quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Wonder Woman Vol.1: Blood


A isto eu chamo um verdadeiro reboot!
Toda a mitologia e génese da Wonder Woman são reinventadas por Brian Azzarello, e bem. Talvez um adjectivo que cola bem aqui seja “interessante”, porque o é!
A Mulher-Maravilha já teve várias variações da sua origem mas nunca tão radicais, e porque não dizê-lo, tão bem feitos!

A história passada da personagem relativamente ao Universo DC é por e simplesmente ignorada. Não se sabe o que fez, com quem se dá ou o que a move! Sabe-se única e exclusivamente que é uma super-heroína conhecida. De resto Azzarello deixa ao leitor imaginar o seu passado.
Azzarello pega na sua personagem num ângulo completamente mitológico. Aqui nesta série são os deuses e semideuses do Olimpo, Oceano e Submundo que protagonizam esta história. Os super-heróis da DC não dão a cara neste arco, nem nada faz sequer transparecer que existam, o que o torna esta narrativa muito interessante e diferente.

Vários autores que escreveram grandes histórias desta personagem, como Greg Ruka ou Gail Simone, nunca conseguiram uma aproximação tão interessante, fresca e nova na relação da Mulher-Maravilha com os Deuses da Antiguidade. Porquê?
Porque Azzarello transformou Diana Prince numa semideusa, filha de Zeus! Acabou-se a palhaçada da origem “barrenta”, da Amazona perfeita nascida sem mácula masculina… afinal é ela uma bastarda de Zeus!
Esta nova situação vai-lhe trazer problemas…
Áh! Gostei desta reinvenção!

Azzarello dá aos Deuses um ar moderno, afinal vivem no sec. XXI, dando-lhes nomes que reflectem as suas capacidades divinas… Apolo é Sun, Eris é Strife e Ares é War. Aliás, pegando neste eterno inimigo de Diana, Ares Deus da guerra, Azzarello deixa-o praticamente de lado, visto que ele já foi usado com bastante frequência em muitas guerras com Diana. Inteligente por parte de Azzarello…


Digamos que este livro foca-se em quatro acções distintas. A protecção de Zola (grávida de um filho de Zeus) por parte de Diana, visto que Hera é muito vingativa em relação aos “rebentos” que Zeus vai deixando pela Terra, a sua estadia em Paradise Islanda, a revelação da sua verdadeira origem, e finalmente o jogo político entre os vários Deuses pelo lugar de Zeus que se encontra completamente desaparecido. E com estas premissas se faz um belo livro pleno de acção e emoção!


Falando da parte gráfica. Cliff Chiang desenha a primeira metade do livro e dá o seu melhor, e quando alguém dá o seu melhor e é bom… é uma delícia para os olhos! A sua arte adapta-se perfeitamente à acção proposta por Azzarello, com uma forte narrativa gráfica em que a expressão sobrepõe-se à beleza! Não estou a dizer que os desenhos são feios… porque não são, é apenas o estilo cru de Chiang a funcionar!
Na segunda metade temos um desenhador diferente com estilo mais cartunesco, que me fez sentir saudades imediatas de Chiang. Este desenhador é Tony Akins. Não é mau, mas Chiang fez um belo trabalho, ofuscando Akins, na minha opinião…

Bom, para quem sempre desejou uma Wonder Woman “badass” é por aqui que tem de começar! For God Sake, o livro chama-se Blood! (tanto no sentido literal, como no figurado - laço familiar)
Decididamente um dos melhores títulos que saíram do reboot “New 52” da DC Comics.
Recomendado pelo Leituras de BD!
:)
(Já agora… não gosto da capa deste HC…)

Boas leituras

Hardcover
Criado por: Brian Azzarello, Cliff Chiang e Tony Akins
Editado em 2012 pela DC Comics
Nota: 9 em 10

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Lançamento Marvel: Age of Ultron


É já em Março, o lançamento do primeiro número desta aguardada série!
Eu gosto do Ultron!
Eu gosto do desenhador Bryan Hitch!
É um bom começo.
:D


Esta série tem como autor Brian Michael Bendis, incontornável na Marvel, e como desenhador principal Bryan Hitch acompanhado por Brandon Peterson e Carlos Pacheco. Sou fã do Hitch e podem ver porquê nestas imagens!


A série terá 10 números e começa com um Ultron já vencedor, e a devastação grassa por todo o lado. Ultron foi uma criação "falhada" de Hank Pym, e tem como hobby exterminar seres vivos!
Penso que será um crossover transversal a todo o universo Marvel, e com certeza terá algumas mortes para nos alegrar depois com o ressuscitar dos mortos... (lol).


Bryan Hitch desenhará as cinco primeiras revistas, Brandon Peterson e Carlos Pacheco as restantes. As 10 revistas sairão entre Março e Junho, terão à volta de seis "tie-ins", como não podia deixar de ser (sempre a mesma coisa...) e algumas das personagens principais serão She-Hulk (excelente visual de cabelo curto), Moon Knight, Wolverine, Emma Frost, Luke Cage, Spider-Man, Vision e Sue Richards.
Vamos a ver se a Marvel sai do marasmo com esta série!


Apreciem as imagens!

Boas leituras

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Hän Solo


Acho que vou ser um pouco dissonante em relação ao resto das opiniões já expressas em relação a este livro.


Mas para começar, vou falar do livro em si. Acho a capa muito boa, uma ilustração única reunida nas badanas, capa, contracapa e lombada. Muito sóbrio na sua apresentação, este livro apresenta três cores base: verde (seco), preto e branco. Gostei muito deste diálogo entre estes três tons durante o livro todo... seja de noite, dia, ambiente exterior ou interior. Esta apresentação do produto final de Rui lacas pela editora polvo agradou-me bastante!

Em relação ao desenho, pintura e narrativa gráfica de Rui Lacas, nada a dizer. Eu gosto do estilo dele: simples, expressivo e eficaz! A narrativa gráfica dele é tão boa que se passam algumas páginas sem um único balão, ou didascália, e não se sente a falta de nenhuma dessas ferramentas da banda desenhada. O desenho conta a história por si só, sempre fluido, tornando a leitura muito fácil1 Não restem dúvidas que o Rui Lacas é muito bom desenhador!

Quanto à história em si... é aqui que eu ponho as minhas reservas. Seria uma história de vida, um conto do quotidiano de um jovem aparentemente normal, embora não o seja, e a sua bipolaridade até é bem explorada em algumas páginas. Mas por ser um conto descomprometido do quotidiano de um jovem holandês, que veio para Portugal ao abrigo do programa Erasmus, e que por aqui ficou não quer dizer que não falte muita informação!
Sinto tudo muito brusco devido à ausência de história. De onde vem Sandra? É a namorada? Ou é uma amiga colorida...?
Presume-se que sejam namorados, o autor apresenta-nos uma noite de amor correspondido... não há nada que nos faça pensar o contrário! Mas no dia seguinte ela já não está nem aí! Sem explicação.
Porque é que o Hän ficou em Lisboa em vez de regressar para o seu país natal? Amigos? Bem, isso ajuda-me noutra quase incongruência. É-nos dado a transparecer que Hän é uma pessoa quase sozinha, foi-nos apresentada Sandra por uma noite...
Hän decide sair de noite para beber um copo e encontra "montes" de gente conhecida da universidade. Afinal ele não é assim tão sozinho, mas nesses encontros Hän não nos diz nada sobre as suas motivações. Bebe copos!
Depois de soçobrar psicologicamente devido a ter sido "kikado" por Sandra (sem explicações) decide ir para Espanha! Voilá! Num estalar de dedos. Nunca se sabe quais as motivações que o levam a qualquer acção.
Pelo menos foi isso que eu senti a ler o livro quando saiu, e agora quando o reli.

Fica para mim deste livro um excelente trabalho gráfico do Rui Lacas, mas coxo na história.

Boas leituras

TPB
Criado por: Rui Lacas
Editado em 2012 pela Polvo
Nota: 6,5 em 10

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nasceu o "Leituras de BD PoP PorN"

O irmão malvado do Leituras de BD nasceu há pouco!

Chama-se Leituras de BD PoP PorN, e é para maiores de 18 anos.

Sobre BD, e outros livros (não obrigatoriamente de BD) para adultos irão escrever Nuno Amado e a Diabba. Temos liberdade para escrever, e mostrar tudo o que nos apetece dentro deste registo mais adulto, e olhem que somos um pouco loucos!
Recomendamos que não se levem tão a sério, brinquem e divirtam-se, e já agora... não nos levem muito a sério, nem tudo o que aqui for escrito/mostrado corresponde à nossa realidade... ou então corresponde. Who knows?
:)

Aproveitem a boleia, e sigam o link... basta clicar em cima!

Leituras de BD PoP PorN

Boas e picantes leituras!

domingo, 27 de janeiro de 2013

2º Concurso Nacional de Blogues (2012)


Em Dezembro do ano passado tive conhecimento de que iria haver o 2º Concurso Nacional de Blogues, patrocinado pelo Aventar.
Exactamente como no ano anterior, não havia categoria de Banda Desenhada. Resolvi que essa situação deveria ser invertida, e congratulo-me pela quantidade de blogues que resolveram inscrever-se para a criação desta categoria. Esse era o grande objectivo!
Amplamente satisfeito com 28 blogues inscritos na categoria de BD, e espero que a organização perceba que existe quantidade e qualidade nos blogues de BD, e que esta categoria passe a aparecer na lista logo de início!

O objectivo seguinte era a divulgação, que acho que também foi atingido pela quantidade de blogues interessantes que conheci, apenas por “passear” pelas outras categorias, assim como pelo conhecimento de alguns blogues de BD que eu não sabia que existiam!

Claro que o outro objectivo, esse pessoal, claro, era ganhar! Quando se entra num concurso normalmente espera-se o melhor lugar possível, e eu não sou hipócrita… :D
Em segundo lugar ficou um blogue que eu não conhecia, Alegrias e Alergias, que é um blogue bastante mais genérico embora apresente alguma BD normalmente feita pela autora do Blogue. Sou sincero, gostaria que dos cinco finalistas fosse o excelente blogue do Pedro Cleto (As Leituras do Pedro) a ficar em segundo, mas não aconteceu…

Cartoon de Carlos Rocha
Concorri também em “Artes Visuais”, mas não tive o mesmo sucesso… o blogue “Almanaque do Silva” conseguiu a vitória nos últimos dois dias! Parabéns ao autor desse blogue!

Quanto ao concurso propriamente dito, penso que deveria haver uma triagem nas categorias por parte da organização, e retirar blogues que não têm conteúdos a ver com a categoria em que se inscrevem. Sei que isso será um trabalho insano na fase inicial (mais de 800 blogues), mas esse cuidado poderia acontecer na passagem para a fase final (apenas 5 blogues por categoria). Sei que o tipo de votação não é perfeito, antes pelo contrário, mas também percebi que houve blogues que recorreram a artifícios para aumentar votação, daí o horrível sistema Captcha instaurado a meio da fase final… Felizmente acho que nas categorias onde concorri não tiveram problemas destes, pelos vistos o pessoal da BD porta-se bem e é cumpridor das regras.
A organização deve pensar já no ano que vem, para tornar as votações mais credíveis. Sei que é complicado e não há sistemas perfeitos, mas para bem do concurso, que é um óptimo veículo de divulgação, melhorem o sistema!

Agora vou agradecer a todos os que votarem na categoria BD, 2041 votos no total das duas fases, o que eu acho que foi bastante bom!
Particularmente agradeço a quem votou em mim, obrigado, e vou tentar cada vez fazer mais e melhor! Este ano o Leituras de BD vai tentar ser ainda muito melhor do que foi até agora!

Os meus parabéns à Diabba, minha mulher, pelo seu 1º lugar na categoria Direito e Justiça! Visitem este blogue, tem informações úteis para quem infelizmente possa precisar:
Direito, por Linhas Tortas

Quanto aos usuais tipos da “dor-de-cotovelo” que já se manifestaram, e que nem sequer concorreram, o meu obrigado. Faz a minha vitória ser ainda mais saborosa!
:P

Falta um agradecimento. Ao meu amigo Carlos Rocha que decidiu fazer um magnífico cartoon sobre o evento retratando-me a mim (de verde, claro - vivó Sporting) e a Diabba. Podem vê-lo ali ao lado!

De qualquer modo, para o ano não irei participar. É minha opinião de que quem ganha, no ano seguinte não deve participar!

Boas leituras, e prometo para este ano de 2013 um LBD ainda melhor!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ilustração: Age of Ultron por Adi Granov


Este série de ilustrações de Adi Granov para o evento Marvel "Age of Ultron" são fantabulásticas!
Espero que este Age of Ultron traga algo de novo e interessante para o Universo Marvel, que anda um pouco estranho ultimamente!
Fiquem com mais quatro ilustrações!

















































Awesome!
:)

Boas leituras

Capas: Dan Brereton - The Goddess & The Monster

Um "Art Book" para fãs!
Capa muito boa e representativa do estilo que Dan Brereton gosta mais: um terror negro, mas sempre com um toque de beleza. O terror também pode ser belo e Brereton gosta de lhe acrescentar essa faceta.



















































Quem gosta de comics garantidamente já ouviu falar deste desenhador/pintor, visto que já passou pelo Batman, Superman, Thor, Scarlet Witch, Vampirella, Red Sonja, etc., etc.
Mas a sua grande criação é Nocturnals! É uma série à sua medida e já foi referenciada aqui no Leituras de BD:

Nocturnals Volume Two: The Dark Forever and other Tales


























Neste livro da Image irão encontrar capas, posters, pinturas e páginas com a sua assinatura e sem balões, ou títulos. Apenas a sua arte!

Deixo aqui algumas das suas criações que podem encontrar neste livro.


Boas leituras

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Ilustração: Death por JH Williams III


JH Williams III parece que vai ser o desenhador do esperado Sandman Zero, com argumento de Neil Gaiman.
Este desenhador é por demais conhecido com o seu trabalho em Promethea e Batwoman, portanto esperamos umas "double spread pages" fenomenais, que já são a sua imagem de marca!
Fiquem com duas ilustrações da carismática personagem de Sandman: Death!


Boas leituras

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Capas: Uncanny X-Men #251


Grande capa de Marc Silvestri para esta revista dos X-Men!
Estávamos no ano de 1989, com Chris Claremont à frente deste título dos X-Men. A história chama-se "Fever Dream", e o desenhador da revista foi o mesmo da capa: Marc Silvestri!
Tem tudo, esta capa. Wolverine prostrado numa crucificação em forma de "X" como convém numa revista desta série. Foi uma história de alucinações...


Boas leituras

Março Anormal


João Tércio Vinagre começou cedo a sua investida na BD. Foi no 9º de escolaridade e teve sucesso, pelo menos no liceu! Esse seu livro, “Fim”, teve o apoio da Junta de Freguesia e parece que esgotou (quase tudo no liceu, claro)!
Este autor tem quatro livros publicados, sendo este o último que saiu para o público. Pelo que me foi dado a ver o interesse maior de Tércio de Vina prende-se ao cinema, embora goste de variadas artes!


Este livro foi um desafio proposto pelo editor Pepdelrey, num post passado em que ele me propunha fazer uma crítica isenta e desapaixonada.
Isso é um exercício um pouco difícil para mim… não tenho curso de jornalismo, e a BD é uma paixão para mim. Existem livros aos quais reconheço alguns erros, mas porque gosto da personagem fecho os olhos, o que não faço noutros casos!
Mas vamos tentar dissecar este Março Anormal de Tércio de Vina.

Primeiro que tudo, e embora esta não seja a arte típica do meu gosto, tenho de dizer que me diverti a ler este livro. Subversivo na linguagem e imagens, e por vezes deliciosamente idiota.
O livro tem um traço estilizado que a espaços consegue ser bastante expressivo, mas o que conta mesmo aqui é a narrativa gráfica e construção do argumento. O desenho apenas serve de carruagem a estas duas vertentes deste livro de BD. E o desenho (que eu não gosto) consegue isso perfeitamente. Na realidade, e na minha opinião, o que faz com o desenho seja bastante expressivo é decididamente a cor, que segundo os créditos foi de Rui Lacas e Ricardo Tércio. É a cor que leva e tira as várias emoções que vão estando presentes no livro!

Este livro é contado em três partes distintas, atadas na terceira parte, e em que em todas elas o protagonista difere. Primeiro temos um gangster que vive numa lixeira, é engatado por uma “jeitosa” e apanha uma doença venérea que lhe aumenta o tamanho do pénis para valores perfeitamente anormais… ou seja, fica maior que o portador e (lol) ganha vida própria! Marco Manias, assim se chama o pato possuidor deste pénis, é raptado e mantido numa clinica de produção de esperma. Após algumas nuances foge para a floresta. End.

Freaking Fred não se sabe bem que "bicho" é, visto ter um adereço de Bondage na cabeça o tempo todo. Quer ser um actor de artes performativas alternativas, e faz de tudo por isso. O seu corpo não sente a dor e nas suas actuações tem performances absurdas de tão violentas que são. Shakespeare não tem nada a ver com estas actuações… acabando Fred por provocar um massacre inadvertidamente e foge para a floresta, onde encontra o solitário Marco… End.

Óstro é um caçador de Zombies (lol) idolatrado pela cidade, visto ser eficiente neste trabalho.
O seu orgulho é a sua filha, que acaba por se enrolar com o médico do esperma (parte 1) e fugir com ele. Óstro não gosta e parte em perseguição! Acabam por ir parar à floresta!
O enlace de tudo isto não conto!
Mas achei que estava bem construído! Depois de um livro tão louco e absurdo tudo acaba por fazer sentido, se é possível dizer, no final!

A construção da narrativa é boa, com uma dinâmica bem marcada interrompida a espaços para pensamentos mais introspectivos das personagens, e tudo isto envolvido num “non sense” muito louco!

As referências neste livro à cultura popular são bem visíveis… Óstro é um Rambo sem tirar nem pôr. Uma excelente caricatura da personagem de Sylvester Stallone! Depois temos o criado/cozinheiro Ambrósio, que estranhamente ficou bem metido na narrativa (“bravo Ambrósio!”) e para meu sorriso final temos um banquete saído da última página de um livro do Asterix!

A parte mais pessoal (tenho de a fazer), ou seja, o que ficou para mim do livro foi um sorriso nos lábios pela loucura das situações apresentadas… foi um Março mesmo anormal! LOL
Para a minha nota final isto conta, assim como o meu gosto pessoal pela parte gráfica (desenho), de que eu já disse que não era mesmo o meu estilo.

Boas leituras

TPB
Criado por: Tércio de Vina
Editado em Maio de 2010 pela El pep
Nota: 7 em 10

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A Palavra dos Outros: Uma breve história da identidade secreta – Parte IV por Paulo Costa


Na minha opinião uma das abordagens mais interessantes que se fizeram a algo relacionado com BD neste blogue. A quem não leu as outras três partes, eu deixo os links no final. Vale muito a pena ler!

Fiquem com o Paulo Costa:

Uma breve história da identidade secreta – Parte IV


Durante os anos 70 e 80, os heróis da DC tinham como costume encontrar-se ocasionalmente para enfrentar vilões em conjunto, com destaque para os crossovers anuais da Liga da Justiça da Terra-1 com a Sociedade da Justiça da Terra-2. Na Marvel, quando se encontravam, era para terem confrontos físicos. Foi este, aliás, o ímpeto da mini-série “Desafio dos Campeões”, lançada em 1982, uma reciclagem de uma tentativa de criar uma história à volta dos Jogos Olímpicos de 1980.

Tudo começou a mudar poucos anos depois. A DC tinha uma boa base para criar uma sociedade de pós-humanos, uma vez que a maior parte dos heróis já pertencia a grandes equipas quando a editora lançou “Crise nas Infinitas Terras”, uma mini-série destinada a limpar a complicada cronologia do universo fictício. Na Terra-1, a segunda geração de heróis tinha juntado forças nos Novos Titãs, originalmente fundados pelos assistentes juvenis dos membros da Liga da Justiça. Na Terra-2, o mesmo se passava com os filhos da Sociedade da Justiça, que tinham criado a sua própria equipa, a Corporação Infinito. As ligações familiares e de legado heróico (com a fusão dos dois mundos, passaram a haver dois Flashes, dois Lanternas Verdes, dois Átomos e dois Starmen em actividade) facilitaram a criação de laços entre os vários super-heróis, abrindo-lhes a hipótese de formarem uma comunidade própria ou até uma subcultura. Infelizmente, os escritores da época mostraram-se reticentes em abandonar elementos tradicionais destas histórias, nomeadamente a conjugação de uma vida normal com a de vigilante e a identidade secreta como forma de protecção de amigos e família. Os próprios escritores eram protectores do seu material, evitando crossovers o mais que podiam, para poderem contar as histórias que tinham em mente, mesmo quando existiam heróis como o Flash, o Batman e o Homem-Animal que mantinham títulos próprios ao mesmo tempo que eram membros de várias encarnações da Liga da Justiça.


Na Marvel, a situação evoluiu de modo diferente. A mini-série “Guerras Secretas” surgiu para responder a duas necessidades: criar uma linha de bonecos de acção com personagens da editora, e atender aos pedidos constantes de fãs que queriam ver uma história com todos os heróis envolvidos. Mesmo nos anos 80, não era tarefa fácil, como tinha ficado comprovado no “Desafio dos Campeões”. Em “Guerras Secretas”, foi escolhido um número limitado de heróis e vilões para participarem no conflito, mas a história abriu caminho para forjar relações que não tinham existido em 25 anos de publicação, com destaque para o facto de que os Vingadores e o Quarteto Fantástico raramente tinham trabalhado com os X-Men, notando-se ainda que o Homem-Aranha, apesar de fazer dupla regular com outros heróis no título “Marvel Team-Up”, não tinha qualquer noção de como trabalhar em equipa. Os crossovers acabaram por ser um sucesso de vendas para as duas editoras, que repetiram a fórmula anualmente, mesmo quando os escritores dos títulos reclamavam de ter que colocar as suas próprias histórias em pausa.


À medida que a tecnologia progredia, desenhos animados começaram a basear-se no visual dos heróis da banda desenhada. Nos anos 80, fabricantes de brinquedos aproveitaram a indústria de animação como forma de publicitar várias linhas de bonecos de acção virados para um público masculino pré-adolescente. Muitas delas, como “G.I. Joe”, “M.A.S.K.”, “Centuriões”, “Zona Espiral” e “Silverhawks”, tinham como personagens principais equipas militares ou paramilitares, e algumas delas acabaram por ser adaptados para banda desenhada, ajudando a manter a indústria americana viva numa época em que as principais editoras tinham começado a abandonar as bancas, preferindo as vantagens condições financeiras do mercado directo de lojas especializadas. “G.I. Joe”, em especial, esteve 13 anos em publicação, gerando publicações paralelas, recrutando novos leitores e influenciando o modo como eram contadas histórias noutros títulos.

Na DC teimava-se em tratar os heróis de um modo tradicional, principalmente no caso dos mais conhecidos, que tinham marcas registadas a proteger. Apenas as organizações Esquadrão Suicida e Checkmate tiveram algum sucesso nas respectivas revistas, mas as equipas como a Liga da Justiça e os Novos Titãs continuaram a ser compostas por heróis que, regra geral, protegiam a sua identidade secreta, mesmo quando todos os seus colegas as conheciam. De certo modo, o conceito continuava a ser necessário, como Kyle Rayner, o novo Lanterna Verde, pôde comprovar quando a sua namorada foi assassinada pelo vilão Major Força. A Marvel, por seu lado, evoluiu naturalmente no caminho da militarização. Vários editores permitiram a artistas tomarem as decisões da direcção da história, parecendo que, quanto mais famosos eram, como no caso de Todd McFarlane, Jim Lee e Rob Liefeld, menos compreensão tinham de como escrever.


O interesse destes dois últimos no visual paramilitar acabou por influenciar a direcção de títulos como os X-Men e os Vingadores. Os primeiros abandonaram completamente a sociedade civil depois de terem sido dados como mortos, e as revistas ligadas ao grupo mutante começaram a ficar fechadas em si. Ninguém tinha identidades secretas, porque ninguém tinha vidas normais. Peter David foi noutra direcção ao acabar com as identidades secretas dos membros do X-Factor, um grupo de associados dos X-Men, quando esta equipa passou a ser gerida directamente pela Comissão de Actividades Super-Humanas do Governo americano. Os Vingadores, por seu lado, tinham muitos membros com identidades públicas, levando muitos dos outros a deixarem de se preocupar com isso, como acabou por acontecer com a Mulher-Hulk, o Falcão e o Cavaleiro Negro. Entretanto, o Homem de Ferro e o Capitão América cada vez mais deixaram de ter vida privada, eliminando a necessidade de ter identidades secretas, ainda que estas não fossem reveladas publicamente.

Entretanto, e apesar dos escritores desprezarem a ideia, os crossovers sucediam-se em ambas as editoras, uns atrás dos outros, durante os anos 90, ora envolvendo as publicações anuais, ora juntando quatro ou mais revistas, por vezes completamente sem relação umas com as outras, durante alguns meses, obrigando a comprar todas para compreender as histórias. Os heróis congregavam-se regularmente, em caso de crise, nos quartéis-generais uns dos outros, e alguns escritores passaram a dedicar espaço às relações entre heróis. Mark Gruenwald criou mesmo um jogo de poker na revista “Marvel Two-in-One”, em que o Coisa convidava regularmente os seus colegas, incluindo Nick Fury, Wolverine, Capitão América, Magnum e quem mais estivesse disponível. Noutras histórias, o Wolverine descobriu, acidentalmente, a identidade do Homem-Aranha, enquanto este revelou-a por vontade própria ao Demolidor, que reciprocou.


A ideia de universo partilhado ficava assim cristalizada. Nada do que um grupo ou herói fizesse podia ser ignorado, porque teria que ter repercussões nas vidas dos outros heróis de cada editora. O próximo passo, no entanto, acabou por ser dado fora da Marvel e da DC, após a criação da Image.

Texto: Paulo Costa

Se assim o desejarem, basta clicar em cima do nome do Paulo Costa e terão acessíveis todos os textos enviados por ele para o Leituras de BD.
Ficam os links das outras três partes:

Uma breve história da identidade secreta – Parte I

Uma breve história da identidade secreta – Parte II

Uma breve história da identidade secreta - Parte III

Divirtam-se!

Boas leituras

2º Concurso Nacional de Blogues: Fase Final


Obrigado a todos os que votaram no Leituras de BD na primeira fase do 2º Concurso Nacional de Blogues promovido pelo Aventar!
O Leituras de BD foi apurado para a fase final do concurso nas duas categorias a que concorreu:
  • Artes Visuais
  • Banda Desenhada
Agora iniciou-se a fase final apenas com cinco blogues por categoria, e espero os votos de quem gosta deste blogue!

Na categoria Blogger do Ano não fui apurado para a final como se esperava, mas fiquei num excelente 26º lugar em 298 concorrentes, o que não estava nada à espera!

Já sabem que podem votar todos os dias, com um intervalo de 24 horas, até ao próximo Sábado (último dia de votação).
 O link para votação é:

http://aventar.eu/blogs-do-ano-2012/blogs-do-ano-2012-votacoes-2a-fase/

O voto é aberto a todas as pessoas independentemente da nacionalidade!

Os blogues finalistas na categoria de Banda Desenhada são:

Leituras de BD
As Leituras do Pedro
Margem Sul Webcomic
Alegrias e Alergias
Wicked Reasoning

Obrigado e ...
Boas leituras

domingo, 20 de janeiro de 2013

Lançamento Dark Horse: Hyrule Historia - The Legend of Zelda


Este livro sai no dia 29 de Janeiro e já é considerado o vencedor de vendas do ano de 2013!
Neste momento as solicitações já rondam o quarto de milhão, e só para o Amazon ultrapassam os 100.000!






Com um preço de capa de 35 dólares, isto representa um encaixe financeiro para a Dark Horse de cerca 13 milhões de dólares. A isto chama-se imaginação editorial, que é o que não abunda nas "grandes" Marvel e DC Comics.

O livro para além de ter muito "concept art" do jogo, apresenta detalhes relativos à timeline de Zelda. Divide-se em quatro partes:
  • The First Story - Uma introdução ao mundo de Zelda
  • A Complete History of Hyrule - Uma cronologia detalhada deste famoso mundo
  • Creative Traces - A arte conceptual que tornou o mundo de Zelda famoso
  • Skyward Sword - Um Manga desenhado expressamente para este livro, da autoria de Akira Himekawa que é o responsável gráfico da série Zelda.
O livro é de capa dura e tem quase 280 páginas.
Para os fãs é um "must have", e pelos vistos tem muitos fãs...
:D
Fiquem também com o trailer!


Para verem a imagem à esquerda em tamanho grande cliquem na imagem, de seguida cliquem desta vez com o botão direito do rato e seleccionem "Ver Imagem".


Grande aposta da Dark Horse para 2013 já amplamente ganha e o livro ainda não saiu!!!

sábado, 19 de janeiro de 2013

Fairy Quest Vol.1: Outlaws - Pin Up Gallery


Como tinha prometido ontem, aqui estão alguns dos trabalhos que fazem parte dos extras dos livro do post anterior, Fairy Quest Vol.1: Outlaws.

A imagem de topo foi desenhada por Humberto Ramos e colorida por Edgar Delgado, teve como finalidade o uso na caixa da figura de PVC destas duas personagens, e não faz parte da galeria de arte.
:)

Jason Pearson
Scott Campbell

























Skottie Young
Mike Kunkel
























Boas leituras

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fairy Quest Vol.1: Outlaws


Foi o primeiro livro que “marquei” no “kickstarter” e decididamente provei aquilo que sabia intuitivamente: os autores e artistas que trabalham no mercado norte-americano com rédea solta são capazes de dar o seu melhor! Nota-se perfeitamente o prazer enorme que Paul Jenkins (Batman, Hellblazer) e Humberto Ramos (Spider-Man) tiveram ao fazer esta primeira parte de uma série de quatro livros, chamada Fablewood.


Posso garantir que detestei tudo quanto Humberto Ramos fez em histórias de super-heróis. Tolerei melhor o Revelações (BD Mania) em parceria com o Paul Jenkins também, e adorei este Fairy Quest! A sua técnica e estilo casam perfeitamente com este tipo de história e narrativa!
Fiquei mesmo fã desta série!
Os cenários, o dinamismo de algumas páginas e a cor aplicada (Leonardo Olea) fazem com que o leitor se perca nesta versão das histórias de Grimm. Nada a apontar ao trabalho de Ramos, adorei tudo!

Paul Jenkins correu um grande risco ao imaginar mais uma versão do universo dos Contos de Grimm. O mercado está saturado de títulos, no cinema, animação, na BD, e neste caso ainda sempre com o risco de compararem com a “rainha” de todas as versões: a série Fables.
Pois… mas ele conseguiu ser original na maneira como pegou e contruiu este primeiro livro. Não é fácil!
Construiu uma dinâmica muito boa no par mais improvável de amigos, o Lobo Mau e a Capuchinho Vermelho um ar muito simpático e fez do Grimm um perfeito Nazi formatador de personalidades. Gostei do “take” invertido na história de Hans e Gretel, muito bom!
Ou seja, no meio da saturação conseguiu ser imaginativo e criar situações ainda por explorar! Um bom trabalho de Jenkins, com certeza.

Os protagonistas pertencem às fábulas que nós conhecemos de pequenos. Estão lá a Cinderela, Peter Pan, Anões, Bruxas, etc., etc., etc… mas estas fábulas começam a ter um problema… são obrigadas a representar todos os dias a sua história, na perfeição e com todas as falas nos sítios certos. Para que não haja erros temos o sempre atento autor dos contos: Grimm! Este não dá uma folga sequer a nenhuma fábula, e para que tudo corra de maneira perfeita usa uma polícia brutal, e um instrumento que apaga as memórias das fábulas que prevaricam…
Ora um dos contos mais importantes é decididamente o Capuchinho Vermelho! E é exactamente esta que vai “partir a loiça”. Em segredo torna-se amiga do Lobo Mau, até lhe traz umas guloseimas misturadas com a comida da avó (para ninguém descobrir). A Capuchinho exaspera Grimm com as suas saídas da narrativa e falhas no tempo preciso em deviam ocorrer os eventos da história. Algumas fábulas decidem fugir, mas a polícia tem tudo controlado… excepto a relação entre a menina e o animal! Quando Grimm aplica o “apagador” de memórias na Cinderela, estes dois resolvem fugir repentinamente!
O resto deixo para vocês descobrirem.
:P
Esta é a prova provada que estes autores quando não têm a ditadura editorial em cima, fazem coisas maravilhosas! E já agora, para os fãs dos comics… Jenkins e Ramos optaram por um formato hardcover Europeu num livro de fantasia! Porque será que isso aconteceu!?
PORQUE É O MELHOR FORMATO DO MUNDO!
(Ehehehehehhe, desculpem, mas não resisti…)
:P
Este livro tem ainda uma galeria de arte fantástica no seu final. É uma maravilha ter amigos artistas para fazerem as suas versões das personagens, não é?
Amanhã eu “posto” algumas imagem desta galeria!

Boas leituras

Hardcover
Criado por: Paul Jenkins e Humberto Ramos
Editado em 2012 por Mafufo
Nota: 9,5 em 10

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