terça-feira, 9 de junho de 2015

Vertigo: Pré-Vertigo Parte 6
A história que antecede o selo: 1991



Em 1991, embora estivesse ocupado com Doom Patrol, Grant Morrison apresentou mais uma proposta, recuperando um nome do passado, Kid Eternity. Originalmente publicado na Quality Comics nos anos 40 e 50, onde usava uma palavra mágica para chamar a ajuda de figuras históricas, depois de vendido à DC foi transferido na Família Marvel/Shazam, integrando o plantel da Fawcett, e a sua origem foi revista para ser irmão de Freddy Freeman, o Capitão Marvel Júnior, a partir dos anos 70.

Morrison, no entanto, resolveu deitar esta revisão fora e regressou às origens, mas com temas mais polémicos, fazendo dele vítima de pedofilia e um agente dos Senhores do Caos, que usava a palavra 'eternidade' para chamar demónios na forma de figuras históricas. A mini-série de três edições de Kid Eternity, em formato prestige, chegou às bancas em Abril, com arte de Duncan Fegredo. Foi depois reimpressa já na Vertigo, como introdução para uma série mensal produzida por Ann Nocenti e Sean Phillips.

Embora ainda não estivessem consumados os planos para relançar Tim Hunter, a DC resolveu fazer uma sequela de Books of Magic, com o personagem Mister E. Abandonado pela personificação da Morte no fim do universo, a mini-série de quatro números de Mister E vê o feiticeiro cego regressar ao seu tempo real, passo a passo, com algumas distrações pelo caminho, que o obrigam a derrotar um demónio, a Tentadora, finalmente reencontrando Tim Hunter no final da história. Foi lançada em Junho.

Com a data de Maio, Twilight foi uma proposta interessante para uma história de ficção científica, publicada em três números em formato prestige. Da autoria de Howard Chaykin e José Luis García-López, recupera vários heróis de ficção científica tradicional, muitos deles publicados originalmente nas antologias da DC  dos anos 50, incluindo Tommy Tomorrow, os Star Rovers, Space Ranger, Star Hawkins e os menos conhecidos Manhunter 2070 e Knights of the Galaxy. A história liga todas as personagens umas às outras com flashbacks, numa procura pela destruição da teocracia do enlouquecido Tommy Tomorrow, e a devolução da mortalidade à humanidade, espalhada pela galáxia. A história também lida com temas como mecanofilia, engenharia genética e extensão do conceito de direitos humanos. Esquecida durante anos, Twilight nunca foi integrada na Vertigo, mas foi finalmente reimpressa em 2014.
 
Saltando para Outubro, foi a vez do lançamento de The Psycho, mais uma mini-série de três números em formato prestige, idealizada por James Hudnall com arte pintada de Dan Brereton. Uma mistura de ficção científica e terror, conta a história do agente secreto Jake Riley, que é traído pela sua organização, a SIN, o que o obriga a arranjar superpoderes para sobreviver. Riley odeia pessoas superpoderosas, conhecidas na comunidade de contra-espionagem e anti-terrorismo como Psychos, que geralmente são trabalhadores independentes a contrato para as várias agências. A série foi reimpressa pela Image Comics em 2006.

Dezembro viu a chegada de uma série mais convencional, Clash, também publicada como uma mini-série prestige de três números. Joe McLash é um arqueólogo e contrabandista, que encontra acidentalmente uma fonte de superpoderes. McLash usa esses poderes para conquistar a nação de Panja, estabelecendo-se como o Rei Clash. Sem quaisquer conflitos morais quanto às suas acções, Clash não tem problemas em usar as suas novas habilidades para alimentar o seu desejo de poder, satisfazendo os seus desejos e olhando para fora das fronteiras do seu novo país como novos territórios a assimilar, mas as potências políticas tradicionais resolvem entrar em guerra com Panja, assim como os criadores dos poderes de Clash, os alienígenas Archons.

Também há alienígenas como motivadores da série The Griffin, criada por Dan Vado com arte de Norman Felchle. Nesta versão, que durou seis números, chegando às bancas em Novembro, Vado aproveitou para recontar uma história que originalmente surgiu na editora independente Slave Labor Graphics. Na história, passaram-se 20 anos desde que Matt Williams foi raptado por extra-terrestres, que lhe deram superpoderes para servir como supersoldado. Agora Williams está farto e deseja voltar a casa, mas os seus chefes, os Acácios, não gostam nada da ideia, e invadem a Terra com o propósito de capturar ou matar o Grifo, que se vê forçado a sair do seu esconderijo para proteger o seu antigo lar.
 
A DC voltou a minar o seu baú para recuperar outro herói em Agosto, Jon Haraldson, o Príncipe Viking, que tinha aparecido nalgumas histórias dos anos 50. Estranhamente, foi repescado nos anos 70 e 80 por Joe Kubert como coadjuvante nas histórias da Segunda Guerra Mundial com o Sargento Rock! Mas nesta graphic novel, Viking Glory, a escritora Lee Marrs e o pintor Bo Hampton, irmão de Scott Hampton, resolveram recontar a origem de Jon na sociedade escandinava da idade média, preocupando-se em mostrar pormenores através de pesquisa histórica, numa história que normalmente seria considerada básica.

Menos apropriada para a Vertigo, Outlaws foi uma mini-série de oito números criada por Michael Jan Friedman e Luke McDonnell, lançada em Setembro. Outlaws é uma mistura da lenda de Robin Hood com um ambiente Mad Max, numa sociedade pós-apocalíptica, em que o Capuz e os seus parceiros tentam arregimentar a população para lutar contra o Rei e o seu principal agente, o Lorde Condutor. Próximos da Vertigo estavam também a série Challengers of the Unknown, de Jeph Loeb e Tim Sale, editada em oito números, mas com as personagens da história original envelhecidas e a juntar-se novamente contra a sua vontade; Human Target Special, uma edição única que servia como adaptação do episódio piloto da série de TV falhada de 1992 (que, como necessitava de ser lançada em banca, tinha o símbolo do Comics Code); e Ragman, um anti-herói a operar em Gotham City, demasiado ligada à DC convencional por continuidade.



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