Uma dessas mini-séries era Warlord, que trazia de volta o mundo
subterrâneo de Skartaris, e que tinha sido um dos maiores sucesso da DC fora dos super-heróis nos anos 80. Nesta mini-série de seis números, lançada a partir de
Janeiro, um jogral decide ir à procura do lendário Guerreiro, o estrangeiro
Travis Morgan, para poder contar a sua história na forma de uma canção, mas a
realidade revela ficar muito longe da lenda em que acreditava. No entanto, Morgan, que procurava afastar-se do seu passado, vê-se forçado a
retomar o capacete e as armas do Guerreiro, devido à ressurreição do seu inimigo,
o nefário tecnomago Deimos. Para isso, Travis Morgan recorre à ajuda da sua filha
Jennifer Morgan, que tem habilidades místicas. A história foi escrita por Mike Grell, num estilo semelhante
ao título original, com arte de Dameon Willich, que não se confundia com Grell mas não fugia muito do estilo tradicional de aventura.
Outro título semelhante, que tentava ressuscitar uma
propriedade alternativa antiga era Arion the Immortal, pela mão do seu
criador original, Paul Kupperberg, e do artista Ron Wilson. Por coincidência, tanto Travis Morgan como Arion derivavam a sua história da lenda da Atlântida. Kupperberg tentou aqui trazer Arion de volta pela segunda vez, depois de uma tentativa de o ligar à história pós-Crise da Poderosa (Power Girl), prima do Superhomem da Terra-2. Nesta nova história, o
feiticeiro Arion da Atlântida está contente em viver uma vida simples num
bairro pobre de Nova York, envelhecido e sem poderesa, a infernizar a vida do seu velho inimigo e vizinho,
Chaon. No entanto, o destino tem outros planos para Arion, quando a velha magia
atlante é reiniciada, permitindo o regresso do seu irmão, o maligno Garn
Daanuth, o que obriga o feiticeiro a salvar o mundo e eliminar a magia, para
poder regressar à sua vida pacata. Publicada a partir de Julho, tinha um visual
apropriado para a Vertigo, mas a história não foi reimpressa nem teve
seguimento.
Dezembro viu o regresso de Deadman às bancas, com uma
mini-série de dois números, Deadman: Exorcism, novamente com Mike Baron
e Kelley Jones a assinarem. A história segue a mini-série anterior, com Boston
Brand a sofrer mais com os seus distúrbios emocionais, relacionados com a sua
solidão e incapacidade de viver uma vida normal, apesar de ser um fantasma
imortal. Deadman acaba por ser influenciado por outros fantasmas, o que o
obriga a exorcizar-se a si próprio, confrontado um detalhe esquecido do seu
passado. A história mereceu algumas críticas por parte do público, pois quis transformar Boston Brand num predador sexual antes da sua morte e ressurreição.
Começando em Março, My Name Is Chaos era uma série de
ficção científica em quatro números, editada em formato prestige, idealizada
por Tom Veitch e John Ridgway. A história começa com um grupo de alienígenas a
transformarem Thomas Valis no futuro da humanidade, com superpoderes, mas
enquanto Valis vai descobrindo como usar as suas habilidadse, o seu irmão Steven
usa as suas criações, os humanos artificiais conhecidos como Mandróides,
para começar a colonizar Marte com o propósito de declarar guerra à Terra. Existe uma mensagem secundária da necessidade de preservação ecológica na história, para preservar a vida como um ser humano normal, que contrasta com o desejo de vários humanos transformados por tecnologia de abandonar a Terra e iniciar uma nova vida noutro local, cortando todos os laços com o antigo lar.
Também em Março, foi publicada outra mini-série prestige, em
três números, chamada Skull & Bones. O primeiro trabalho completamente escrito e
desenhado por Ed Hannigan, mais conhecidos pelos seus trabalhos tradicionais com super-heróis nos anos 70 e 80, vê um soldado soviético a regressar da guerra do
Afeganistão mesmo na altura em que uma revolução se aproxima na União
Soviética. O soldado, vestido como um esqueleto, torna-se ele próprio uma
figura revolucionária e inspiradora para a população em geral, mas vários grupos políticos, incluindo a KGB, querem
usá-lo nos seus próprios propósitos, mas nenhum consegue evitar o colapso da
União Soviética. Este thriller político nunca foi reimpresso.
Mais alguns meses, e Tell Me, Dark teria sido um livro
da Vertigo. No entanto, a graphic novel de Karl Wagner, John Ney Rieber e Kent Williams chegou
às bancas em Dezembro e mesmo as sua reedições de 1993 e 2001 têm apenas o logótipo da
DC na capa. Como é habitual com a arte de Williams, a história tem vários
momentos intimistas, até porque o personagem principal, Michael Sands, é
motivado pela morte da namorada para investigar um mundo de magia, anjos,
demónios e sacrifícios humanos, acabando por encontrar algo maior do que aquilo
que estava à espera.
Vale a pena mencionar ainda The Hacker Files, uma
mini-série de 12 números lançada em em Agosto, da autoria de Lewis Shiner, Tom
Sutton e Mark Buckingham, onde o programador Jack Marshall tem que lidar com um
vírus informático vivo que controla todos os aparelhos do governo. A história
não poderia fazer parte da Vertigo devido às aparições de Barbara Gordon, Hal
Jordan e da Liga da Justiça Internacional. Shado, Song of the Dragon,
chegou às bancas em Abril, uma mini-série de quatro números com esta personagem
secundária do título Green Arrow, que em breve deixaria de fazer parte
da linha adulta. Finalmente, Janeiro (ainda com data de 1991) viu a publicação de Batman &
Dracula: Red Rain, talvez a melhor história Elseworlds de sempre, onde
Drácula transforma Bruce Wayne num vampiro, tornando-se verdadeiramente uma
lenda de Gotham.
As edições com capa de Março de 1993, lançadas em Janeiro,
viram o surgimento dos primeiros títulos com o selo Vertigo, criado por Karen
Berger com a assistência de Art Young, que tinha tentado lançar a Touchmark
Comics com apoio da Disney, dois anos antes. Animal Man (57), Doom Patrol (64), Hellblazer
(63), Sandman (47), Shade, the Changing Man (33) e Swamp Thing
(129) foram os títulos absorvidos. Com Death: The High Cost of Living
(de Neil Gaiman e Chris Bachalo) e Enigma (de Peter Milligan e Duncan
Fegredo) a serem as primeiras mini-séries publicadas. Books of Magic
foi a primeira encadernação da Vertigo.
Durante 1993 chegaram ainda Sandman Mystery Theatre,
um título de crime noir nos anos 30, com Wesley Dodds (o Sandman original), por
Matt Wagner e Guy Davis, e a série mensal da Orquídea Negra, Black Orchid,
feita por Dick Foreman e Jill Thompson. Chegaram também as mini-séries Sebastian
O (de Grant Morrison e Steve Yeowell), The Extremist (de Peter Milligan
e Todd McKeever) as menos conhecidas The Last One e Skin Graft, e
o regresso do ex-soldado Jonah Hex num western com o título Jonah Hex:
Two-Gun Mojo. A Vertigo estava lançada.
Podem ler ou reler todas as partes anteriores:
Parte 6: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1991
Parte 5: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1990
Parte 4: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1989
Parte 3: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1988
Parte 2: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1986-1987
Parte 1: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1982-1985
Parte 5: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1990
Parte 4: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1989
Parte 3: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1988
Parte 2: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1986-1987
Parte 1: Vertigo Pré-Vertigo: A história que antecede o selo: 1982-1985
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