quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A Última Profecia Vol.1: Viagem aos Infernos


A NetCom2 vai lançar muito brevemente (talvez amanhã) este primeiro volume da série a Última Profecia.
É mais uma série de cariz histórico, temporalmente localizada na Antiguidade e neste livro a acção principal é passada em Roma, durante o tempo do Imperador Teodósio.

Assim aos portugueses a NetCom2 oferece duas séries mais ou menos passadas na mesma altura, e ambas respiram a Jacques Martin, autor de Alix e Lefranc! Para os fãs deste autor, já falecido, será uma oportunidade de ouro para aumentarem as suas prateleiras, pois Keos tem nos créditos o próprio Jacques Martin, e aqui temos um dos seus alunos: Gilles Chaillet.

Gilles Chaillet é francês e é conhecido pela sua série "Vasco" (com alguns livros publicados em português), e  pelo seu trabalho em "Lefranc" do 5º ao 13º volume (aqui a trabalhar com o mestre J. Martin).
Possuidor de um traço bem característico desta escola, para mim suplanta o seu mentor em qualidade artística. O seu desenho tem mais volume, mais minucioso, e quebra um pouco o taboo das páginas duplas na escola Franco-Belga de "linha clara". De notar que este livro foi publicado originalmente em 2002 pela Glénat francesa.
Como disse atrás este primeiro tomo tem algumas excelentes páginas duplas. Isto foi uma novidade para mim pois não estava à espera de ver esta planificação num livro oriundo desta escola de BD! E que páginas duplas! Chaillet de parabéns pelo seu trabalho gráfico!

A história, bem, é uma história típica de um primeiro livro onde são apresentadas as personagens principais e se desenha o início da intriga.
Para já considero esta a melhor série que a NetCom2 preparou para Portugal, pelo menos aquela que me deu mais prazer.

Estávamos no ano de 394, em plena Antiguidade, e nos estertores do Grande Império Romano que mais tarde se viria a dividir em dois.
O Imperador Teodósio prepara-se para entrar em batalha com o exército do usurpador Eugénio. Será uma batalha entre dois comandantes (Estilicão por Teodósio e Arbogasto por Eugénio) e duas religiões: a Cristã em ascenção e a Romana politeista em plena queda.
Os exércitos são tudo menos romanos... combatentes oriundos dos quatro cantos do Império vão-se enfrentar, como os Godos, Alanos, Arménios, Medos e Árabes por Teodósio e Francos e Alamanos por Arbogasto. É aqui que nos é apresentado Flaviano, um nobre Romano defensor das tradições Romanas que combate contra o exército de Teodósio.
Foi derrotado.

Flaviano volta a Roma para avisar o Senado da derrota, mas passado pouco tempo as tropas de Teodósio entram na cidade! Aqui começa a intolerância... aquilo que os Cristãos apregoavam como o amor entre os homens, paz, humildade não foi real... a intolerância para quem não pertencia à religião Cristã aqui é apresentada de maneira violenta!
Afinal os homens são homens, o rótulo de uma religião é apenas um rótulo.
Aquilo que os Cristãos sofreram com as perseguições ordenadas por vários Imperadores Romanos, aqui tem o volte face. São os Cristãos a perseguir os Romanos tradicionalistas destruindo-lhes os templos e tradições.
A melhor maneira de ter alguns patrícios Romanos na mão, bem, é raptando-lhes os filhos e destruindo famílias importantes. Afinal são todos iguais, sejam Cristãos ou de outras doutrinas... quando toca a destruir e ameaçar não há grandes diferenças!
Flaviano é escolhido para ser o defensor da tradição Romana, e vai descer ao Inferno por tudo aquilo em que acredita...

Gostei bastante deste livro na sua generalidade. Não gostei da maneira como foi feita a balonagem e legendagem. Um ponto para a NetCom2 rever.

Este é o primeiro tomo de uma série de cinco. A série foi terminada em 2012, e esperemos que seja toda publicada aqui e em português!
;)

Hardcover
Criado por: Gilles Chaillet
Ediatdo em 2013 pela NetCom2
Nota: 8,5 em 10

20 comentários:

  1. É pá... fiquei curioso. Acho que o vou tentar. Ultimamente tenho apurado o paladar para estas BD históricas mais ou menos romanceadas para dar sal e sabor ao enredo. Gosto muito das Águias de Roma e de Murena. Vamos ver esta tb...

    Obrigado pela sugestão!

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  2. SAM
    É bastante mais "recatado" que Murena e Águias de Roma. Apesar de ser BD histórica tem o seu "quê" de sobrenatural... pelo menos assim me pareceu, mas só vendo como a narrativa vai decorrer nos próximos volumes.
    :)

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  3. Já cá canta! Já a magrot nao consegui resistir, apesar de estar longe das minhas prioridades.

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  4. Diogosr1
    Hell! Foste rápido!
    Este 2º volume da Margot é melhor que o primeiro, sobretudo na parte gráfica. O traço é bem mais preciso.
    ;)

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  5. Boas,
    Como o Nuno bem diz, este primeiro álbum da série é um bocado mais recatado do que 'Murena' e 'Águias de Roma'. Tem por outro lado a introdução de um elemento fantástico, que não encontramos nas séries referidas.
    Quanto à qualidade do álbum, penso que é inegável.
    No meu caso, transporta-me para um período muito interessante da história. :)

    Diogosr1,
    Conseguiste também a revista?

    lembro que,
    * para 2 ou mais livros comprados no site da editora os portes são gratuitos
    * as revistas da editora estão disponíveis nas livrarias distribuidoras, são gratuitas, e, se for o caso, podem pedi-las à editora e pagando apenas os custos de expedição

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  6. Acho piada à designação da editora - Netcom - a que o número 2 dá outra fantasia, talvez para querer dizer que há a NetCom1. Se algum dia perder a cabeça e querer eu próprio afundar-me fundando uma editora, lembrer-me-ei de CostaArroba.com ou SCnet.
    Para alguns "experts" da BD que criticam algum classicismo e publicações retrógradas para "saudosistas", a Banda Desenhada franco-belga dos tempos do saudoso Tintin está de volta.
    Gosto da BD franco-belga (melhor, nunca deixei de gostar); depois, há esta coisa dos automóveis (que é o meu encanto) e das mulheres (que é o meu reencanto), em aventuras que se movem placidamente nas ondas das curvas (da estrada e dos corpos femininos, bem delineados a caneta, muito ao gosto de Jean Graton, que se estendeu - talvez em demasia - com os Vaillant (nome que me lembram os esquentadores que eu tive em casa).
    De Roma, ficou-me Alix, personagem cuja magreza tocaria a anemia, não fosse o soberbo traço do seu autor, cuja cor, em parte, era aplicada demasiado escura.
    Saudades tenho do Cormoran e da sua tripulação em Bernard Prince, que fez as delícias da minha juventude e cuja compra impedia que eu praticasse a modalidade desportiva que mais me quadrava depois das aulas - o bilhar.
    Enfim. Netcom ou Net.com (com ou sem) é designação informática. Para nome de BD soa-me a manco, mesmo vindo dos vizinhos espanhóis.
    Revistas grátis, é óptimo. Os supermercados já praticam essa fantasia promocional, mas menos apelativa (diga-se a verdade), porque para além do bacalhau, dos azeites e do chouriço, o material de escritório e as carnes, tudo a preços de concorrência e com 9's depois das vírgulas do euro, chateia.
    Haja Deus...

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  7. Nuno, estava a visitar um blog de um amigo e deparei-me com isso. Já viu?
    Talvez você goste! Estou achando muito interessante! Trata-se de uma BD online brasileira. Bem, aqui está o blog de meu amigo com suas considerações.

    http://carlossilva.webs.com/apps/blog/show/23143798

    Continue com o grande trabalho.

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  8. Adorei a arte do Gilles Chaillet, assim como curto muito esse trecho da história antiga, daí para me encantar pela BD é um pulo...

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  9. Santos Costa
    Olha... a mim tanto me faz o nome da editora! LOL Desde que editem e não falhem com as séries que se proposeram a publicar em português, para mim até se podiam chamar Brojnika Mê Pokoniko!
    :D
    Mas sim, o nome não é grande coisa, embora deva ter a ver com algo dos seus fundadores.
    Quanto à revista, não é a minha praia. De borla ou a pagar para o meu gosto não tem grande interesse, mas para quem gosta é uma mais-valia!
    Quero livros e quero que acabem as séries que começaram, para mim isso é o mais importante neste negócio!
    :)

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  10. Carlos Borges
    Já vi o link e achei interessante sim! Li todas as que haviam lá no site. A história está a parecer-me bastante intrigante!
    ;)

    Venerável Victor
    Também gosto de boa BD histórica. Quando digo histórica, estou a falar em aventuras em determinado tempo, e não apenas contar o que se passou historicamente... isso para mim é seca. E para eu gostar tem de ter aqueles pormenores relacionados com a arquitectura e vestuário bem no sítio e fiéis ao tempo onde se passa a acção...
    Este pareceu-me muito bem nesse aspecto, falta saber como se vai desenrolar a narrativa.
    ;)

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  11. Bem curioso está bd, parece-me ser muito boa!

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  12. Guy Santos
    É de ler sim, sobretudo para quem gosta de histórias situadas temporalmente em tempos remotos!
    ;)

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  13. Olá, Jorge recebi 4 exemplares da portuguesa e 5 da espanhola. Nao se preocupe, vou redistribui-las :)

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  14. Santos Costa,

    De facto a designação de NetCom2 Editorial nada tem a ver nem com o nome comum dado à bd em Espanha (Comics), nem com o facto de este projecto derivar de um outro ligado à bd, que também usava a internet. Tão pouco o facto de 1+1 serem 2 tem algo a ver com o assunto.
    Na realidade, houve várias possibilidades; pairou no ar a possibilidade de ser beijinhos & parabéns, Vat 70, ou Lorenin 7415. Acabou por ficar NetCom2 Editorial. Mas só porque sim.
    Não estou a ver bem a conexão do cavaleiro sem cabeça, a jogar batalha naval, com a NetCom2. A NetCom2 Editorial nasceu em Espanha, há 4 anos, onde é hoje a segunda maior editora de BD franco-belga, com um catálogo de mais de 100 álbuns, distribuídos por 19 séries. Por lá, para grande satisfação dos fãs espanhóis de BD franco-belga, está para durar, devido à qualidade e ao sucesso do projeto.
    Por cá, numa Aljubarrota cultural, invade-nos com charters de revistas, ainda por cima gratuitas, revistas com e sobre bd, que é do que mais temos por cá. Como até há miúdos que ficaram deliciados com a revista, e que a vão coleccionar, eu acho excelente que ela exista. E, mesmo que fosse distribuída no supermercado, continuaria a pensar o mesmo!
    Seja como for, as revistas são mesmo à borla, e não há 9’s na Netcom2: os álbuns custam 15.00€ , e comprando 2, ou mais, recebe-os de borla onde queira.
    Quem, como eu, sabe francês, intensifica a compra de originais, e está sempre desenrascado. Mas eu gosto disto, gosto de bd na minha língua, e acho que o público português deve ter acesso a mais coisas. O que virá depois... virá! Até lá, o público tem direito à escolha!
    E, como é ele quem decide tudo,
    Haja BD!

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  15. Diogosr1,
    A não ser que tenhas algo contra, trata-me por tu. Estou na faixa dos 7 aos 77. :)

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  16. Ora, Jorge Fernandes, uma verdade ressalta à vista de quem vê e de quem não quer ver, escrita por si, acima: o público tem direito à escolha.
    Por mim, tudo o que seja BD, entra em minha casa, mesmo que se chame Lorenin e não seja para engolir pela boca (VAT 69 ou 70, aceito).
    Achei piada ao nome - lá terão as vossas razões, que todos devemos respeitar.
    Sobre a Aljubarrota, não entendi, tanto mais que - como sabemos - Aljubarrota não é boa memória para tudo o que vem de Espanha, à excepção dos ventos e casamentos.
    Do cavaleiro sem cabeça e do outro que montava em mula virado para trás, é da tradição oral etnográfica. É outro enigma, com o qual não vou gastar as meninges.
    Desejo boas edições para a NetCom2, para que eu continue a coleccionar BD, como sempre fiz.

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  17. Por desleixo ou preguiça ou comodismo, ainda não comprei nenhum dos álbuns desta editora.
    A "balonagem" faz-me lembrar a revista Vécu da Glenat (com fantásticas, maravilhosas BDs de época, História; cara como o catano naquele tempo em que a comprava e lia - o francês estava mais fresquinho, era mais fácil!)
    Bem, vou ver se encomendo isto.

    refemdabd

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  18. Você deu uma nota muito boa em sua avaliação, portanto deduzo que a BD vale a pena colecionar.

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  19. Refem
    A balonagem e legendagem são os grandes pontos fracos destes livros, não me estou a referir especificamente a este mas sim a todos os que já saíram!
    Ainda não percebi porque é meteram as legendas centradas no balão, quando no original não é assim... isto para além de outros problemas realacionados com a "font".
    ;)

    João Roberto
    Gostei e tem potêncial, vamos a ver como se desenvolve!
    ;)

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