terça-feira, 23 de setembro de 2014

Porque me apetece... (V): 25º Amadora BD (2014)

Ken Niimura (I Kill Giants), o único autor estrangeiro que se sabe vir a estar presente no 25º Amadora BD (Informação Kingpin Books)

 Na realidade custa-me falar disto. O Amadora BD é um festival de que eu gosto muito, embora já tenha visto melhores dias.

Isto é um “não post” sobre uma “não informação”.

Eu podia dizer que isto se repete todos os anos, mas não. Todos os anos piora a informação atempada sobre o festival (este ano está a bater todos os recordes), e todos os anos as pessoas que pensam concorrer ao concurso de BD têm menos tempo para fazer a sua Banda Desenhada de quatro páginas. Este ano acho que só consegue concorrer quem já tiver uma BD inédita na gaveta porque na realidade não há tempo para fazer uma de raiz com um mínimo de qualidade!

O festival vai decorrer de 24 de Outubro a 9 de Novembro de 2014, ou seja, estamos a um mês de um evento de três semanas com ZERO informação da organização, e ZERO informação sobre o concurso de BD…

A pergunta que se impõe é “porquê?” Sim, para mim não há justificação nenhuma para isto. Não me venham com as justificações do costume de que a Câmara Municipal da Amadora ainda não libertou verbas para os autores, de que ainda não têm os bilhetes de avião para os artistas estrangeiros, que ainda não têm confirmações de artistas…

Se é isto que mais uma vez que está acontecer têm de repensar seriamente o festival, orçamentos, e porque não dizê-lo, pedir à Câmara da Amadora que se afaste do Festival! O orçamento já devia estar disponível há muitos meses! Os artistas estrangeiros já deviam ter os seus bilhetes comprados (até fica mais barato se for feito com antecedência) e bolas… aprendam com a organização do festival de Beja que tem um orçamento bastante mais pequeno e consegue ter estes assuntos tratados com uma grande antecedência!
Agora expliquem-me porque é que uns conseguem e outros não! Expliquem porque é que Beja tem o programa bem cedo, e a Amadora não!

Infelizmente as únicas notícias que temos são-nos dadas por editores, neste caso a Kingpin com o anúncio da vinda de Ken Niimura no 3º fim de semana (8 e 9 de Novembro), notícias sobre espaço comercial veiculados pelo blogue Kuentro do Machado-Dias que costuma ter um espaço para a Pedranocharco e que parece que este ano não vai ter, parece que vai haver uma exposição de artistas que trabalham para a Marvel resultante da publicação de um livro da Colecção Universo Marvel (Marvel Fairy Tales) que sai nessa altura, e sei, particularmente, que um funcionário, que costumava colaborar com a organização no festival, já não irá estar presente.

E também sei que isto é triste. Um festival com uma história de 25 anos merecia um desempenho organizativo muito melhor!

Estava para não falar disto, mas há coisas que me encafifam e ficam cá dentro a remoer. E tenho de desabafar. Vou falar apenas um pouco do funcionário de que falei anteriormente.
Não vou referir o nome dele, porque não vale a pena, quem o conhece sabe de quem falo.
Acho feio, muito feio mesmo, que um e-mail que ele mandou às pessoas com quem costumava lidar antes e durante o festival tenha vindo a público sem a sua autorização. Mais, acho ainda mais feio que pessoas que trabalharam com a organização venham ainda dizer implicitamente que a culpa da má divulgação do festival era dele. Sim, porque o Pedro Mota (não tenho problemas em referir o nome) se queria fazer crítica à forma como é feita a comunicação e divulgação tinha muito por onde escolher. Escolheu o elo mais fraco… tem medo de se meter com os pesos pesados?

Primeiro, o e-mail enviado não era público, e foi transcrito no blogue Kuentro tornando-se aí público, claro (depois disso acabou por ser replicado).
Um e-mail público é para toda a gente ver e se assim fosse o funcionário em questão teria publicado o mesmo no seu Facebook ou noutra plataforma pública. Se alguém queria publicá-lo publicamente primeiro teria de lhe pedir autorização, era o mínimo. Espero que isto não traga mais problemas ao funcionário no seu trabalho.
Definição de “público”:

http://www.priberam.pt/dlpo/p%C3%BAblico

Depois, tem mais. Para quem acha que ele seria responsável pela má divulgação do evento eu tenho de frisar que ele era um mero funcionário que só podia veicular publicamente o que lhe deixassem, e quando fosse autorizado. Mandei dois ou três e-mails no passado para a organização do festival, não obtive resposta. Mandei no passado um ou dois e-mails para o CNBDI e não obtive resposta. Todos os e-mails (muitos) que mandei para este funcionário tiveram resposta.
E quando uma Câmara Municipal bloqueia o Facebook aos seus empregados e a um deles cabe a gestão da divulgação na página Facebook do evento? Essa é linda! A culpa é dele? Pois…
Eu tive alguns arrufos (coisa pouca) com ele, mas sempre houve comunicação, ao contrário de toda a organização monolítica do festival. Quem nos ajudava antes do festival? Apenas ele. Quem nos ajudava durante o festival? Praticamente só ele.
E esta falta de divulgação e informação em 2014? Também é dele?

Achei feio e injusto o que foi feito. E fico banzado que com tantos amigos no meio ninguém tenha referido esta situação ou ter feito contraponto a atitudes eticamente incorrectas referentes a este funcionário.

Quando há reestruturações normalmente primeiro é em cima, só depois é que se vem por aí abaixo.
Assim? Lol
Não percebo.

Quem mora fora de Lisboa como é que pode planear uma ida a este festival?
Com que moral é que a organização do festival poderá anunciar um concurso de BD a 1 mês do evento? Sim porque o prazo será sempre para pelo menos uma semana antes do festival abrir portas...

É assim que se faz um festival que se quer anunciar como o maior em Portugal?
A Comic Con Portugal é só em Dezembro e já temos vários anúncios de autores de BD e uma actriz de cinema, para além de um site bem montado e em funcionamento dinâmico!

Boas leituras

P.S.:  Desafio um humorista para fazer uma tira para expor no LBD sobre este assunto, mas tem de ser alguém com coragem. O texto e planificação serão meus.
:D

P.S. 2: Parece que Alison Bechdel (Fun Home) também vem (fisicamente ou apenas exposição?) segundo um artigo no Público:
            http://p3.publico.pt/cultura/livros/13607/ha-25-anos-que-o-amadora-bd-lanca-fanzines-e-novos-artistas

Alison Bechdel confirmada no P3 do Público

P.S.3: Afinal parece que não vai haver exposição baseada no Marvel Fairy Tales....

20 comentários:

  1. Festival da amadora sem polemica e atrasos na divulgação nao é amadora lolo

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  2. Em tudo (porque o Amadora BD estar atrasada a dar informações é apenas "mais do mesmo"), o que me chocou, verdadeiramente, foi a falta de ... hummm nem sei como dizê-lo, a ignorância que as pessoas têm sobre o conceito "público" e "privado".
    Uma carta, em papel, selada e enviada pelo correio, é óbvio que é correspondência privada, e a sua violação consubstancia crime, todavia a evolução tecnológica tirou-nos o prazer de as receber, foram substituídas pelos e_mail.
    Os e_mail são o mesmo que cartas, devidamente metidas em envelope, e fechadas.
    Agora haver gente crescida, que não sabe ver a diferença... catano.
    Pior, é, nitidamente, morder a pessoa que sempre mostrou ser amigo, E até teve a consideração de explicar o porquê de, este ano, não ser colaborador do festival.
    Há gente que não merece ter amigos, mas mesmo assim tendo-os, trata-os como se fossem papel higiénico, é útil quando é preciso, deita-se fora quando perde utilidade.
    Gente merdosa.
    Tu, sim tu que também me mandaste e_mail, sabes a minha profissão, se precisares de mim para algo, sabes que estou ao teu dispor, sim, porque eu não me esqueço.
    Enxofre

    E tu, Nuno Amado, desculpa o comentário agressivo, logo eu que raramente comento aqui.

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  3. Se, de acordo com as declarações da organização, o problema são bur(r)ocracias de aprovações de despesas, concursos e adjudicações para as exposições, etc. então a solução é muito simples: concurso público ou quiçá ajuste directo a uma ou várias organizações que tratem de organizar o festival!
    Ao contrário de Beja que conta com funcionários da câmara para montagem de exposições, Amadora necessita de contratar todos os serviços. Sendo assim, é passar um cheque a quem trate de montar o festival em vez de andarmos nestas palhaçadas que atrasam o festival.

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  4. Todos os anos é isto... e eu a cada ano que me convenço que a escolha da banda desenhada como estandarte cultural da Amadora foi fortuita. A C.M. Amadora podia ter escolhido pastéis de nata, naperons ou o jogo da malha. Escolheram BD? Sim, mas o que interessava era o investimento da Secretaria de Estado ou do Ministério da Cultura. Como o AmadoraBD não tem que dar lucro, nunca haverá preocupação de ir ao encontro das necessidades do público ou dos agentes do meio. E isso nem tem nada a ver com o AmadoraBD nem com o CNBDI. As deciões vêm de cima.

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  5. Nuno, obrigado pelo teu post, pois permite-me, duma acentada, comentar esta situação.
    Acho que se está a confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre de obras.
    Ou seja: A Amadora sempre foi uma terra ligada à BD. Foi lá que se desenvolveram muitas revistas dos anos 40/50/60. Foi lá que pessoas como José Ruy, José Garçês, Vasco Granja e o editor das revistas (que agora não me lembro do nome) desenvolveram aquele que é considerado o período de ouro da BD nacional. E, a bem da verdade, não estavam sozinhos, pois em Lisboa a Agência Portuguesa de Revistas e o talento de Carlos Alberto Santos davam grandes cartadas.
    Quando há 25 anos aqueles que geriam a autarquia da Amadora na altura quiseram homenagear o tal editor das revistas (Tenho António na cabeça, mas não sei se é este o nome e agora também não consigo ir confirmar), decidiram organizar uma iniciativa que se tornaria no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. E investiam na cultura. Só que em 1997 mudou a gestão da autarquia. E começou o desinvestimento, já várias vezes admitido por todos, menos por quem gere a câmara até hoje. E, reparem, o mesmo aconteceu em Beja, onde em 2005 a gestão da autarquia decidiu dar força ao núcleo de autores que existe em Beja, proporcionando a hipotese de criar o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. E investiram na cultura. Só que em 2009 mudou a gestão da autarquia. E começou o desinvestimento que, inclusivé, pôs em causa o funcionamento do festival de 2012 e que só não se repetiu em 2013 porque foi ano de eleições. Mas Beja voltou a ser gerida por quem criou e apoiou o festival desde o seu inicio e 2014 foi um dos melhores anos do festival, como reconhecido por todos.
    Voltando à Vaca Fria: São estas situações que me fizeram deixar cair projectos que eu tanto gostava. Não acho que a solução passe por afastar a CMA da gestão do Festival, até porque é algo que é da CMA, mas está na altura dos responsáveis pelo desinvestimento serem chamados à pedra. Tão simples quanto isto: Em Dezembro de 2014 será discutido, quer na CMA como na Assembleia Municipal da Amadora, o Plano de Actividades e o Orçamento para 2015. Onde constam as verbas e as acções para a cultura/AmadoraBD/CNBDI. A discussão na Câmara pode não calhar numa reunião aberta, mas a discussão na Assembleia calha (Assembleias são sempre abertas). E as assembleias têm periodo de intervenção do público. Eu farei tudo para participar e dizer a minha opinião, como amante da 9ª arte que sou. Quem está comigo? É que esta também é uma forma de defendermos a BD.
    Ainda sobre o afastamento da CMA, creio que o mercado/editores/livreiros/empresas/grupos culturais está a saber responder bem à necessidade de existirem bons eventos. Eu prefiro os eventos organizados por entidades estatais (Câmaras/Juntas/Governo) e financiadas pelos contribuintes, pois o intuíto (à partida, coisa que se perdeu na Amadora e mantém-se em Beja) é potenciar o gosto pela BD e a conquista de mais leitores (que é condição mandatória para pensarmos sequer em existir mercado), assim como por grupos culturais/grupos de artistas&profissionais, que é onde tenho participado (Universos do Entropia / Specweek). Mas cada vez mais os eventos empresariais (leia-se, organizados por empresas) são os que movem multidões e isso tem muita importância.
    A minha conclusão: Há muito que quem gere a Câmara Municipal da Amadora desinveste no festival. E há muito que tenta reduzir o mesmo à sua insignificância. E grande parte das vezes critica-se quem dá a cara e faz funcionar o festival e o CNBDI, e só agora se está a criticar com força a causa do problema. A ver o que nos espera o próximo festival.

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  6. Optimus
    É cansativo! Devia ser motivo de alegria e não de chatices...
    :\

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  7. Diabba
    É nestas alturas que se faz a contagem de amigos gratos e daqueles que apenas se serviram...
    ;)

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  8. DC
    Muito simplesmente o orçamento da CM é aprovado e a verba que cai ao festival deve ser imediatamente transferida para a organização. Porque cada vez será mais difícil arranjar artistas de nome em cima do joelho, como parece que tem sido hábito. Eles precisam de organizar a vida deles para mudar de país e não podem estar à espera de uma confirmação de bilhete de avião na semana antes do festival...
    :D

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  9. Paulo Costa
    Por isso acho que este festival tem de ser repensado e definitivamente eliminar obstáculos na obtenção de orçamento que lhe é devido.
    E escusam de dizer para a sociedade que foi visitado por 30.000 pessoas porque os alunos das escolas não contam, visto que vão lá, não vêem nada de jeito, não compram nada, é uma corrida para despachar a obrigatoriedade de ir ao festival, pois como é apresentado às crianças deve ser uma grande seca para elas.
    ;)

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  10. João Figueiredo
    O festival de Beja "desinvestido" aconteceu porque a CM de Beja estava altamente endividada. Não havia dinheiro. Mas mesmo assim conseguiram inclusivamente fazer um festival quase a "custo zero". E o aumento de orçamento do festival de Beja aconteceu o ano passado e sobretudo este ano porque a organização meteu mãos à obras e conseguiu bons patrocínios fora da CM de Beja. Esta é a grande diferença. Outra diferença é a organização do Amadora BD dizer que não faz um festival com menos de 500.000 EUR, e o de Beja nunca teve verbas parecidas com essa, mas conseguem trazer artistas, conseguem ter exposições e conseguem arrastar gente de todo o país para ir lá.
    E outra coisa, quem monta o festival quase todo é a Bedeteca de Beja, com os seus elementos, e a ajuda de alguns elementos mais técnicos da CM de Beja (tipo electricistas e afins). Não vejo o pessoal do CNBDI a fazer isso...
    Os festivais de dinheiros públicos têm um problema por norma. É o dinheiro... o que aconteceu a tanto dinheiro de Amadoras BDs do passado? Como é que foi possível gastar tanto dinheiro??
    Garantidamente neste momento é o festival mais caro, mas nem por isso o melhor como provou Beja. Os festivais privados têm a vantagem de dar o que o público quer, e garantidamente o dinheiro é todo bem gasto, porque não se pode desperdiçar...
    :)

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  11. João Figueiredo
    E já agora que tiveste nos dois festivais muitas vezes podes comparar a postura do pessoal da organização de um festival e de outro. Enquanto num passeiam pelo festival a de fato gravata a acompanhar "VIPs" (lol) e nem sequer cumprimentam as pessoas que conhecem para não haver misturas, e noutro festival vês o organizador vestido casualmente a confraternizar com os visitantes e a controlar a horários de actividades para tudo corra dentro do horário sem atropelos. Agora pelos factos que referi adivinha a qual festival pertencem as posturas atrás descritas.
    ;)

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  12. Ando eu por fora uma temporada, regresso e encontro as mesmas questões que "empolgaram" a BD há quase um ano atrás!
    Os problemas da BD, as questiúnculas, as diatribes de A com B - este Festival está pior, aquele está melhor - o mesmo xarope de receita para a solução (e muitas vezes é o problema), não levam a coisa a lado nenhum.
    Quanto mais não vale ser independente, como me tornei. Publico o que quero, quando quero, nem sequer estou interessado em participar seja onde for. Vou vendendo, mesmo fora da Grande Metrópole, estou em paz.
    Olha, Nuno, foi para te dar um abraço que aqui entrei. O arrazoado atrás, é de um resto de fel que aqui andava já rançoso e fora de prazo.
    Viva a BD!

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  13. Santos Costa
    Bem re-vindo aqui ao LBD!
    :D
    Este ano à chatice do costume no que toca à informação do programa, autores e concurso de BD da Amadora juntou-se o afastamento de um funcionário que ajudava bastante naquilo que podia respeitante à informação. Mandou um mail a "amigos" da BD dando conta deste facto e houve quem escarrapachou no blogue violando regras de ética, e outros o atacaram dizendo que a sua área era a mais fraca das vertentes do festival (como se ele mandasse alguma coisa lá dentro...).
    Eu como não costumo morder a mão que me alimenta achei mal, mas como não era um "íntimo" deste funcionário fiquei à espera que "os grandes amigos" corressem em sua defesa, visto que ele não se pode defender. Visto que afinal esses "grandes amigos" se remeteram ao silêncio eu achei por bem defender o homem, porque na realidade ele o merecia. Pode não ser um super-funcionário, mas era quem nos ajudava antes e durante o Festival... parece que muita gente esqueceu isso de repente. Eu não.
    ;)
    E viva a BD.
    :)

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  14. Nuno é de boa educação quando se critica a opinião de uma pessoa, em particular na net, de linkar para o artigo referente para permitir a quem o pretender ler a opinião emitida. Em alguns casos as pessoas até usam a função de blockquote (citação) para colocar o parte do texto que consideram fundamental.

    O que o Pedro Mota disse sobre o José Eduardo foi o seguinte:

    "Por muita consideração que tenha pela pessoa do José Eduardo Ferreira, no que respeita ao aspecto profissional, o trabalho por ele desenvolvido está ligado a algumas das áreas em que o AmadoraBD foi menos forte, nomeadamente a divulgação, a promoção e a informação. "

    Algo que subscrevo, porque não é possivel considerar a comunicação do AmadoraBD má, e considerar que a pessoa que a realiza faz um trabalho bom.

    E, já agora, caso não tenhas lido um comentário que ele publicou hoje fica aqui a parte relevante para esta questão:
    "A formiga, quando se quer perder, cria asas. Não percebo como é que a crónica sobre as formigas foi tão mal compreendida. Toda a crónica procura explicitar que, em determinadas questões, não há protagonistas individuais. Os méritos do AmadoraBD (ou da sua área comercial) não são do José Eduardo ou do Machado-Dias, tal como, coerentemente e na mesma linha de pensamento, as culpas e responsabilidades não são de nenhum dos dois. Não estou (nem sequer implicitamente) a centrar ações nos indivíduos. Estou justamente a (tentar) descentrá-las."

    A minha argumentação mais completa e detalhada sobre a questão está aqui:
    http://www.acalopsia.com/descodificando-as-formigas-do-amadorabd-2014/

    Já agora queres dizer quem são os "pesos pesados" de que o Pedro Mota tem medo? Ou também estás com medo deles?

    Este é daqueles textos, sobre os quais deverias ter reflectido mais, usando uma expressão alheia, isto foi mesmo "tiro ao lado"... e o João Figueiredo tocou no cerne do problema do AmadoraBD.

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  15. Beja e as dívidas/falta de dinheiro: Responsabilidade de quem geriu a câmara de 2009 a 2013 e que, aproveitando algumas dificuldades orçamentais/dividas ocorridas no último ano da anterior gestão e, aqui vai disto, começou-se a gastar o que se tinha e o que não se tinha. E o filme da gestão de Beja nesse período, sacudindo a responsabilidade das más gestões para a porta do vizinho, já eu vi na Amadora, Odivelas ou Loures e dá-se pelo nome de "Pesada Herança" que permite que durante anos os maus gestores autárquicos passem incólumes pelas burrices que fazem. Acho que este filme também já deu ali para os lados de São Bento. Aliás, dá sempre que os actores da comédia mudam. Voltando à vaca fria da BD: Reforço que os decisores políticos da Amadora nunca foram chamados à responsabilidade. Sempre se criticou fulano de tal do CNBDI e mais um ou outro engravatado, quando o mandão até 2013, chamado Joaquim Raposo, ficou sempre de fora das críticas.

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  16. E outra questão que nunca nos poderemos esquecer e não andarmos a confundir a estrada da Beira com a beira da estrada. Quer o CNBDI como a Bedeteca de Beja são equipamentos municipais, com funcionários municipais. Logo, dependentes do decisor político. Assim, em ambos os festivais, mesmo procurando parcerias fora, as mesmas serão sempre de acordo com o que o executivo camarário decidir. Mal era se esses equipamentos e esses profissionais fossem abandonados à sua sorte, como aconteceu em Beja em 2012. E o sucesso dos festivais dependerá sempre do apoio (recursos humanos, materias, financeiros, tecnológicos, etc) que as Câmaras poderão ou quererão dar. E, claro, há sempre o comprometimento e o espirito de cada um desses profissionais e, inegávelmente, o Paulo Monteiro e a sua equipa são forças da natureza.
    Mas pronto, lá estaremos mais um ano na Amadora à procura de boa BD.

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  17. Bem, mesmo correndo o risco de vir a ser acusado de publicidade em vez de divulgação privilegiada e importante acerca do Festival, aqui fica um excerto de um post que coloquei no meu facebook pessoal com coisas que, por razões óbvias, sei que vão acontecer na Amadora:

    "(...) Apesar da escassa informação divulgada até agora, enquanto editor da Kingpin Books estou em condições de adiantar alguns detalhes sobre o festival.

    Assim, o cartaz deste ano será da autoria da Joana Afonso, desenhadora de "O BAILE", considerado o melhor álbum o ano passado nos Prémios atribuídos pelo festival. O referido "O Baile", escrito pelo Nuno Duarte, melhor argumentista o último ano, será uma das obras em destaque e uma das principais exposições do festival, em conjunto com uma exposição do SUPER PIG, com particular ênfase na "Roleta Nipónica", desenhada pelo Osvaldo Medina, melhor desenhador em 2013.

    Grande destaque de igual modo para a presença no certame, nos dias 8 e 9 de Novembro, do hispano-nipónico JM KEN NIIMURA (na foto), a convite da Kingpin Books, e a propósito da recente edição em português de EU MATO GIGANTES.

    O Amadora BD marcará ainda o lançamento de duas novas publicações da minha editora: o já anunciado "SEPULTURAS DOS PAIS", do David Soares e do André Coelho; e uma nova edição do esgotado "Agentes do CAOS: Nova ORDEM" (do Fernando Dordio, do Osvaldo e de mim próprio), numa versão "editor's cut", em capa dura e novo formato maior, e renomeado "FRANCO, AGENTE DO CAOS: NOVA ORDEM".

    Como vêem, vários motivos de interesse, para já, no que à Kingpin Books diz respeito. Acredito que a organização e restantes editoras nos possam trazer outras boas surpresas e termos assim globalmente um bom Amadora BD, apesar dos atrasos crónicos que, infelizmente, persistem e pioram, ano após ano."

    E é isto: quanto ao resto, são as discussões cíclicas que somos forçados a repetir ano a ano.

    Abraços.

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  18. Chaka Sydin
    Desculpa a demora em te responder. Vou fazê-lo, mas ainda não vai ser hoje. Preciso de cabeça limpa para não criar mais confusão com a minha resposta.
    ;)

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  19. Chaka Sydin
    Desculpa a demora em te responder. Vou fazê-lo, mas ainda não vai ser hoje. Preciso de cabeça limpa para não criar mais confusão com a minha resposta.
    ;)

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  20. Nuno, esta semana o Pedro Mota resolveu responder ao teu desafio, e foi-se meter com um peso pesado! :)

    http://www.acalopsia.com/os-pesos-e-os-pesados/

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