quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Sade: A Águia, Mademoiselle...
Uma edição de 1991 da Bertrandt, escrita por Jean Dufaux (Murena, Niklos Koda, Rapaces, Djinn, etc.) e com arte de Griffo (Vlad). A obra baseia-se nos escritos de Sade, a maior parte deles escritos nos 32 anos que passou na prisão, e é aqui na prisão que decorre praticamente toda a trama e seu cenário. Já agora, e como curiosidade, "L’Aigle, Mademoiselle…" foi uma carta escrita na prisão para a sua mulher, cuja adaptação do texto está neste livro de BD.
Dufaux, como argumentista exímio do mundo da 7ªarte, joga com as ligações entre ficção e realidade, mas neste livro achei a narrativa algo confusa... tudo gira à volta de uma companhia de teatro completamente louca e que vai representar obras de Sade. O cenário é a prisão onde Sade passou grande parte da sua vida, e como única ligação do mundo da ilusão à realidade, temos um telefone. Esta era a única maneira de contactar com o director! O que acontece é que dentro do teatro ficção, temos um outro teatro real, que também o não é... como disse atrás, é um pouco confuso!
A arte de Griffo foi o que me levou a adquirir este livro. É excelente no detalhe dos cenários, onde tem algumas vinhetas verdadeiramente assombrosas. Tem um belo jogo de cumplicidade com o escritor, infelizmente acho que Dufaux não teve à altura de Griffo nesta obra.
Outra curiosidade desta obra (que os autores não pretendem que seja entendido como um estudo psicológico ao Marquês de Sade), é a imposição de Depardieu para encarnar Sade!
E o livro termina com uma citação de A.P. de Mandiargues:
"É um homem, sim, que dá festas. Como poderemos não nos deleitar com ele, se nos convida para o seu teatro?"
"Pessoas de bem, sobretudo, deixem a moral no vestiário!..."
Boas leituras (e tenham variedade na vossa colecção de BD...)
:)
Hardcover
Criado por: Jean Dufaux e Griffo
Editado em 1991 por Bertrandt
Comprado na Serpis
Nota: 7 em 10
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Ao ler esta tua critica, veio-me à memoria umas revistas dos anos 70 sobre as aventuras do marquês de Sade... Heh! Heh! Heh!
ResponderEliminarClaro que esta obra pelas paginas que apresentas tem uma arte excepcional, a nível de argumento vou pelas tuas palavras, já que não conhecia este livro antes de o mencionares aqui. :D
Eu, se tivesse visto este álbum na papelaria do costume, acho que o tinha comprado só pela capa. ;)
Estou com o OCP, só pela capa já vale a pena!
ResponderEliminarEm 91, pensei eu que a Bertrand tinha voltado à carga na BD, infelizmente foi sol de pouca dura, com poucos títulos e pobrezinhos. Este foi uma das poucas excepções, mas concordo contigo pois também acho que a adaptação do Dufaux não é lá muito boa. (a capa do livro que aqui representas é que eu não me lembrava de assim ser! Já não lhe toco há muito tempo.)
ResponderEliminarOCP e Radjack
ResponderEliminarAchei a arte deste livro fantástica! Só por isso o comprei.
Digamos que a capa também é bastante apelativa...
Refem
Pois, mas a Bertrandt desistiu mesmo de editar BD... infelizmente. Agora dá um ar que (exceptuando a Vitamina BD/BD Mania) que as nossas editoras só fazem reposição... ASA/Público fizeram três colecções o ano passado de reposição, embora tenha de dizer que as duas últimas são de valor, embora casos diferentes. A outra coleção, acho que foi desnecessária, apenas comprei um livro: Estrela do Deserto.
Quanto à Gradiva, foram duas reposições também: Eternus 9 e Escala em Orongo, ambas de autores portugueses!
Espero que façam bem mais este ano.
Lá vai mais um... vou entrar em depressão...
ResponderEliminarPor acaso queria ler umas coisas sobre o Marquês de Sade.
ResponderEliminarDeve ter actividades pouco alucinadas o livro deve :P
Abraço
*** 1991 *** essa data histórica, linda e capicua, ele o Nuno Jr, que em Abril será maior de idade, e isto para dizer o quê? É uma edição de uma boa casta, só pode, e até fala em águias.
ResponderEliminarAbraço e bjs ao ppl