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Decididamente foi a série Manga que mais gostei de ler até hoje. Guardei-me até receber o oitavo volume, para poder ler tudo seguido, e a espera valeu a pena!
Baseada na estória “O Melhor Robô da Terra” da série
Astro Boy de Osamu Tezuka (手塚 治虫), mas agora com a i
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nterpretação de Naoki Urasawa, supervisionada pelo filho de Osamu Tezuka e com a ajuda de Takashi Nagasaki.
De uma maneira simplista esta é a versão dessa história de Astro Boy mas para adultos.
Todas as personagens de “O Melhor Robô da Terra” estão aqui representadas mas muito mais densas e bem tratadas psicologicamente, assim como o tema base e as suas implicações filosóficas. Outra grande diferença está na personagem principal, deixou de ser Atom (Astro Boy) para ser outro robô: Gesicht.
Este robô é um dos sete mais poderosos, tendo um aspecto perfeitamente humano. É um robô de investigação alemão pertencente à Europol! É ele que nos faz seguir ao longo de toda história, mesmo depois de … (spoiler alert!)… pois…, é difícil escrever sem fazer descobrir alguns dos pontos de grande interesse da trama!
Assim, e numa primeira análise, o tema roda à volta de uma investigação policial em que vários robôs e humanos ligados a causas relacionadas com robôs, são destruídos. E é Gesicht o responsável por toda a investigação, e é durante esta investigação que se vão tocando temas sensíveis como a guerra e o racismo. Isto para além da extrapolação de como uma sociedade que usa os robôs indiscriminadamente para todas as tarefas, desde mulher-a-dias até à guerra, convive com robôs cada vez mais difíceis de distinguir do humano normal.
Mas não só isso… os robôs cada vez mais avança
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dos e parecidos com os humanos têm a outra contra-parte, robôs de tarefas especificas, menos avançados e nada parecidos com a forma humana. Existem leis que impedem na programação de um robô, o ataque a um ser humano. E porque não haver leis que impeçam os robôs de se atacarem uns aos outros a mando do ser humano, ou leis que impeçam os humanos de destruírem um robô? Ou entre humanos? Como os robôs mais avançados lidam com estas situações? Sim, porque cada vez mais evoluídos e por tentarem imitar os humanos nos seus hábitos diários começam a desenvolver eles próprios emoções proibidas como o amor e o ódio!
Pluto não é apenas um romance gráfico de investigação policial situado no género ficção científica! Lida com muitas emoções proibidas, jogos de poder, vingança, amor… e por vezes é de uma profunda tristeza.
O início do primeiro livro, desta série de oito, inicia-se praticamente com a “assassinato” de um dos mais amados e poderosos robôs da Terra, o robô suíço Mont Blanc.
Gesicht é chamado a investigar, mas ao mesmo tempo também humanos são assassinados e o ponto comum são as suas ligações aos mais poderosos robôs… existe outro ponto comum, quase todos eles estiveram na 39th Middle East War na Persia. Sim, Urasawa coloca bem o cenário… temos a Europa, Persia, Japão e os United States of Thracia (EUA).
É claro q
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ue o cenário de guerra foi no Extremo Oriente, temos os terroristas na pele de Dr. Abullah e do seu super robô Pluto, e temos um presidente dos Estados Unidos, um fantoche nas mãos de um cérebro virtual criado pelos próprios United States, que não tinham aparentemente nenhum super robô…
Não vou falar mais deste Pluto, leiam-no, não apenas superficialmente, mas tudo o que está subjacente ou “debaixo” da escrita de Urasawa e Takashi Nagasaki.
A arte é muito boa, não tem pontos fracos. É mesmo muito boa, e isso torna esta obra perfeita!
Para fazer uma analogia, pode-se talvez comparar a importância desta obra, como o “
Watchmen” do género Manga, mas desculpem-me os fãs dos comics Norte-Americanos, acho “Pluto” muito superior a “
Watchmen", tanto graficamente, como nos textos que lhe dão vida. O último volume (oitavo) é simplesmente excelente, sem falhas no final! Ata todas as pontas soltas sem pressas ou golpes de magia… muito bom!
Aconselho vivamente, foi uma das melhores séries que li ultimamente (de longe).
Boas Leituras
Tankobon
Criado por: Naoki Urasawa 浦沢 直樹, Osamu Tezuka 手塚 治虫 e Takashi Nagasaki
Editado em inglês entre 2003 e 2009 pela Viz Media