terça-feira, 27 de outubro de 2009
20º Amadora BD: Zona Comercial
Esta zona é sem dúvida a zona mais fraca do Amadora BD deste ano infelizmente. E digo infelizmente por várias razões. A primeira que me ocorre é que a BD para ser viável tem de vender! Isto é lógico. As sessões de autógrafos e as exposições são componentes que têm o dever de existir neste tipo de eventos, mas não servem de grande coisa se não houver BD. Esta tem de ser economicamente viável, senão passa a ser o entretém de meia dúzia de autores que a fazem para mostrar uns aos outros, e o grande público nem sabe que existe! Mais, as lojas representadas pagam o espaço (não sei se é muito, ou se é pouco) e como tal devem querer receber o benefício de estarem presentes no maior evento da BD em Portugal, isto é, ser rentável a sua presença nesta área. O que acontece, como podem verificar pelas fotos, é que as lojas estão escondidas e isto porque ao meio de toda esta zona está um “camafeu” que foi construído o ano passado para as sessões de autógrafos (e já nessa altura teci alguns comentários não abonatórios a esta construção) e que foi mantido para este ano sem razão aparente. Este "mono" mesmo no meio de toda esta zona retira visibilidade às lojas e “aperta” os visitantes quase claustrofobicamente, quando deveriam circular com muito mais fluidez neste espaço. A área poderia ser ocupada com mesas e cadeiras ficando o espaço muito mais agradável. Devido a isto, e parece um pouco estúpido de dizer, houve duas lojas que só as descobri no Domingo!
Esta crítica que eu faço, faço-a como visitante do festival e comprador de BD, e para ver se para o ano desaparece o “carro eléctrico” (como alguém lhe chamou), visto que não sou o único a ter este ponto de vista. Aliás, encontrei o Nelson Dona (principal responsável do Amadora BD) e fiz-lhe este reparo no Sábado passado. As lojas têm de sobreviver para que a BD feita ou traduzida em português também sobreviva, e como é lógico este tipo de eventos deve promover também a venda da Banda Desenhada.
Não quero misturar este post sobre a zona comercial com outro que irei fazer sobre as exposições, pois a minha opinião sobre estas é bem mais positiva!
E também não acho tão que o festival tenha uma nota negativa na sua generalidade, como já li. Acho sim que a direcção do Amadora BD devia reunir com os interessados na vertente comercial e chegar a um consenso entre todas as partes. De certeza que o público agradeceria.
Esta critica não favorável à zona comercial não tem como finalidade “dizer mal” por dizer, é a minha tentativa de que para o ano esta área esteja melhor e seja mais amiga do visitante e do comerciante.
E sim… estava muito calor!
:D
Vão ao Amadora BD, que vale a pena!
(E comprem Banda Desenhada! Está escondida, mas existe lá muita e boa!)
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Com a divulgação que tu fazes assim como outros bloggers claro que o número de espectadores só pode aumentar.
ResponderEliminarBongop, nem de propósito, uma coisa que não tem nada a ver com a crítica, pois só a vou fazer no final ;)
ResponderEliminarApresento-te a minha irmã e o meu cunhado na primeira foto em grande plano sentados :D
Esse apelo final teria muito mais força se tivesse como música de fundo a publicidade ao Pingo Doce...
ResponderEliminar"Venham ao fetival da Amadora
Onde os desenhos são mais fresquinhos
E são feitos com mais cariiiiiiinho"
Durante o resto do ano o edificio serve de antro para um clã de vampiros timidos e reservados amadores de grafitis.
ResponderEliminarPois já noutros anos houve quem tivesse reclamado do que agora falas; pessoas que já tiveram representação e outras que ainda têm. Parece que não existe um verdadeiro diálogo, ou talvez consideração em querer fazer das lojas parte integrante do festival. Parece (embora eu não o saiba de facto!) que quem organiza o festival não convida os lojistas para a mesa de reuniões?! Ou será que são os lojistas que não querem fazer parte das reuniões?!
ResponderEliminarAcho que todos teriamos muito a ganhar se todos reunissem.
É como o Bongop diz: sem vendas não há BD de qualidade...e não me venham com a converseta de que se faz muita boa bd em Portugal e o que interessa é a arte e o capitalismo etc e tal, porque a grande maioria dos fanzines nem para limpar o dito cujo servem e só servirão aos aflitos que sabem onde as encontrar.
Mas é verdade que há muito boa gente a fazer muito boa BD em Portugal, cada vez mais (felizmente), mas não seria excelente que eles vendessem bem, mas mesmo bem?
Forteifeio
ResponderEliminarFaço o que tenho a fazer: divulgar!
:)
Mas também tenho dever de dizer aquilo que não está bem, e neste caso está bem mal...
Hugo Teixeira
Obrigado por me apresentares a tua família! LoL
:D
Rafeiro
Eu sou um sobrevivente do anúncio do Pingo Doce, mas secalhar fiquei um pouco afectado!
:|
Gio
Sinceramente já me interroguei sobre o que acontece durante o ano a este Fórum...
:)
Refem
Pelo que eu tenho lido, parece que o ano passado e há dois anos houve reunião. Este ano não! Nota-se pelos resultados... se eu fosse logista não sei se aceitava um cúbiculo daqueles mais pequenos e sem visibilidade.
E sim, tem de haver livros à venda (muitos e variados), promoção dos nossos bons autores (que existem sem sombra de dúvida!) e para além disso tem de haver visibilidade para se poder vender, e não lojas escondidas em que algumas parecem pequenas "cavernas"...
:S
Boas, devo dizer que, desde que me lembro de visitar o FIBDA e já lá vão bastantes anos, a área comercial sempre foi a parente pobre do festival. Até porque o FIBDA (ou Amadora BD) nunca se pautou como um festival de índole comercial com o objectivo expresso de vender ou fazer vender BD.
ResponderEliminarE não deixa de ser menos verdade que não existem em Portugal assim tantas editoras ou lojas de BD que sejam suficientes para compor devidamente uma zona dita comercial. Perguntem, por exemplo, ao Pedro Silva da BDMania se compensa ter um stand no FIBDA!
E talvez não menos importante, quem acompanha o fenómeno bedéfilo à muito que já adquiriu o que queria adquirir, até porque ninguém guarda a sua lista de compras para o FIBDA, excepto se o lançamento ocorrer durante o próprio festival. E não nos podemos esquecer o papel da ASA nisto tudo, porque como maior editora de BD e logo maior interessada, e seguramente um dos apoios mais fortes do festival (e indícios não faltam) também convenhamos que impõe as suas regras. E sobre isto dou um pequeno exemplo ocorrido em edições anteriores: em tempos do FIBDA na estação de metro da Amadora, existia em paralelo com a loja da ASA uma outra loja generalista que vendia também BD. O problema desta loja é que houve um ano em que vendeu o Asterix da Meribérica a metade do preço do Asterix da ASA…. agora pensem lá um bocado e perguntem a si próprios o que é aconteceu a esta loja generalista nos anos seguintes do FIBDA?
Pessoalmente, há muito que aprendi que a parte comercial do FIBDA não funciona e tenho sabido viver bem com isso. A BD lá não é mais barata e também não se compra por lá nenhuma raridade, por isso limito-me a comprar os lançamentos no festival e pouco mais.
Pergunto se alguém vai ao FIBDA para comprar expressamente BD? Os stands nem multibanco têm! E se todas as lojas boicotassem o FIBDA o festival acabava?
Muito sinceramente, preferia mil vezes ter stands de alfarrabistas, de BD em 2ª mão, de troca de bd’s, de saldos, etc, do que o que existe actualmente!
Pronto, desculpem lá ir contra a corrente. Abraço
Verbal
ResponderEliminarDiscordo contigo quase a 100%!
A venda de BD é essencial para a manutenção da mesma. Não te podes pôr a pensar apenas no teu caso, e no meu e de alguns outros que têm colecções de BD muito superiores ao português comum. Eu não estava a falar de nós e a BD não consegue sobreviver apenas com as nossas compras. É claro que as minhas compras são do género das tuas quando vamos ao Amadora BD... poucas, porque já temos quase tudo quanto saiu durante o ano.
O português normal precisa de ser atraído para a BD e para isso precisa de ver os livros que potencialmente poderá comprar. Logo tem de haver um espaço comercial atractivo com muita escolha/variedade e visível. Se o espaço comercial do Amadora BD (FIBDA)sempre foi mau está errado! Apenas posso falar de há três anos para cá, e nesse aspecto este foi o pior. Os festivais de BD, num país como o nosso (poucas pessoas a comprar regularmente) não podem descurar nunca a vertente comercial, pois esta é que faz com que exista BD para todos. Desenganem-se aqueles que pensam que um festival é só exposições e autógrafos. Qual a melhor maneira de agarrar mais leitores de BD? Mostrando-lhes os livros. Como é que mostram os livros que estão disponíveis no mercado? Levando-os às lojas. Qual é o espaço nobre em que muitas lojas estão aglomeradas junto umas às outras (ou deveriam estar)? Num festival de BD.
Isto que eu estou a falar serve para todos os festivais. Não se esqueçam que o leitor tem de ser "agarrado" para se tornar regular e os festivais de BD são um palco (ou deveriam ser) excelente para isso.
Eu não posso pensar como o "nerd" que sou. Tenho de pensar nos outros possíveis leitores! Eu preciso que eles comprem para as séries não serem descontinuadas e para aparecerem muitas novas séries, ou seja, haver mercado de BD. Havendo um mercado de BD forte tudo se torna mais fácil para os leitores e autores nacionais! Tudo isto é uma bola de neve, tem de se começar a fazê-la rolar! E para isto os espaços comerciais são primordiais. Se tivéssemos um mercado de BD forte nem precisava de haver espaço comercial num festival porque os leitores de BD seriam muitos, e já todos teriam comprado os livros durante o ano.
Quando digo que discordo quase a 100%, digo-o porque quando focas os alfarrabistas acho que tens razão... deveriam também de ter stand no Amadora BD.
:P
Eu discordo por experiência própria. Durante 10 anos eu deixava sempre uma lista de compras para o FIBDA e a parte comercial por mais parente pobre que fosse era um dos motivos porque lá ia. Fosse porque nessa altura os meus pais davam-me uns trocos pra gastar no fstival, fosse porque o acesso à BD para quem não vivia em plena Lisboa não era tão fácil quanto isso.
ResponderEliminarDe resto, em relação a isto: "Ou será que são os lojistas que não querem fazer parte das reuniões?!", eu cá como lojista passei 3 meses a tentar contactar com a organização e descobri que era seria mais fácil tentar falar com o papa.
Direito de réplica :)
ResponderEliminarBongop, eu quando relativizo o facto do Amadora BD desvalorizar a parte mais comercial do festival, não penso no meu caso específico como comprador/leitor de BD. Apenas constato aquilo que é uma realidade. O Amadora BD é uma iniciativa camarária que objectivamente não tem como objectivo, repito, não tem como objectivo, o de vender ou fazer vender BD. Aliás basta olhar todos os anos para os autores estrangeiros convidados e verificamos que mais de metade nem sequer tem qualquer obra publicada em Portugal. Este facto é uma opção da organização, discutível é claro e eu até sou forte critico dessa opção, mas são escolhas que temos de respeitar. Se as editoras querem vender porque não assumem elas os encargos com a promoção e vinda dos autores? Até noutros períodos do ano?
Estivemos os dois no festival de Beja, e é um facto inquestionável, que a parte comercial desse festival é quase inexistente (duas ou três bancas) e no entanto ninguém critica o FIBDB por isso. Porque que exigem o contrário do Amadora BD?
Bem sabemos que a venda de BD é que sustenta o negócio, mas parece-me a mim que querem transformar o Amadora BD no bode expiatório de algo cuja responsabilidade é de outros agentes que não o Amadora BD. O que faz mal à BD portuguesa (leia-se fracas vendas) são más escolhas editoriais, séries descontinuadas, fraca qualidade das edições, reedições a torto e a direito, álbuns caros, pouca ou quase nenhuma promoção por parte das editoras, não é o Amadora BD e sua fraca zona comercial. Além disso, não há BD que se venda no festival que eu, tu ou qualquer outra pessoa interessada não encontre numa FNAC, Bertrand, ou lojas on-line. Os livros estão à vista para quem os quer ver. Se tu e eu conseguimos compra fora do festival porque que os outros não conseguem? Além disso álbuns há que encontras nas lojas e não encontras no Amadora BD!
Aliás eu considero mesmo que o Amadora BD com todos os seus defeitos faz mais pela BD em Portugal que todas as editoras e lojas de BD juntas. Para pedirmos mais ao Amadora BD temos, por justiça, de pedir o dobro a todos os outros agentes.
Vidazinha
ResponderEliminarEu vi putos pequenos a chatear os pais para comprar um livro. Faz parte de um festival da dimensão do Amadora BD ter parte comercial. É inerente! Eu próprio sempre descubro alguma coisa para comprar nas lojas que lá estão representadas.
E também sei que tu e o Hugo tentaram muitas vezes contactar a direcção do festival para tratar do assunto da vossa loja (Asa Negra), infelizmente para vocês sem resultados positivos.
:S
Verbal
Direito de tréplica :)
Um festival só porque é financiado por uma câmara não tem de pôr de parte o espaço comercial... acho que não tem nada a ver! O espaço existe e os comerciantes pagam, logo só tem de estar organizado a contento de todos. Acho que é o mais razoável. Falaste no espaço comercial do festival de Beja, este sendo um festival mais pequeno e concentrado é natural que não tenha tantas lojas a vender livros. Mas não preciso de te dizer que o pequeno espaço era bem visível para toda a gente que entrava no núcleo central, estava ali à vista de todos! Também será natural que se este festival continuar a crescer mais lojas quererão estar lá representadas e a direcção desse festival de Beja vai ter de rever a questão zona comercial.
Repara que eu não estou a dizer que o festival Amadora BD não presta, que o saldo é negativo, mandar abaixo! Não é isso que eu pretendo, antes pelo contrário. Aponto este ponto negativo porque quero, ou gostaria que melhorasse para o ano. É essa a razão de ser da minha critica. Foi a única parte que eu não gostei deste festival, e posso dizer que o "camafeu" ao meio da sala estragou tudo mesmo. Se lá estivessem mesas e cadeiras para o pessoal descansar é que era! Houve uma altura que me quis sentar e porque as quatro ou cinco mesas estavam ocupadas, tive de ir para as escadas de acesso ao outro piso para descansar um bocadinho. Não faz sentido...
Falaste em editoras, acho que também não tem muito a ver com aquilo que eu disse porque a única grande editora ali representada era a ASA (e essa tinha um bom espaço), de resto tinhas a Pedranocharco e se quiseres contar também a Kingpin, mas essa também é loja! Aliás o resto era tudo lojas da especialidade, que não tem culpa do que as editoras fazem ou não. Apenas querem vender o seu produto: BD. E é lógico que não considero o Amadora BD "bode expiatório" de nenhuma loja ou editora, eu apenas disse que o espaço comercial é importante para o público e para a BD em geral, e infelizmente foi o espaço mais fraco deste ano (minha opinião, claro). Por exemplo, o espaço para os autógrafos melhorou substancialmente! Gostei dos espaços das exposições (excepto a do Asterix)! O corredor da entrada estava fixe com os "bonecos" feitos pelo pessoal no site do festival! O Rui Lacas abrilhantou o festival com o seu novo visaul e decoração. Como vês existe muita coisa que eu gostei. Não gostei da arrumação do espaço comercial (sobretudo do "camafeu" central).
Agora se quiseres podes fazer uma "quadréplica"
:P
Bongop: As bancas são caras. Absurdamente caras!!
ResponderEliminarVerbal: Este ano vejo várias bancas com descontos e promoções. A Central Comics tem uma secção com dezenas de títulos (e merchandise) com descontos até 70%
Bongop e Verbal: Os alfarrabistas não têm banca porque não querem. Basta pedir e pagar (ok, este ano foi mais difícil como os nossos amigos da Asa Negra, mas de uma forma globar...)
"Quadréplica" :)
ResponderEliminarObviamente que também eu desejava que o FIBDA tivesse uma zona comercial pujante, do agrado de todos, de lojistas a visitantes, porque era sinal de uma vitalidade da BD em Portugal. O que acho é que o FIBDA não tem que assumir sozinho a responsabilidade da divulgação e promoção da BD, quando afinal será talvez, em termos económicos, a parte menos interessada no negócio.
Sendo, porque o é, o festival uma organização exclusiva da CM Amadora, não me incomoda nada que seja ela a ditar as regras. Se a opção for um festival que acolha uma pluralidade de géneros desprezando a vertente comercial, aceito sem problemas, como também aceitava se o contrário se tal acontecesse.
Se me perguntares se eu fazia as coisas de forma diferente, digo-te já que virava do “avesso” o FIBDA.
Claro que também concordo que a zona comercial podia estar com um melhor espaço, com os stands com melhor visibilidade, com mais mesas para descanso dos visitantes, sem obstáculo arquitectónicos de utilidade discutível, etc, etc, mas também não me parece que seja isto o principal causador das fracas vendas, porque houve anos em que as condições eram melhores e mesmo assim queixas houve que "as vendas não compensavam os custos". Veja-se o exemplo da BDMania. Agora percebo perfeitamente o ponto de vista de quem pagou para ter lá o stand e sente agora defraudado com as condições existentes.
Um inquérito realizado acerca de 3 anos durante o festival, revelou que, o público FIBDA procurava essencialmente novos autores (35%) e novidades editoriais (32%) e que o tipo de banda desenhada mais apreciada era a franco-belga (28%). Pergunto quantas lojas existem capazes de satisfazer, em quantidade e qualidade, este tipo de procura comercial? Obviamente que a culpa não é das lojas enquanto distribuidoras, e aqui admito um excesso da minha parte quando anteriormente exigi um maior esforço de promoção às lojas, até porque considero que problema está mais a montante. Mas serve isto para concluir que se a vertente comercial no FIBDA não funciona, o problema é mais profundo e não é culpa não é exclusiva do FIBDA.
Pentéplica :D
ResponderEliminarAcho que percebeste o meu ponto de vista... não vale a pena bater mais Nesta vertente do Amadora BD!
:P