terça-feira, 19 de abril de 2016

Heróis esquecidos da Marvel Parte 2






Continuamos aqui a visita aos anos 50 da Atlas Comics, o nome que a Marvel usava nessa altura, e em que uma série de novos heróis passou pelas bancas norte-americanas, sem deixar grande marca nas vendas da época, mas contribuindo para engrandecer a história da editora.

Estes heróis passaram por uma série de temáticas, e não necessariamente pelos super-heróis. Continuamos a listagem dos heróis aventureiros que a Marvel publicou nesta fase, alguns deles acabando por ficar conhecidos pelo público português, mesmo não sabendo que faziam parte do Universo Marvel. Tal como explicámos na primeira parte, não vamos listar os heróis dos westerns e das revistas de guerra, que foram em número bem maior.

Heróis do espaço

Marvel Boy é Bob Grayson, filho do cientista Matthew Grayson, que fugiu com o pai para o planeta Urano no início da Segunda Guerra Mundial. Durante a infância, Bob Grayson foi treinado pelos cientistas uranianos para utilizar um par de pulseiras energéticas, podendo assim retornar à Terra como um adolescente, para enfrentar ameaças comunistas ou terroristas que usavam ciência avançada, muitas vezes fornecida por invasores alienígenas. Era geralmente ajudado (ou atrapalhado) por Lilli, uma uraniana. Marvel Boy foi depois recuperado nos anos 70 como um vilão numa história do Quarteto Fantástico, numa história da revista What If? (como membro de uma equipa de Vingadores activa em 1958), reciclado no herói Quasar (membro da SHIELD e dos Vingadores, usando as pulseiras quânticas, agora relacionadas com a entidade cósmica Eon) e novamente reintroduzido no Universo Marvel, décadas mais tarde, como parte da série Agents of Atlas.

A revista Space Squadron era uma espécie de antologia, onde todos os personagens estavam ligados. O herói principal era o capitão Jet Dixon, acompanhado pelos seus assistentes, o cadete Rusty Blake e o guerreiro marciano Max, e pela sua namorada Dawn Revere, filha do comandante do esquadrão, Blast Revere. As histórias passavam-se no então longínquo ano 2000, onde viagens extra-planetárias eram comuns e o sistema solar pululava com espécies alienígenas. As histórias secundárias tinham como heróis um jovem Blast Revere em início de carreira e a tira “Famous Explorers of Space”, que explorava o passado recente do mundo de Space Squadron.

Speed Carter era o herói da revista Spaceman, onde Carter liderava um esquadrão de Sentinelas do Espaço, no ano 2075. Tal como o seu congénere Jet Dixon, habita um futuro onde a humanidade se espalhou pelas estrelas e onde é necessário enfrentar muitas ameaças alienígenas, dentro e fora do Sistema Solar. Speed Carter lidera uma unidade que inclui o seu assistente, Crash Morgan, a sua namorada, Stellar Stone (filha do comandante dos Sentinelas) e o cadete Johnny Day, um adolescente. Tal como em Space Squadron, a revista Spaceman incluía a rubrica “Famous Explorers of Space”, mas desta vez relacionada com Carter em vez de Jet Dixon. Aliás, o mundo de Spaceman não era o futuro de Space Squadron.

Histórias publicadas em: Marvel Boy #1-2 e Astonishing #3-6; Space Squadron #1-5 e Space Worlds #6; Spaceman #1-6.

Heróis da selva

Existiram duas revistas separadas passadas na selva com mulheres como personagens principais. A mais bem-sucedida foi Lorna, Rainha da Selva, um clone óbvio de Sheena, mais à vontade no mato africano que em qualquer lugar civilizado. As histórias eram típicas, envolvendo animais selvagens, caçadores furtivos e, estranhamente, uma atitude mais progressiva com os africanos nativos do que era normal para a época. De Julho de 1954 a Agosto de 1957, teve uma publicação longa. O caçador Greg Knight (romanticamente interessado em Lorna), o chefe tribal M’tuba e o chimpanzé Mikki constituíam o elenco, com Knight a ter direito a histórias próprias dentro da revista.

Jann da Selva (em português, Jana da Selva, como chegou a aparecer na revista Mundo de Aventuras) não era muito diferente de Lorna, embora as suas habilidades acrobáticas tenham sido aprendidas no circo, onde era uma trapezista com o nome Jane Hastings. Jann encabeçava uma antologia com personagens não relacionadas, incluindo o príncipe Waku (o primeiro personagem negro a ter histórias próprias numa editora americana convencional) e o caçador Cliff Mason, que, ao contrário da relação de Greg Knight com Lorna, nunca conheceu Jann. O seu principal aliado era o chefe tribal Kuba.

Existiu também a antologia Jungle Action, com vários personagens recorrentes, Lo-Zar, muito parecido com Ka-Zar (tanto que, quando as histórias foram republicadas nos anos 70, foi renomeado Tharn), que protegia a selva africana de invasores comunistas; Jungle Boy, um adolescente filho de um caçador, inspirado no filho de Tarzan, Korak, e que também tinha um ódio visceral a comunistas (enfim, eram os anos 50); Leopard Girl, uma heroína que usava uma pele de leopardo que lhe cobria todo o corpo; e Man-oo the Mighty, um gorila inteligente. Embora nunca se tivessem encontrado, muitos destes tinham um fio condutor recorrente nas suas respectivas histórias, a cobra gigante Serpo.

Material de leitura: Lorna the Jungle Queen #1-5 e Lorna the Jungle Girl #6-26; Jungle Tales #1-7 e Jann of the Jungle #8-17; Jungle Action #1-6.

Leia também a Parte 1.

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