do erotismo/pornografia na Banda Desenhada, isto é a minha opinião... claro! Os outros dois são Milo Manara e Eleuteri Serpieri. O seu grande ícone é Valentina, de qual eu penso que nada foi editado em Portugal, existindo deste personagem cerca de 21 uma histórias editadas entre 1968 e 1996.
Crepax falece em 2003 com 70 anos de idade. Este autor sempre teve preferências por hstórias violentas, com raparigas sofrendo (ou não) sexualmente em "teatros" sado-masoquistas e com muito grilhões, chicotes e queimaduras... daí que não teve grandes problemas em pegar nesta história polémica e adapta-la à Banda Desenhda.
Pelo expressivo traço de Crepax é contada a história da uma linda fotógrafa de Paris com o nome de O, cujo objectivo na sua vida é tornar-se escrava sexual do seu grande amor!
Este leva-a para o castelo de Roissy onde ela vai ser iniciada em submissão sexual. Aqui, O, é acorrentada, chicoteada, violada por inúmeros homens... enfim, seviciada por toda a gente naquele castelo! O deixa fazer tudo com o objectivo de agradar ao seu namorado, mas quando sai do castelo, já convenientemente versada em submissão sexual, o seu namorado oferece-a ao seu melhor amigo, que tenho de dizer que é um sádico de primeira... o resto da estória e outros pormenores estão no livro! :) Este livro tinha sido editado pouco depois do 25 de Abril de 1974, (1976) pela editora "Edições Sergio Guimarães"!
Boas leituras (e cuidado com esta...)!
Softcover (capa mole)
Criado por: Guido Crepax
Editado em 2006 pela Marginália
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Hellboy Vol.2 Library Edition
Saiu a segunda colectânea deste infernal anti-herói! Hellboy Vol.2 Library Edition que contém, pela primeira vez por ordem cronológica, os seguintes títulos:
- Pancakes
- Nature of the Beast
- King Vold
- The Corpse
- The Iron Shoes
- The Baba Yaga
- Heads
- Goodbye Mister Todd
- The Vârcolac
- A Christmas Underground
- The Chained Coffin
- The Wolves of Saint August
- Almost Colossus
- The Right Hand of Doom
- Box Full of Evil
- Afterword
As duas estórias mais conhecidas são aquelas que vêm gravadas a dourado na capa, The Chained Coffin e The Right Hand of Doom, mas o que dá corpo a este livro são estas catorze estórias que andavam espalhadas por várias publicações e que acabaram por ter o seu lugar num grande livro (é mesmo grande), quanto ao conto The Baba Yaga, penso que nunca tinha sido editado... conta o episódio em que Hellboy e a bruxa Russa se encontram pela primeira vez e em que o nosso rapaz de pele vermelha lhe dá um tiro deixando-a cega de um olho (conforme visto no primeiro volume). Estas estórias são na maior parte bastante curtas e algumas delas de apenas duas pranchas, como atesta o excelente Pancakes!
Uma das excelente particularidades destas estórias de Mignola, é que Hellboy viaja por todo o mundo e aqueles lugares por onde passa estão pintados de uma maneira como só este grande artista é capaz... desde uma floresta Russa a uma vila na Grã-Bretanha, tudo quanto é marcador dessa paisagem, vila, cemitério ou igreja, está lá facilmente reconhecível! Espero que o volume três contenha a estória em que Tavira é excelentemente retratada por Mignola, claro, numa estória do paranormal e com o Hellboy como protagonista.
Quero salientar (gosto pessoal, claro) estas três estórias:
- Nature of the Beast
- A Christmas Underground
- The Wolves of Saint August
Não salientada atrás, mas importante, é Almost Colossus, em que Mignola decide não "deixar morrer" Liz Sherman (tinha ficado gravemente ferida em Wake the Devil ), conseguindo, dentro do espírito do mundo de Hellboy, um ressuscitar do personagem. Mas Mike Mignola apenas a não deixou ir, por pressão dos seus colegas da Dark Horse :)
Ainda bem, é um bom personagem!
(Pancakes é curto, mas muito bom...)
Posto isto... só me resta desejar boas leituras!
Hardcover
Criado por: Mike Mignola
Editado em 2008 por Dark Horse
Comprado na Amazon
Nota : 10 em 10