sexta-feira, 3 de junho de 2022

Séries TV: Doctor Who - Vincent and the Doctor
Temporada 5 - Episódio 10


O problema de escrever sobre estas coisas, sobretudo quando se gosta delas, é saber onde começar, por onde passar e onde acabar.

Hoje revi este episódio do Doctor Who. Recomecei a ver tudo desde a fase do Christopher Ecclestone (o 9º Doutor - 2005) até este episódio de 2010, e achei que poderia escrever algo sobre ele. O problema é… começo pelo princípio em 1963? Conto a história da série desde o 1º Doutor para no final chegar até este episódio? Bah… isto daria para um post gigante ou não fosse a série Sci-Fi mais antiga (e longa – 39 temporadas) de sempre transmitida na televisão.

Assim, farei apenas uma pequena introdução, e depois falarei deste episódio e deste Doutor (o 11º).

Como disse atrás, o primeiro episódio foi para o ar na BBC em 1963, a 23 de Novembro com William Artnell personificando o 1º Doutor. Esta série clássica durou até 1989 com 26 temporadas e episódios de 25 minutos. Durante todo este tempo tornou-se uma série de culto, embora no final a BBC tenha interrompido por baixas audiências. Estávamos com o 7º Doutor – Sylvester McCoy.

Houve uma tentativa de recuperação em 1996 com o 8º Doutor – Paul McGann – mas que não funcionou, então a série entra de novo em hiato.

Em 2005 a série foi recuperada, mas com um formato diferente, mais actual, o número de episódios por temporada foi reduzido e o tempo de cada episódio aumentou para 45 minutos. Isto na generalidade, pois existem os especiais de Natal que são maiores. Cada temporada tem vários episódios “soltos”, por vezes existindo arcos de dois ou três episódios. De qualquer modo existe sempre pequenos eventos que ligam todos os episódios para algo que só se irá resolver no final da temporada. Ou seja, um formato moderno para o Doctor Who.

Neste momento a série vai para o 14º Doutor – Ncuti Gatwa.

Resta-me dizer que o conceito desta série é fascinante, e é incrível que ao longo de tantos anos consiga contar histórias complexas de uma maneira simples em menos de uma hora. Maravilhoso. Aliás, o conceito de regeneração é das coisas mais inteligentes que vi fazer numa série, temos um Doutor novo sempre que necessitamos que nunca é um buraco no argumento porque é uma particularidade que faz parte da personagem. Ponto! Claro… depois há a desvantagem da qualidade dos actores, da empatia do público com um ou com outro, mas já lá vou a esse assunto.

Pronto. Agora sobre o episódio que dá título ao post.


Vou contar spoilers porque o episódio em questão tem 12 anos, quem viu viu, quem não viu paciência. Até porque a razão de eu falar deste episódio particularmente não tem a ver com notícias sobre a série ou histórias em desenvolvimento.

Já vos disse que o conceito desta série é fascinante para mim? 

O Doutor anda a passear a sua acompanhante devido a problemas de consciência pelo desaparecimento e esquecimento da memória de Rory – namorado da acompanhante Amy Pond (Karen Gillen – Guardiões da Galáxia, Nébula), e nestes passeios de “charme” acabam por visitar uma exposição de Van Gogh.

Os olhos do Doutor fixam-se no quadro com uma Igreja, “A Igreja de Auvers”, onde vê um monstro desenhado na janela. E com a frase “I know evil when I see it” resolve voltar ao passado, ao dia anterior em Van Gogh iria pintar esse quadro.


Aqui vou abrir um parêntesis. Penso que o produtor Steven Moffat gosta bastante deste tema da “visão”. Neste episódio vamos ter um Van Gogh perturbado, não reconhecido como pintor, escorraçado pela população. E assim foi na sua vida até se suicidar. Mas neste episódio ele possui uma visão especial, e este é o tema que Moffat gosta. Já tivemos no 1º episódio desta temporada (The Eleventh Hour) alienígenas com filtros de percepção que só podiam ser vistos “pelo canto do olho”, tivemos por duas vezes os “Anjos Chorões” que atacavam quando se fechava os olhos, e tivemos os Vashta Nerada no episódio da biblioteca – Silence in the Library – que se movimentavam apenas nas sombras. Neste episódio é Van Gogh o único a conseguir ver a olho nu o monstro.

Basicamente estou a escrever isto tudo porque este episódio acabou por me emocionar e fazer “suar dos olhos” as duas vezes que o vi. A cena final em que eles resolvem trazer Van Gogh ao presente para ele ver os seus quadros serem admirados por toda a gente é admirável Acho a cena muito bonita e de uma empatia brutal por aquele artista escorraçado no seu tempo. 

E é nisto que esta série é fascinante, todo o conceito! Quem nunca pensou em trazer pessoas do passado, um passado sofrido por não terem sido entendidas na altura, e depois para poderem ver que tudo o que criaram é algo prezado pela Humanidade. São imortais e nunca o souberam. É uma situação que me comove e traz a minha empatia à tona.

E para escrever este pequeno parágrafo tive de escrever tudo o que está acima… :D

E já agora vou escrever mais qualquer coisa. O episódio seguinte foi o último que vi na altura em que a série estava em exibição porque sinceramente não gostei, e não gosto, deste actor como Doctor Who. Na minha opinião não tem nem nunca teve o carisma necessário para o papel, e a minha empatia foi zero. Ainda por cima vem depois do talvez melhor Doutor de sempre, o incrível neste papel David Tennant (10º Doutor). 


Agora estou-me a obrigar a ver a série toda e vou ter de ver este Doutor até ao fim. Porquê? 

Porque esta série é fascinante!

(Já agora… o Doutor desta temporada que eu não gosto é estrelado pelo actor sem sal Matt Smith.)


Boas leituras


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