quarta-feira, 15 de julho de 2009
Inhumans
Os Inumanos têm para mim um grande valor sentimental. Foi em 1972, eu mal sabia ler, que descobri em casa da minha avó uma revista a preto e branco, presumo agora que seria da Ebal, que “li” uma aventura do Quarteto Fantástico em que entravam pela primeira vez (presumo eu) os Inumanos. Estes estavam prisioneiros, se bem me lembro, numa barreira intransponível.
Eu adorei aquela estória, e aquele grupo de seres tão diferentes, únicos! Lembro-me perfeitamente que adorei o Raio Negro pela postura de um verdadeiro líder de homens, Rei, e de Medusa pela sua beleza e pelos seus cabelos vivos (sei agora que são ruivos…). Passei muitos anos sem ter contacto com este grupo admirável de seres, sempre fugidio e incompreendidos pela raça humana. Vale a pena saber que todos estes seres pertencem a uma família e o seu núcleo duro (a família real) é composta por Black Bolt (Raio Negro), Medusa, Karnak, Gorgon, Triton, Crystal, Lockjaw e Maximus the Mad. A nova geração, que é lançada neste livro, é composta por Tonaja, Alaris, San, Nahrees, Jolen e Dewoz.
Estes admiráveis seres, todos diferentes graças aos “Terrigen Mists”, uma espécie de “vapor” que os altera geneticamente na adolescência, foram criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1965 (eu tinha um ano de idade), e a sua primeira aparição foi na revista nº 45 dos Fantastic Four.
O meu contacto seguinte com eles foi sensivelmente 30 anos (em relação à revista referida no primeiro parágrafo) depois com o livro “Inumanos” lançado entre nós pela Devir!
Ficaram em “em banho-maria” mais uns tempos até eu decidir fazer aquilo que não gosto, que é comprar um “tie-in” a um mega evento da Marvel, neste caso Secret Invasion. Como estou disposto a comprar “War of Kings”, decidi que devia ter esse tie-in. E não me arrependi, achei um óptimo tie-in, que vai prosseguir com um mega evento, que se pode considerar um “spin-off” de Secret Invasion, o já referido “War of Kings”, que tem contornos cósmicos, e eu adoro sagas cósmicas :)
O excelente livro de que eu vou falar pode ser colocado na prateleira antes do livro editado pela Devir em português. E também acho que mereceria uma magnífica edição em capa dura…
A estória pertence a Paul Jenkins e é brilhante. A maneira como ele estende a trama até a um final quase inesperado, passando pelo desespero de todos os Inumanos, que inclusivamente começam a desconfiar das capacidades do seu líder, Black Bolt (Raio Negro), devido à sua aparente ineficácia para proteger Attilan (a sua cidade) que deveria ser inexpugnável, mas devido a certos eventos está a ser atacada por mercenários portugueses (ehehehe). A força de Black Bolt é também o seu ponto fraco, pois não pode falar… qualquer suspiro por mais baixo que seja tem a força suficiente para terraplanar uma montanha! A única pessoa que o entende verdadeiramente é a sua mulher Medusa, que devido a esse facto é a sua porta-voz. Esta estória é uma estória de amor, sacrifício, traição, loucura, cegueira, manipulação e lealdade a toda a prova. Paul Jenkins está de parabéns! Mas o que falar da arte de Jae Lee? Irrepreensível, o artista acompanha a narrativa e sabe dar-lhe toda a envolvência emocional requerida, basta apreciar as suas vinhetas e metade da estória está contada. Não quero fazer nenhum “spoiler”, embora dê vontade de contar tudo, mas assim não teria piada nenhuma para quem decidir ler esta obra, uma das melhores “graphic novels” que eu já li!
Boas leituras.
TPB
Criado por: Paul Jenkins e Jae Lee
Editado em 2000 por Marvel
Comprado no Book Depository
Nota : 10 em 10
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Txi, o que tu foste encontrar! Esta mini-série é bem antiga, mas mesmo reconheço-lhe alguma qualidade por causa dos autores. Nunca a cheguei a ler, fiquei-me pelo Sentry também da mesma equipa, mas mesmo assim despertaste-me alguma (nova) curiosidade.
ResponderEliminarJeNKINS é um bluff nos comics que eu li dele e me arrependi depois,o outro Lee ainda vai desenhando.
ResponderEliminarTu gostas-te do livro editdo pela Devir,lolo,para editarem aquela treta de historia mais valia terem editado o volume final de New X-men.
Muito bom. Aconselho os Young Inhumans, vais gostar de certeza.
ResponderEliminarNão é nesta história que o reduto dos Inhumans na lua é atacado por tropas mercenárias Portuguesas (!) onde os nomes desses ditos mercenários são obviamente Brasileiros?! Se sim, achei uma verdadeira palhaçada...que raio de argumentista é esse tipo para pensar em algo tão disparatado? Enfim...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCeltic
ResponderEliminarSe chegares a encontrar a compilação, ouvi dizer que ia ser reeditada, acho que não te arrependes :)
Kitt
Jenkins aqui não é bluff. Para mim é o grande trabalho do Jenkins, e um dos melhores do Jae Lee. Aliás, fiquei admirado com os "twists" que são desenvolvidos nesta estória! Foram muito bem "esgalhados".
Refem
Não é na Lua! LoL
Isso era o cúmulo, mercenários vulgares a atacarem os Inumanos na Lua! ehehehe
Esta é a estória em que eles abandonam a ilha de Attilan (tanto que Namor está metido ao barulho) e transportam-se para os Himalaias. Por isso eu disse que este livro deve ser metido cronologicamente antes do livro editado pela Devir. Eles vão "morar" para a Lua depois dos eventos desse mesmo livro da Devir.
Quanto aos mercenários portugueses (LoL) têm na realidade nomes brasileiros (ahahahah). Essa para mim é a falha do Jenkins... É certo que para os culturalmente "evoluídos" norte-americanos não é falha nenhuma porque portugueses, brasileiros e espanhóis é tudo a mesma coisa para eles! Lolaço
Decidi fechar os olhos a essa falha...
Já li esta. ;)
ResponderEliminarMas eu sempre gostei dos Inhumans. :D
Abraço. :)
Pois, faz todo o sentido, claro! LOL. Já li isto há já uma porrada de tempo...mas mesmo assim, na Lua, mercenários Tugas?! LOL.
ResponderEliminarEnfim...
Acho que tenho tudo, ou quase, dos Inumanos. São um dos meus grupos favoritos.
Eles foram para a lua num numero da run do FF DO BYRNE,Se estou em erro,o lar anterior deles era no Himalais.
ResponderEliminarJenkins sucks.
Refem
ResponderEliminarNão estão na Lua... Attilan está localizada na ilha de Atlantis, que Namor pretendia como parte do seu reino. A localização dada não é exacta, mas penso que devido à existência de "portugueses" no assunto e dado que ficava no norte Atalântico (parte do território de Namor, como este reclamava), devia estar perto dos Açores. Essa é a minha leitura geográfica da coisa. A estória de Attilan é a seguinte:
- Ilha de Atlantis
- Lua
- Atlantis (novamente, e onde se passa a acção neste livro)
- Himalaias (no final deste livro)
- Espaço (devido à acção do Kree Ronan, como é contado no livro editado pala Devir)
- Lua
- Hala (capital do império Kree, isto no seguimento dos eventos de Secret Invasion, e no prólogo para War of Kings)
Kitt
Não conheço a maior parte da obra de Jenkins para os comics norte-americanos, mas neste livro faz um bom trabalho. Em relação ao que disseste sobre localização de Attilan tinhas razão, mas eles foram directos do espaço (Inumanos da Devir) para a Lua na altura de que falas.
Hmmm... Definitivamente considero que o traço do Jae Lee só resulta com cores do Isanove...
ResponderEliminarEl Mo
ResponderEliminarAcho que o trabalho do Jae Lee (opinião pessoal, claro) está muito bom. Também acho que ele trabalha bem com o Isanove, mas com Isanove quase se esquece dos segundos planos, e aqui não! Temos vinhetas bem detalhadas, o que não acontece sempre em Dark Tower, por exemplo, em que os dois (Jae Lee e Isanove) fazem um muito bom trabalho, mas essencialmente nos primeiros planos.
Penso que o Jenkins atingiu o topo com este trabalho. Claro que ter um artista como o Jae Lee ajuda bastante. Na minha opinião este trabalho vale uma nota 9. Não é uma obra-prima, mas anda lá perto.
ResponderEliminarRelativamente ao Jenkins, parece-me um escritor de altos e baixos. Considero a fase inicial dele no Spider-Man, muito boa. Foi uma lufada de ar fresco na altura... pelo menos até terem substituído o Mark Buckingham pelo Humberto Ramos. A partir daí foi o declínio total. Claro que sofreu também com as histórias do JMS, que tinham de se reflectir nas dele, a entrado do Aranha nos Avengers, terem tornado a sua identidade pública... a partir de uma determinada altura acho que ele deixou de escrever aquilo que queria, para escrever os que os editores e o Joe queriam!
Minha primeira HQ do Paul Jenkins. Meu primeiro contato com os Inumanos. Trabalho excepcional.
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