sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Fairy Quest Vol.1: Outlaws
Foi o primeiro livro que “marquei” no “kickstarter” e decididamente provei aquilo que sabia intuitivamente: os autores e artistas que trabalham no mercado norte-americano com rédea solta são capazes de dar o seu melhor! Nota-se perfeitamente o prazer enorme que Paul Jenkins (Batman, Hellblazer) e Humberto Ramos (Spider-Man) tiveram ao fazer esta primeira parte de uma série de quatro livros, chamada Fablewood.
Posso garantir que detestei tudo quanto Humberto Ramos fez em histórias de super-heróis. Tolerei melhor o Revelações (BD Mania) em parceria com o Paul Jenkins também, e adorei este Fairy Quest! A sua técnica e estilo casam perfeitamente com este tipo de história e narrativa!
Fiquei mesmo fã desta série!
Os cenários, o dinamismo de algumas páginas e a cor aplicada (Leonardo Olea) fazem com que o leitor se perca nesta versão das histórias de Grimm. Nada a apontar ao trabalho de Ramos, adorei tudo!
Paul Jenkins correu um grande risco ao imaginar mais uma versão do universo dos Contos de Grimm. O mercado está saturado de títulos, no cinema, animação, na BD, e neste caso ainda sempre com o risco de compararem com a “rainha” de todas as versões: a série Fables.
Pois… mas ele conseguiu ser original na maneira como pegou e contruiu este primeiro livro. Não é fácil!
Construiu uma dinâmica muito boa no par mais improvável de amigos, o Lobo Mau e a Capuchinho Vermelho um ar muito simpático e fez do Grimm um perfeito Nazi formatador de personalidades. Gostei do “take” invertido na história de Hans e Gretel, muito bom!
Ou seja, no meio da saturação conseguiu ser imaginativo e criar situações ainda por explorar! Um bom trabalho de Jenkins, com certeza.
Os protagonistas pertencem às fábulas que nós conhecemos de pequenos. Estão lá a Cinderela, Peter Pan, Anões, Bruxas, etc., etc., etc… mas estas fábulas começam a ter um problema… são obrigadas a representar todos os dias a sua história, na perfeição e com todas as falas nos sítios certos. Para que não haja erros temos o sempre atento autor dos contos: Grimm! Este não dá uma folga sequer a nenhuma fábula, e para que tudo corra de maneira perfeita usa uma polícia brutal, e um instrumento que apaga as memórias das fábulas que prevaricam…
Ora um dos contos mais importantes é decididamente o Capuchinho Vermelho! E é exactamente esta que vai “partir a loiça”. Em segredo torna-se amiga do Lobo Mau, até lhe traz umas guloseimas misturadas com a comida da avó (para ninguém descobrir). A Capuchinho exaspera Grimm com as suas saídas da narrativa e falhas no tempo preciso em deviam ocorrer os eventos da história. Algumas fábulas decidem fugir, mas a polícia tem tudo controlado… excepto a relação entre a menina e o animal! Quando Grimm aplica o “apagador” de memórias na Cinderela, estes dois resolvem fugir repentinamente!
O resto deixo para vocês descobrirem.
:P
Esta é a prova provada que estes autores quando não têm a ditadura editorial em cima, fazem coisas maravilhosas! E já agora, para os fãs dos comics… Jenkins e Ramos optaram por um formato hardcover Europeu num livro de fantasia! Porque será que isso aconteceu!?
PORQUE É O MELHOR FORMATO DO MUNDO!
(Ehehehehehhe, desculpem, mas não resisti…)
:P
Este livro tem ainda uma galeria de arte fantástica no seu final. É uma maravilha ter amigos artistas para fazerem as suas versões das personagens, não é?
Amanhã eu “posto” algumas imagem desta galeria!
Boas leituras
Hardcover
Criado por: Paul Jenkins e Humberto Ramos
Editado em 2012 por Mafufo
Nota: 9,5 em 10
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Só os europeus não gostam do formato álbum em capa dura. Qualquer autor americano ou japonês fica embasbacado em ver uma edição dessas e morre de inveja de quem publica nesse formato...
ResponderEliminarNão sou fã da arte do Ramos, mas nessa BD o cara mandou muito bem.
ResponderEliminarViva Nuno,
ResponderEliminarGrande crítica. A arte, a julgar pelas imagens é muito interessante e alegre.
Quanto à questão do format, para ser honesto prefiro o americano, mas por uma razão apenas.
É mais fácil de transportar e ler no comboio.
O formato Europeu custa a caber na mala e não dá jeito ler quando tens pessoas sentadas ao teu lado.
Abraço.
Hunter
ResponderEliminarAcho que os europeus na sua generalidade gostam do formato, senão não faria sentido este formato prevalecer na Europa!
:)
João Roberto
Eu também não sou fã do Ramos, mas aqui ele sente-se à vontade e faz um excelente trabalho!
;)
Rui Esteves
ResponderEliminarA arte está muito fixe e adapta-se perfeitamente à narrativa!
Quanto ao formato, este não é um formato para se ler fora de casa! Para isso existem (lá fora) revistas! Capa dura FB não joga com comboio...
Este formato promove a beleza de cada página que se vê/lê. Para quê desenhar tantos pormenores, sobretudo nos planos secundários, para depois serem reduzidos de modo a que não se vejam??
;)
Achei uma bd bem instigante e gostei da arte!
ResponderEliminarA ver vamos quando sai o segundo volume :)
ResponderEliminarO primeiro já cá canta :)
Realmente já não consigo gostar da arte do Humberto Ramos. Em todos os aspectos :S Acho que das páginas que mostras aqui o mais interessante é mesmo a côr.
ResponderEliminarHunter
Não sei até que ponto isso acontecerá realmente. Parece-me que acontece precisamente o contrário.
Henrikes
ResponderEliminarSim, espero que já estejam a trabalhar no 2º volume, visto que este vendeu bastante bem!
;)
Guy Santos
Bom argumento, e boa arte!
(E boa conjugação dos dois!)
:)
Luis Sanches
ResponderEliminarEu sempre desatinei com a arte do ramos... mas aqui casa perfeitamente com a narrativa!
Estas páginas são apenas dois exemplos. Todo o livro é bastante dinâmico, e as personagens bastante expressivas!
Aqui não posso falar mal do Ramos, antes pelo contrário!
:P
Obrigado pela crítica. Tinha visto isto nas pratelerias da FNAC e já tinha ficado curioso. Gosto destas incursões libertadoras dos americanos pelos lados europeus. Tenho, por exemplo, o "Songes" com o Terry Dodson a desenhar uma história de Denis-Pierre Filippi e que é muito interessante. O Travis Charest e o Ladronn tb já se arriscaram nesse mercado.
ResponderEliminarSAM
ResponderEliminarO Travis Charest foi despedido... alguns (bastantes) anos para desenhar uma dúzia de páginas... lol
Mas eles libertam-se sim. Deve dar-lhes um enorme prazer desenhar sem estarem presos naquelas "deadlines" completamente loucas dos comics. Para mais neste formato a arte do desenhador fica muito mais apelativa, sem dúvida.
;)
Essa dupla em mim provoca pesadelos.
ResponderEliminarQuanto ao formato é um desperdício para os rabiscos do Ruimberto.
Optimus
ResponderEliminarTua opinião! E preconceituosa! Já leste o livro?
Não.
Então porque dizes que não presta? Porque não gostas do ramos? Olha eu também não! Pelo menos naquilo que tinha lido até agora!
Neste livro mudei a minha opinião acerca dele! Apenas neste livro... porque continuo a não gostar do que ele fez em super-heróis!
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