sexta-feira, 30 de outubro de 2009

V for Vendetta (Absolute Edition)


Primeira impressão: é um livro poderoso! Muito poderoso!
Escrito por Alan Moore e desenhado por David Lloyd, “V for Vendetta” foi editado entre 1982 e 1985 durante 26 números pela revista inglesa “Warrior”, sob a sombra do romance de George Orwell “1984”. Existem muitos pontos de toque entre estes dois livros e penso que a data de inicio, 1982, é propositada pois o tema é o mesmo: totalitarismo!

Alan Moore fez parte do grupo de escritores ingleses que revolucionou os comics norte-americanos, transformando-os em leituras bastante mais adultas do que o que estava implantado na altura. Do que eu li deste grande autor destaco “Swamp Thing”, "Promethea", “Watchmen”, “Lost Girls”, “Doctor Who” e “Batman: Piada Mortal” (editado pela Devir em português). Para além disso escreveu para títulos como “Vampirella”, “Green Lantern”, “Superman, “Marvelman”, WildC.A.T.S.”, “Spawn”, Youngblood”, “Tom Strong”, etc…. são centenas de títulos escritos por este profícuo autor oriundo da Grã-Bretanha. O também britânico David Lloyd espalhou os seus desenho por “Doctor Who”, “Hellblazer” e “Hulk”, entre outros.

Este livro, apesar de recomendado por muitos fãs, nunca me despertou muito a atenção pela pobreza da edição em TPB da Vertigo. O papel era tipo papel higiénico rasca e as cores muito pobres. Entretanto apareceu esta edição e eu decidi-me pela sua obtenção, porque pelo menos o papel é muito melhor, embora as cores não continuem famosas mas na altura em que foi desenhado e pintado também não se conseguia muito melhor! Para além disso o traço de Lloyd também não quer grandes cores, não ficariam bem naquela Grã-Bretanha escura e totalitária, aliás, esta obra no seu começo era a preto e branco.

Posto isto… fiquei impressionado! Na minha opinião bem superior a “Watchman” no seu conteúdo, esta história é muito profunda e eu terei de reler o livro mais umas duas vezes para o “absorver” na sua totalidade. As ramificações e implicações desta história de Alan Moore vão longe, e numa primeira leitura não se consegue descobrir todos os pormenores relacionados com a envolvência da obra. É preciso uma certa cultura e atenção para localizarmos muitos dos pormenores que estão espalhados pelo livro neste ambiente “Orwelliano”, começando logo com a origem da máscara usada pelo protagonista.

Esta retrata Guy Fawkes, o homem que tentou explodir o Parlamento Britânico em 5 de Novembro de 1605, com o Rei incluído, numa tentativa de acabar com o Protestantismo vigente, substituindo-o pelo Catolicismo.

Claro que o atentado foi impedido e os “golpistas” presos e queimados na fogueira (incluindo Guy Fawkes). Este dia é feriado na Grã-Bretanha desde então. Ora a primeira acção deste revolucionário anarquista, “V”, é precisamente mandar pelo ar as Casas do Parlamento no dia 5 de Novembro de 1982, conseguindo aquilo que Fawkes foi incapaz de concluir. Depois, todos os trocadilhos com frases e palavras iniciadas com a letra “V” e o número “V” romano são inúmeros, tendo o leitor de estar com atenção para não perder a preciosidade de alguns pormenores relativos a “V”.

“V” é um anarquista sobrevivente de um campo de concentração, que decide acabar com a ordem totalitária vigente criada por um governo fascista, usando este governo cinco departamentos para acorrentar a sociedade pós-guerra nuclear inglesa. Estes correspondem aos cinco sentidos humanos. A polícia secreta eram os “Dedos”, a propaganda política era feita pela “Boca”, a vigilância vídeo eram os “Olhos”, claro que a vigilância áudio era feita pelo braço governamental dos “Ouvidos”, e por fim o “Nariz” era o departamento de investigação. Tudo isto coordenado pelo "Leader" todo poderoso Adam Susan.

Todo este aparelho totalitário recriou acções de outros regimes do género, como perseguição politica, campos de concentração para homossexuais, negros, etc., etc. É claro que também não faltam as experiências feitas em humanos, e aqui, saído da cela número V sai “V”!

"V" representa a liberdade levada ao extremo, o Anarquismo, lutando contra o outro extremo (ditadura totalitária) e para não haver confusões faz a distinção à sua protegida Evey entre Anarquismo e Caos, duas situações diferentes e não sinónimas. "V" tem uma estratégia de vingança que não admite desvios, é um homem duro e que segue sem vacilar uma linha que conduzirá à queda do regime. Aqui, e perante as acções de "V", Alan Moore deixa à consideração do leitor se este homem vingativo é vilão ou herói! A linha é ténue...

É sem dúvida uma das grandes obras da Banda Desenhada que catapultou esta arte para faixas etárias mais adultas, e que em conjunto com outras obras marcou uma viragem na BD anglófona, elevando a Banda Desenhada a um estatuto superior, estatuto este que a BD francófona já tinha atingido. Também teve direito a um filme, que felizmente eu não vi e provavelmente não verei, porque tenho a quase certeza que será um filme redutor do argumento e do protagonista (quase de certeza transformado em super-herói...).
Não se esqueçam que David Lloyd vai estar presente no 20º Amadora BD nos dias 7 e 8 de Novembro.
Boas leituras!

Slipcased Hardcover
Criado por: Alan Moore e David Lloyd
Editado em 2009 por Vertigo
Nota : 12 em 10

terça-feira, 27 de outubro de 2009

20º Amadora BD: Zona Comercial


Esta zona é sem dúvida a zona mais fraca do Amadora BD deste ano infelizmente. E digo infelizmente por várias razões. A primeira que me ocorre é que a BD para ser viável tem de vender! Isto é lógico. As sessões de autógrafos e as exposições são componentes que têm o dever de existir neste tipo de eventos, mas não servem de grande coisa se não houver BD. Esta tem de ser economicamente viável, senão passa a ser o entretém de meia dúzia de autores que a fazem para mostrar uns aos outros, e o grande público nem sabe que existe! Mais, as lojas representadas pagam o espaço (não sei se é muito, ou se é pouco) e como tal devem querer receber o benefício de estarem presentes no maior evento da BD em Portugal, isto é, ser rentável a sua presença nesta área. O que acontece, como podem verificar pelas fotos, é que as lojas estão escondidas e isto porque ao meio de toda esta zona está um “camafeu” que foi construído o ano passado para as sessões de autógrafos (e já nessa altura teci alguns comentários não abonatórios a esta construção) e que foi mantido para este ano sem razão aparente. Este "mono" mesmo no meio de toda esta zona retira visibilidade às lojas e “aperta” os visitantes quase claustrofobicamente, quando deveriam circular com muito mais fluidez neste espaço. A área poderia ser ocupada com mesas e cadeiras ficando o espaço muito mais agradável. Devido a isto, e parece um pouco estúpido de dizer, houve duas lojas que só as descobri no Domingo!
Esta crítica que eu faço, faço-a como visitante do festival e comprador de BD, e para ver se para o ano desaparece o “carro eléctrico” (como alguém lhe chamou), visto que não sou o único a ter este ponto de vista. Aliás, encontrei o Nelson Dona (principal responsável do Amadora BD) e fiz-lhe este reparo no Sábado passado. As lojas têm de sobreviver para que a BD feita ou traduzida em português também sobreviva, e como é lógico este tipo de eventos deve promover também a venda da Banda Desenhada.
Não quero misturar este post sobre a zona comercial com outro que irei fazer sobre as exposições, pois a minha opinião sobre estas é bem mais positiva!
E também não acho tão que o festival tenha uma nota negativa na sua generalidade, como já li. Acho sim que a direcção do Amadora BD devia reunir com os interessados na vertente comercial e chegar a um consenso entre todas as partes. De certeza que o público agradeceria.
Esta critica não favorável à zona comercial não tem como finalidade “dizer mal” por dizer, é a minha tentativa de que para o ano esta área esteja melhor e seja mais amiga do visitante e do comerciante.
E sim… estava muito calor!
:D



Vão ao Amadora BD, que vale a pena!
(E comprem Banda Desenhada! Está escondida, mas existe lá muita e boa!)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

20º Amadora BD: Primeiro Contacto


No fim do primeiro fim de semana do Amadora BD já se pode tirar tecer algumas considerações sobre o evento deste ano. A primeira é que o trabalho de Rui Lacas para dar uma nova "cara" ao Amadora BD foi excelente. As decorações exteriores e interiores com a assinatura deste artista foram as melhores que eu vi até agora em todos os festivais de BD a que eu fui até hoje. Eu sei que não foram muitos, mas não interessa... a arte dele é um óptimo cartaz de visita.
Quanto à ocupação do espaço, também acho que está melhor que no ano passado (e do que há dois anos também), apenas um senão: a parte central da zona comercial estava ocupada com algo que eu não percebi o que era, e tornou os corredores desta área muito "claustrofóbicos". Tinha sido preferível um espaço amplo com mais algumas mesas de descanso nesta zona, não sei se era possível retirar essa "construção", visto que no ano passado já lá estava (era onde os autores davam os autógrafos).
Gostei das exposições e em relação àquelas que se encontravam no piso da entrada saliento a de Rui Lacas, não menosprezando as outras, claro.
No piso de baixo encontravam-se duas exposições muito boas, a de Lepage e a dos autores polacos (igualmente não menosprezando as outras). Pelo que eu vi e ouvi, a mostra de trabalhos de Lepage é um dos locais a visitar mesmo. Todos os visitantes com os quais falei sobre esse espaço ficaram impressionados com o nível da arte apresentada!
Hoje ficam algumas fotos das exposições e corredores do piso da entrada (a 3ª foto é da zona de espectáculos). Fica também a foto de um convidado pela organização.

Corredor de entrada e exposições do primeiro piso:

















Algures no corredor de entrada encontra-se o meu "bonequinho" feito no site do Amadora BD:

:D


Por último... Lepage, autor de "Muchacho"! Infelizmente não obtive sketch dele, a fila era imensa e ele só tinha uma "janela" de 2 horas para o efeito. Fica a foto!



Para finalizar gostaria de dizer que nunca vi tanta gente no Amadora BD como neste fim de semana! Provavelmente este ano o recorde de afluência será batido largamente.
:)

sábado, 24 de outubro de 2009

20º Amadora BD: 1º Dia


Gisela Martins


Pois, este primeiro dia não correu bem na saída de casa para o almoço com o pessoal da CC... Esqueci a máquina fotográfica, sentei-me em cima dos óculos e não levei o BRK!
Bom, o almoço correu bem e no Fórum Camões "ganhei" uns bons sketchs!
Como não levei nada que tirasse fotos em condições ficam aqui os sketch do primeiro dia:


Aguarela de Hugo Teixeira




Rita Marques




Manuela Cardoso




João Mascarenhas

Como estão a ver, os portugueses(as) estão em grande.
Amanhã há mais (para além de máquina fotográfica)!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Nocturnals Volume Two: The Dark Forever and other Tales


Dan Brereton foi-me apresentado pelo Refém da BD (obrigado) e passou a ser um dos autores de referência para a minha pessoa. Neste momento tenho-o como um dos maiores, e melhores, autores de BD norte-americana sendo já um raro espécime deste continente que faz os textos, desenha, faz a arte final e por fim pinta (sem ser no Photoshop) com uma qualidade superior. Fiquei fã (obrigado Refém) e devoro avidamente as compilações que têm estado a sair colectando a sua obra, Nocturnals. Hoje vou apresentar o volume dois, para mais informações sobre o autor e o primeiro volume e favor consultar o excelente post do Refém da BD: Nocturnals Vol.1: Black Planet and Other Stories!
Dan Brereton nasceu em 1965 em San Francisco e nasceu cedo para os comics norte-americanos, ganhando o seu primeiro prémio em 1989 com a mini-série “Black Terror”. Brereton não se fica pela BD e trabalha também para a televisão, cinema, música, animação e publicidade. Toda esta experiência só enriquece a arte principal dele: a Banda Desenhada! A sua arte está espalhada pelo Superman, Batman, Vampirella, Buffy entre outros, mas a sua grande criação chama-se Nocturnals. É tão sua, que olhando para um dos protagonistas desta série (Doc Horror) quase se vislumbra neste um autêntico auto-retrato do próprio Daniel Brereton!
Esta série limitada de compilações que estão previstas para Nocturnals são um autêntico luxo, tanto na apresentação e qualidade dos materiais aplicados no livro, como na arte seja esta a preto e branco, ou pintada com uma mestria rara hoje em dia na indústria dos comics norte-americanos. O primeiro volume de Nocturnals, “Black Planet and other Stories” está esgotadíssimo (só no Ebay) e foi editado pela Olympian Publishing. É aqui que ele nos apresenta os incríveis Nocturnals, seres que vivem quando nós dormimos e nunca se misturando com os humanos normais. Tratam de ameaças alienígenas, monstros, seres extra-dimensionais e aberrações, vivendo agora bem escondidos num local a que chamam “the Tomb”.
Doc Horror e a sua filha, Eve, vêm de um outro mundo que foi devastado pelo seu grande inimigo: the Crim, seres parasitas que se aliaram na Terra (seu próximo objectivo) à Narn K Corporation, uma empresa de bio-engenharia virada para a indústria de armamento e sem escrúpulos. Neste primeiro volume Doc Horror e os seus aliados impedem a invasão destes seres parasitas de outra dimensão. Neste livro são-nos apresentados, para além de “Doc Horror” e a sua filha Evening (Haloween Girl), Polychrome (uma fantasma), The Racoon (primeiro bandido, depois aliado), Firelion (tem o poder de conjurar fogo), Komodo (um dragão resgatado da Narn K Corporation), Starfish (mulher anfíbia) e o espectacular Gunwitch, que a seguir a Eve é a minha personagem preferida, embora mudo…
Este primeiro volume compila “Black Planet”, “Witching Hour” e “Clean Hands”.
Falando do segundo volume, “Dark Forever and other Tales”, este mantêm a qualidade do primeiro, mas agora já com a personalidade dos protagonistas muito bem definidas. Eve apresenta ao pai um novo problema... está a crescer! Assim têm de encontrar uma nova escola para a nova adolescente, que com o tempo mais curiosa e independente fica, quando se trata de investigar algo sombrio. O morto-vivo Gunwitch é o seu devotado guarda-costas que não recua perante nada para a proteger. Entretanto Starfish e Firelion voltam de viagem para lidar com uma turba de Zombies que não pára de atormentar Pacific City, juntando-se depois ao par o admirador de Starfish: Racoon . Doc Horror decide investigar algo muito sombrio e antigo nas profundezas de uma grande caverna. A devotada Polychrome segue atrás de Doc Horror sentindo que algo de muito negro e errado se encontrava fechado naquela caverna.
Assim se posicionam os heróis para mais uma grande aventura Lovecraftiana (aquele monstro final é um espectacular espécime com raízes na fervilhante mente de Lovecraft).
Este segundo volume, “The Dark Forever and other Tales”, compila “The Dark Forever”, "Troll Bridge", “Gunwitch: Outskirts of Doom” e "Spectres" and "Beasts".
Assim esperamos a saída da terceira e última compilação, pelo menos assim foi previsto, embora tenha sido editado mais uma estória bastante recentemente.
Esta é uma leitura que eu recomendo vivamente, boa estória, bons personagens e óptimas páginas de BD!
Já agora, as letras da capa são de um dourado muito brilhante que o scanner não consegue "apanhar"...
:(
Boas leituras!

Hardcover
Criado por: Daniel Brereton
Editado em 2009 pela Image
Nota : 10 em 10

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

20º Amadora BD: Horários das Sessões de Autógrafos, com Autores Portugueses Incluídos


Segue a lista completa dos autores presentes no 20º Amadora BD e respectivos horários de autógrafos.

24 de Outubro
15 Horas:
Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, José Ruy, Rui Lacas, António Jorge Gonçalves, Hugo Teixeira
16 Horas
Carlos Sampayo, Oscar Zarate, Miguel Angel Martin, João Mascarenhas, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, José Ruy, Rui Lacas, António Jorge Gonçalves, Filipe Pina, Hugo Teixeira
17 Horas
Carlos Sampayo, Oscar Zarate, Cameron Stewart, Karl Kerschl, Ramon Perez, Miguel Angel Martin, David Soares, Mário Freitas, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, João Mascarenhas, José Ruy, Rui Lacas, António Jorge Gonçalves, Filipe Pina, Hugo Teixeira
18 Horas
C.B. Cebulski, Carlos Sampayo, Oscar Zarate, Cameron Stewart, Karl Kerschl, Ramon Perez, Miguel Angel Martin, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, João Mascarenhas, João Lemos, Nuno Plati, Ricardo Tércio

25 de Outubro
15 Horas
Emmanuel Lepage, C.B. Cebulski, Carlos Sampayo, Oscar Zarate, Filipe Pina, João Lemos, Nuno Plati, Ricardo Tércio, Hugo Teixeira, Jorge Miguel
16 Horas
Emmanuel Lepage, Cameron Stewart, Ramon Perez, Karl Kerschl, C.B. Cebulski, Carlos Sampayo, Oscar Zarate, Pedro Leitão, João Mascarenhas, Rui Lacas, Filipe Pina, Nuno Plati, João Lemos, Ricardo Tércio, Hugo Teixeira, Jorge Miguel
17 Horas
Cameron Stewart, Ramon Perez, Karl Kerschl, Miguel Angel Martin, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Ricardo Cabral, Pedro Leitão, João Mascarenhas, Rui Lacas, José Garcês, Filipe Pina, Hugo Teixeira, Jorge Miguel
18 Horas
Cameron Stewart, Ramon Perez, Karl Kerschl, Miguel Angel Martin, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Ricardo Cabral, João Mascarenhas, Rui Lacas, José Garcês, Filipe Pina

31 de Outubro
15 Horas
Achdé, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, José Ruy, José Garcês, Hugo Teixeira
16 Horas
Giorgio Fratini, Korky Paul, Achdé, Maurício de Sousa, François Boucq, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, José Ruy, José Garcês, Hugo Teixeira
17 Horas
Giorgio Fratini, Korky Paul, Achdé, Maurício de Sousa, François Boucq, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, José Ruy, José Garcês, Hugo Teixeira

1 de Novembro
15 Horas
François Boucq, Rui Lacas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, Yosh, Natália Batista, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, António Jorge Gonçalves, Jorge Miguel
16 Horas
Giorgio Fratini, Achdé, François Boucq, Rui Lacas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, Yosh, Natália Batista, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, António Jorge Gonçalves, Jorge Miguel
17 Horas
Giorgio Fratini, Korky Paul, Achdé, Maurício de Sousa, François Boucq, Rui Lacas, Pedro Leitão, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, Yosh, Natália Batista, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins
18 Horas
Giorgio Fratini, Korky Paul, Maurício de Sousa, Pedro Leitão, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas

7 de Novembro
15 Horas
David Lloyd, Ricardo Cabral, José Ruy, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, José Garcês
16 Horas
Alfonso Azpiri, Javier Isusi, David Lloyd, Rui Lacas, Ricardo Cabral, José Ruy, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, António Jorge Gonçalves, José Garcês
17 Horas
Alfonso Azpiri, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, José Garcês, António Jorge Gonçalves, Pedro Leitão, Hugo Teixeira, João Mascarenhas
18 Horas
Alfonso Azpiri, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Pedro Leitão, Hugo Teixeira, João Mascarenhas

8 de Novembro
15 Horas
Alfonso Azpiri, Ricardo Cabral, João Mascarenhas, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, Hugo Teixeira
16 Horas
Alfonso Azpiri, Javier Isusi, David Lloyd, Rui Lacas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, João Mascarenhas, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso, Gisela Martins, Hugo Teixeira, Luís Henriques
17 Horas
David Lloyd, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Ricardo Cabral, Rui Ricardo, Filipe Pina, Filipe Andrade, Hugo Jesus, João Mascarenhas, Luís Henriques
18 Horas
David Lloyd, Javier Isusi, Rui Lacas, David Soares, Osvaldo Medina, Nuno Duarte, Mário Freitas, Luís Henriques, João Mascarenhas

Penso que esta será a listagem final, se houverem alterações irei alterando e ponho uma cor diferente nas alterações.

domingo, 18 de outubro de 2009

20º Amadora BD: Debates, Conferências e restante Programação


Entramos nos últimos dias que antecedem o Amadora BD, e antes de começar a apresentar trabalhos dos diversos autores individualmente, deixo aqui a restante programação. Como imagem, e no topo, fica aquela que apresenta a marca do Amadora BD, e no fundo do texto fica o célebre "geladinho", imagem cessante correspondente ao FIBDA que como "marca" também acabou.


DEBATES
Dia 24 de Outubro
15h - “Soluções de Mercado Parte I”
com Osvaldo Medina
inclui lançamento do álbum “Mucha”, com Mário Freitas e David Soares
(moderação de Pedro Mota e Mário Freitas)
16h – “Soluções de Mercado Parte II”
Webcomics
com Cameron Stewart, Rámon Pérez e Karl Kerschl
inclui lançamento do álbum “TX Comics”
18h - “A BD para além do Traço Parte I”
A Importância da Cor
com Emmanuel Lepage
(moderação de Pedro Mota)

Dia 25 de Outubro
17h – “A BD para além do Traço Parte II”
O Trabalho em Colaboração
com Carlos Sampayo e Oscar Zarate
(moderação de Pedro Mota)
18h - “A BD para além do Traço Parte II”
O Editor
com C.B. Cebulski
(moderação de Pedro Mota e Mário Freitas)

Dia 31 de Outubro
16h - “Mangá e Anime”
Mangá Europeu
com Yosh, Natália Batista, Rita Marques, Cristina Dias, Manuela Cardoso e Shoot to Kill
(moderação de Pedro Mota)
18h - “Mangá e Anime”
Anime
com Prof. Kei Suyiama
(moderação de Pedro Mota)

Dia 1 de Novembro
“Conferencinhas”
15h - A Bruxa Mimi e Korky Paul
com Korky Paul
(moderação de Pedro Mota)
16h - Mauricio
com Mauricio de Sousa
(moderação de Pedro Mota)

Dia 7 de Novembro
17h - Conversa com David Lloyd
(moderação de Pedro Mota)


RESTANTE PROGRAMAÇÃO

FESTA DA CARICATURA
A Festa da Caricatura, organizada por Osvaldo de Sousa, contará com a participação de diversos caricaturistas nacionais. Venha conhecê-los e leve para casa uma caricatura sua.

dia 31 de Outubro, das 15h às 17.30h, nos Recreios da Amadora
dia 1 de Novembro, das 11h às 12.45h, no Forum Luís de Camões


WORKSHOPS
O Amadora BD apresenta, uma vez mais, na sua programação Oficinas de Banda Desenhada, a realizar no Forum Luís de Camões. Estas Oficinas de BD são da responsabilidade de Mário Freitas/KingPin Comics.
dia 24 de Outubro, das 17 às 18h
dia 25 de Outubro, das 17 às 18h
com C.B. Cebulski


COSPLAY
O Amadora BD acolhe, uma vez mais, a realização do concurso de Cosplay. Este ano, com dose dupla já que, pela primeira vez, será seleccionado um concorrente português para participar no concurso europeu de Cosplay.
dia 7 de Novembro, às 16h,
concurso Amadora BD, no Forum Luís de Camões
dia 8 de Novembro, às 14h,
concurso Euro Cosplay, no Forum Luís de Camões


JOGOS DE TABULEIRO
Mais uma vez, o Amadora BD integra na sua programação a demonstração de jogos de tabuleiro apresentados pelo Grupo de Boardgamers de Lisboa, no Forum Luís de Camões.
dias 24, 25, 30 e 31 de Outubro e 1, 6, 7 e 8 de Novembro, das 14h às 20h, na Praça Sul, Fórum Luís de Camões

FECO PORTUGAL
Associação de Cartoonistas
O Amadora BD é palco, nesta edição, da Assembleia-Geral da FECO Portugal.
dia 31 de Outubro, das 15 às 18h, no Palco, Forum Luís de Camões


CINEMA
Uma vez mais, o Amadora BD apresenta uma programação de cinema de animação, organizada pela Casa da Animação do Porto.
Em paralelo, o Amadora BD vai ser o cenário para o lançamento do DVD Evangelion que estará à venda, em exclusivo, no Festival e que pode ser visionado no dia 7 de Novembro.



PROGRAMAÇÃO INFANTIL E JUVENIL
O 20º Amadora BD apresenta a seguinte programação a pensar nos mais novos:

24 de Outubro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier “Música Digital”
- Oficina de Iniciação ao Cinema de Animação
- Pinturas Faciais
24 de Outubro, das 11.30h às 12.30h
- Atelier “Dançar uma História”
24 de Outubro, das 16.00h às 18.00h
- Pinturas Faciais
25 de Outubro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier de Cores
- Pinturas Faciais
25 de Outubro, das 11.30h às 12.30h
- Hora do Conto “Corre Corre Cabacinha”, de Alice Vieira
25 de Outubro, das 15.00h às 16.00h
- “As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho”
O autor Pedro Leitão conversa com as crianças (de todas as idades!) sobre a sua BD
25 de Outubro, das 16.00h às 18.00h
- Pinturas Faciais
31 de Outubro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier “Música Digital”
- Oficina de Iniciação ao Cinema de Animação
- Pinturas Faciais
31 de Outubro, das 11.30h às 12.30h
- Atelier “Dançar uma História”
1 de Novembro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier de Cores
- Pinturas Faciais
1 de Novembro, das 11.30h às 12.30h
- Hora do Conto “A Bruxa Mimi no Inverno”, de Korky Paul
1 de Novembro, das 16.00h às 17.00h
- “As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho”
O autor Pedro Leitão conversa com as crianças (de todas as idades!) sobre a sua BD
1 de Novembro, das 16.00h às 18.00h
- Pinturas Faciais
7 de Novembro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier “Música Digital”
- Oficina de Iniciação ao Cinema de Animação
- Pinturas Faciais
7 de Novembro, das 11.30h às 12.30h
- Atelier “Dançar uma História”
7 de Novembro, das 16.00h às 18.00h
- Pinturas Faciais
8 de Novembro, das 10.30h às 12.30h
- Atelier de Cores
- Pinturas Faciais
8 de Novembro, das 11.30h às 12.30h
- Hora do Conto “Uma História de Dedos”, de Luísa Ducla Soares
8 de Novembro, das 16.00h às 18.00h
- Pinturas Faciais

As actividades agendadas são da responsabilidade dos seguintes parceiros:

Hora do Conto - Fernanda Santos
Atelier “Música Digital” - Kalpa, Comunicação e Cultura
Atelier “Dançar uma História” - Kalpa, Comunicação e Cultura
Oficina de Iniciação ao Cinema de Animação - Eduardo Silveira
Pinturas Faciais - Carla Oliveira
Atelier de Cores - Kalpa, Comunicação e Cultura



Espero que tenha sido útil!
:)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

JLA Vol.2 Deluxe Edition


Depois da compilação dos dois primeiros números escritos por Grant Morrison (arte a cargo de Howard Porter e John Dell), New World Order e American Dreams em JLA Vol.1 Deluxe Edition, surgem agora mais dois números compilados: Rock of Ages e Strenght in Numbers.
Para além disso ainda temos o crossover JLA/WildC.A.T.S. e a introdução de Prometheus.
A tripla de autores continua a funcionar muito bem, com Morrison a impor as suas “loucuras” nesta passagem, e recuperação, do apelidado “maior grupo de super-heróis da Terra”. Porter acompanha-o lindamente e tem alguns excelentes momentos.
Na primeira estória, Rock of Ages, Grant Morrison faz uma autêntica “sopa” com ingredientes tão díspares como um “Injustice Gang” liderado por Lex Luthor, uma procura pela pela "Pedra Filosofal" a pedido de um ser cósmico (Metron) e discrepâncias temporais, tão ao gosto da editora DC. Esta estória é bem complexa, típica de Morrison, e inicia-se com um combate entre os membros da JLA e os seus contrários (hologramas de luz sólida). Não foi mais que uma pequena manobra de Luthor, que inicia aqui o seu plano de destruição da Liga. Depois disto os elementos da Liga separam-se com missões bem distintas. Todos os personagens são muito bem tratados na sua vertente psicológica, o enredo está excelente embora aquele salto no futuro seja um pouco confuso, mas para mim é onde estão as melhores vinhetas da estória. Pormenores negativos… As estórias da JLA neste ciclo são contidas mas recebem influência de linhas editoriais das séries individuais de cada herói. Assim, continuo a não perceber como é que o Superman ficou com aquele fato e obteve os seus novos poderes (embora já tivesse investigado isso), é-nos dito que a Wonder Woman está morta e Aztek cai do céu!
Apesar destes pormenores achei este “Rock of Ages” a melhor aventura da JLA que eu li até hoje.
Em seguida temos a apresentação e origem de Prometheus que vai ser o vilão de serviço no próximo arco: Strenght in Numbers.
Strenght in Numbers é uma boa estória, apesar de novamente o pormenor negativo que eu apontei no arco anterior também seja verdadeiro neste, ou seja, a Wonder Woman está a ser ser substituída na Liga pela sua mãe Hippolyta, e Diana ( a verdadeira e única Wonder Woman) subiu na carreira e agora é a Deusa da Verdade… nem sabemos como isto acontece, nem como ressuscitou, nem como a mãe vai parar à Liga! Bom… passando à frente, Prometheus consegue infiltrar-se no Quartel-General da Liga aproveitando um evento publicitário com muita imprensa, e tomando o lugar do pretendente a herói, Retro. Depois de entrar, Prometheus faz miséria da JLA… anula-os um a um sem apelo nem agravo! Vale à Liga a intervenção da Catwoman que se infiltrou também (como jornalista) … embora o objectivo primeiro desta fosse a sala de troféus da JLA
Esta é também uma boa estória, mas bem mais simples que a anterior!
Para o final da compilação, a DC colocou um “bombomzinho” no final: JLA/WildC.A.T.S. Este crossover tem uma boa estória de entretenimento e é óptimo para “acompanhar com pipocas”, enfim… passar o tempo (não confundir com “perder tempo”).
Esta série Deluxe Edition não está a desiludir, antes pelo contrário, pois as estórias extra contidas nestas compilações também valem a pena! Penso que o terceiro livro desta série será o final da passagem de Grant Morrison pela JLA, e foi uma excelente passagem pois recuperou um grupo de heróis (que andava ao abandono) para os top de vendas norte-americanos (e com muito boas estórias).
Boas leituras!

Hardcover
Criado por: Grant Morrisson, Howard Porter e John Dell
Editado em 2009 pela DC Comics
Nota : 9 em 10

sábado, 10 de outubro de 2009

O Grande Poder do Chninkel

É uma das grandes obras da Banda Desenhada europeia. Van Hamme (XIII, Corentin, Largo Winch, Western, Thorgal, Mr Magellan, Blake & Mortimer, Lua de Guerra...) e Grzegorz Rosinski (Thorgal, Fábulas das Terras Perdidas - Sioban, Hans...) conseguiram construir uma violenta história de contornos bíblicos.

A história está muito bem construída por Van Hamme, os diálogos por vezes chegam a ser mesmo muito bons, sólidos! Isto numa história de fantasia não é fácil, mas Van Hamme conseguiu-o. Visto esta série ser curta (três livros) não teve tentações de esticar o enredo (como fez em XIII) para limites quase inaceitáveis. 

Rozinski é um polaco que venceu no mundo da BD europeia, criando com Van Hamme outra série que se encontra entre as minhas favoritas: Thorgal! Mas esta já vai em mais de trinta volumes, e penso que Van Hamme saiu no vigésimo nono (ou trigésimo... não tenho a certeza). Rozinski, que se soltou muito mais nestes três livros que em trinta de Thorgal, esmerou-se mesmo com alguns cenários bem grandiosos. Bem... com uma dupla de qualidade habituada a trabalhar junta, só podia sair um trabalho de extrema qualidade, sendo proposto mesmo para a melhor série Franco-Belga do século XX.

Basicamente é um trabalho de metáforas, alusões históricas e fictícias da história da Terra. 
Nota-se que os autores são fãs do filme 2001: Odisseia no Espaço! O aproveitamento que fazem ao paralelepípedo negro deste filme e genial! 

O Grande Poder do Shninkel foi editado primeiramente a preto e branco numa edição da Casterman em 1988, seguindo-se uma edição em três volumes a cores entre 2001 e 2002. Em português foi editado pela Meribérica entre 2001 e 2003. 
Os livros são: 

- O Chamamento 
- O Escolhido 
- O Julgamento 

Esta complexa e rica história inicia-se com mais um combate entre as forças dos três imortais que governavam o planeta Daar. Estes escravizam algumas das comunidades mais fracas como os Shninkel e os Tawals.

Os três imortais funcionam como uma trindade dominante: Zembria a ciclope, Barr-Find o mão negra e Argoth o perfumado. J´on, um Chninkel sobrevive a mais uma batalha sem sentido conjuntamente com um Tawal, apelidado de Bom-Bom. Num sonho, o Deus U´n dá-lhe a conhecer que ele é o escolhido (Messias) para acabar com uma guerra que já ninguém conhecia as causas. Para isso dá-lhe o “Grande Poder”. 

J´on vai conseguindo circular por Daar “usando” este grande poder, embora muitas vezes seja a sorte e não o pretenso poder a salvar-lhe a vida. Acaba por conhecer G´wel, uma Chninkel aprisionada, e esta depois da sua libertação leva-o à única cidade livre desta pequena raça, apresentando-o como “o Escolhido”. 

A partir daqui são muitas as alusões “Messiânicas”, algumas não abonam muito o catolicismo, e o pequeno lá vai pregando, com bastante sorte misturada com alguma magia. Na realidade J´on não tem grandes intenções de ser “messias” sendo fraco, cobarde e cheio de desejo (nunca concluído) por G´wel. Apenas no fim se comporta como um verdadeiro “Messias”… 

O final é surpreendente mostrando um Deus U´n que é tudo menos benévolo, e provoca apreensão ao leitor que se conseguiu unir com a história, um excelente e inusitado final. Leitura recomendada! 
E… boas leituras. Softcover (1º volume) e Hardcover (Volumes 2 e 3) Criado por: Jean Van Hamme e Grzegorz Rosinski Editado entre 2001 e 2003 pela Meribérica 

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Asterix - 50 Anos


Asterix só nasceu 5 anos antes de mim, como tal acompanhou-me um pouco por toda a vida. Banda Desenhada inteligente, em que para perceber as melhores piadas é quase obrigatório ter um pouco de cultura geral (talvez por isso os jovens de hoje em dia não gostem de Asterix... não percebem as piadas...). Infelizmente Gosciny desapareceu cedo e na realidade os textos de Uderzo não são a mesma coisa, sobretudo nos últimos tempos. Assim irá ser editado um álbum inédito para comemorar o meio século, para além de outras surpresas. Este álbum e feito por várias estórias curtas do personagem, e não o normal álbum de uma estória só.
Segue o "press release" da ASA:

EDIÇÕES ASA - INFORMAÇÃO PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL - 30 SET 2009
Uma conferência de imprensa em Paris com Uderzo, uma grande exposição dedicada a Astérix, uma grande Festa de Aniversário em Lisboa e o lançamento de um álbum de inéditos serão os pratos fortes das comemorações do meio século de vida do irredutível gaulês. Nas lojas portuguesas , serão muitas as surpresas e brindes para os fãs.

ASA COMEMORA OS 50 ANOS DE ASTÉRIX COM GRANDE FESTA E LANÇAMENTO DE LIVRO DE INÉDITOS
Alinhada com as suas congéneres internacionais, a Edições ASA está a preparar diversas iniciativas para assinalar os 50 anos das Aventuras de Astérix, personagem de banda desenhada que se estreou em Portugal em 1961, dois anos após a sua primeira publicação em França, o seu país de origem.

O primeiro momento tem lugar em Paris, no próximo dia 8 de Outubro, com uma conferência de imprensa de Albert Uderzo, desenhador e criador, em conjunto com René Gosciny, do personagem Astérix. A Uderzo juntar-se-à, na ocasião, Anne Gosciny, a filha do já desaparecido co-autor das aventuras do pequeno gaulês.

Alguns dias depois, a 22 de Outubro, chega o momento mais esperado por milhões de fãs em todo o mundo com o lançamento, em 18 países em simultâneo, incluindo Portugal, do novo álbum com pranchas e textos inéditos assinados pelos dois criadores. O título e a capa deste que será o primeiro álbum em quatro anos estão ainda envoltos em secretismo (sendo expectável que os mesmos sejam revelados a 8 de Outubro, em Paris).

Para os fãs portugueses, dois grandes momentos estão já agendados: a chegada do livro dos 50 anos, assinalada às 00h da noite de 21 para 22 de Outubro na loja Fnac do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, onde se espera que os fãs mais devotos se desloquem para dar as boas vindas à mais recente edição; e a festa dos 50 anos de Astérix, que terá lugar na Embaixada de França, em Lisboa, a 29 de Outubro, ao mais alto nível, como aliás o mais famoso herói da Gália merece!

Um dia antes inaugura em Paris uma grande exposição intitulada “Astérix au Musée de Cluny”. Patente ao público de 28 de Outubro a 3 Janeiro, este será um acontecimento que os organizadores descrevem como “inédito” e que promoverá o “encontro entre dois monumentos nacionais”: Astérix e o Museu Nacional da Idade Média, um dos mais emblemáticos Museus franceses. Ali serão apresentados “pela primeira vez, e em exclusivo” cerca de três dezenas de pranchas originais, textos dactilografados, desenhos e objectos que celebram o talento de Uderzo e o génio de Goscinny.

Muitas prendas para os fãs

Enquanto se aguardam os vários eventos, a ASA deu já início a outras iniciativas em livrarias de Norte a Sul do país onde peças exclusivas como postais, agendas, ímanes, tapetes de rato e outros brindes serão oferecidas a quem comprar livros das aventuras de Astérix durante este período de comemoração dos seus 50 anos. Em breve será também divulgado um concurso de desenho associado a esta efeméride que envolverá alunos e professores de escolas de todo o país. Entre os prémios contam-se, nada mais, nada menos, que viagens duplas ao Parque Astérix, em Paris. Para as iniciativas de comemoração do meio século do Astérix, a ASA contará com parcerias com a Eurest, a Abreu Viagens, o Parc Astérix e a Companhia aérea Aigle Azur.

Podem seguir as festividades promovidas para esta efeméride também no Amadora BD deste ano!

20º Amadora BD: Artistas estrangeiros


Apresento a grelha inicial para os três fim de semana com os autores estrangeiros confirmados. Irei perguntar à direcção do Amadora BD se têm também uma grelha para os autores portugueses.
Assim:

AUTORES ESTRANGEIROS
PRESENTES
NO FIBDA 2009

1º Fim-de-Semana (24 e 25 de Outubro)

Cameron Stewart (Canadá) - Catwoman, B.P.R.D, Hellblazer e Seaguy
Karl Kerschl (Canadá) - Adventures of Superman, Majestic, The Flash, Teen Titans: Year One
Ramón Pérez (Canadá) - Vengeance of Vampirella, JSA Classified, WildCats
Miguel Angel Martin (Espanha) - Psychopathia Sexualis
Kei Suyiama (Japão) - Professora e realizadora de Anime
Emmanuel Lepage (França) - Muchacho, La Terre Sans Mal
Carlos Sampayo (Argentina) - Sophie, Le Livre
Oscar Zarate (Argentina) - Lenin for Beginners, Freud for Beginners, Faustus, A Small Killing
C.B. Cebulski (EUA) - Marvel Mangaverse: X-Men, Marvel Fairy Tales, Drain, X - Infernus

2º Fim-de-Semana (31 de Outubro e 1 de Novembro)

Giorgio Fratini (Itália) - "Sono Elefante, as paredes têm ouvidos"
Agim Sulaj – Cartoon (Albânia) - Environment and Human, My cigarette's smoke is on everyone
Korky Paul (Zimbabwe) - A Bruxa Mimi
Mauricio de Sousa (Brasil) - Turma da Mónica
Achdé (França) - Lucky Luke
Taku Furukawa – Prof. e Realizador Anime (Japão) - ザ・タクン・ユーモア
Yosh (Suécia)
François Boucq (França) - Bouncer
Natália Batista (Suécia) - A Song for Elise

3º Fim-de-Semana (7 e 8 de Novembro)

Javier Isusi (Espanha) - O Cachimbo de Marcos
Alfonso Azpiri (Espanha) - Despertares, Lorna, Demon Wind
David Lloyd (Inglaterra) - V for vendetta

Conforme houver adições ou alterações ao que está neste momento, esta lista irá sendo alterada.
:)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Passageiros do Vento Vol.6: A Menina de Bois-Caïman Livro 1


Livro talvez inesperado, pelos menos para mim, devido ao interregno de 25 anos entre Ébano e este. A série Os Passageiros do Vento, é uma das grandes obras da BD mundial e para além disso tem para mim um significado muito especial, pois foi a obra de transição de leituras mais infantis/juvenis para leituras mais adultas.
Quando ouvi a notícia deste nº 6 (a que se seguiria um nº 7) fiquei desconfiado… o final de Ébano não é feliz e é muito aberto à imaginação (ou falta dela) do leitor, mas sempre achei que tinha sido o final correcto. Pelo menos deixava sonhar! Lendo o livro A Menina de Bois-Caïman percebe-se que é mais sequela que continuação. A estória tem de inicio outros protagonistas, sendo Zabo a personagem central.
A estória a meu ver peca pela não tradução de algumas vinhetas, sobretudo as que estão em crioulo, embora perceba que a ideia de Bourgeon seja dar o “ambiente” certo da altura. De qualquer maneira estas vinhetas têm a sua tradução no final do livro e a respectiva explicação. Quanto à arte de Bourgeon continua a ser de retirar o fôlego! Penso que ainda mais refinado que há uns anos, talvez devido às novas tecnologias e ferramentas actualmente ao dispor dos artistas, Bourgeon faz um excelente retrato gráfico da época e dos locais onde se passa a estória. Esta passa-se no século XIX, na Louisiana durante o pós-guerra Norte – Sul dos actuais Estados Unidos da América. Os “flashbacks” levam-nos ao Haiti (século XVII) para percebermos o que tinha acontecido a Isabeau, protagonista da série original. Mas o que mais apreciei na arte de Bourgeon foi a captação gráfica das expressões dos personagens, sobretudo em Zabo! Muito bom. A estória… bem, para fazer uma ideia da qualidade da narrativa de Bourgeon temos de esperar pela Livro 2, pois este primeiro livro parece-me mais um posicionar de todos os personagens no espaço e no tempo, dando a conhecer os novos e voltar ao passado para saber dos antigos durante o passar de século.
Fazendo uma pequena sinopse, a leitura começa com a destruição da propriedade “sulista” dos Murrait, onde o pequeno irmão de Isabeau Murrait (Zabo) deixa a sua vida. Depois da morte de sua mãe, Zabo decide deixar Nova Orleães e corajosamente pôr-se a caminho em direcção às terras de família. Consegue ajuda do pároco para fazer esta viagem de barco, mas como paga terá de entregar uma encomenda em Nottoway. Quando chega tem a propriedade completamente destruída… deixa cartas de libertação a alguns escravos que tinham ficado, e segue para entregar a encomenda. É com essa encomenda que conhece o fotografo francês Coustans, que a irá acompanhar até às terras onde se encontra a sua avó de 98 anos: Isabeau!
O encontro entre as duas, tão diferentes e tão iguais, provoca uma enxurrada de recordações na agora muito velha Isabeau. É através das memórias que a avó conta à neta que começamos a saber o que se passou a seguir a “Ébano”.
Fico-me por aqui, esperando que o Livro 2 saia depressa, porque este terminou quando estava a ficar mais interessante. Bourgeon ainda é um mestre da BD. Conseguiu um excelente equilíbrio entre a atmosfera da época, recortes históricos, narrativa e grafismo. Já agora, é de notar que este livro quando saiu em França o mês passado, entrou directamente para nº 1 do top de vendas francês!
Para nós, sai já amanhã este volume com o "O Público". Quem quiser a versão de capa dura da ASA vai ter de esperar mais uns dias.
Para mais informação sobre a estória que ficou para trás, ou para ver mais imagens, clicar nos links seguintes:
Os Passageiros do Vento
Passageiros do Vento Vol.6: Algumas páginas!
Boas leituras!

Hardcover (Softcover na versão ASA/O Público)
Criado por: François Bourgeon
Editado em 2009 pela ASA
Nota : 9,5 em 10

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Zona 0


Ok... eu sei que não estava na lista, mas como não tinha falado deste primeiro lançamento da revista impulsionada pelo autor Fil, resolvi escrever uma palavritas sobre esta revista que tenta abanar a pasmaceira da BD feita por portugueses. Depois desta pequena introdução, peço desculpa pela tardia referência a esta empresa de muitos autores de BD portuguesa, sim, porque já fiz referência ao Zona Negra e a este primeiro lançamento... nikles!
Esta revista pretende dar a conhecer alguns dos jovens autores nacionais, mas ao invés de uma publicação com uma apresentação "fraquinha", tenta atingir alto nível como produto. O papel é excelente, as cores estão presentes no esplendor que cada autor quis dar-lhes, e o preço não é exagerado para a qualidade da publicação. É uma publicação amadora, mas alguns trabalhos já estão a um bom nível!
Neste primeiro número temos uma capa da autoria de Fil, Eduardo Monteiro na galeria de ilustração com três trabalhos, sendo o 4º também de Fil.Depois temos uma série de estórias curtas de Ana Oliveira (O que o amor nos faz), Man (In Utero), Manuel Morgado e Gustavo Carreira (25-12-1914), Rui Alex (Detalhe), António Agonia Sampaio (Aparência), Luis Lourenço Lopes (Oeste), Hugo Teixeira (WWMM - World War Machine Mind), André Oliveira e João Ataíde (A Terrível Sorte do Panda Ping-Pong nas Garras do Chim Pan Zé) e o final é da autoria de Fil (A Anomalia).
Algumas estórias são bastante melhores que outras, houve uma a que eu não percebi o sentido, mas no computo geral acho que a revista esteve bem! Como nota, penso que apesar da responsabilidade das estórias ser dos respectivos autores, alguém deveria fazer uma revista ao português usado... algumas dão os respectivos pontapés na gramática sem necessidade nenhuma. É também minha opinião, embora contrária à da maior parte das pessoas que gostam de BD, que a revista deveria ter sempre uma ou dois estórias com continuação. Dizem que é contraproducente, mas se quiserem editar trabalhos com mais qualidade ao nível do enredo, terão de existir estórias bem mais compridas que as apresentadas (embora a estória de Hugo Teixeira tenha continuação). Isto iria aumentar a consistência da revista, mas isto é só a minha opinião.
Ainda não tenho o Zona Negra, mas espero obtê-lo no Amadora BD e espero que os dois lançamentos agendados da revista Zona sejam um sucesso! São eles o Zona Fantástico e o Zona Gráfica.
Eu sei que este post está completamente fora de tempo, mas tinha de o fazer :)
Parabéns!

sábado, 3 de outubro de 2009

Metro Survive


Metro Survive é um díptico (dois volumes) escrito e desenhado por Yuki Fujisawa. À partida desconfiei do "clichê" filme catástrofe, e foi bem desconfiado pois a obra assenta que nem uma luva nesse tipo de registo.
Mas a obra acaba por não ficar por aí (felizmente)! Yuki Fujisawa consegue transformar este tipo de clichê numa muito boa obra de BD. Como se sabe, o Japão é uma zona assolada por este tipo de fenómenos naturais (sismos), e à volta desta situação Yuki Fujisawa construiu uma estória cheia de tensão e com algumas reviravoltas bem concebidas, bem como também toca nalguns problemas sociais próprios de países altamente industrializados. O seu personagem principal, Mishima, é o típico herói acidental. Trabalhador por conta de outrem, num edifício de alta tecnologia, é praticamente "escravizado" pelo seu patrão. Devido à sua sensatez e conhecimentos técnicos profissionais, depressa é considerado no seu grupo de sobreviventes como o líder. Como é normal neste tipo de registos a acção começa muito lentamente, subindo de ritmo e tensão conforme o enredo vai avançando. O autor consegue fazer desta "normalidade", comum a este tipo de estórias catástrofe, fazê-la subir para patamares muito bons! Agarra bem o leitor ao longo da estória, dando-lhe toques bem pessoais que a diferenciam doutras do género. Em relação à parte artística, é bastante normal, embora haja três ou quatro personagens mais bem tratadas graficamente que as outras.
Tudo começa com mais um dia de trabalho de Mishima, mais um dia de abusos do patrão, que nunca o deixa chegar a casa a horas decentes, sendo que desta vez é mais grave pois é o dia de aniversário do seu filho. Quando já segue para casa de Metro com o presente para o seu filho acontece o desastre. Um sismo grau 7.0 destrói completamente o avançado edifício Exopolis Tower de Tóquio (que afinal não tinha sido bem construído) e provoca uma derrocada no Metro encurralando os passageiros daquele comboio a uma enorme profundidade quase por baixo da Exopolis Tower. Os passageiros encurralados têm de seguir a pé, nervosos e preocupados... a vida deste grupo muito heterogéneo começa a ficar muito difícil! E a primeira dificuldade é mesmo a cooperação entre vários tipos sociais bem distintos: Mishima é um vulgar assalariado, mas temos o condutor do Metro, uma rapariga distante e sem problemas em acabar ali ou noutro sítio, um casal famoso com o seu pequeno filho mas completamente destruturados, dois típicos jovens da rua mas completamente parvos e um casal de velhos. Com a água a subir (e os ratos também) resolvem tentar chegar à estação de Metro da Exopolis Tower. Vão passando por vários problemas, sempre com Mishima a resolvê-los com uma postura bastante calma... e depois de várias vicissitudes encontram outro grupo de sobreviventes, aqueles que estariam ainda na estação. Agora torna-se tudo mais difícil, pois estes possuíam comida e água. Em primeira instância partilharam, mas um casal vindo do submundo nocturno (ainda por cima completamente sádicos) torna-se líder deste grupo mais numeroso e expulsa o pequeno grupo de Mishima novamente para baixo. A tensão sobe mesmo! Sem água, sem comida e sem poder fazer frente a grupo de gente sem escrúpulos, como se saíra o grupo de Mishima? É o jogo da sobrevivência. O segundo volume explode em tensão e violência, tanto física como mental.
Gostei!

Tankōbon (単行本)
Criado por: Yuki Fujisawa
Editados em 2008 por Dr. Master Productions Inc.
Nota : 8,5 em 10

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