23 years ago, twelve strange children were born in England at exactly the same moment.
6 years ago, the world ended.
This is the end of the story of what happened next.
Freakangels chega ao fim após seis volumes.
Estória bem localizada e representativa do melhor “steampunk” que se fez na Banda Desenhada nos últimos tempos, conta a estória de doze jovens com poderes extraordinários.
À imagem dos X-Men também foram perseguidos por serem diferentes, e porque os seus poderes assustavam a autoridade vigente.
Depois de acossados pelo exército unem os seus poderes e modificam o mundo de maneira a não serem incomodados por mais ninguém. De que maneira é que eles alteraram o mundo, ou não, só o sabemos neste último volume. Até aqui sabemos que eles provocaram uma enorme inundação, tipo Génesis apocalíptico, e que não existem comunicações rádio, nem de outra natureza ao seu redor. Para todos os efeitos, para eles o mundo tinha mudado!
Como forma de expiação tomam conta de uma comunidade humana em Whitechapel, fazendo a sua segurança contra intrusos, e alimentando, cuidando da saúde e procurando dar a melhor qualidade de vida possível aos elementos humanos “normais” desta comunidade.
De início esta série começou como um “webcomic”, mas o seu enorme sucesso levou a que fosse transportada para o suporte de papel. Houve algumas condicionantes nesta passagem devido ao formato em que estava a ser publicada na Internet, mas no fim resultou excelente na transposição para livro!
Esta série lançou internacionalmente Paul Duffield como artista, e não há dúvida que ele mereceu todos os elogios que acabou por ser alvo. Uma arte limpa e expressiva, acrescentando detalhe quando a página assim o exigia, como por exemplo nos exteriores de Whitechapel, ou nas construções e inventos de KK e Carolyn "Caz".
Os comics ganharam mais um artista com esta série!
Warren Ellis, o mais do que conhecido e famoso autor/escritor inglês de estórias para Banda Desenhada (comics neste caso), tem em Freakangels mais um bom momento na sua carreira, e cimentou a sua relação com a editora Avatar devido ao êxito da série. A estória por vezes torna-se um pouco confusa a espaços apenas porque os leitores não tinham acesso à visão global e final da estória. Mesmo assim, é mais uma estória “à Ellis” aliando as difíceis relações humanas a um espaço muito ficcional contido e estreito, em que a rotura emocional está sempre a acontecer.
Nestes últimos capítulos os dois Freakangels “renegados”, Mark (o louco sedento de poder) e Luke (o tarado sem restrições ao uso do seu poder para proveito próprio) são o centro da estória, e são eles que a vão catapultar para o seu final.
Acho que não fiz noutros posts relacionados, mas vou fazer a lista de Freakangels e suas particularidades resumidas:
KK – Veste-se de maneira gótica, gosta de sexo, e inventa máquinas pilotando a sua preferida: um pequeno helicóptero a vapor.
Connor – Muito controlado, é por norma a voz da razão. É também ele que regista por escrito tudo quanto acontece.
Luke – É quase um sem abrigo, pois vive a vida para o momento e usa os seus poderes telepáticos para obter sexo com quem deseja. Individualista, não lhe interessa o que os outros fazem para o bem de Whitechapel.
Kirk – É o sentinela da comunidade. Habita numa torre de vigia. A sua relação amorosa com Karl só é revelada neste último volume.
Arkady – É o membro mais louco dos 12, devido a uma overdose de droga. Exibe cada vez mais poderes em relação aos outros, como o teletransporte. Completamente desinibida mentalmente, assusta por vezes os seus colegas com a extensão do seu poder.
Karl – É o agricultor que arranja sempre maneira de trazer produtos alimentares frescos para a comunidade. Por vezes usa uma protecção na cabeça para evitar ouvir telepaticamente os outros Freakangels, e para estas não “ouvirem” os seus pensamentos também. A sua relação amorosa com Kirk só é revelada neste último volume.
Sirkka – Usa os seus talentos psíquicos para manter um harém de amor livre! Consegue erguer campos de força. É sabido o seu amor por Jack.
Jack – É um solitário. Vive no seu barco e abastece a comunidade com salvados que vai buscar ao fundo inundado de Londres. Anda sempre armado e ama Sirkka, só que não concorda com a sua teoria do “amor-livre”, portanto afasta-se. Apenas é revelada a sua faceta cínica neste último volume.
Miki – É a oriental do grupo e tem a cargo a saúde da comunidade. É uma pessoa muito sensível à dor, mental ou física, tentando sempre tratar o ser humano com a máxima dignidade possível.
Kait – É a polícia da comunidade. Para além de Jack, é a única que anda armada. Pessoa dura e tenaz, não lhe importa os meios para atingir os fins.
Carolyn – É a faz tudo da comunidade. Sistema de água, electricidade, máquinas… faz a manutenção de toda a Whitechapel. É uma negra albina e grande amiga de KK.
Mark – Só o conhecemos no volume 5. Freakangel muito poderoso foi expulso da comunidade devido à sua loucura (não tem restrições morais no uso dos seus poderes) sede de conquista e de poder. Estava dado como morto, mas logo no início da série os restantes Freakangels verificam que está vivo da pior maneira.
Todas estas personagens possuem poderes mentais e telepáticos, e fisicamente exibem olhos cor violeta.
Neste último volume (não vou fazer spoilers) os 12 Freakangels fazem um resumo da sua existência pré-inundação, tentam colocar-se em sintonia para resolverem os seus problemas internos, e porque não… desfazer o que tinham feito. Para isso houve um evento que despoletou a situação… foi avistado um helicóptero militar norte-americano ao largo de Whitechapel!
A conclusão do livro foi quase boa… não fiquei muito satisfeito com o final do final. Se lerem entenderão o que eu estou a dizer! Ficou ali algo aberto que devia ter sido fechado, penso eu.
Mas recomendo, é uma leitura super interessante.
Podem rever no Leituras de BD a crítica ao primeiro volume da série Freakangels:
Freakangels Vol.1 Limited Edition
Já agora, a capa deste último volume é excelente, e aqui em baixo têm um bom wallpaper!
Boas leituras
Hardcover
Criado por: Warren Ellis e Paul Duffield
Editado em 2011 por Avatar Press
Nota : 9 em 10