Saiu ontem mais um volume da colecção que a Levoir está a publicar com o jornal Público. Desta vez foi Aquaman, e em bom tempo visto que muito pouco (ou nada) se tem publicado deste herói em Portugal.
Agora um pouco da história que antecedeu esta publicação dos Novos 52.
Aquaman voltou como Black Lantern durante o mega evento Blackest Night, e claro… pela mão de Geoff Johns.
Geoff Johns começa a ser reputado pela recuperação de personagens que estavam no limbo do esquecimento. Foi o Green Lantern Hal Jordan e o Flash Barry Allen, ambos com sucesso actual, aliás, o título Green Lantern foi um dos “ganha-pão” da DC comics nos anos que antecederam a linha Novos 52!
Na minha opinião o sucesso das suas recuperações é devido a um profundo respeito pela história e mitologia passada destas personagens, dando-lhe um cunho actual. E é disso que elas vivem. Têm um passado não desvirtuado com uma excelente transição para os dias de hoje. Existem muitos que não gostam do seu estilo de narrativa ou dos seus argumentos, mas isto ninguém lhe pode tirar!
Aquaman sempre foi uma personagem de segunda categoria, para não dizer de terceira. A “santa trindade” da DC (Superman, Batman e Wonder Woman) era intocável no seu panteão, mas há uns anos o Green Lantern Hal Jordan passou para este nível, logo seguido pelo Flash! Agora temos o homem-peixe que saltou também para o primeiro plano! Dá a ideia que dois grandes estão a cair, Superman e Wonder Woman, com esta súbita subida dos heróis de segunda… todos eles recuperados por este autor. Geoff Johns!
Aquaman saltou da Blackest Night para Brightest Day com sucesso, e Johns aproveitou para lhe dar um boost a sério. Assim aconteceu! Aquaman passou a ser uma personagem de primeira, com boas histórias e um bom perfil psicológico. Mas Johns não recuperou só Aquaman… tinha de lhe dar um side-kick, e quem melhor que a obscura e esquecida Mera para ser a sua mulher e coadjuvante? Mais uma aposta ganha! Mera foi das personagens que mais me impressionou em Blackest Night. Quem leu esta mega saga tem de concordar comigo! Completamente selvagem fez esquecer muitas personagens de primeiro plano, inclusivamente o foco nos Lanternas Verdes. Sim porque Mera entrou com raiva, entrou como Lanterna Vermelha!
Johns estabeleceu definitivamente os poderes de Arthur. Algo que nunca tinha ficado bem definido no passado. Deu-lhe um passado, deu-lhe um sentido de humor muito particular e sobretudo deu-lhe personalidade. Uma personalidade que se vai moldando conforme a acção se vai desenvolvendo. Arthur está à procura do seu espaço, acabar com as suas incertezas, quer ganhar o respeito dos homens para quem sempre foi uma anedota. Conta com a ajuda de Mera para isso. Este é outro dos trunfos de Johns bem jogado, podia ter saído mal, mas enriquece muito o livro. Ele joga com Mera e a sua personalidade tanto a fazer equipa com Arthur, como em linhas narrativas paralelas a “solo”.
É impossível falar do sucesso deste livro sem falar no brasileiro Ivan Reis. Ele foi enorme no desenho! A água, meus senhores, a água… passou a ser vista por mim de outra maneira com o desenho deste homem. A água em movimento é muito difícil de desenhar, pelo menos é o que dizem os desenhadores na generalidade. Os detalhes de simples ondulações, com brilhos e matizes colocados nos sítios correctos fazem de muitas páginas um verdadeiro delírio visual. As cenas de acção estão muito bem conseguidas, e Aquaman passou do ridículo laranja e verde do uniforme a deslizar no azul, para um verdeiro e espectacular torpedo laranja que dá gosto visualizar página a página!
Chega de “graxa” aos autores…
Basicamente não vou contar muito da história. Arthur não quer voltar a Atlantis e fica a viver em Boston com Mera. Tenta integrar-se na sociedade local, mas é complicado. Muitas vezes gozado e incompreendido rapidamente mostra a sua autoridade em conjunto com Mera.
Do abismo do mar uma espécie carnívora sobe até à borda de água para se alimentar de carne (leia-se humanos). Aquaman e Mera são chamados para ajudar nesta crise e depois de uma luta sem quartel esta espécie (The Trench) retira-se para as profundezas da Fossa das Marianas. Levam cativos em casulos para se alimentarem mais tarde, e aí a Mera e Aquaman decidem descer até às maiores profundezas oceânicas, descobrindo uma antiga civilização…
Querem saber mais? Comprem o livro!
:P
Sem dúvida um dos melhores títulos destes “Novos 52” da DC comics, tirei muito prazer desta leitura!
Fiquem também com o press release da Levoir:
Volume 6 - Aquaman: O Abismo
Aquaman é confrontado com uma estranha e terrível ameaça que surge das profundezas oceânicas, e o Rei dos Sete Mares terá de provar ao mundo, que o desdenha e o vê como uma piada, que é um dos super-heróis com os quais a Terra pode contar.
O relançamento que cimentou uma das mais antigas personagens da DC no firmamento dos Novos 52, pela mão de Geoff Johns, um dos mais criativos argumentistas actuais, e do artista Ivan Reis.
Arthur Curry é Aquaman. Criado em 1941 por Paul Norris, Aquaman teve como primeira das suas várias origens, ser filho de um explorador submarino que descobriu as ruínas da Atlântida, o que lhe permitiu usar o conhecimento atlante para ensinar ao seu filho a respirar debaixo de água, falar com criaturas marítimas e fazer uso do “poder do mar” para se tornar mais forte e rápido. No entanto, Aquaman nem sempre foi levado muito a sério pelo público, devido ao facto do seu poder mais notável ser o de “falar” com peixes. Até que o seu título foi reiniciado por Geoff Johns e Ivan Reis, cujo talento e nome trouxeram a Aquaman um sucesso comercial sem precedentes, e é precisamente o primeiro capítulo dessa empolgante nova era do Rei dos Sete Mares - em que se recupera a origem antiga da personagem - que aqui apresentamos em O Abismo.
Quando perguntaram a Geoff Johns, em 2013, se ele achava que tinha cumprido os seus objectivos com a personagem, ele respondeu: “Sinto que não só conseguimos colocar o Aquaman de volta no mapa, mas a Mera também. E acho que a Mera nunca tinha sido uma personagem que as pessoas realmente tinham considerado antes.” E, na mesma entrevista Geoff Johns exprimiu assim os seus desejos para o futuro da personagem: “Com o sucesso que tivemos com o relançamento do herói nos Novos 52 e o número de pessoas que agora são fãs do Aquaman, a situação é muito diferente do que era há quatro anos atrás. Nunca se tinha imaginado um livro do Aquaman no top 10 da DC, mas até agora o seu sucesso tem-se mantido. Não sei se o Aquaman alguma vez vai voltar a vender mais que os títulos da Marvel, como aconteceu nos meses em que saíram os números #5 e #6 desta série, mas certamente acho que ele está aqui para ficar.”
Aquaman: O Abismo
Geoff Johns (argumento), Ivan Reis e Joe Prado (desenho)
144 páginas a cores, formato comic, capa dura
Boas leituras
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