segunda-feira, 27 de abril de 2020

Lançamento Asa: Asterix - O Menir de Ouro



A ASA prepara-se para publicar mais um álbum de Asterix, desta feita algo que seguramente trará os indefectíveis fãs desta franquia a correr para o obter. Um inédito em álbum com os dois criadores originais a assinarem o texto e ilustração: Goscinny e Uderzo.

Apenas isto basta para fazer soar campainhas, mas não fiquem nervosos... é só em Outubro, dia 21, que estará disponível para venda :)

Fiquem com a nota de imprensa fornecida pela ASA:


O MENIR DE OURO
Um tesouro reencontrado de René Goscinny e Albert Uderzo!

As Edições ASA convidam os seus leitores a descobrirem, no próximo dia 21 de Outubro, um verdadeiro achado:
O Menir de Ouro, uma aventura ilustrada de Astérix, escrita por René Goscinny e desenhada por Albert Uderzo, nunca antes publicada em álbum.
Descubra aqui a capa e as primeiríssimas informações.

Original de 1967

Reina a agitação na aldeia gaulesa: Cacofonix decidiu participar no famoso concurso de canto dos bardos gauleses para conquistar o Menir de Ouro!

Para o protegerem neste certame seguido de perto pelos romanos, Astérix e Obélix ficam encarregados de o acompanhar: eles não devem perder Cacofonix de vista, mesmo correndo o risco de… ficarem surdos!

Colocada à venda pela primeira vez em formato de livro-disco em 1967, esta aventura única tornou-se uma verdadeira relíquia quase perdida e nunca foi publicada em álbum.
Esta história, escrita com a vivacidade narrativa de René Goscinny propositadamente para uma gravação áudio e ilustrada com a mestria gráfica de Albert Uderzo propositadamente para o livreto que acompanhava o disco, é uma verdadeira jóia a redescobrir. Ela bem merecia ser valorizada, juntando-se a partir de agora à colecção de álbuns ilustrados de Astérix.





Restaurada

Um trabalho de ourives que poderá descobrir a partir de 21 de Outubro numa livraria perto de si.


Este novo álbum ilustrado proporá um novo grafismo com uma paginação mais forte, para permitir que o leitor mergulhe mais a fundo nos textos e desenhos destes dois génios da nona arte. E para esse efeito, com o propósito de manter inalterável o genial argumento do seu amigo René Goscinny, Albert Uderzo pôde supervisionar, em finais de 2019, o minucioso trabalho de restauro que foi levado a cabo pelos seus mais fiéis colaboradores sobre ilustrações já de si absolutamente sublimes. É Arte com letra maiúscula!

Tomando como ponto de partida as ilustrações digitalizadas a partir do livro-disco de 1967, os colaboradores históricos de Albert Uderzo tiveram de recorrer a todo o seu talento druídico para restaurar os desenhos de acordo com a vontade do cocriador de Astérix. O mais difícil foi sem dúvida eliminar a trama da impressão, preservando na íntegra os maravilhosos traços a tinta de Albert Uderzo.
Efectuaram igualmente uma actualização e uma calibragem
das cores fiel ao acabamento vintage original, tendo assim conferido a O Menir de Ouro um rejuvenescimento que vai seguramente congregar
à sua volta não só os fãs históricos mas também novas gerações de leitores.



Goscinny e Uderzo


Boas leituras





domingo, 26 de abril de 2020

Lançamento Ala dos Livros: Mattéo - Terceira Época (Agosto de 1936)



A editora Ala dos Livros continua a impressionar pela qualidade das suas produções. Desta vez é o 3º volume de Mattéo de Jean-Pierre Gibrat.

Os dois primeiros livros estão publicados em português pela extinta editora VitaminaBD, e por isto mesmo penso que esta é uma edição muito corajosa desta jovem editora portuguesa. De qualquer modo Gibrat vale sempre a pena! :D

Posso dizer que a produção do livro está excelente, grande formato e um papel de grande gramagem dão o corpo a esta obra de Gibrat.

Fiquem com a nota de imprensa da Ala dos Livros:


Mattéo - Terceira Época

Agosto de 1936. França. É a época da Frente Popular, a felicidade das primeiras férias pagas. 15 dias sem fazer nada, como resmungavam os patrões! Mas desse por onde desse, eram 15 dias de lazer. E Mattéo, Paulin, Amélie e Augustin partem de carro a caminho das primeiras férias oficiais, em direcção ao mar, a Sul. Para grande desgosto da sua mãe, uma rezingona de primeira, há muito tempo que Mattéo não punha os pés em Collioure. Não sabe o que aconteceu a Juliette, nem sequer que tem um filho, Louis…

À alegria dos banhos no mar, soma-se a dos piqueniques, dos postais, dos bailes populares… Tudo parece possível, até o melhor! No entanto, do outro lado dos Pirenéus, numa Espanha muito próxima, o barulho e o furor da Guerra Civil fazem-se ouvir cada vez mais alto. Os legalistas enfrentam, desde 17 de Julho, a insurreição levada a cabo pelo General Franco. E se Paulin, a quem Mattéo lê diariamente o «L’Humanité», fica furioso quando o gabinete de Léon Blum decreta o embargo às armas que se destinam aos Republicanos – trata-se de um pacto de não intervenção que é assinado pelas grandes potências europeias – Mattéo parece totalmente indiferente a tudo isso, preferindo ler as páginas da Volta à França, que está a acabar. O tempo que passou na Rússia e no degredo destruíram a sua vertente militante e socialmente comprometida.

Mas deixará este filho de anarquista espanhol de ficar insensível aos gritos da pátria do seu pai?

E é aqui que termina a Terceira Época de Mattéo, uma série brilhantemente desenhada por J.P. GIBRAT, cuja edição a Ala dos Livros prossegue em Portugal.

SOBRE O AUTOR:

Argumento e Desenho: Jean-Pierre Gibrat

Nasceu em Paris em Abril de 1954. Depois de ter estudado grafismo publicitário e artes plásticas, inicia-se na banda desenhada em 1977, desenhando várias histórias curtas para a revista Pilote, as quais, em 1980, seriam compiladas no álbum "Visions Futées” (que conta com argumento de Éric Simonet, Jackie Berroyer e J.P. Gibrat). Em 1978, edita “Le petit Goudard”, uma série com argumento de Jackie Berroyer que mais tarde será compilada pela Dargaud em cinco álbuns. Paralelamente, Gibrat publica outros trabalhos em publicações como o “Le Nouvel Observateur”, “L´Événement”, “Science et Avenir” e as revistas infantis “Je Bouquine” e “Okapi”. Para esta última, realiza « Médecins Sans Frontières », com argumento de Gui Vidal e Dominique Leguillier. A partir dos anos 90 a obra de Gibrat regista uma tendência mais adulta, incluindo-se nesta fase as obras “Pinocchia” (1995, com argumento de Francis Leroi ) e “Maré Baixa” (1996, com argumento de Daniel Pecqueur).

Com a publicação de “Destino Adiado” (1997) e de “O Voo do Corvo” (2002), Jean-Pierre Gibrat passa a assinar o argumento das suas próprias histórias, o que volta a suceder na aclamada série Mattéo.




80 páginas. Cores
Cartonado. 235 x 310 mm
Abril de 2020. Ala dos Livros
PVP: 21,00 €
ISBN: 978-989-54726-0-4



Boas leituras





sexta-feira, 24 de abril de 2020

Os Cavaleiros de Heliópolis Vol.1: Nigredo / Albedo



Este foi um lançamento da Arte da Autor em 2019, que teve a sua conclusão com o segundo volume este mês, Abril de 2020. Farei a crítica a esse último volume para a semana.
De notar que os volumes são álbuns duplos, sendo este constituído pelos dois primeiros livros : Nigredo e Albedo.

O caminho que Alexandro Jodorowsky traçou em toda a sua carreira artística na 6ª, 7ª e 9ª Arte é completamente cheio de momentos e figuras com grandes cargas simbólicas, e sobretudo muitos excessos, sejam excessos da carne, sejam religiosos, xamânicos, de violência física, e emocional. Outra característica das suas obras é serem abertas a várias interpretações, muitas das sua obras não são de fácil absorção se o leitor/expectador quiser entrar mesmo dentro da cabeça deste chileno.

Em Os Cavaleiros de Heliópolis, Alexandro Jodorowsky faz uma viajem pelo mundo da alquimia abordando vários dos seus pilares, servindo-se para isso do mito do filho de Luís XVI.

Um dos grandes objectivos da alquimia é o elixir da longa vida, ou da vida eterna, o outro a transmutação em ouro, uma metáfora em que se acredita que tudo têm uma essência a parte mais pura do ser, ou seja, o seu ouro. Todos estes caminhos são desenvolvidos para atingir o objectivo supremo: a Pedra Filosofal.  Quem quiser saber mais sobre isto vá à descoberta de Jung! :D

Esta obra está temporalmente situado entre os séculos XVIII e XIX, apanhando a febre da Revolução Francesa com a queda de Luís XVI e Maria Antonieta e posterior ascensão de Napoleão Bonaparte.
Jodorowsky começa exactamente pela iniciação de um novo membro para a confraria d'Os Cavaleiros de Heliópolis, que seria o filho do casal real atrás referido, ou seja, o hipotético e mítico Luís XVII, daí o seu nome inicial nesta obra: 17.

Os alquimistas Cavaleiros são personagens conhecidas da História Universal como Lao-Tzé, Ezequiel, Nostradamus, João ou Imothep por exemplo. Esta primeira parte conta a história que está para trás relativa ao nascimento e posterior resgate de 17. Logo nesta primeira parte vêm à tona alguns excessos de Jodorowsky, um gorila gigante, que fala, servindo os Cavaleiros, e a apresentação de 17 como hermafrodita.

Jodorowsky segue os rituais alquímicos, sendo o primeiro Nigredo que dá o nome ao primeiro livro.
Nigredo designa o primeiro estado da alquimia: a morte espiritual, significando decomposição ou putrefacção.
Este livro tem uma primeira parte de mais excessos de violência, muita intensidade e brutalidade. É a parte que conta o início da vida de 17.
Depois temos já um 17, rebaptizado como Asiamar após passar o teste do Nigredo, a cumprir a sua primeira missão, e aqui passamos para uma parte mais aventureira e rápida, com perseguições e duelos.

Seguindo para o segundo livro deste primeiro volume, temos Albedo designado pelos alquimistas como o segundo estado do Magnum opus significando a purificação.
Neste livro Albedo é-nos apresentada a personagem de Napoleão. Este estivera para ser escolhido para entrar na fraternidade dos Cavaleiros de Heliópolis, mas entrou em demência megalómana querendo a imortalidade e poder absoluto, tornando-se assim em inimigo dos Cavaleiros.

A história de Napoleão é-nos contada por um Cavaleiro que esteve junto dele até perceber que os valores Humanos de Napoleão eram quase nulos, fugindo nessa altura. Esta jornada cobre a busca de Napoleão pela imortalidade no Egipto.




Entretanto Asiamar passa a segunda etapa na sua formação conseguindo atingir o objectivo do teste Albedo, recebendo a seguir mais uma missão. Desta feita irá surgir a sua parte feminina (ele é hermafrodita, não esquecer) e o objectivo é Napoleão.

Passando à parte gráfica, Jérémy Petiqueux exibe um desenho realista e brutal nos pormenores. A ambiência histórica está muito bem feita e detalhada. As sua página quando necessário são impregnada de velocidade e acção e penso que conseguiu pôr no papel aquilo que ia na cabeça de Jodorowsky. Gostei muito mesmo. Quanto à cor, esteve a cargo de Felideus e também gostei muito. Soube usar muito bem as paletes de cor adaptando-as aos momentos e cenas que Jérémy desenhou e Jodorowsky idealizou. Ambientes vermelhos, ambientes dourados outros mais crus e frios, sempre que era desejado para fazer vibrar uma página Felideus escolheu a palete certa na minha óptica (e gosto).




O livro... bem o livro como objecto foi trabalhado pela Arte de Autor de uma maneira que eu só posso dizer que é excelente. Uma maravilha ao tacto, um tamanho grandioso e sendo duplo torna a leitura um prazer imenso. Não posso deixar de falar também da gramagem do papel. Tudo neste livro está feito para o leitor ter o tal prazer imenso na leitura. :)




O Leituras de BD recomenda este livro


Boas leituras






quinta-feira, 23 de abril de 2020

Porque me apetece: A BD e o Vírus




Antes de fazer o post seguinte, que vai ser sobre o primeiro volume de Os Cavaleiros de Heliópolis da Arte de Autor, gostaria de fazer um pequeno apontamento sobre os tempos que correm, tempos estranhos, estupidamente estranhos.

O apelidado de Covid 19 mudou radicalmente a maior parte das vidas Humanas e a generalidade do tecido produtivo e económico. BD, vou chamar-lhe assim englobando todas as formas de arte sequencial desenhada (Franco-Belga, Comics, Fumetti, Manga, etc), porque simplifica um pouco a escrita.

Sabendo nós portugueses, e se não sabemos devíamos saber, a BD é um nicho de mercado que tem lutado  para viver em Portugal, com algum sucesso nos últimos anos devido ao afinco e amor de alguns dos seus actores.

Neste actores englobo as editoras que continuam com uma fibra enorme a publicar neste país mesmo nesta altura, obrigado G.Floy, Arte de Autor, Levoir, Ala dos Livros, A Seita, Kingpin, Polvo; e às lojas que teimam em não baixar os braços, salientando a Kingpin neste aspecto porque o seu dono, Mário Freitas, tem sido incansável na luta por ter a porta (quase) aberta, artigos na imprensa institucional, e movimentos nas redes sociais como por exemplo "O Entretenimento é o Último Reduto". A resiliência é uma das suas características :)
Neste parágrafo também quero salientar o nome de um incansável editor: José Hartvig Freitas!  Tem sido grande e continua a lutar.

Com isto não estou a menosprezar ninguém. Todos são importantes. Mas há nomes que sobressaem no panorama nacional, e eu não tenho problema em os escrever.

De qualquer modo todas as lojas estão a fazer um esforço para servir os seus clientes, Mundo Fantasma, Dr Kartoon, BD Mania ou Sétima Dimensão, e a já referida Kingpin, estão a apostar tudo em encomendas online enquanto o estado de emergência durar. Refiro já agora, que mesmo o retalhista monopolista internacional de comics, a Diamond, está com extremas dificuldades, o que dificulta ainda mais o trabalho das nossas lojas....

Como sabem, o mercado da BD em Portugal anda sempre nos limites, nas margens, e se aparece algo inesperado negativamente...  bom, a BD tende a retrair e sufocar um pouco ou bastante, conforme o nível da ameaça, é um mercado muito sujeito a riscos externos.
Devido a isso, eu agradeço honestamente a todos estes actores da BD em Portugal que têm sido incansáveis a manter a BD viva durante este período merdoso da nossa vida.


Pela minha parte não tenho encomendado nada do estrangeiro, tenho comprado cá, livros publicados cá, sejam de portugueses ou traduzidos.
E de repente as pessoas esquecem-se que dos grandes prejudicados são mesmo os autores portugueses, porque quando o mercado em Portugal não está saudável eles são os primeiros a sentir.
Pelo menos esta é a minha opinião.

Comprem cá, comprem em lojas portuguesas. Há alturas em que todos somos precisos, esta é uma delas.

Se clicarem no link em baixo terão uma série de artigos feitos sobre algumas das nossas lojas, em que inclusivamente têm os e-mails e as moradas:

Lojas de Banda Desenhada




Resisti até ao fim em colocar a minha opinião sobre se o Governo está actuar bem, se a Sociedade deste país tem sido exemplar ou não neste contexto, se o futuro vai ser um arco-íris ou não. Quis só focar-me na BD. Acho que consegui, não foi fácil, mas foi concretizado :D

Boas leituras











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