terça-feira, 3 de agosto de 2021

Capas: Moon Knight #24

 


Capa que eu adoro de Bill Sienkiewicz!

Referente à ao arco "Scarlet in Moonlight", também desenhado por ele com as cores maravilhosas de Christie Scheele, em Outubro de 1982.  

Imagens vibrantes de negro e vermelho num ambiente gótico e dramático, é assim que esta dupla dá vida a este arco escrito por Doug Moench.

Para lá da capa no topo, coloco 3 páginas interiores e a ilustração B&W da capa, antes de ser colorida por Scheele






Boas leituras




terça-feira, 27 de julho de 2021

Lançamento A Seita: Drácula de Bram Stoker por Georges Bess


 A editora A Seita publica em Portugal a considerada melhor adaptação à Banda Desenhada da obra máxima de Bram Stocker: Drácula.

Esta obra já foi bastantes vezes adaptada ao cinema, na Banda Desenhada tivemos sempre adaptações livres da personagem principal, o Conde Drácula, mas não da obra. Adaptação da obra está aqui fiel com o grande desenhador Georges Bess (Lama Branco) a emprestar a sua arte a esta obra.

Fiquem com a nota de imprensa da editora A Seita:



DRÁCULA de BRAM STOKER
 
Arte e adaptação do romance original por GEORGES BESS
 
« Seja bem-vindo à minha casa! E rogo-lhe, entre de sua livre vontade. Quando finalmente partir, deixará aqui um pouco da alegria que trouxe consigo. »
- Conde Drácula 

Uma das mais fiéis e brilhantes adaptações gráficas do Drácula de Bram Stoker, pelo desenhador de O Lama Branco e Juan Solo.
 
Drácula, de Bram Stoker, geralmente considerado como um dos maiores romances de terror gótico, conheceu inúmeros adaptações ao cinema, claro, mas também à banda desenhada. Desde os anos 1970, em Tomb of Dracula, por exemplo, onde encontramos um Conde Drácula que se move junto das personagens típicas da Marvel, até ao Drácula de Mike Mignola, que adapta a versão cinematográfica de Francis Ford Coppola, passando pelo bizarro e comédico Don Dracula, de Osamu Tezuka, ou o Drácula ilustrado por John J. Muth, foram muitas as adaptações ou livros que se inspiraram mais ou menos livremente do célebre vampiro de Stoker. A Seita inaugura agora a sua colecção Nona Literatura, dedicada a adaptações de grandes textos literários ou históricos à BD, com aquela que é talvez uma das mais fiéis adaptações do romance original. E talvez uma das mais belas também, pelas mãos de um dos maiores autores de BD franco-belga contemporâneos, Georges Bess.


Desafiado pelo seu editor, Phillipe Hauri, a desenhar esta adaptação usando o seu magnífico traço a preto e branco, Bess acabaria por se apaixonar pelo tema depois de uma visita ao cemitério de Highgate, em Londres, e pela sua atmosfera romântica e gótica. E o resultado é esta magnífica obra, que adapta com fidelidade o romance original, mantendo vivos muitos dos seus sub-entendidos e simbolismos, desde o seu aflorar de sexualidades problemáticas para a era Vitoriana, de sedução e libertinagem, que assombravam a sociedade da época, passando pela sua evocação da ansiedade e medo da doença e da infecção, e das tensões à volta da religião e da vida moderna desses tempos. 

Mas é uma adaptação que mantém viva também a chama da aventura que sempre fascinou os leitores do romance, com as suas paisagens majestosas nos Cárpatos, perseguições, vampiro terrível, confrontos e terrores, aqui retratados num glorioso desenho a preto e branco. A edição d’A Seita inclui também uma versão com capa especial (a capa dourada) disponível como exclusivo via Wook online.


Nascido em França em 1947, Georges Bess iniciou a sua carreira na BD na Suécia, desenhando histórias do Fantasma, de Lee Falk, para os países nórdicos, mas foi o encontro com Alejandro Jodorowsky, no seu regresso a Paris, em 1987, que iria mudar a sua carreira. Com Jodorowsky, Bess vai realizar as séries O Lama Branco, Anibal 5 e Juan Solo, títulos que, a par com as séries que escreveu e desenhou, o ajudaram a afirmar-se como um nome incontornável da BD europeia.
 
208 páginas, 
formato 220 x 285 cm, p/b, 
capa dura 
PVP: 25€ 
ISBN: 978-989-54574-4-1 - Capa normal 
ISBN: 978-989-53150-3-1 - Capa exclusiva WOOK














Boas leituras





segunda-feira, 26 de julho de 2021

Animação: Masters of the Universe - Revelation

 


Hate, hating, haters, bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh bláh

Ó Internet do Demo que dás voz a este pessoal que se cospe todo, simplesmente porque algo não é aquilo que eles, os fanzocas, esperavam!

Toda a gente que me conhece minimamente bem sabe que eu não gosto que alterem as personalidades e atributos físicos de personagem que fizeram história de décadas. É certo e é mesmo assim para mim.

Cada um tem a cor de pele com que nasceu e tem a orientação sexual que escolheu, Não tenho problemas com isso. Mas tenho quando mudam o género, ou cor ou orientação sexual de uma personagem para vender e com intuitos puramente mercantilistas. Tenho, pronto. E têm de levar com a minha opinião, podem não lhe ligar nenhuma, mas pronto, é a minha opinião. E é também minha opinião que deveriam existir mais personagens de todas as cores, locais e credos, mas originais, não modificações de outras. Dou o exemplo da excelente Ms Marvel editada por cá pela G.Floy.

A série da Netflix que trouxe os Masters of Universe de volta há poucos dias atrás, está na mira dos haters com muitos canhões e armas termonucleares, assim mesmo: à bruta.

Depois deste facto, vou voltar atrás um pouco. Que série de merda era a série original! Nunca a vi com assiduidade por ser bastante má, história para criancinhas de chuchar no dedo ainda, e uma animação a roçar o horrível. Lamento ofender alguém com esta minha opinião, mas estou a borrifar-me nisso (hoje toda a gente se ofende, portanto...)

O problema foi que a grande massa fanzoca, que chuchava no dedo quando via a série original, cresceu! Sim, os rapazes e raparigas que viam a série com menos de 10 aninhos nos anos 80 / 90 agora têm 30 / 40 anos e ansiavam por um remake da franquia. Quando souberam da nova série da Netflix entraram em modo orgasmo precoce e depois numa desilusão deprimente e absoluta... porquê? 

Porque agora é aquela tipa da Teela a tirar o protagonismo ao tipo com overdose de esteroides, ela própria também tomou alguns...

Falando mais a sério, a série tem um novo take, os protagonistas são os heróis secundários da série original. Eu não estava à espera, mas vi com agrado, porque foi fresco, não foi uma repetição daquilo que já existia.

E esta nova abordagem não me provocou engulhos nenhuns. Porquê, porque respeita o He-Man, respeita o seu passado de heroísmo, ele é igual a ele próprio sempre que está em cena. O que aconteceu foi um upgrade de todos as outras personagens, fazendo algo de novo de uma coisa velha.


Falando um pouco sobre esta série. Que tremenda escolha de vozes! Casam de uma maneira soberba com as personagens: Sarah Michelle Gellar como Teela, Lena Headey é Evil-Lyn "Lyn", Chris Wood como Príncipe Adam / He-Man, Mark Hamill é Skeletor, e Alicia Silverstone como Queen Marlena

No primeiro episódio Eternia está igual a ela própria, abre com uma grande cerimónia para dar o título de Man-at-Arms a Teela. O Príncipe Adam, Cringer e Orko estão presentes, claro. Entretanto Skeletor e Evil-Lyn estão a fazer o que lhe é normal, ou seja, atacar o Castelo de Grayskull.


Até aqui tudo normal, só que... no final tudo está mudado deixando um vácuo de poder em Eternia. Tudo o que sabes sobre a série já foi! 

Ao longo dos episódios seguintes é visível o respeito de Kevin Smith (o autor) pela mitologia dos Masters of the Universe, temos lá tudo e alguns easter eggs espalhados para dar um pouco de perfume.

Não vou dar spoilers da série, apenas recomendo que a vejam sem preconceitos. São cinco episódios em ritmo de continuação, excelente para ver numa tarde de férias. Termina num momento de suspense e vamos ter de esperar por mais cinco episódios.


Espumem pela boca haters! A série até é bastante decente, contrariamente à original que era fraquinha fraquinha... a animação não é má (podia ser melhor), e temos uma série de cinco episódios de bom entretenimento. Thumbs up!

Boas leituras








segunda-feira, 19 de julho de 2021

Undertaker Vol.2: A Dança dos Abutres



"E Deus disse: aqueles que são suficientemente estúpidos para descer ao Inferno merecem aí permanecer para sempre."
- Carta de Jonas aos Californianos

Este é o segundo volume desta série escrita por  Xavier Dorison e desenhada por Ralph Meyer. A Ala dos Livros publicou esta A Dança dos Abutres no início do ano, e fecha este arco do Undertaker.

Podem ler a minha crítica ao primeiro volume clicando no link Undertaker Vol.1: O Devorador de Ouro

Achei este livro magistral na sua construção. É bom ler uma boa história, mas é excelente ler uma boa história com uma construção minuciosa do ambiente emocional, ambiente esse completamente ligado ao espaço que se vai apertando lentamente, quase claustrofóbico no meio dos desfiladeiros, para se abrir repentinamente nos ocres desérticos dos grandes espaços abertos.

A tensão entre os três protagonistas equilibra-se precariamente, bastando qualquer desequilíbrio para pôr à prova o pacto acordado de levar o corpo morto e malcheiroso de Cusco, até ao local acordado para o sepultar. Todos os três têm uma razão diferente para querer levar este trabalho até ao final com êxito.

A desconstrução emocional e física dos mineiros de Anoki City está excelente. Pessoas normais tornam-se autênticos animais na perseguição da caça. A violência, o calor, a sede, tudo contribui para os desumanizar na busca do ouro que acham que é deles por direito. O rasto de morte que o carro funerário leva agarrado na sua traseira é enorme, a cupidez insidia-se completamente naqueles mineiros.

Eu tinha dito na crítica ao primeiro volume que faltava na história "surpresa" no enredo. Pois bem, agora neste volume temos mais do que uma. O enredo dá algumas boas voltas, por vezes enreda-se para se desenredar, tem velocidade e cria no leitor uma sensação de antecipação de um grande final, que não desilude. 

Uma nota especial para Jed, o abutre. Que bem conseguida foi esta ligação aos abutres. Este personagem, que tinha anteriormente uma função apenas decorativa, e por vezes o confidente de desabafos, um pouco tipo comic relief do coveiro, transforma-se em coadjuvante repentinamente quando nada o fazia prever. Muito bom.

A arte de Ralph Meyer, em conjunto com as cores de Caroline Delabie, continua muito boa. Os seus planos evocam e dão vida ao faroeste, seja em que situação for: chuva, calor, dia, noite, deserto árido, desfiladeiro claustrofóbico... enfim, tudo e tudo. 
Mais, consegue oferecer-nos ainda uma cidade viva de pormenores, em que podemos pensar que era mesmo assim que se vivia numa cidade desterrada, e enterrada, no Oeste profundo.

Adorei esta história e estou mesmo à espera do anunciado 3º livro: O Monstro de Sutter Camp.

O Leituras de BD recomenda está série

Em baixo a nota de imprensa da Ala dos Livros



UNDERTAKER – tomo 2
A DANÇA DOS ABUTRES 

Argumento: Xavier Dorison 
Desenho: Ralph Meyer 
Cor: Caroline Delabie 


Jonas Crow, o cangalheiro, Rose, a governanta inglesa, e Lin, a criada chinesa, dirigem-se à mina de “Red Chance” para aí sepultar um antigo milionário que decidiu ser enterrado com o seu ouro. 

Têm, diante de si, três longos dias de viagem e cinquenta milhas percorridas na carroça fúnebre através dos abrasadores e poeirentos desfiladeiros do deserto. E, atrás de si, há toda uma multidão de mineiros exaltados que os persegue, apostados em não lhes facilitar a vida… 

Assinado por Delabie, Dorison e Mayer, «A Dança dos Abutres» é o segundo tomo da série UNDERTAKER e, tal como o primeiro, conta com um enredo trepidante, servido por um desenho soberbo. Esta série, difundida em 14 países entre os quais se inclui agora Portugal, obteve desde o início da sua publicação em França, em 2015, numerosos prémios e distinções. Salientam-seo Prix Saint Michel 2015 du Meilleur Dessin, o Prix Le Parisien 2015 de la Meilleur BD, o Prix 2015 des rédacteurs de scenario.com e ainda a distinção Album preferé des lecteurs de BD Gest 2015

Sobre os autores: 

Argumento: Xavier Dorison (1972) 
Xavier Dorison nasceu em 1972. Depois de três anos numa escola profissional, durante os quais lançou um Festival de BD, começou a escrever o argumento para o primeiro volume de Troisième Testament (Terceiro Testamento) série desenhada por Alex Alice e publicada pela Glénat. Foi um sucesso. 

Seguiu-se o trabalho com Mathieu Lauffray no primeiro volume da série Prophet (Les Humanoides Associés, 2000), e depois com Christophe Bec na série Sanctuaire (Les Humanoïdes Associés, 2001). 


Xavier Dorison estabeleceu, em muito pouco tempo, um estatuto firme no mundo da banda desenhada franco-belga, um estatuto confirmado com W.E.S.T. (Dargaud), que escreveu em parceria com Fabien Nury para um dos maiores nomes actuais do realismo, o desenhador Christian Rossi. Mas Dorison não se limitou ao universo da BD. 

Em 2006, foi lançado o filme Les Brigades du Tigre, uma adaptação da série de TV com o mesmo nome, que Dorison voltou a escrever em parceria com Nury. 

Em 2007, trabalhou uma vez mais com Mathieu Lauffray em Long John Silver, granjeando de novo um enorme sucesso. Em 2008, a Dargaud convidou Xavier Dorison para escrever o argumento do primeiro volume de XIII Mystery, uma sequela da famosa série XIII. O desenho foi confiado a Ralph Meyer, o que deu início a uma outra colaboração prolífica. Foi então que o par criou a épica história viking Asgard (Dargaud). 

E em 2014, com Thomas Allart, Dorison produziu H.S.E. (Dargaud; Europe Comics 2017), um enredo de suspense sobre a possível queda em espiral de uma sociedade ultraliberal. Trabalhador incansável, Dorison dedica-se simultaneamente a várias séries, para além de continuar a escrever argumentos para a TV e o cinema. 

Passando com facilidade do argumento para as séries já mencionadas, e ainda para Le Chant du Cygne (2014, Le Lombard), Red Skin (2014, Glénat) e o seu último e enorme sucesso Undertaker (Dargaud 2015, Europe Comics 2016), Dorison provou a sua habilidade para trabalhar em diferentes géneros, que vão do western ao drama histórico, sem nunca perder a força do argumento e a solidez estrutural que caracteriza o seu trabalho. Não é por isso de admirar que tenha sido chamado a continuar a série Thorgal (Le Lombard), um dos maiores ícones da BD franco-belga de todos os tempos. 

Desenho: Ralph Meyer (1971) 
Nascido em Paris em 1971, Ralph Meyer era muito novo quando começou a cultivar a sua aptidão e interesse pelo desenho e por histórias. Quando chegou a altura de decidir o que fazer da sua vida, pareceu-lhe natural escolher a banda desenhada. Enquanto insaciável jovem leitor, apreciava o humor de Gaston Lagaffe e as aventuras de Blake e Mortimer, bem como os problemas existenciais dos super-heróis vestidos a rigor e que povoam as edições mensais de Strange

A sua descoberta do trabalho de Giraud (também Moebius) durante a sua adolescência, terá mais tarde uma grande influência no seu próprio trabalho. Com 20 anos, deixou Paris e mudou-se para a Bélgica para seguir o curso de ilustração no Instituto Saint-Luc, em Liège. 


Após três anos e finalizado o curso, começou a apresentar-se a várias editoras com um número variado de projectos, mas sem sucesso. Em 1996, decidiu apresentar o seu trabalho ao escritor Philippe Tome. Este deu a Meyer, para trabalhar, um argumento particularmente sinistro. Um ano mais tarde, lançam o primeiro volume de «Berceuse Assassine», uma trilogia (1997, Dargaud; 2016, Europe Comics). 

Meyer fundou, entretanto, com alguns outros autores, a "Parfois j'ai dur" workshop. Foi aí que realizou Des Lendemains sans Nuages, (Le Lombard; Cinebook,) série que co-ilustrou com Bruno Gazzotti, sob argumento de Fabien Vehlmann. A seguir, ainda com Vehlmann, iniciou a série de ficção Científica I.A.N (Dargaud; Cinebook), a qual relata as aventuras de um ser de inteligência artificial, completado com pele e nervos humanos. 


Em 2008, com Xavier Dorison lançou o primeiro volume da série XIII-Mystery, uma colecção da Dargaud pela qual recebeu, em Bruxelas, o Prémio St. Michel. O ano de 2010 pareceu representar para Meyer uma reviravolta gráfica, ao efectuar Page Noire, com argumento de Denis Lapière e Frank Giroud. Em 2012, ele e Xavier Dorison voltaram a trabalhar juntos nas paisagens nórdicas do díptico Asgard, seguindo-se posteriormente a terceira colaboração na série Undertaker, a qual continua a conhecer junto dos leitores de vários países um crescente sucesso. 

Cor: Caroline Delabie 
Curiosa por natureza, Caroline Delabie começou, desde tenra idade, a “meter o nariz” na imensa colecção de BD dos pais. É aí que descobre Gaston Lagaffe, Obélix, o Capitão Haddock e Thorgal. Estes, ensinam-na a ler. 

 E em breve muitos outros moradores da biblioteca se juntam a eles, acompanhando Caroline durante a infância. Na adolescência, conhece Jojo (que depressa se tornou o seu melhor amigo), Violette, Brousaille, Gil Jourdan, Julien Boisvert, Pélisse… Aquando do seu último ano de Arquitectura de Interiores, na Escola de Saint Luc, em Liège, e graças a Jean-Claude Hubert, um amigo ilustrador, Caroline conhece Ralph Meyer. 

 Ralph apresentou-lhe Joe e Martha Telenko, os personagens de Berceuse Assassine. Passa na sua companhia alguns serões agradáveis mas prefere, de longe, a companhia de Ralph. E decidem partilhar a maior parte dos seus serões, a ler. 

Terminados os estudos, Caroline dedicou-se à profissão de Arquitecta Decoradora independente, embora a sua curiosidade tenha sido espicaçada pela coloração de BD, já que esse trabalho parece ligar o mundo das cores, que a cativa desde que iniciou os seus estudos, à sua paixão pela BD. Ralph aceita ensinar-lhe os seus segredos. 

Assim, e durante vários anos, Caroline Delabie assume, em paralelo, a profissão de Arquitecta Decoradora e a de Colorista (I.A.N., XIII Mystery, Seuls, Asgard, Page Noire, Undertaker). Até que, por fim, decide tornar-se apenas colorista. Todavia, em 2014, esta curiosa insaciável completa a formação, em seu entender muito curta, de Guia da Natureza. 

56 páginas. Cor. 
Cartonado. 235 x 310 mm 
Fevereiro de 2021. 
Ala dos Livros PVP: 16,65 € 
ISBN: 978-989-54726-7-3






Boas Leituras



sexta-feira, 16 de julho de 2021

Lançamento Arte de Autor: Armazém Central Vols. 2 & 3
- Serge
- Os Homens






Aquando do lançamento do álbum duplo que continha as duas histórias inéditas "Confissões" e "Montreal", nºs 4 e 5 desta série, a Arte de Autor anunciava também que iria reeditar se possível os volumes anteriores publicados pela ASA que tinha abandonado a série por ali.


Assim, publicou o nº1 em Abril, e agora faz o pleno com este livro duplo que deverá sair nos próximos dias. 
Esta é uma série muito bonita que fala de inclusão de um modo Humano e sensato, não como esta forma actual obsessiva de obrigar à inclusão dê por onde der. Das minhas séries preferidas de sempre!

Nota de imprensa da editora Arte de Autor:



ARMAZÉM CENTRAL 
ÁLBUM DUPLO 

SERGE | OS HOMENS 
Volumes 2 e 3 

Quebeque, 1926. 
Em Notre-Dame-des-Lacs, é ao armazém da Marie que todos se dirigem para as suas compras, se actualizarem e fazerem as suas confidências. 
A chegada inesperada de Serge vai alterar os hábitos: a seguir a Marie, é toda a aldeia que aos poucos vai sair do conformismo. Nesta busca da felicidade, Loisel e Tripp, com sensibilidade e optimismo, contam uma história de emancipação através do conhecimento próprio. 
Um relato a favor da tolerância, como os melhores filmes de Frank Capra. 

Argumento e Desenho: Loisel e Tripp 
Edição: Cartonada 
Número de páginas: 152 
Impressão: cores 
Formato: 227 X 302 
Editor: Arte de Autor 
ISBN: 978-989-53114-5-3 
PVP: 29,00€ 


Jean-Louis Tripp 
Nasceu em França, 1958. Desenhador, argumentista e colorista publicou as suas primeiras pranchas na Metal Hurlant em 1977. 
O seu primeiro álbum, Le bœuf n’était pas mode, foi publicado em 1978. Depois de três títulos na Futuropolis com Marc Barcelo, lança na Milan a série Jacques Gallard, onde os segundo e terceiro tomos Soviet Zigzag e Zoulou Blues obtiveram no FIBD de Angoulême o prémio da imprensa e o prémio do público em 1987 e1988. 
 A partir de 1990 começa um período de criação dedicado ao design, escultura, pintura, reportagens de desenho e literatura juvenil. 
O ano de 2002 marca o regresso à banda desenhada com o Le Nouveau Jean-Claude (argumento de Tronchet). Em 2003, é professor convidado para a Universidade de Quebec e desenha Paroles d’anges, começando em 2006, com Régis Loisel, o longo romance gráfico Magasin Général
Esta saga publicada pela Casterman, tem nove volumes e três nomeações no festival de Angoulême. Desde 2015, divide o seu tempo entre Paris e Montreal. 



 Régis Loisel Nasceu em França, 1951. Argumentista, desenhador e colorista assina os seus primeiros trabalhos em meados da década de 70 em diversas publicações (Mormol, Pilote, Tousse-Bourin), mas é a partir do início da década de 80 que a sua carreira descola com a série La Quête de l’oiseau du temps (Dargaud), com argumento de Serge Le Tendre. 
É também autor de Peter Pan (Vents d’ Ouest) ou de Troubles fêtes (Les Humanoïdes Associés). Colaborou em diversas longas-metragens de animação e foi distinguido em 2003 pelo Grande Prémio da Cidade de Angoulême. Em 2006, lança Magasin Général (Casterman) com Jean-Louis Tripp. Vive em Montreal.




Boas leituras



quinta-feira, 15 de julho de 2021

Porque me Apetece: O Cigarro do Lucky Luke
(Ou a Abertura da Caixa de Pandora)

 

Lucky Luke por Marini (2021)

Tempos atrás, talvez há uns 5 anos, eu elegi este evento como o mais infame da "cultura ocidental":

- Ano de 1983... Lucky Luke perde o cigarro e passa a chupar na palhinha.

O infame disto é que não foi porque Morris o escolhesse, foi por pressão social e comercial. Morris sempre respondeu aos críticos que, e cito com tradução, "o cigarro faz parte do perfil do personagem, assim como o cachimbo de Popeye ou Maigret".

Aparentemente a pressão comercial para a entrada da série nos EUA (os campeões da democracia) obrigou mesmo à retirada do cigarro, e meus amigos... os cowboys do old wild west fumavam como comboios a vapor, e mascavam como velhas sem dentes! Portanto retirar o cigarro é subverter completamente a personagem, que fumou durante 36 anos.

Eu também fumei durante 36 anos, mas não comecei a fumar porque o Lucky Luke fumava, nem deixei de fumar porque o dito cowboy o fez. Estes são os absurdos do politicamente correcto.



Morris desenhando Lucky Luke

E em 1983 a caixa de Pandora foi aberta.

Visitando eventos passados de censura na cultura pop, verificamos que existem alguns, sobretudo relacionados com expressões usadas em animação nos Looney Tunes nos anos 40 até aos 60. E é também com os Looney Tunes em 1968 que se dá a escolha dos Censored Eleven, 11 filmes que neste ano foram proibidos de dar na televisão, mas podiam ser exibidos em salas de cinema. Foram banidos devido a estereótipos étnicos. 

Eram filmes feitos entre 1931 e 1944, e para quem conhece a minha opinião o racismo não se cura ou esbate com repressão, combate-se com educação. Os filmes foram feitos à luz da época, são História e deve ser conhecida por todos os que o desejem. Faz lembrar Tintin no Congo... a História não deve ser apagada. E nos EUA ainda tivemos o Comics Code de 1954... podem consultar tanto os Censored Eleven como este "Code" clicando nos links atrás.

Tudo isto foi grave, mas foi feito num período conturbado da História Social do EUA, portanto, para mim é fruta da época.

O cigarro do Luke foi-lhe retirado numa altura de extrema liberdade! Daí a infâmia!
Os anos 80 e 90 considero-os como os anos mais livres de sempre, e foi precisamente nessa altura que aconteceu. Por isso considero o Lucky Luke chupar na palhinha infame, e a abertura de terreno para a ditadura do politicamente correcto na cultura pop se implantar na Europa. 

A partir daqui aconteceu tudo. Subversões na cor, no género, censura sobre a abordagens de temas, liquidação de personagens, filmes proibidos ou retirados (E tudo o Vento levou...), enfim, em 57 anos de vida considero que neste momento vivo num mundo chato e sem piada. Um mundo sem Pepe Le Pew ou Elmer Fudd sem carabina... só pode ser chato mesmo, néh?

Tudo tem de ser cinzento para não ofender ninguém.

O culpado foi o cigarro do Lucky Luke ..........

1983 o ano.



Este pequeno filme do Enrico Marini desenhando Lucky Luke foi obtido através do Twitter do autor.
Podem ver a publicação oficial do artista clicando em Twitter Enrico Marini (@Marini_Comics)

Lucky Luke por Luís Louro (2021)
Esta imagem foi feita para o blog Vinheta 2020

Educação. É o que é preciso para acabar com racismo, homofobia, e outros ismos e bias. As leis repressivas sobre o assunto têm efeito adverso e contrário, just saying...

Fiquei contente porque descobri que dois artistas de que gosto fizeram o Lucky retroceder algumas décadas e pôr o cigarro de onde nunca devia ter saído.


Boas leituras

(Preferencialmente sem censura gráfica ou social)





terça-feira, 29 de junho de 2021

Cartoon: Trabalhando para o Rato por Polo Jasso

 


Odeio mega corporações porque se tornam verdadeiramente nazis, comprando tudo quanto é franquia e depois deformando-as a seu gosto... qualquer dia é tudo igual!

A Disney tem mais uma vítima, a nave do Boba Fett, a Slave 1.  Deixou de o ser para não ferir suscetibilidades. Agora é apenas a nave do Boba Fett...

Remember the Slave 1... essa nave fantástica tinha esse nome e ficava-lhe a matar!


Que mundo chato este em que vivemos agora... nunca pensei que isto fosse tomar este rumo de bosta.


Leiam muito, mas leiam as versões antigas, as novas começam a estar muito adulteradas.


Boas leituras

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Ilustração: Batman vs Superman


Não, não é nenhuma crítica ao filme, ou algo do género :) São apenas imagens um pouco menos vistas,

ou simplesmente visões artísticas de uma dualidade que sempre existiu na DC. O demónio versus o anjo. O Homem versus o Übermensch. O cinzento versus a claridade.

A DC está pejada desta rivalidade, houve grande lutas entre estes dois, normalmente com uma justificação em pano de fundo porque os heróis estão do mesmo lado, certo? 

(Ou não?)













Espero que tenha agradado :)


Boas leituras 



O Pacto da Letargia

 



E para aumentar o bom serviço à BD europeia temos a Ala dos Livros. Desde que surgiu que publicou algumas obras de monta como o Comanche Integral, Morte Viva ou uma que me encantou mesmo: o oitavo volume dos Passageiros do Vento.

Mas hoje temos Miguelanxo Prado. É um autor que me provoca emoções mistas pois por vezes gosto do tipo de história que serve de base ao livro mas da abordagem nem por isso, outras é exactamente ao contrário. E este Pacto da Letargia não é excepção.

Existe algo neste livro que deveria estar estabelecido e não me parece estar. Ainda não percebi se é um livro fechado ou se tem continuação. É apresentado como livro único, mas também já li que é o primeiro de uma trilogia. Isto carece confirmação, até porque influencia a minha opinião sobre este Pacto.

Esta fábula é ambientada na cultura Celta com uma boa componente onírica sobre a qual Prado espalha um arte maravilhosa, sobretudo nas paisagens naturais, As personagens são marcadas por traços o que lhes dá algo de tridimensional. Assim as expressões e o mapa facial colhem mais-valias destas texturas, sobretudo as personagens mais velhas, em que as rugas e as expressões ficam mais marcadas.

Quando pegamos no livro olhamos invariavelmente em primeiro lugar para a capa. E esta capa é maravilhosa! Ela oferece-nos a potência deste tipo de histórias carregadas de misticismo e magia, só que não é bem assim. A capa não antecipa bem o que temos no interior. A narrativa baseia-se numa história clássica de detectives, com um fundo místico é certo. De qualquer modo não tenho nada contra isso, a narrativa corre veloz em diversos sentidos estando sempre presento em pano de fundo o epítome do Homem destruidor do próprio planeta.

Não posso dizer que não gostei da história, porque gostei, mas soube-me a pouco. Tudo fica aflorado e não detalhado e o final ressente-se com isto. Este livro com esta história daria pelo menos para mais um volume, podia aprofundar-se algumas personagens que o mereciam e acabaram por ficara um pouco planas, e pedia-se um pouco mais de magia :)

Poucas vezes falo do lettering, da fonte de letra escolhida ou da balonagem. Porquê? Porque quando é bem feita o leitor quase não dá por ela, a não ser que ande especificamente à procura dela. No caso do Prado os balões translúcidos já dificultam a vida ao leitor, mas desta vez o tipo e tamanho de letra usado, sobretudo na linguagem "mágica", dificultam ainda mais a leitura do livro. Eu infelizmente ando a perder visão e isto não foi nada confortável de ler...


Passando às coisas boas. Que arte magnífica se espalha pelas páginas deste livro. Como referi logo no início, em cenários naturais Prado dá-nos visões maravilhosas de composição e cor, para mim é o melhor do livro.

Gostaria que houvesse uma qualquer continuação, o livro merece isso.

Boas leituras


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Spaghetti Bros: Livro 1

 



Neste momento temos a "sorte" de ter excelentes editoras a publicar livros tanto na vertente europeia, como norte-americana. Na parte da BD europeia a Arte de Autor, editora deste livro, é uma das que eleva a BD a um excelente nível em Portugal. Temos magníficas obras a serem editadas em Portugal com bastante regularidade e muita qualidade, tanto no título como no livro enquanto objecto.

Agora, nada como falar de uma das melhores surpresas para mim de 2020: Spaghetti Bros

Podia estar aqui a falar dos dois criadores desta obra, Trillo e Mandrafina, mas sinceramente mais vale irem ao post de lançamento desta obra (clicar neste link), visto que a Arte de Autor mandou excelente bios destes dois argentinos. Carlos Trillo escreveu, Domingo Mandrafina teve a arte do preto & branco a seu cargo.

São dois autores que sempre foram seduzidos pela problemática social, e que conseguem num leque de livros diferentes abordá-la sempre de um ângulo diferente, portanto a alcunha de maçadores não lhes cabe.

Trillo imaginou a história de uma família disfuncional de emigrantes sicilianos, órfãos, a caírem nos EUA, presume-se por volta de 1900 porque a história está ambientado aos anos 30. Cinco irmãos, não podiam ser mais diferentes uns dos outros!

A narrativa vai correndo ao ritmo de pequenos episódios, por vezes com sequências do passado destes irmãos. Trillo coloca como início o ódio do irmão mais velho pelo irmão mais novo, que considera o assassino da Mamma, que tinha morrido durante o parto desse mesmo mais novo no barco a caminho dos EUA.

A partir daqui temos um Mafioso na verdadeira acepção, um Padre com problemas de contenção de violência (queria ser boxeur), uma dona de casa com vida dupla (precisa de adrenalina na vida) - que é a minha personagem preferida neste livro -, uma actriz que navega em podres de Hollywood e finalmente um polícia honesto quanto baste (a honestidade é uma coisa cinzenta)...

Todos estas personagens são fortes, muito bem construídas, credíveis dentro da sua dimensão e envoltos numa relação tortuosa, e por vezes cruel.

Toda a relação de amor/ódio entre eles e as suas introspecções individuais, são cartas na mão de Carlos Trillo, e são cartas que ele joga na altura certa para que o leitor seja incapaz de largar esta história com laivos de crueldade, mas polvilhada com bastante humor, por vezes negro, de modo a que tudo esteja equilibrado.


Mandrafina enfia-nos tudo isto pelos olhos dentro com um maravilhoso preto & branco. O seu controle neste técnica é muito apurado e dá a força que a narrativa pede. O seu trabalho ao nível da expressão corporal e facial é simplesmente fabuloso, e sem dúvida que, se Trillo deu uma maravilhosa dimensionalidade a estes irmãos, Mandrafina deu-lhes vida! Curiosamente, decidiu fazer correr a narrativa gráfica de um modo não normal: seis vinhetas aos pares por cada página, não todas, mas são muito poucas as que não obedecem a esta estrutura.

A minha opinião foi dada logo no 2º parágrafo deste post, só posso reafirmar que recomendo este livro repleto de cinismo e dualidades morais. Parabéns à Arte de Autor :)



Boas leituras





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