Confesso que me é um pouco dificil falar deste livro, tal é a míriade emocional envolvente a esta narrativa gráfica. Craig Thompson tem neste registo auto-biográfico uma grande dose de coragem, pois abre todo o seu coração e convicções pessoais ao leitor, desde a sua infância até ao amadurecer do jovem adulto.
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Os "flashbacks" intercalam com o presente, e sempre a propósito, para explicar determinadas situações emocionais do próprio autor e as suas ligações para com os individuos que interagem com ele, desde a sua família, a escola, a igreja até ao seu primeiro grande amor e respectivo lar.
Graficamente intervala o desenho irrepreensivel com o mais puro experimentalismo alternativo. Muito bom.
O livro é dividido em nove capítulos que levam o leitor a visitor a alma de Craig Thompson até ao último dos seus pensamentos, é a vida de um jovem contada em cerca de 600 páginas a preto e branco, que começa na sua meninice no seio de uma família cristã ultra-religiosa, passando pelos seus problemas em conciliar a sua educação opressivamente religiosa com a "chamada" sexual da sua adolescência.
Conta os seus traumas escolares, em que normalmente o seu irmão servia para fazer a catarze de todas a suas frustrações.
Mostra como timidamente se aproximou de Raina, uma rapariga também de família cristã, mas mais desenvolta que ele próprio, que o convida a passar umas semanas com ela, e com a sua família em pleno desagregamento estrutural (o problema do divórcio numa família cristã praticante).
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Recebeu vários prémios com este livro, sendo os mais mediáticos:
- 2004 Harvey Awards: Best Artist, Best Graphic Album of Original Work and Best Cartoonist
- 2004 Eisner Awards: Best Graphic Album and Best Writer/Artist
- 2004 Ignatz Awards: Outstanding Artist and Outstanding Graphic Novel or Collection
- 2005 Prix de la critique
A revista Time indicou esta novela ilustrada como uma das dez melhores de sempre!
Porque absurdo, não posso deixar passar isto dado que detesto este tipo de censura, no estado Norte-Americano do Missouri, foi alvo de uma tentativa de retirada das estantes das bibliotecas públicas por alegada pornografia! Leiam o livro e depois digam-me onde está o mínimo indício de pornografia! Em Asterix, Obelix dizia: "Estes Romanos são loucos!". Agora eu digo: "Estes Norte-Americanos são loucos!"
Boas leituras!
TPB
Criado por: Craig Thompson
Editado em 2003 pela Top Shelf
Comprado no Book Depository
Nota : 11 em 10
É uma excelente BD, realmente.
ResponderEliminarAbraço
É bonito.
ResponderEliminarGustavo
ResponderEliminarBem revindo aqui ao blog :)
É defenitivamente uma boa BD!
Refem
Conseguiste ser absolutamente sintético! LoL
É bonito sim!
Excelente BD que está no meu Top 10. Sugiro, dentro do mesmo género o Persepolis, o Box Office Poison e o Lowlife do Ed Brubaker.
ResponderEliminarTouesperando lançarem por aqui. Acho que sai este ano (ou tô louco e já saiu?). Todo mundo fala bem desta edição. Dessas novas eu sou apaixonado por Fun Home.
ResponderEliminarDinis
ResponderEliminarPensava que só gostavas de super-heróis :P
Obrigado pelas indicações.
Daniel
Bem... se não sai em português de Portugal, que saia em português do Brasil! Que saia, é uma excelente edição!
Realmente tem um óptimo aspecto!
ResponderEliminarVai imediatamente para a minha lista "to check out".
Obrigado
Depois do que li aqui, tenho de pôr este "romance gráfico" de 600 pg na minha lista de compras.
ResponderEliminarAutores como este são muito interessantes. O problema dos "independentes" é a regularidade da edição. Por exemplo, há já alguns anos que colecciono Optic Nerve, Palloka Ville e Berlin mas passam tantos meses entre cada nº novo que quando sai um já não sei do que estão a falar. Neste caso, a opçção pela edição directa em livro foi acertada (embora o nº de páginas possa afugentar alguns).
Quanto à censura, que volta e meia, surge como no caso de que falas é algo recorrente nos EUA. Uma das razões porque deixei de comprar Heavy Metal foi o facto de porem balões estrategicamente colocados de modo a taparem coisas que adultos podiam achar chocantes na revista para adultos que estavam a ler. Deve-se dizer que a editora aceitou isto de modo a poder vender a revista em locais acessíveis ao público em geral mas mostra bem alguma da hipocrisia que perpassa pela sociedade americana, que com a violência gráfica não mostra o mesmo rigor.
Uma rectificação: é Palooka Ville e não Palloka Ville.
ResponderEliminarMais uma: não deixei de comprar Heavy Metal (nunca comprei), deixei de comprar a revista Heavy Metal.
ResponderEliminarO meu comentário está a precisar de uma revisão, está cheio de gralhas. :)
Filipe
ResponderEliminarehehheh
És um autêntico revisionista!
Tenho bastantes livros da Heavy Metal e não me parece que tenham censura, quanto à revista apenas compro uma todos os anos, a que trás o novo livro de Requiem, o Cavaleiro Vampiro.
Quanto a Blankets, penso que Craig T. fez bem ao editar tudo num único livro!
Quanto à paranoia/censura Norte-Americana é normal num povo que infelizmente é muito "tapadinho", contrastando com uma minoria muito "para a frente".
Vi na Feira do Livro de Lx na passada semana e hesitei em comprar por achar que no BookDepository era mais barato. Afinal o preço era o mesmo. Talvez amanhã passe lá. Talvez amanhã ainda tenha sorte... há muito que quero ler esta obra.
ResponderEliminarMauro
ResponderEliminarAproveita, se está ao mesmo preço é de não pestanejar!
Guru
ResponderEliminarBem vindo ao blog Leituras de BD!
não te arrependerás com a compra de certeza, é um livro muito bonito!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUma das minhas BD's favoritas, sem dúvidas e sem mais palavras.
ResponderEliminarRecomendações a mais não podem existir. Tudo é insuficiente para descrever a coragem e arte deste livro.
A comprar!
Sam
ResponderEliminarBem vindo ao Leituras de BD!
Sim este é um livro corajoso. O autor vai estar em Beja este ano!