quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Green Lantern: Earth One Vol.1
Quem me conhece sabe que o meu super-herói preferido sempre foi o Lanterna Verde. O seu poder é canalizado pela força de vontade e imaginação, e sinceramente adoro todo este conceito, e é por isso que tenho o take completo de Geoff Johns nesta personagem. Foi ele que redefiniu o herói Hal Jordan e todo o universo do espectro da luz. Pegou na personagem (depois de muito maltratada e quase já esquecida) respeitando todo o mito à volta de Hal Jordan e escreveu do melhor que já se fez na linha DC mainstream. É uma prateleira completa em minha casa! :D
Analisando o que escrevi atrás, e sabendo também que para mim o Green Lantern acabou no último livro que ele escreveu para a personagem, muito dificilmente eu ia ler coisas novas com o herói Hal Jordan. Mas surgiu este livro o ano passado e todas as críticas apontavam para algo bom... então comprei-o.
Arrependimento = 0
Mas antes de continuar e para quem não sabe ou não está por dentro da linha Earth One da DC, gostava de escrever umas linhas sobre a mesma.
Esta linha surgiu por volta de 2010 com vários conceitos interessantes. Uma nova e diferente aproximação à personagem, com um novo começo e sem ligações a outros heróis que surjam nesta mesma linha. Para além disso o espaço e o tempo são a nossa actualidade, tipo "- E se o Superman aparecesse hoje!? Ou o Batman?" embora o espaço seja específico para cada personagem.
Para além disso a DC tentou que todos os títulos tivessem uma equipa criativa de topo.
Isto foi um esforço editorial para dar um novo começo a possíveis novos leitores, e para os leitores mais antigos, uma nova frescura nas personagens preferidas.
Não conheço números de venda, mas sei que as críticas a esta linha ao longo de quase 10 anos são muito boas.
A linha foi iniciada com o Superman, que vai no 3º volume, depois Batman (2 volumes), Wonder Woman (2 volumes, dos quais o primeiro foi publicado em português pela Levoir), Teen Titans e este meu Green Lantern.
A dupla escolhida foi o casal Corinna Bechko (texto) e Gabriel Hardman (desenho).
Bechko foi a primeira mulher a intervir nesta linha da DC, e a sua queda pela sci fi e terror está bem patente neste livro. Não que o livro seja de terror, mas tem todo um ambiente cósmico negro bem frisado, apenas polvilhado por esmeralda claro está.
Hardman e Bechko são autores da série Invisible Republic, Angel, Star Wars Legacy (2013) ou Planet of the Apes. Bechko é ainda autora de um episódio para a série TV de sucesso Once Upon a Time: Shadow of the Queen.
Corinna Bechko pegou neste Lanterna radicalmente, desconstruindo todo o mito existente à volta do corpo esmeralda, e criando um novo mundo. Isto são duas coisas difíceis de fazer numa personagem com mais de 50 anos de História. E na minha opinião (fã confesso do mundo esmeralda), conseguiu. Brutalmente.
Não conhecia o trabalho dela, e isto para mim foi um cartão de visita e tanto. Foi a primeiro livro da linha a fugir um pouco à baliza de tudo acontecer no nosso tempo, penso que a acção se passa um pouco mais no futuro, mas não muito, ou então fez-se ficção pura e simplesmente. Mas penso que é um futuro próximo porque ainda se fala da NASA, embora sejam corporações a minerar asteróides no espaço, e corporações a mandar na Terra.
Hal Jordan deixa de ser piloto de aviões para ser um mineiro espacial, o que me pareceu uma excelente escolha, visto que os Lanternas cruzam o espaço. E aqui temos algumas cenas iniciais muito boas de que eu não vou falar. Bem, posso falar em atitudes heróicas por parte da comandante da nave de Hal, assim como da heroicidade deste em compreender a atitude da Comandante e encetar a sua primeira luta espacial com um anel no dedo
Quanto ao mito do anel escolher uma pessoa merecedora de o usar, é completamente desfeito aqui. Todos nós podemos ser heróis neste mundo, ninguém nasce herói, mas as nossas acções podem fazer com que o sejamos. Com ou sem anel.
O anel aqui é uma ferramenta não muito amigável do seu utilizador, não ajuda o seu portador antes pelo contrário. E claro, todos os que conseguiram arranjar um anel esmeralda podem escolher entre o bem e o mal, não há cá coisas tipo "o escolhido". O anel aqui não voa à procura do próximo portador, simplesmente fica no dedo do morto.
Quanto ao Corpo dos Lanternas Verdes, este está desfeito, alguns anéis foram encontrados nos mundos onde os portadores originais foram mortos, ou seja, temos portadores sem instrução no uso desta ferramenta espalhados pelo universo, e que não trabalham em grupo, aliás a cena do polícia do quadrante XXXX não existe.
Encontramos algumas caras conhecidas, que nos dão algum conforto na leitura, e outras que nos voltam a arrepiar pela sua falta de emoções...
Bechko fez uma excelente história, uma história de amizade e heroicidade, criou mundos novos muito bem caracterizado ao nível alien das espécies e das paisagens. Toda a construção destes novos mundos foi admiravelmente captada graficamente por Gabriel Hardman.
Gabriel Hardman tem um desenho que se adapta perfeitamente ao ambiente da história. O desenho detalhado, vibrante e cheio de ruído deste desenhador é vestido por Jordan Boyd a negro e esmeralda. Eu adorei!
Não vou comentar mais relativamente à história, não quero fazer spoiler de coisas importantes.
Mas garanto-vos que estão perante o primeiro conceito alternativo do universo dos Green Lanterns digno desse nome, e para mim um começo à séria da personagem. Espero pelo segundo, isto era aquilo que eu queria depois do último livro de Geoff Johns (Green Lantern: The End), que para mim foi tão bom que fiquei mesmo por ali.
Podem clicar na label seguinte se quiserem saber mais do que este fã escreveu sobre o mundo esmeralda:
Green Lantern
O Leituras de BD recomenda vivamente este livro!
Boas leituras
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